15 setembro, 2006

 

E o mar aqui tão perto, mas longe, longe...


Vai mais um Cálice de Porto ?

Há uns dias - concretamente, a 9 do corrente - fiquei sensibilizado por ter em mão fósseis de Graptólitos ( organismos marinhos de pequenas dimensões que viviam em colónias flutuantes http://www.igc.usp.br/ensino/graduacao/disciplinas_web/paleontologia/transparencias_files/graptolito.pdf#search=%22graptolitos%22),
espécimes de um género que apenas ocorreu no Silúrico.
Revendo ( http://www2.fc.up.pt/pessoas/allima/Castromil/content.html ) o calendário geológico, o facto é de singular valia porquanto tal vida nos remete para um passado com 410.000.000 de anos, altura em que a zona de Castromil era coberta de outras águas que não o remanescente Rio Sousa!

Vem tudo isto a propósito do Delgadocrinus oportovinum, um novo fóssil com 470.000.000 de anos e que deve parte do seu nome à semelhança morfológica com um cálice de vinho.
( Tomei conhecimento do a seguir exposto exactamente no dia seguinte ao acima referido, sendo certo que a comunicação pública ocorreu, afinal, exactamente no mesmo dia! )
Pertence este a um grupo de equinodermes primitivos com escassos representantes actuais, vulgarmente denominados lírios do mar e considerados como "fósseis vivos" por muitos zoólogos. Trata-se de um invertebrado marinho, correspondente a uma nova família, novo género e nova espécie de crinóide.
Foi identificado pelos paleontólogos Artur Abreu Sá ( Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD ), Juan Carlos Gutiérrez-Marco ( Conselho Superior de Investigações Científicas - Espanha ) e William Ausich - Ohio State University ) e segundo estes, o crinóide agora apresentado "viveu durante o período Ordovícico, num mar pouco profundo", cujos "antigos sedimentos deram origem às rochas que actualmente formam as montanhas de Valongo".
Os exemplares objecto de estudo foram recolhidos há cerca de um século pelo geólogo português Joaquim Nery Delgado numa pedreira entretanto desaparecida nas proximidades de Valongo. Os fósseis originais foram entretanto redescobertos na sua colecção e a "razão pela qual o nome genérico Delgadocrinus presta homenagem a tão insigne cientista".
Do ponto de vista científico, os três estudiosos consideram que o Delgadocrinus oportovinum tem o interesse de reunir características mistas de duas grandes subclasses de crinóides paleozóicos, tipificando uma nova família - Delgadocrinidae - atribuída provisoriamente às formas cameradas. O Delgadocrinus é o equinoderme crinóide mais antigo da Península Ibérica.

Notícia e imagem
http://www.ivp.pt/noticia.asp?cod=161

Biografia
http://www.instituto-camoes.pt/CVC/ciencia/p37.html

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