17 setembro, 2006

 

Saramago on-line


A biblioteca particular em Lanzarote

São mais de 20.000 obras, além de manuscritos pessoais, os documentos que poderão ser consultados na página da Universidade de Granada.
Sendo que o processo de digitalização levará algum tempo a concluir, só nessa altura será criado o endereço específico pelo que entretanto as buscas deverão ser feitas em: www.ugr.es.

De realçar o acordo assinado entre o prémio Nobel e aquela instituição, o que vai permitir um melhor conhecimento do autor e certamente ajudar à sua compreensão.

Comments:
"Não sou profeta, mas Portugal acabará por integrar-se na Espanha"

JOÃO CÉU E SILVA

Este foi o regresso mais longo de José Saramago a Portugal desde que a polémica que envolveu a candidatura do seu livro O Evangelho segundo Jesus Cristo ao Prémio Literário Europeu o levou para um "exílio" na ilha espanhola de Lanzarote. A atribuição do Prémio Nobel parece tê-lo feito esquecer essas mágoas, mas não amoleceu a sua visão da sociedade e da História, que continua a ser polémica. Como se pode ver nesta entrevista.

Durante dois dias, o Nobel da Literatura português sentou-se no sofá e analisou o estado do mundo.

Na única entrevista que concedeu durante a temporada passada na sua casa de Lisboa, falou muito de política, mais de literatura e também da vida e da morte. Pelo meio ficou o anúncio da criação da fundação com o seu nome e a revelação de que está a escrever um novo livro.

A união ibérica

Este regresso a Portugal é um perdão?

O país não me fez mal algum, não confundamos, nem há nenhuma reconciliação porque não houve nenhum corte. O que aconteceu foi com um governo de um partido que já não é governo, com um senhor chamado Sousa Lara e outro de nome Santana Lopes. Claro que as responsabilidades estendem-se ao governo, a quem eu pedi o favor de fazer qualquer coisa mas não fez nada, e resolvi ir embora. Quando foi do Prémio Nobel, dei uma volta pelo país porque toda a gente me queria ver, até pessoas que não lêem apareceram! E desde então tenho vindo com muita frequência a Lisboa.

Vive num país que pouco a pouco toma conta da economia portuguesa. Não o incomoda?

Acho que é uma situação natural.

Qual é o futuro de Portugal nesta península?

Não vale a pena armar -me em profeta, mas acho que acabaremos por integrar-nos.

Política, económica ou culturalmente?

Culturalmente, não, a Catalunha tem a sua própria cultura, que é ao mesmo tempo comum ao resto da Espanha, tal como a dos bascos e a galega, nós não nos converteríamos em espanhóis. Quando olhamos para a Península Ibérica o que é que vemos? Observamos um conjunto, que não está partida em bocados e que é um todo que está composto de nacionalidades, e em alguns casos de línguas diferentes, mas que tem vivido mais ou menos em paz. Integrados o que é que aconteceria? Não deixaríamos de falar português, não deixaríamos de escrever na nossa língua e certamente com dez milhões de habitantes teríamos tudo a ganhar em desenvolvimento nesse tipo de aproximação e de integração territorial, administrativa e estrutural. Quanto à queixa que tantas vezes ouço sobre a economia espanhola estar a ocupar Portugal, não me lembro de alguma vez termos reclamado de outras economias como as dos Estados Unidos ou da Inglaterra, que também ocuparam o país. Ninguém se queixou, mas como desta vez é o castelhano que vencemos em Aljubarrota que vem por aí com empresas em vez de armas...

Seria, então, mais uma província de Espanha?

Seria isso. Já temos a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla la Mancha e tínhamos Portugal. Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria. Se Espanha ofende os nossos brios, era uma questão a negociar. O Ceilão não se chama agora Sri Lanka, muitos países da Ásia mudaram de nome e a União Soviética não passou a Federação Russa?

Mas algumas das províncias espanholas também querem ser independentes!

A única independência real que se pede é a do País Basco e mesmo assim ninguém acredita.

E os portugueses aceitariam a integração?

Acho que sim, desde que isso fosse explicado, não é uma cedência nem acabar com um país, continuaria de outra maneira. Repito que não se deixaria de falar, de pensar e sentir em português. Seríamos aqui aquilo que os catalães querem ser e estão a ser na Catalunha.

E como é que seria esse governo da Ibéria?

Não iríamos ser governados por espanhóis, haveria representantes dos partidos de ambos os países, que teriam representação num parlamento único com todas as forças políticas da Ibéria, e tal como em Espanha, onde cada autonomia tem o seu parlamento próprio, nós também o teríamos.

Há duas Espanhas

Os espanhóis olham-no como um deles?

Há duas Espanhas neste caso. Evidentemente, tratam-me como se fosse um deles, mas com as finanças espanholas ando numa guerra há, pelo menos, quatro anos porque querem que pague lá os impostos e consideram que lhes devo uma grande quantidade de dinheiro. Eu recusei-me a pagar e o meu argumento é extremamente simples, não pago duas vezes o que já paguei uma. Se há duplicação de impostos, então que o governo espanhol se entenda com o português e decidam. Eu tenho cá a minha casa e a minha residência fiscal sempre foi em Lisboa, ou seja, não há dúvidas de que estou numa situação de plena legalidade. Quanto aos impostos, e é por aí que também se vê o patriotismo, pago-os pontualmente em Portugal. Nunca pus o meu dinheiro num paraíso fiscal e repugna-me pensar que há quem o faça. O meu dinheiro é para aquilo que o Governo entender que serve.

Mas não pode negar que o olham como um deus...

Não diria tanto...

Mesmo sendo a crítica espanhola tão positiva em relação à sua obra?

Também já foi uma ou outra vez um pouco negativa - talvez devido às minhas posições políticas e ideológicas - mas de um modo geral tenho uma excelente crítica em toda a parte, como é o caso dos EUA, onde é quase unânime na apreciação da minha obra.

DN, 15-7-2007
 
PREMIAR GENTE MENOR E IGNORAR MUITO GÉNIO

FERNANDO MADAÍL

Por cada grande escritor laureado há sempre um esquecido
À maneira maniqueísta de qualquer Sporting-Benfica, no "futebol" da literatura uns aplaudem José Saramago, outros torcem por Lobo Antunes. E há uma questão sempre subjacente: qual é o maior escritor português vivo? A mesma discussão que já se tinha feito, por exemplo, em 1960, quando se digladiavam, numa polémica em que um dos folhetos se intitulava "champanhe e pirolitos", os apoiantes das candidaturas ao Nobel de Miguel Torga e de Aquilino Ribeiro. Qual dos dois tinha uma escrita que se comparava ao requinte do champanhe? E qual escreveria ao nível do mero pirolito, esse refrigerante barato da época?

Se o critério for o Nobel da Literatura, então o romancista de Memorial do Convento está na companhia de nomes tão relevantes como Maurice Maeterlinck, Herman Hess, Albert Camus, John Steinbeck, García Márquez e Günter Grass. Mas se for o dos nunca escolhidos pela Academia Sueca, nesse caso o autor de Memórias de Elefante fica no grupo, não menos distinto, de Anton Tchekov, Mark Twain, Virginia Woolf, Ezra Pound, Lawrence Durrell e Marguerite Duras.

As polémicas em torno da atribuição dos prémios instituídos pelo inventor da dinamite só têm maior destaque ao nível da Literatura (e, também, da Paz) porque livros é um domínio em que, como no futebol, toda a gente tem opinião. Pelo contrário, o universo dos conhecedores de Física e Química, Medicina e Economia é bastante restrito - como sucede em relação à Matemática (e aos vencedores da Medalha Fields e do Prémio Abel) ou à Arquitectura (e aos distinguidos com o Pritzker).

Os enganos dos júris do Nobel são, pois, mais facilmente explicados através da literatura. Porque ganhou este ano Doris Lessing em vez de, por exemplo, Milan Kundera? Não há nenhuma resposta que não possa conhecer réplica, à boa maneira de uma discussão sobre um penálti no futebol. De 1901 a 2007 há, de facto, tantas escolhas acertadas como esquecimentos injustos. Além da dúzia de nomes de laureados e olvidados que se destacam com fotos nestas páginas (e que ninguém duvida serem autores maiores), podem acrescentar-se, sem quaisquer problemas, mais uma dúzia a cada lado. Assim, a qualidade literária do Nobel não se poderia questionar quando se fala de Hauptmann ou Romain Rolland, Anatole France ou Sinclair Lewis, Eugene O'Neill ou Roger Martin du Gard, Jiménez ou Soljenitsine, Heinrich Böll ou Saul Bellow, Golding ou Pinter. Mas também não se pode dizer que, por não terem recebido a medalha dourada, são escritores menores Zola ou Strindberg, Lawrence ou Pavese, Gorki ou Céline, Artaud ou Malraux, Lorca ou Kavafis, Ionesco ou Calvino.

O pior são os que a Academia distinguiu sem que se perceba muito bem porquê. E se as opiniões se dividem porque Pearl S. Buck é Nobel e Gertrude Stein não, que se pode dizer de um prémio que foi dado a Sillanpää e não foi entregue a Claudel? Ou de um júri que se lembrou de um Gjellerup e nunca escolheu um Maiakovski ou um Apollinaire, um Moravia ou um Mishima, um Breton ou um Nabokov? Para não lembrar compensações políticas, critérios geográficos, épocas de escolhas ideológicas, anos do politicamente correcto. Muita gente acredita que o Nobel de Cholokhov, em 1965, serviu para compensar o de Pasternak, em 1958. Afinal, o autor de Morreram pela Pátria era tão querido de Moscovo como o romancista de Doutor Jívago era detestado pelo Kremlin.

E se Bergson, Russell e Sartre eram sobretudo filósofos, nada se compara ao prémio que nunca foi dado a um Graham Greene e, no entanto, contemplou... Winston Churchill! O estadista que, em discursos e entrevistas, disse frases tão marcantes para a História como "sangue, suor e lágrimas" ou "cortina de ferro" terá escrito algum livro equiparável à obra de Henry Miller ou de Tennessee Williams? A resposta é simples: não!

E a discussão permanece eterna: entre irlandeses, é mais importante À Espera de Godot, do nobelizado Beckett, ou Ulisses, do não medalhado Joyce? Nos dramaturgos, alguém conseguirá explicar se Pirandello supera Ibsen, se Shaw bate Brecht? Ou o inverso. Será a poesia de Rilke inferior à de Yeats, a de Pessoa pior que a de Eliot? E um verso de Neruda valerá mais que um de Borges? Quem opta por O Livro da Selva, de Kipling, em detrimento de Guerra e Paz, de Tolstoi, por Os Moedeiros Falsos, de Gide, em vez de Memórias de Adriano, de Yourcenar? Tagore será superior a Proust? Ou Faulkner a Conrad? Alguém retirará da sua biblioteca o nobelizado Thomas Mann ou prescindirá do não nobelizado Franz Kafka? E entre Hemingway e Amado, Saramago e Lobo Antunes? Venha o diabo e escolha. Afinal, quando é o próximo Benfica-Sporting?

DN, 13-10-2007
 
'Memorial' já vendeu um milhão em Portugal

ISABEL LUCAS

Um milhão de exemplares vendidos em 25 anos. Contas feitas por alto pela Caminho sobre aquele que é um dos livros mais lidos de José Saramago. Que impacto pode ter este volume de vendas do romance Memorial do Convento no monumento de que fala, ou seja, o Palácio Nacional de Mafra? "Essas contas são difíceis de fazer", referiu ao DN Margarida Montenegro. A directora do Palácio Nacional de Mafra não tem dúvidas de que o livro contribuiu para o aumento do número de visitantes, facto que se tornou mais visível nos últimos oito anos. "O impacto da obra tem vindo num crescendo que tem relação directa com o facto de se ter tornado obrigatória no secundário", sublinha Margarida Montenegro que acrescenta. "Há uma dinâmica à volta do monumento relacionada c esta obra literária."

É precisamente 25 anos depois da publicação de Memorial do Convento e no mesmo dia, 17 de Novembro, em que em 1717 foi lançada a primeira pedra para a construção do que seria um pequeno mosteiro mas viria a tornar-se um paço real, que o Ministério da Cultura através do Palácio Nacional de Mafra promove um colóquio para celebrar a relação entre o livro e o monumento idealizado por D. João V.

Será a primeira vez que José Saramago, que completou ontem 85 anos, se desloca ao Convento de Mafra para falar de um dos livros mais marcantes da sua carreira. A cerimónia, que começa pouco depois das nove da manhã com uma visita guiada tendo por base precisamente o livro do Nobel, prolonga-se por todo o dia e tem a participação de várias personalidades especializadas tanto na obra de Saramago como no século XVIII em áreas como a arquitectura, a música ou a política.

Dirigido pelo Ministério da Cultura através do IGESPAR (antigo Ippar), o Palácio Nacional de Mafra é uma referência local cuja promoção turística cabe sobretudo à autarquia que tem um historial pouco amistoso com o autor de Memorial do Convento.

Fonte da Câmara Municipal de Mafra declarou ao DN que a autarquia se fará reprsentar na homengame, mas não seré pelo vereador do turismo e da Cultura (ausente) nem deverá estar o presidente, Ministro dos Santos, um homem que em 1998 votou contra proposta de dar o nome de José Saramago à escola secundária da cidade. A escola tem hoje o nome do escritor por imposição do Ministério da Educação.

DN, 17-11-2007
 
O PASSADO IGNORADO DO ESCRITOR SARAMAGO

JOÃO CÉU E SILVA, em Lanzarote

Afinal, ainda há um novo José para se descobrir
Quando se pensava que sobre José Saramago estava tudo dito e escrito, vai revelar-se hoje em Lanzarote que não é verdade, e que o escritor produziu dezenas de textos num período da sua vida que até agora são desconhecidos. Poesia, bastantes contos, teatro e alguma prosa foram alguns dos géneros encontrados no baú de José Saramago, que poderão mudar a forma de entender o seu processo de formação como escritor.

A descoberta foi feita pelo filólogo Fernando Gómez Aguilera, também comissário da mostra que a partir de hoje, às 20.00, abre as portas na Fundação César Manrique, em Lanzarote, e será a sua exposi- ção pública que confirmará exactamente o contrário do que até agora se tem afirmado, que José Saramago teve uma intensa vida de escritor no período entre os primeiros rascunhos e o livro Terra do Pecado (1947) e o seu regresso à escrita com dois livros de poesia (em 1966 e 1970) e o romance Manual de Pintura e Caligrafia (1977).

Segundo o comissário da exposição La Consistencia de los Sueños, este espólio foi encontrado quando remexia nos arquivos pessoais do escritor, depositados em caixas que ainda estavam por abrir na sua casa na ilha das Canárias, para preparar a grande retrospectiva sobre o autor português que hoje se inaugura. Diz o responsável que "não acreditava no que os seus olhos viam" e que confrontou imediatamente Saramago com a documentação que tinha nas mãos e que este "lhe disse ser impossível o que estava a dizer" e que "provavelmente estaria enganado na sua análise e a confundir com outros rascunhos, porque em 1944 eu não escrevia nada". Mas Aguilera respondeu-lhe que essas eram as datas, que "as folhas têm o mesmo tipo de letra que as outras, a máquina em que dactilografas é a mesma, o mesmo tipo de escrita. José, trabalhaste muitíssimo entre 1944 e 1953, de uma forma intensíssima", disse-lhe então.

O que o estudioso da obra do escritor português encontrou foram dezenas de manuscritos que datavam dos anos em que José Saramago aparentemente teria desistido de escrever e do qual nem o próprio autor se lembrava já. Só ao ser confrontado fisicamente com os muitos originais que estavam na sua própria bagagem de viajante é que Saramago aceitou a realidade. Diz Aguilera que "nem o próprio se recordava de ter escrito aqueles textos, que são uma parte esquecida da sua vida como escritor" que nem o autor nem os investigadores que nas últimas décadas o têm pesquisado e estudado sabiam existir. Por outro lado, acrescenta, estes trabalhos irão mudar a percepção que se tinha da sua formação, "já que se pensava que após as primeiras tentativas quase frustradas de publicar, o escritor teria desistido por completo de escrever. Isso não foi verdade e a longa série de manuscritos que aqui expomos comprova que Saramago ainda insistiu durante vários anos no esforço de publicar. Não é substantivo nem comparável ao que virá a escrever, mas é importante para a reconstrução do genoma do escritor".

Está-se assim perante uma série de originais que desfaz a tese de que o escritor abandonara em definitivo e em determinada altura da vida a escrita - por necessidades financeiras, pois casara e tivera uma filha - até ao momento em que retoma a sua ligação ao meio editorial e jornalístico e regressa às letras por via da poesia e das crónicas e editoriais, fase que culmina com a sua demissão do cargo de director adjunto do Diário de Notícias, após o golpe de 25 de Novembro de 1975, que lhe coloca, por ficar desempregado, a hipótese de se dedicar definitivamente à literatura.

A exposição La Consistencia de los Sueños está em exibição em duas salas da própria Fundação César Manrique, no arredores de Arrecife, e devido à sua dimensão contará com um terceiro pólo no centro da cidade, que será inaugurado amanhã pelo ministro da Cultura do Governo de Espanha, César Antonio Molina, que se desloca a Lanzarote especificamente para se encontrar com José Saramago, de quem também é admirador e estudioso. De Portugal, virá uma delegação da Fundação José Saramago e vários convidados. A representação do nosso país ficará a cargo do embaixador português. Está em exibição até 16 de Janeiro de 2008, data em que iniciará um périplo mundial. Certos estão já alguns destinos, Nova Iorque e Madrid, mas o comissário gostaria que a apresentação que se segue fosse em Lisboa.

DN, 23-11-2007
 
EMENDAR UM PRÉMIO NOBEL

Ferreira Fernandes

Na inauguração da exposição que lhe é dedicada, Saramago agradeceu assim: "Quero dizer obrigadinho, que é um diminutivo que sai mais do coração." Com risco de parecer petulante, emendo um Prémio Nobel. Obrigadinho, falado bem, usa- -se em circunstâncias que não vão com aquele discurso. Há o obrigadinho irónico. Este subdivide-se no obrigadinho descendente da locução popular "assim, muito obrigado!" e usa--se para sublinhar uma ideia disparatada ("Tu ficas com a Cláudia Vieira e eu com a Maria Vieira. Obrigadinho!"). E, segunda hipótese irónica, há o obrigadinho de protesto por não sermos apreciados como devíamos ("Obrigadinho!", digo ao tipo a quem apresentei a Cláudia Vieira e ele nem água vai). Finalmente, há o obrigadinho tipo sopinha, um daqueles falares humildes com o boné respeitosamente entre as mãos. Este seria o mais próximo saído do coração, como Saramago quer. Mas não é ao autor de Levantado do Chão que vou ensinar que esse sai é da humilhação.

DN, 28-4-2008
 
Sim, provavelmente por isso e
 
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