03 outubro, 2006

 

MIMS ( Mars Image Mining System )


A base de dados de imagens de Marte

É tão só a mais completa do mundo, pretende dar uma contribuição para o estudo dos processos geológicos marcianos e é mais um produto português.

Trata-se de um sistema único no mundo, resultado de longa pesquisa, tratamento e reconversão de dados, reunindo mais de 300.000 imagens registadas ao longo das diversas missões e manter-se-á em actualização até final de 2006.
Os 35 anos de imagens apresentam os registos até agora realizados pelas sondas Mariner 9, Viking 1 e 2, Mars Global Surveyor, Mars Odissey e Mars Express e caso estivessem impressas encheriam a Torre do Tombo e nela não caberiam todas.

A explorar na quietude terrestre em:

http://www.uc.pt/iguc/dados_planet/mims.htm

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Marte também já foi um planeta azul

SUSANA SALVADOR

Minerais que revelam a presença de água foram detectados em milhares de locais na superfície de Marte. Os filossilicatos, que se formaram a temperaturas entre os 100 e os 200o Celsius, mostram que o planeta não era um "caldeirão a ferver". Pelo contrário, para os microorganismos, "seria um excelente lugar para viver"

Parte das terras altas do Sul de Marte tinha água

Que houve água em Marte já se sabia, mas agora os cientistas descobriram esta era muito comum em vastas regiões do Sul do planeta vermelho. Os últimos dados da sonda Mars Reconnaissance Orbiter revelaram vestígios de filossilicatos, minerais argilosos que testemunham a acção química da água. Segundo o estudo publicado hoje na revista Nature, os resultados mostram uma rica diversidade de ambientes, que podem ter permitido a vida. Marte afinal também já foi um planeta azul.

A equipa liderada por John Mustard, da Universidade de Brown, refere que existiram processos hidrológicos activos, tanto à superfície como em profundidade, num período conhecido como Noachian - há entre 4,6 e 3,8 mil milhões de anos.

Com o recurso à sonda, os cientistas analisaram a presença dos filossilicatos em crateras, vales e dunas na superfície de Marte. E encontraram-nos em milhares de locais. A cratera de Jezero foi a primeira zona em que se detectaram minerais "claramente influenciados pela água" e que, de acordo com os investigadores, pode ter sido um antigo lago.

Os minerais formaram-se a temperaturas baixas (100 a 200o Celsius). "A ter existido algum tipo de microorganismo em Marte, este tipo de ambiente teria sido ideal para a sua sobrevivência", refere Mustard. "Não era um caldeirão de água a ferver. Era um ambiente rico em água, benigno, por um longo período de tempo", acrescentou.

Noutro artigo, Bethany Ehlmann, da mesma universidade, analisou os sedimentos do delta de Jezero. Apesar de os cientistas não conseguirem saber se a existência do rio era apenas esporádica, sabem que envolvia muita água. "Esta era suficiente para correr entre as rochas, transportar os minerais e levá-los até ao lago para formar o delta", disse Ehlmann.

Estes deltas parecem excelentes locais para encontrar restos de materiais orgânicos, porque tudo o que foi transportado pelas águas ficou ali, deixando, em teoria, um cemitério de micróbios, diz o Daily Telegraph. "Se existiram microorganismos na antiguidade de Marte, as correntes de água seriam um excelente lugar para viver", referiu Ehlmann.

O estudo surge dias depois de a Agência Espacial Europeia divulgar imagens de Echus Chasma, uma das zonas mais extensas, que apresenta vestígios de água, capturadas pela sonda Mars Express. Com agências

DN, 17-7-2008
 
Água marciana prolonga missão da 'Phoenix'

NUNO GALOPIM

Na noite de quarta-feira, a 'Phoenix' identificou água numa amostra de solo colhida na superfície do planeta. Agora serão precisas três a quatro semanas para que novos testes revelem se ali há (ou houve) sinais de vida

Equipa vai agora procurar matéria orgânica

Ao fim de 67 dias de permanência na superfície marciana, a pequena sonda Phoenix finalmente enviou para a Terra uma notícia há muito esperada: identificou-se água em Marte! "Temos água!", exclama no comunicado emitido pela NASA o professor William Boynton, da Universidade do Arizona, responsável pela condução das experiências no pequeno laboratório TEGA instalado a bordo da Phoenix que analisa gases resultantes do aquecimento de amostras colhidas no solo.

Esta revelação é um primeiro passo para a condução de novas experiências que, nessas amostras de água (colhida do solo em forma de gelo), irão agora procurar eventuais traços de compostos orgânicos, podendo assim responder a outras velhas perguntas. Há (ou houve em tempos) vida em Marte? E, caso seja afirmativa a resposta, terá atingido estruturas biológicas ou não passado nunca de uma etapa molecular?

A descoberta feita na noite de quarta-feira tem já uma primeira consequência: o prolongamento da missão até finais de Setembro (na origem, a Phoenix tinha previsto o seu fim de operações ao cabo de 90 dias em Marte, ou seja, seria desactivada em finais de Agosto).

Esta era uma notícia há muito esperada. E no comunicado emitido pela NASA o professor William Boynton reconhece que há muito que eram conhecidas formas na superfície do planeta que faziam supor a existência de água. "Tínhamos observado provas de água, em gelo, em observações da Mars Odissey [em órbita do planeta] e até mesmo no solo escavado, em observações da Phoenix há um mês. Mas esta foi a primeira vez que tocámos e provámos a água marciana", explica.

A amostra de solo que revelou a presença de água foi colhida numa trincheira escavada a 5 cm de profundidade. A pá robotizada encontrou aí um nível mais duro de solo gelado. Foram depois precisos dois dias para inserir as amostras no TEGA. Durante esse tempo, muita da água contida nas amostras ter-se-á sublimado.

A equipa de cientistas vai agora procurar indícios de compostos orgânicos nestas amostras. Mas serão precisas três a quatro semanas para concluir as análises, revela a BBC.

"Surpresas" em Marte

Descobertas. A 'Phoenix' tem estudado o solo e a atmosfera do planeta Marte

A última revelação chegou quando uma amostra de solo foi aquecida no forno do laboratório TEGA. Durante o primeiro ciclo de aquecimento, assim que se atingiu a temperatura de zero graus centígrados (temperatura de fusão da água), o espectrómetro de massa associado aos equipamentos deste pequeno laboratório detectou a presença de água. Confirmam-se assim suposições antigas que há muito davam como certa a existência de água gelada sob o solo marciano.

Esta não foi, contudo, a primeira das revelações nascidas das análises efectuadas neste pequeno laboratório de química húmida a bordo da Phoenix. A 24 de Junho, o braço robotizado colocou no seu interior amostras que submeteu a testes dos quais resultou a revelação da alcalinidade de um solo com pH entre 8 e 9 e na composição do qual foi encontrado magnésio, sódio, potássio e cloro.

"Marte revela-nos surpresas", confirmou Peter Smith, da Universidade do Arizona, num comunicado da NASA. "Estamos entusiasmados porque as surpresas surgem onde as descobertas ocorrem", continuou. O investigador acrescentou ainda que uma das revelações desta missão tem a ver com o comportamento químico do solo marciano, vincando diferenças com o que se havia suposto em antigos modelos e simulações.

Desde que atingiu a superfície marciana a 25 de Maio, a Phoenix tem dedicado parte dos seus estudos ao solo do planeta. Ao mesmo tempo, um outro instrumento, de origem canadiana, tem usado raios laser para estudar a atmosfera marciana. Um panorama visual da área em volta da Phoenix foi entretanto concluído, revelando características morfológicas típicas de um solo gelado.

DN, 2-8-2008
 
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