30 outubro, 2006

 

O Sol de Coimbra


De há uns anos a esta parte

O Observatório Astronómico de Coimbra, criado em 1772, está a festejar os 80 anos de registo fotográfico regular da atmosfera.

Francisco Machado Costa Lobo iniciou em 1926 os estudos do Sol com um espectro-heliográfico.
O acervo de tal trabalho está disponível em:

http://tangerine.mat.uc.pt/novo/observatorio/site/arquivo.html

São disponibilizados documentos visuais sobre o impulso da actividade solar, a relação entre os campos magnéticos fotosféricos e a rede supergranular cromosférica...

Comments:
Quando é que o sol se tornou nosso inimigo?

PATRÍCIA JESUS

Riscos do sol.
Os hábitos de exposição solar dos ocidentais mudaram radicalmente ao longo do último século. Mas na procura do bronzeado perfeito, muitos cometem excessos que se pagam mais cedo ou mais tarde: os danos causados pelo sol são cumulativos e podem ser mortais

Essencial para v ida na Terra, quando é que o sol passou de herói a vilão e se transformou num inimigo? Essencialmente, quando passou a estar na moda ficar bronzeado, em meados do século passado. Desde essa altura a incidência do cancro da pele tem aumentado nos países ocidentais, fazendo com que o sol seja olhado com alguma desconfiança.

Até meados do século XX, ao longo de quase toda a história da humanidade, o ar bronzeado era socialmente desvalorizado porque a exposição ao sol era sinal da necessidade de trabalhar e estava ligada a profissões como a pesca ou a agricultura. Nas cortes europeias, as mulheres sofriam para manter a pele alva recorrendo a mezinhas muitas vezes tóxicas. Quando os banhos de mar se tornaram populares, as mulheres costumavam ser levadas até à água em carroças fechadas para não apanharem sol, conta o dermatologista Luís Garcia e Silva.

Só nos anos 20 do século passado o bronzeado se torna um sinónimo de saúde e beleza, popularizado por mulheres como a estilista Coco Chanel e a cantora Josephine Baker. A estilista terá apanhado um escaldão num cruzeiro até Cannes em 1923 e acidentalmente lançou a moda. Cerca de 50 anos depois, começaram a aparecer os primeiros solários.

Por outro lado, mudança sociais profundas permitiram a uma grande parte da população ter acesso a mais tempo para dedicar a actividades de lazer, muitas vezes ao ar livre. Nos anos 70, o bronzeado já é tão indispensável que se inventaram os solários. Mas só nos anos 70 se conclui que os protectores solares ajudam a prevenir o cancro da pele.

A ciência do bronzeado

Noutros ramos da ciência, o avanço do conhecimento permitiu-nos descobrir dados impressionantes: em 15 minutos, o sol irradia tanta energia para a Terra como a população mundial consome num ano. A energia chega à Terra sob a forma de radiação (UVA, UVB e UVC). Os UVC são extremamente perigosos mas são absorvidos pelas camadas superiores da atmosfera. A restante radiação penetra na nossa pele e muda a estrutura das células: desencadeia uma resposta dos melanocitos, células que produzem melanina, um pigmento que vai escurecer a pele.

Há pessoas que têm tipos de pele com melhor capacidade de resposta a esta "agressão" e outras que têm um fototipo muito sensível.

Por outro lado, ao longo da evolução da humanidade, as populações adaptaram-se aos níveis de radiação que recebem. Os lapões e os esquimós, por exemplo, explica o dermatologista, "têm um tom de pele mais escuro, porque precisam de protecção adicional já que a radiação ultravioleta reflecte no gelo. "Já em países tropicais habitados por populações emigrantes, como a Austrália, há uma inci- dência de tumores malignos cutâneos muito alta", explica Luís Garcia e Silva. "O mesmo se passa na África do Sul entre as populações brancas", adianta o médico. O envelhecimento da pele é muito acentuado e multiplicam-se as lesões pré-malignas e malignas.

DN, 27-7-2008
 
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