19 fevereiro, 2007

 

Aparições do Escorial


Mais uma seita religiosa ?

Os movimentos religiosos, fanáticos ou não, ou de outro qualquer cariz têm tendência para se aproveitarem das dificuldades ou fragilidades dos seus seguidores.
Crentes ou nem tanto os defensores de tais movimentos são coagidos acabando estes por forçar os restantes prosélitos na mesma direcção...
Forma de resolver as frustações da vida, de limpar a honra da família, de almejar riquezas ?

Porque tais fenómenos quase sempre acabam da mesma maneira.
Uma santa / vidente que algum tempo depois é detentor(a) de um império, um templo, promove peregrinações e aceita sequestros ?

Da Ladeira do Pinheiro
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=124411&idCanal=9

ao Escorial
http://www.geocities.com/Heartland/Bluffs/6737/Escorial/Escorial.htm
http://www.dailycatholic.org/escoria1.htm
http://web.jet.es/virgendolorosa/

vai que distância ?
http://www.victimasaparicionesdelescorial.org/

Saiba um pouco mais sobre o tema:

http://jn2.sapo.pt/secdiv/especial/seitas.htm

Comments:
Movimento religioso acusado de sequestrar seguidores portugueses

Sónia Correia dos Santos

A Associação das Vítimas das Supostas Aparições do Escorial acusou um movimento religioso de "sequestrar" perto de 30 pessoas de várias nacionalidades ligadas ao culto, entre as quais estão alguns portugueses, segundo adiantou ao DN Juan Carlos Bueno, presidente da associação.

"As pessoas são absorvidas pela seita e deixam de contactar as famílias, algumas delas contrariadas", explicou, exemplificando com o caso de Carla Filipa Almeida, de 19 anos. Em Junho de 2005, a jovem portuguesa foi levada pelos próprios pais e obrigada a ingressar na congregação, conhecida como Obra do Prado Novo ou Fundação Benéfica Virgem das Dolores, onde depois se viu forçada a permanecer. Foram os tios que participaram a situação à Guarda Civil espanhola, que a resgatou 17 dias depois, como confirmou ao DN o tio da Carla Filipa.

Em Novembro de 2006, a associação teve conhecimento de outro caso envolvendo outro jovem português. Os pais tentaram visitá-lo nas instalações do movimento, sediadas no Escorial - nos arredores de Madrid -, mas tal não lhes foi permitido. Segundo Juan Carlos Bueno, ao que tudo indica "a situação continua por ser resolvida".

"Não temos um número exacto de portugueses envolvidos com esta seita, mas calculamos que ronde uma dezena", avançou, alertando para o facto de o número de jovens estar a aumentar, uma vez que "a seita está a formá-los para montar algo parecido em Portugal".

O Ministério Público espanhol está ao corrente da situação e já deu início a uma investigação para apurar as acusações de que a seita é alvo. "Mas esta é uma teia tão bem montada que se torna difícil de penetrar", afirma o responsável pela Associação das Vítimas das Supostas Aparições do Escorial.

Peregrinações duvidosas

No primeiro sábado de cada mês, os crentes rumam ao Escorial em centenas de autocarros oriundos de toda a Espanha, França e Portugal. Reúnem-se para ouvir a vidente Luz Amparo Cuevas (ver caixa em cima), que diz ter-lhe aparecido Nossa Senhora há 25 anos e que mensalmente lhe transmite uma mensagem nova. Neste encontro, oficialmente, os peregrinos rezam o terço e fazem uma procissão até junto do local onde a virgem fez as suas aparições.

Mas é também nestas reuniões mensais que tentam "conquistar" novos fiéis. "Informam-se detalhadamente sobre o património - dinheiro no banco e bens imóveis - dos visitantes" para desta forma acumularem riqueza. "São milhares de milhões de pesetas", garante Juan Carlos Bueno.

As pessoas são persuadidas pela rede, montada pela seita, através "da mensagem religiosa e lavagem cerebral, com ameaças, de que só fazendo isto ou aquilo é que se poderão curar ou ultrapassar as dificuldades que sentem", afirmou.

O movimento mantém várias páginas na Internet (web.jet.es/virgendolorosa; www.dailycatholic.org/escoria1.htm, entre outras) através das quais distribui imagens dos encontros mensais, disponibiliza serviços de pedidos de oração e vai dando conta dos eventos associados às alegadas aparições.

A par do número de seguidores tem também vindo a aumentar o número dos que contestam o movimento e que, com cartazes com fotos de familiares desaparecidos, também se deslocam ao Escorial.

A Associação das Vítimas das Supostas Aparições do Escorial foi fundada em Junho de 2006, depois de vários familiares terem denunciado os casos de desaparecimentos. "O meu próprio irmão, com 33 anos, também foi captado", admite Juan Carlos Bueno. Na página www.victimasaparicionesdelescorial.org podem ser feitas denúncias "que engrossem o peso das acusações", salienta o presidente da associação.

DN, 17-2-2007, pág. 23
 
As aparições celebradas no santuário da discórdia

Sónia Correia dos Santos

É tudo uma questão de fé. Há os que a têm e outros que não. E nos primeiros sábados de cada mês estes dois sentimentos cruzam-se no Escorial, uma localidade perdida entre as montanhas, junto de Madrid. De um lado encontram-se os fiéis e seguidores de Nossa Senhora das Dores e do outro a Associação de Vítimas das Supostas Aparições do Escorial.

A discórdia tem como fundamento a alegada retenção, contra vontade, de pessoas no seio da congregação religiosa, nascida em 1981 quando Luz Amparo Cuevas teve as suas primeiras visões. E por isso a associação vem, todos os meses também, desde Junho de 2006 ao Escorial manifestar-se.

O ambiente é tenso e entre as duas facções trocam-se argumentos, mais ou menos cristãos. E neste primeiro sábado de Março o momento mais emblemático foi vividos por Tomás, um dos acompanhantes de Juan Carlos Bueno, presidente da Associação das Vítimas. O pai de um "captado", segundo ele, que por entre a multidão consegue distinguir o filho, que não vê há três anos. Agarra-se a ele com tanta força e tanta vontade de o recuperar para si que lhe rasga a camisola. Mas perde a batalha, porque rapidamente o jovem é rodeado pelos companheiros de fé, que o resgatam e o levam para longe da vista do pai, que fica a chorar copiosamente.

Situações como esta não são raras e como os gritos soam cada vez mais alto a Fundação Benéfica Virgen de Las Dolores fez ontem no Escorial o que nunca tinha feito antes: abriu as portas à imprensa para negar e provar que as acusações da Associação de Juan Carlos, irmão de uma das supostas vítimas (ver texto em baixo), são totalmente falsas.

O confronto entre as duas facções é directo e não deixa dúvidas de que esta é uma questão de poucos consensos. À porta da Nave, o edificio principal da Obra do Prado Novo, onde se reúnem os fieis da Senhora das Dores, Juan Carlos garante ter provas concretas de que a Fundação tem "captados" mais de 25 homens e mulheres. Mas a Obra do Escorial afirma que este é apenas um acto hostil de um grupo de familiares que "não aceitam a decisão livre e voluntária dos seus parentes maiores de idade". "Todos entramos aqui livre e voluntariamente", reafirma o vice-presidente da Fundação Julian Argüello Perez.

Para além da impossibilidade de contacto, que a Associação de Vítimas diz estarem sujeitos os membros do movimento de Luz Amparo, fala ainda da apropriação indevida do património dos seus seguidores. Mas esta é outra das regras da casa assumida pela Obra: "90% do nosso património provém das doações dos que integram a comunidade e essa é uma regra aprovada pelo Cardeal de Madrid", justifica o responsável pela Fundação.

Na verdade, todos os principios porque se rege este movimento religioso foram aprovados sucessivamente pelo Arcebispo de Madrid Cardeal Ángel Suquia. A única excepção - a que explica o facto do Escorial ainda não ser considerado um lugar de culto oficial católico - está relacionada com o não pronunciamento sobre os fundamentos teológicos das aparições da Senhora das Dores, e respectivas mensagens, deixadas a Luz Amparo de 1981 até 2002.

A instituição, que garante ter todo o seu património e os serviços que prestam nos lares, sob vigilância apertada dos Ministérios da Economia e Tributações e da Segurança Social, e mostra-se tranquila em relação às suas intenções. "Estamos apenas a cumprir uma missão pedida por Deus", reforça Julian Argüello Perez, num discurso quase estudado e, por isso, sempre coerente.

DN, 4-3-2007, pág. 22
 
http://www.defensaaparicionesescorial.es

Mais sobre o tema:
http://www.defensaaparicionesescorial.es
 
www.pradonuevo.es
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?