06 fevereiro, 2007

 

Fundo Bibliográfico Antigo


da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

São 500 anos de ciência, em 70.000 páginas on-line e é o maior acervo científico português.
É constituído por 12.000 livros, publicações e outros documentos e abarca o período de 1500 a 1945, destacando-se pela significativa colecção de obras do século XVI e XVII e um conjunto de periódicos dos séculos XVIII e XIX.
Entre outros autores pode aí encontrar-se o cosmógrafo e matemático Pedro Nunes.

http://www.fc.up.pt/fa/

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Maior acervo científico do país já está na Internet

Helena Teixeira da Silva

A Universidade do Porto disponibilizou, ontem, em suporte digital, aquele que será o maior acervo científico português online. No sítio http//www.fc.up.pt/fa/ encontram-se digitalizadas cerca de 70 mil páginas de 143 monografias e 150 publicações periódicas científicas relativas ao período compreendido entre 1500 e 1945. São quase 500 anos de Ciência que agora ficam à distância de um computador.

O portal da Internet do Fundo Bibliográfico Antigo da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), coordenado por Teresa Andresen - coadjuvada pela avaliação crítica da importância do espólio de Henrique Leitão, professor do Centro de História das Ciências da Universidade de Lisboa - não está, como a própria referiu, ontem, na apresentação, que decorreu no salão nobre da Reitoria, concluído. "Representa, apenas, uma parte do espólio científico da FCUP, ao qual pretendemos dar continuidade, desde que haja mecenas que nos ajudem", salvaguardou. A Caixa Geral de Depósitos patrocinou a primeira etapa.

A responsável apelou também "às achegas" dos internautas, através do mail fa@fc.up.pt. "É óbvio que o projecto não está perfeito. Há páginas que teremos que substituir, melhorar. E agilizar o acesso é também uma prioridade. Gostava que enviassem críticas e sugestões, por exemplo, de obras que gostariam de ver ali contempladas". O projecto entrará numa nova etapa no final de Março, pelo que as recomendações deverão ser enviadas durante o mês de Fevereiro.

O reitor, José Marques dos Santos, também lançou um desafio, mas dirigido à própria dinamizadora "e alma" do projecto. "Tem que continuar. Uma parte substancial deste Fundo vai às origens da UP e mesmo às origens de quem a antecedeu. Mas refere-se, apenas, à Faculdade de Ciências. Daqui a uns anos, gostava que este projecto pudesse estender-se ao resto da Universidade, apresentando os seus acervos integrais à sociedade", confessou, satisfeito ao interpretar a inauguração do projecto "como uma feliz antecipação do centenário da instituição", daqui a quatro anos.

O Fundo reflecte, de facto, essencialmente, a história da FCUP a Aula de Náutica, a Aula de Debuxo e Desenho, a Academia Real da Marinha e Comércio, a Academia Politécnica e a própria UP, fundada em 1911, com as Faculdades de Ciências, Medicina, Farmácia e Engenharia. Trata-se, como é reconhecido pela Universidade, "de um importante património do livro antigo, com uma significativa colecção de obras do século XVI e XVII - apenas algumas décadas após a invenção da imprensa - e um conjunto de periódicos dos séculos XVIII e XIX, provenientes das bibliotecas das primeiras expressões de ensino superior do Porto, embriões da actual universidade que remontam à primeira Aula de Desenho, em 1762".

Não fazendo parte dos objectivos iniciais, a equipa que ao longo de dois anos e meio de trabalho - desinfestação das obras, preservação, catalogação, classificação, indexação, digitalização e apresentação -, preparou o projecto, resolveu anexar também o Fundo Iconográfico. Em causa estão 136 gravuras de Francesco Bartolozzi e as pinturas do fundadores da Academia Polythecnica e da Universidade do Porto. Com este projecto, a Universidade pretende "contribuir para a promoção da História e Filosofia da Ciência mediante a disponibilização do seu acervo bibliográfico, iconográfico e arquivístico ao serviço da comunidade académica e do público em geral e para a preservação da memória da instituição". Ontem, numa rara excepção, a Universidade abriu as portas dos depósitos do Fundo, no quarto piso da Reitoria, onde funcionou a Biblioteca até 1920 - uma oportunidade singular de ver a obra toda ainda em papel.

JN, 31-1-2007
 
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