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Dia Mundial do Teatro

Iniciativas por todo o país

A data é assinalada um pouco por todo o país. Em Lisboa,
por exemplo, o Teatro Nacional D. Maria II permite hoje a
entrada gratuita para os espectáculos “A Filha Rebelde”,
“Pequenos Crimes Conjugais” e “Ana e Hanna”.
Ainda em Lisboa, o grupo de teatro O Bando apresenta em
estreia absoluta “Rumor Clandestino”, de Fernando Dacosta,
que vai ser representado na Praça José Fontana às 18h30 e às
20h00.
No Teatro São Luiz, às 21h00, há sessão especial de “A Tragédia
de Júlio César”, de William Shakespeare, com encenação
de Luís Miguel Cintra e interpretado pelo Teatro da Cornucópia.
A entrada é livre.
No Porto, o Teatro Nacional de S. João tem celebrado a data
com visitas guiadas ao edifício ao longo dia e, às 21h30, abre
as portas para quem queira ver a peça “O Saque”, de Joe
Orton, com encenação de Ricardo Pais. A partir das 23h30, no
Salão + ou - Nobre, os actores vão “dar música” ao público, e
transformar-se em DJ’s. Durante toda a noite serão projectados,
em vários pontos do edifício, vídeos dos espectáculos
produzidos pelo TNSJ nos últimos dez anos.
Quanto ao Teatro Experimental do Porto, faz uma representação
gratuita de “Os Maias - Crónica Social Romântica”, baseada
na obra homónima de Eça de Queiroz, com adaptação e
encenação de Norberto Barroca.
Em Vila Real, arranca hoje o Festival Internacional de Teatro
“Vinte e Sete” que lembra o centenário de Miguel Torga, o
mais conhecido dos autores transmontanos, através da estreia
nacional da peça “Herbário”.
Em Évora, a entrada é livre para ver “Um Inimigo do Povo”, de
Henrik Ibsen, encenada pelo Centro Dramático de Évora
(Cendrev) no Teatro Garcia de Resende às 21h30.
Em Tondela, a ACERT apresenta às 21h45 a ante-estreia de
“No Rasto de Miguel Torga” pelo Urze Teatro.
A sul, 13 grupos de teatro iniciam hoje a 21ª Mostra de Teatro
Amador do Concelho de Oeiras, com o Intervalo Grupo de Teatro
a ser o primeiro a subir ao palco, às 21h30, no Auditório
Municipal Lourdes Norberto, em Linda-a-Velha.

RRP1, 27-3-2007
 

“Cunhas” são fundamentais
para arranjar emprego

O factor “cunha” é fundamental
no meio artístico, de acordo com conclusões de um estudo do Instituto de Ciências Sociais divulgado neste Dia Mundial do
Teatro.
O trabalho, dirigido pela socióloga Vera Borges, inquiriu 140
actores e outros agentes, tendo chegado à conclusão de que 66% dos lugares são ocupados por pessoas que os empregadores já conhecem.
A socióloga destaca que no meio teatral e artístico em geral
“a selecção faz-se por conhecimentos”, embora isso aconteça “em muitas profissões porque tudo o que se está a passar
no teatro acontece noutras profissões artísticas e não artísticas”.
Um dos factores comuns é o de a actividade de representação
penalizar mais as mulheres do que os homens.
As mulheres acabam a carreira mais cedo e Vera Borges diz que ao longo da carreira as actrizes vão tendo “menos trabalhos, o que as levas a apostar noutras frentes”. Isto faz com que, por exemplo, “muitas se tornem encenadoras” ou procurem
criar as suas próprias companhias.
Outra conclusão do estudo aponta para a existência de cada vez mais diplomados por escolas de dramaturgia.

RRP1, 27-3-2008