21 março, 2007

 

4 years after

Era suposto serem apenas 15 dias!



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Vice-presidente enforcado no aniversário da invasão

Cadi Fernandes

Bagdad assinala hoje, de forma macabra, o quarto aniversário da invasão, enforcando, às primeiras horas da madrugada, Taha Yassine Ramadan. Ou seja, 20 de Março, mais do que a data em que a coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, entrou no Iraque em 2003, ficará para a História como o dia em que o vice-presidente morreu. Da mesma forma que 30 de Dezembro de 2006 será "celebrado" pela maioria xiita como o dia em que Saddam Hussein foi enforcado.

Para "celebrar" não haverá muito mais. Uma sondagem, divulgada ontem, indica que os iraquianos estão muito pessimistas quanto ao futuro: só 39% descortinam a possibilidade de as suas vidas melhorarem. Percentagem ainda menor (26%) é a dos que se sentem seguros nos seus bairros. A sondagem foi encomendada pelas cadeias de televisão BBC, ABC News e ARD, além do jornal USA Today.

O desencanto será generalizado. Atinge mesmo um homem insuspeito: Kadhim al-Juburi, que, de maço em punho, derrubou uma das inúmeras estátuas de Saddam em 2003. Hoje, Juburi admite ao jornal britânico Guardian: "A sério que lamento ter deitado a estátua abaixo. Os americanos são piores do que a ditadura. Cada dia é pior do que o anterior."

Nada que demova o primeiro-ministro, o xiita Nuri al-Maliki, de afivelar o seu optimismo. Pelo contrário, até. "Diria que a violência sectária terminou." Não só "diria" como disse mesmo, em entrevista à estação de televisão britânica ITV. "O início de uma guerra sectária constituiu uma ameaça, mas isso acabou graças a dois factores: o primeiro foi o processo de reconciliação nacional, no qual nos continuamos a concentrar; o segundo é a capacidade das forças de segurança para deterem os que provocam as violências sectárias", assegura Maliki.

O que fica do que passa? Já terão morrido quase 60 mil civis iraquianos, 3205 soldados americanos, 132 britânicos e outros 124 de outros países membros da coligação.

"Paciência"

No século XIX, "Deus também disse a William McKinley para invadir as Filipinas, à semelhança do que terá acontecido quando aconselhou George Bush a invadir e a ocupar o Iraque". Com humor, o paralelismo foi traçado ao DN por William Marina, professor de História da Florida Atlantic University e analista do Independent Institute. Um século depois, regresso ao passado: o Presidente dos Estados Unidos voltou a pedir, ontem, "paciência" aos seus concidadãos. Retirar agora, embora tentador, teria "consequências devastadoras para a segurança americana".

Ainda antes da invasão das Filipinas, decidida em 1898 pelo então Presidente McKinley, a própria Revolução Americana, no século XVIII, constituiu um precedente para o que se passa no Iraque, com o envolvimento de rebeldes de outros países, como o Irão e a Síria. "A luta ideológica da república contra a monarquia atraiu muitos europeus, incluindo franceses, que, após combaterem, regressaram com o que se passou a chamar de 'doença americana', anos antes da Revolução Francesa."

Outra comparação: naquela altura, Bagdad "era" Nova Iorque e os americanos de hoje "eram" os britânicos de ontem. "Os britânicos nunca controlaram muito mais do que Nova Iorque e tinham medo de se aventurar à noite com receio de ataques de rebeldes americanos", recorda o interlocutor do DN.

Nas Filipinas, que, após o domínio espanhol, foram ocupadas pelos Estados Unidos entre 1898 e 1946 - ano em que obtiveram a independência -, outras tantas semelhanças: os Abu Ghraibs de então eram os famigerados "reconcentrados" (prisões). Também se "usava a tortura da água" e "morreram entre 200 mil e 600 mil civis". "A única verdadeira diferença é que os iraquianos têm montes de armas e os filipinos não tinham."

Marina tem ainda outra certeza: "O verdadeiro vencedor da invasão foi o antiamericanismo radical. Não só entre os islâmicos mas também em lugares como a América Latina."

DN, 20-3-2007, pág. 2
 
"A situação é desesperada"

Helena Tecedeiro

Harlan Ullman
Perito militar americano

Especialista em Segurança e Política Externa, é autor, com James Wade, da doutrina "Choque e Pavor" que deu nome à operação dos EUA no Iraque

Conselheiro do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais

Quatro anos após a invasão, o Iraque vive uma guerra civil com várias fontes de violência, diz ao DN o perito americano em Segurança Harlan Ullman. De passagem por Lisboa, o autor da doutrina "Choque e Pavor", que deu nome à operação dos EUA no Iraque, garante que a Casa Branca não usou a sua estratégia, apenas "o slogan".
A sua doutrina "Choque e Pavor" deu o nome à operação dos EUA no Iraque, em 2003. Apesar disso, é um crítico feroz da forma como Washington actuou naquele país. Porquê?

A noção de choque e pavor não é a que foi usada no Iraque. Trata-se de controlar a vontade e percepção do adversário, levando-o a fazer o que queremos e deixar de fazer o que não queremos. Não se trata de combater o exército iraquiano ou outro. Mas o que vimos naquela guerra foi uma tentativa para derrotar os soldados iraquianos e chegar a Bagdad o mais rapidamente possível. As minhas críticas prendem-se com o facto de não termos compreendido a cultura e política iraquiana. Não estávamos preparados para o pós-guerra. O que se gerou foi o caos, violência e instabilidade. E vai ficar muito pior antes de melhorar.

A forma como a Administração aplicou a sua doutrina...

Não aplicou. O que fez foi usar um slogan. Quando vi o nome atribuído à operação dos EUA no Iraque fiquei abismado. O que é interessante é que o ex-secretário da Defesa Donald Rumsfeld pertencia ao grupo de trabalhos. Fiquei chocado por não ter aplicado a doutrina correcta.

Porque não o fez?

Na Casa Branca acreditavam que, chegados a Bagdad, a guerra terminava, os iraquianos assumiam o controlo e não era preciso preocuparem-se com o pós-guerra. Se olharmos para o plano do general Tommy Franks, prevê que 45 meses após a invasão, no Natal de 2006, os EUA só já tivesse 20 mil soldados no terreno.

Quando elaborou a doutrina, pensou nas vítimas que poderia causar?

O objectivo do "Choque e Pavor" era minimizar as baixas. Por isso, não posso responder à sua pergunta. Claro que há baixas, danos colaterais. Não é uma questão de doutrina, é a tragédia da guerra.

Como é que classifica a situação no Iraque neste momento?

Desesperada.

Falaria em guerra civil?

Há várias guerras civis. Entre xiitas, sunitas e curdos. Há quatro ou cinco fontes de violência: rebeldes, terroristas, Al-Qaeda, prisioneiros, iraquianos que recebem dinheiro para fazer explodir coisas. É uma situação muito complicada, tal como os mais recentes relatórios dos serviços secretos concluíram.

Qual é a solução?

Não há nenhuma.

Mas entre enviar mais tropas e retirar, qual é a melhor opção?

Não sei. Se retirarmos amanhã, a situação vai cair numa enorme instabilidade e violência. Esse seria provavelmente o pior cenário. Mas se ficarmos, também se pode agravar. A minha tendência é para ficar, mas o que se passa é uma catástrofe e não há solução. Apenas podemos conter a violência. E nem a Administração, nem o Congresso parecem ver isso. Os democratas criticam a Casa Branca, mas não têm uma alternativa.

Faz parte dos 65% de americanos que acham que os EUA não podem ganhar a guerra

Sim, e achei isso desde o primeiro dia. Não percebemos no que nos estávamos a meter. Como se define ganhar? Eu diria que é deixar um país estável com um governo democrático. Temos de esquecer a ideia de impor uma democracia.

Todos falam de um ataque ao Irão. É uma possibilidade?

Sim.

Os EUA têm meios para mais uma guerra?

Não se trata de mais uma guerra. Se houver um ataque, irá ocorrer no próximo ano contra as instalações nucleares iranianas. É claro que temos meios para o fazer. A probabilidade de o fazermos é baixa, mas não é nula. Bush não vai deixar essa responsabilidade para o sucessor.

Desta vez deviam aplicar a sua doutrina?

Não a deviam ter aplicado da primeira vez. Atacar o Irão pode ser tão mau ou pior do que atacar o Iraque. Trata-se de um país com mais de 70 milhões de habitantes e tem forma de retaliar.

DN, 20-3-2007, pág. 4
 
A guerra e os seus efeitos contaminadores são de furiosa actualidade

Felipe González
Antigo chefe do Governo espanhol (1982-1996)

"Já que não somos profundos, sejamos ao menos obscuros", dizia Alfonso de Cossío, citando o seu mestre Felipe Clemente de Diego, quando começava a explicar-nos direito de hipotecas. Pior do que a obscuridade que oculta a falta de profundidade é a inconsistência. Embora nem sempre as palavras inconsistentes ponham a nu uma inteligência da mesma natureza, convertem-se em sintoma se forem pronunciadas com solenidade e pretensa ironia para desarmar os críticos.

Essa é a impressão que tive quando ouvi o sr. Aznar reconhecer que não sabia que não existiam armas de destruição maciça no Iraque, acrescentando que ninguém o sabia então. Não o sabia ele nem ninguém naquele momento decisivo da declaração de guerra, explicava satisfeito pelo seu penetrante argumento. E recebia, como no debate do Congresso que amparou a sua decisão, aplausos e risos dos seus.

Quatro anos depois daquela decisão do trio dos Açores, a guerra prossegue num crescendo sem fim. É evidente que não sabiam que havia armas de destruição maciça no Iraque, porque não as havia. Por isso os inspectores garantiam que não as tinham descoberto, mas,como não podiam afirmar que não as houvesse, pediam para continuar o trabalho.

Declararam essa guerra pelo sim pelo não, ou porque lhes cheirava a armas de destruição maciça, ou porque era impensável que não as houvesse. Tentaram desacreditar os relatórios negativos, como se percebeu pelo caso judicial do homem de confiança de Cheney. Com estúpida arrogância, embarcaram-nos num conflito sem causa pretendendo demonstrar ao mundo que logo se veria como eles tinham razão e os outros se enganavam.

Neste quarto aniversário, os dirigentes do PP e o seu complexo de apoio neocon insistem em que esta guerra não interessa a ninguém. Que é inútil falar dela. E podem ter razão se se referem à peristência das mentiras que nos levaram ao conflito, mas é impossível evitar o debate, por responsabilidade, para tentar encontrar uma saída para o desastre em que se converteu para todos, e não só para os iraquianos. A terrível actualidade do conflito e as suas consequências não permite despachá-lo nem com banalidades, nem olhando para o lado.

Nem no Iraque, nem na região, nem na Europa, nem no mundo, se pode afirmar que o terrorismo que diziam combater tenha diminuído. Só os irresponsáveis pretendem que não falemos de uma guerra que ameaça estender-se a todo o Médio Oriente e à Europa a que pertencemos, em forma de atentados terroristas como os que sofremos em Espanha e no Reino Unido. E o mais dramático é que o conseguem, no meio deste ruído crispado em que nos metem para colocar na agenda as mentiras com que querem distrair e confundir.

Afirmam que por trás do 11-M não estava esta terrível decisão de declarar uma guerra que se despacha agora com um "não sabia", ao mesmo tempo que baseiam uma das suas teorias sobre o atentado no desejo dos terroristas de mudar o Governo e a sua política externa. Em que ficamos? Ninguém nega, nesta altura, que o risco de sofrer ataques terroristas internacionais seja proporcional à implicação nesse conflito, tal como aclaravam os relatórios dos serviços de informações.

É impossível e irresponsável deixar de falar desta guerra porque na agenda internacional de qualquer governo sério o conflito é de dramática actualidade, embora se tenham apagado os debates sobre as mentiras da sua origem e a atenção se centre na desesperada procura de saídas das areias movediças em que nos meteram. E é irresponsável porque o ruído de fundo que se criou para preparar o ambiente daquela acção desmiolada volta a sentir-se perante a crise do Irão, como se estivéssemos nos preliminares de outro ataque preventivo. As mentiras daquela guerra são do passado, mas novas mentiras podem levar-nos a outros confrontos de consequências imprevisíveis.

A própria situação do Afeganistão, cada dia mais grave e que já parece actual aos dirigentes do PP porque infelizmente houve mais uma morte, tem a sua origem no lodo iraquiano. Aquela intervenção teve o aval da comunidade internacional, através do Conselho de Segurança da ONU e a sua natureza é hoje a mesma que quando o Governo do PP aceitou a participação de Espanha. Por isso, os que interrogam o presidente do Governo actual têm a resposta na sua própria acção de governo, apoiada - essa sim - pela oposição de então.

A degradação do Afeganistão é consequência da guerra do Iraque, porque impediu que se concentrasse o esforço necessário para aproveitar a derrota de um governo que apoiava o terrorismo internacional e se apoiava nele. Se o esforço tivesse continuado, sem distrair forças no disparate iraquiano, a situação seria radicalmente diferente. Mas as teorias da chamada "justiça infinita" ou da guerra permanente levaram-nos a objectivos que nada tinham a ver com o que se dizia. E podem continuar a levar o mundo por esse caminho!

Infelizmente, a guerra do Iraque e os seus efeitos contaminadores são de furiosa actualidade, até ao ponto de que os governantes iraquianos, com melhor critério do que os governantes que provocaram esta guerra, tentam encontrar uma saída apelando à cooperação dos vizinhos na estabilização do Iraque. Assim, vemos os governos do Irão e da Síria - o que resta do eixo do mal - sentados com o do Iraque para superar a crise em que vive o país e a região. O Governo iraquiano actual terá algo a ver com os governos ocupantes do seu território ou começam a estar fartos desta cegueira?

Nem a proliferação de armas de destruição maciça nem o terrorismo internacional como ameaças para todos diminuíram com esta estratégia, mas precisamente o contrário. Todos temos menos segurança e pagámos um alto preço em liberdades cívicas. É de urgente actualidade fazer todo o possível para mudar de direcção e dar argumentos para isso à comunidade internacional. Sem dúvida, a tarefa mais importante da realidade mundial actual.

DN, 20-3-2007, pág. 5
 
Negócio das malas floresce em Bagdad

Patrick Fort*
Em Bagdad

Assustados com as ameaças e a violência, milhões de iraquianos abandonaram as suas casas, indo para zonas mais seguras ou fugindo para o estrangeiro. Em Bagdad, proliferam as lojas de malas e alguns vendedores esfregam as mãos de satisfação. "Os negócios vão bem", admite à AFP Shafea Ali, de 36 anos, que tem uma loja de malas, desde há 12 anos, no bairro de El-Sitar, no centro de Bagdad.

A sua loja oferece malas, sacos de viagem e maletas de todos os géneros. O comércio prospera e isso vê- -se: os produtos são novinhos em folha e as entregas, regulares.

Shafea não quer revelar os números do seu negócio, mas reconhece, sem ambiguidades, que a crise económica e a violência não afectaram o seu business. Bem pelo contrário.

"Estamos sempre a precisar de malas. Para viajar, quando tudo corre bem. Para partir, quando corre mal. Para ir ver a família ao outro lado da cidade ou do país. Para arrumar coisas em casa. Quer uma?", pergunta, maliciosamente.

Nos bairros do centro da capital, em Rusafa e em Karrada, as lojas extravasam para os passeios. Chega a haver oito a dez lojas de seguida, vendendo quase sempre os mesmos modelos de malas. Os preços variam entre os 20 mil e os 50 mil dinares (entre 15 e 40 dólares).

Tamanha procura é plenamente justificada: cerca de dois milhões de iraquianos estão refugiados no estrangeiro e 1,8 milhões são deslocados no seu próprio país, segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Entre 600 mil e um milhão de entre eles partiram para a Síria e 750 mil para a Jordânia, de acordo com a ONU, enquanto que uma ONG do Cairo aponta para um número entre 120 mil e 150 mil no Egipto.

A cada mês que passa, cerca de 50 mil iraquianos fogem do seu país naquele que constitui o êxodo mais importante no Médio Oriente desde o dos palestinianos aquando da criação do Estado de Israel, em 1948.

"Muitos deles nunca viajaram antes, nunca tiveram malas, nunca apanharam um avião ou saíram do país", diz, com voz cansada, Fadel Abbas, de 64 anos, antigo fotógrafo reciclado em vendedor de malas.

Cada vez mais, os sunitas que vivem em zonas xiitas e os xiitas que vivem em regiões sunitas abandonam as suas casas procurando bairros onde se sintam mais seguros.

"A violência e o terrorismo levam a que não se possa viver aqui. O Iraque tornou-se um país de morte." *Jornalista da AFP

DN, 20-3-2007, pág. 3
 
Forca de Ramadan medida para evitar decapitação



Cadi Fernandes
AP-Hadi Mizban (imagem)

A corda com que enforcaram Taha Yassine Ramadan, ontem de madrugada, em Bagdad, foi criteriosamente escolhida, de acordo com o peso do antigo vice-presidente iraquiano, por forma que o nó não ficasse tão apertado que o decapitasse, como sucedeu, a 15 de Janeiro, a Barzan Ibrahim al-Tikriti, ex-chefe da polícia secreta. Também não se ouviram gritos, ao contrário do que se verificara, a 30 de Dezembro, com Saddam Hussein - apenas uma derradeira prece de Ramadan. "Não há nenhum Deus além de Alá e Maomé é o seu profeta." Depois, o silêncio.

Ou seja, desta vez, não houve nada a assinalar, como disseram aos jornalistas alguns dos presentes. No quarto aniversário da invasão da coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, Ramadan foi o quarto antigo responsável iraquiano a ser executado, depois de Saddam, Ibrahim e Awad Hamed al-Bandar - que presidiu ao Tribunal Revolucionário -, também a 15 de Janeiro.

E agora? Peter Beinart, analista americano do Council on Foreign Relations, declarou, ontem, ao DN: "A situação no Iraque é - e penso que todos concordarão - muito má, com um governo muito fraco, uma sociedade muito polarizada. E esta execução, que mais parece uma vingança dos xiitas, só contribuirá para aumentar essa polarização."

Confrontado com a acusação recentemente feita por Giovanni di Stefano, advogado de Ramadan e de Saddam, em entrevista ao DN, segundo a qual estas execuções são o corolário de processos ditados pelos EUA, Beinart discorda. "Não foram os julgamentos ideais, admito, mas quem queria ver Saddam, Ramadan e os outros mortos eram os xiitas, em geral, e o primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, em particular."

Adianta, antevendo muita violência nos tempos mais próximos: "Se há ilegitimidade nos processos deve ser assacada aos iraquianos, porque os EUA, que não ficaram satisfeitos com o que aconteceu a Saddam, defendem a reconciliação. A reconciliação é a melhor oportunidade que temos para podermos sair dali."

Executados todos os réus do processo pelo massacre de Dujail (morte de 148 aldeões em 1982), resta saber o que sucederá aos arguidos de outro processo: o da campanha militar que, em 1987-88, matou dezenas de milhares de curdos. São seis os réus, acusados de crime contra a humanidade, entre os quais se destaca Ali Hassan al-Majid, mais conhecido por "Ali, o Químico", primo de Saddam Hussein.

DN, 21-3-2007, pág. 12
 
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