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Duas rodas fazem a festa

Hoje é dia de recordar os perigos e as vantagens dos motociclos _ no "Dia dos Motociclistas" renovam-se as aspirações a melhorar as estatísticas da sinistralidade nas estradas portuguesas e ouvem-se mais alto os pedidos de maior atenção aos utilizadores de motociclos. Mais vagas para estacionamento para motos nas ruas centrais da cidade e mais vias de circulação são algumas reivindicações.

Ao mesmo tempo, os números pouco animadores repetem-se todos os anos. Em 2006, os motociclistas foram o terceiro grupo com mais vítimas mortais (120), atrás dos peões (137) e dos automobilistas (de ligeiros de passageiros e de transportes), com 418 mortos. Só estes dados são aterradores. Mas o pior está para vir um quarto dos motociclistas envolveram-se já em acidentes, segundo números da DGV.

Os motociclos são,aliás,os transportes mais envolvidos em acidentes com vítimas mortais, números que todos os anos há esperança de melhorar, mas cuja redução tem sido lenta em Portugal. Os dados conhecidos referem que 23,3% dos acidentes terminam com o falecimento dos condutores, contra 3,3% e 3 ,4% dos veículos pesados e ligeiro.


Risco alto de acidentes

É um sinal de alerta, em dia de comemorações em 2006, os motociclistas foram o terceiro grupo com mais vítimas mortais (120), atrás dos peões (137) e dos automobilistas de ligeiros de passageiros e de transportes, com 418 mortos. Quanto a feridos graves, foram registados 449 casos nos motociclos, 617 nos peões e 1754 nos veículos ligeiros, segundo o relatório anual de sinistrados da Direcção-Geral de Viação. Analisando apenas os dados de condutores falecidos - deixando de fora os passageiros e os peões - as vítimas mortais relacionadas com os motociclos diminui para 113, ao passo que os ligados aos veículos ligeiros descem para 275. Por cada mil veículos em circulação, 25,2% dos condutores de motociclos estiveram envolvidos em acidentes, contra 17% de motoristas de pesados e 8,6% de condutores de veículos ligeiros. Quanto à percentagem de vítimas em mil veículos, os motociclistas surgem isoladíssimos, com 23,3% dos acidentes a terminarem com o falecimento dos condutores, contra 3,3% e 3 ,4% dos veículos pesados e ligeiros, respectivamente.

Em busca da fama

As duas rodas são frequentemente encaradas como um símbolo de rebeldia e liberdade e isso está bem patente nas suas aparições no meio audiovisual, quer nas séries televisivas, quer no cinema. Exemplos míticos como o filme Easy Rider, obra de 1969, que contava com Peter Fonda, Dennis Hopper e Jack Nicholson montados numa Harley Davidson Panhead de 1951. Mais recentemente, o fascínio pelas motas renasceu com a série Dr. House, de 2004, onde a personagem Gregory House conduz uma Honda CBR1000RR Repsol. Até filmes sobre personalidades históricas, como Che Guevara e Benito Mussolini, contaram com este veículo (Diários de Che Guevara, de 2004, e Chá com Mussolini, de 1999, respectivamente). Mesmo o super-secreto agente de sua Majestade, James Bond, teve um encontro imediato com uma BMW R 1200 C, no 19º episódio da saga, Tomorrow Never Dies.

Procura em alta

Talvez por isso, em 2006 foram vendidas 17706 motociclos (mais de 50 cm2 e quadriciclos), mais duas mil que no ano anterior (15846). Honda, Yamaha e Suzuki foram as mais procuradas, correspondendo a mais de metade das vendas, mais de oito mil das matrículas, isto segundo os dados da Associação de Comércio Automóvel Português.

JN, 14-4-2007