09 abril, 2007

 

Bancos


Como é possível tantos, tão bons e produtivos ?


http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco

http://www.bportugal.pt/

http://www.ecb.int/ecb/html/index.pt.html

http://www.millenniumbcp.pt/
http://www.activobank7.pt/v10/PT/jsp/publico/homepage.html

Parceiros:

http://www.sbsi.pt/sbsi/sbsi.asp?temaId=61&root=SBSI
http://www.sibace.pt/
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Tendências sindicais:

http://www.sbn-sams.com/
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Aviso do Banco de Portugal n.º 3/2008, D.R. n.º 61, Série II de 2008-03-27
Banco de Portugal
Define o conteúdo da prestação de informação sobre o saldo disponível das contas de depósitos à ordem
Acórdão n.º 174/2008, D.R. n.º 98, Série II de 2008-05-21
Tribunal Constitucional
Não julga inconstitucional a cláusula 137.ª do acordo colectivo de trabalho vertical para o sector bancário, publicado no Boletim do Trabalho e Emprego n.º 31/1992
Decreto-Lei n.º 88/2008, D.R. n.º 103, Série I de 2008-05-29
Ministério das Finanças e da Administração Pública
Altera o Decreto-Lei n.º 51/2007, de 7 de Março, que regula as práticas comerciais das instituições de crédito no âmbito da celebração de contratos de crédito para a aquisição ou construção de habitação, o Decreto-Lei n.º 430/91, de 2 de Novembro, que regula a constituição de depósitos, e o Decreto-Lei n.º 171/2007, de 8 de Maio, que estabelece as regras a que deve obedecer o arredondamento da taxa de juro nos contratos de leasing, alugar de longa duração, factoring e outros
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça n.º 9/2008, D.R. n.º 208, Série I de 2008-10-27
Supremo Tribunal de Justiça
Verificados que sejam todos os restantes elementos constitutivos do tipo objectivo e subjectivo do ilícito, integra o crime de emissão de cheque sem provisão previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 454/91, de 28 de Dezembro, na redacção introduzida pelo Decreto-Lei n.º 316/97, de 19 de Novembro, a conduta do sacador de um cheque que, após a emissão deste, falsamente comunica ao banco sacado que o cheque se extraviou, assim o determinando a recusar o seu pagamento com esse fundamento
Aviso do Banco de Portugal n.º 8/2008, D.R. n.º 211, Série II de 2008-10-30
Banco de Portugal
Incorpora alterações regulamentares decorrentes da entrada em vigor dos Decretos-Leis n.os 103/2007 e 104/2007, ambos de 3 de Abril, que transpuseram para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/49/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Junho, relativa à adequação dos fundos próprios das empresas de investimento e das instituições de crédito, e a Directiva n.º 2006/48/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Junho, relativa ao acesso à actividade das instituições de crédito e ao seu exercício
Aviso do Banco de Portugal n.º 10/2008. D.R. n.º 246, Série II de 2008-12-22.
Banco de Portugal
Estabelece os deveres de informação e transparência a serem observados pelas instituições de crédito e sociedades financeiras na publicidade de produtos e serviços financeiros

Decreto-Lei n.º 54/2009. D.R. n.º 42, Série I de 2009-03-02
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
Determina as condições de abrangência do regime geral de segurança social aos trabalhadores que venham a ser contratados pelas instituições bancárias

Comments:
Banca perdeu 13 mil efectivos em dez anos

Paula Cordeiro

A banca portuguesa perdeu cerca de 13 mil postos de trabalho nos últimos dez anos. Dos 63 mil efectivos a trabalhar no sector em 1996, os bancos portugueses empregavam, no ano passado, cerca de 50 mil trabalhadores, correspondendo a uma quebra de 20,6%.

Em relação a 2006, são apenas conhecidos os totais referentes a um conjunto de instituições bancárias (32 bancos) que coincidem com os maiores empregadores do sector. Estes dados, disponibilizados pela Associação Portuguesa de Bancos (APB) na semana passada, indicam um total de 49 504 trabalhadores bancários no ano passado, faltando os dados de algumas instituições de menor dimensão, em termos de número de funcionários.

Estes 49 505 efectivos bancários de 2006 comparam com um total de 45 515 trabalhadores em 2005, para o mesmo universo de bancos, o que traduz um acréscimo de 8,8%, de acordo com o relatório da APB.

O aumento de colaboradores nestes 32 bancos nos dois últimos anos deveu-se, de acordo com a APB, "à integração de serviços que anteriormente estavam externalizados em outras empresas", como explicou ao DN fonte da APB.

Esta situação tinha já ocorrido um ano antes. Com efeito, foi em 2005 que se verificou, pela primeira vez em nove anos, um saldo positivo entre as entradas e saídas de trabalhadores do sector bancário.

A razão deveu-se também à integração de efectivos de empresas que não faziam parte do universo dos grupos bancários. No final de 2005, em todo o sector bancário, existiam 53 180 funcionários, mais 425 que no ano anterior.

Maior redução em 2000

O exercício de 2000 protagonizou a maior redução de bancários dos últimos dez anos. Ao todo, os bancos portugueses dispensaram 3617 trabalhadores. Neste ano, o grupo Banco Co-mercial Português acabava de integrar o Banco Mello e o Pinto & Sotto Mayor, procedendo, à semelhança do que aconteceu em todos estes anos, à redução de efectivos através de reformas antecipadas e rescisões amigáveis.

No ano de 2002, assiste-se a um novo "pico", em termos de redução de efectivos: saíram da banca 2541 trabalhadores. Foi um exercício marcado por uma forte contenção de custos, face ao 11 de Setembro de 2001 e à consequente perda de receitas por parte do sector financeiro.

No sentido inverso, a rede de balcões tem vindo a crescer. Entre 1996 e 2005, o total de agências bancárias existente em Portugal passou de 4473 para 5533 balcões, um acréscimo de 23,6%.

Em relação ao ano passado, e de acordo com os dados disponibilizados apenas por 32 bancos, a rede cresceu 3,4%, ou seja, mais 153 agências, para um total de 4669 lojas.

A maior expansão da rede verificou-se em 1999, com os balcões bancários a registarem um aumento de 387 agências. Entre 1999 e 2002 assistiu-se a um ligeiro decréscimo da rede, que voltou a apresentar um saldo positivo em 2003.

Numa altura em que ainda não são conhecidos os números totais do trabalhadores do sector bancário em 2006, sabe-se já que a maior redução coube ao Millennium bcp e à Caixa Geral de Depósitos (CGD).

O banco liderado por Paulo Teixeira Pinto foi responsável pela saída de 634 colaboradores, uma redução de 5,5% na sua população activa. O banco público, por seu lado, reduziu em 422 o número dos seus efectivos.

Entre os cinco grandes, o BPI foi o único que apresentou um saldo positivo, tendo criado 217 novos postos de trabalho.

DN, 4-4-2007, pág. 27
 
Analistas do BES e BPI são os melhores de Espanha

Pedro Ferreira Esteves

Portugal foi ganhando, nos últimos anos, uma fama muito especial entre os investidores na Bolsa de Madrid: as recomendações feitas por bancos portugueses sobre acções e as suas previsões de resultados das empresas são vistas como um barómetro normalmente certeiro para as decisões de investimento. Como resultado dessa notoriedade, dois analistas do BES e um do BPI foram eleitos entre os cinco melhores de Espanha. E os dois bancos encabeçam a lista das melhores casas de investimento a operar em Madrid.

A estratégia das duas instituições financeiras portuguesas - partilhada ao DN pelos seus responsáveis de análise de investimentos - tem vários pontos em comum. Ambos iniciaram a sua actividade em 1999 - o BES através da aquisição de uma das maiores corretoras espanholas, a Benito y Monjardin - e o objectivo dos dois passou pela procura de "notoriedade" (BES) ou "visibilidade" (BPI). Por outro lado, a exportação dos seus serviços de Bolsa teve como alavanca o facto de, a partir da criação da moeda única, os mercados de Portugal e Espanha terem passado a funcionar numa lógica ibérica, com as empresas de cada país a cruzarem-se na fronteira em busca de diversificar os seus negócios.

Mas entre os mercados português e espanhol há diferenças. De acordo com Ana Negrais de Matos, chefe da equipa de análise (research) do BPI, "há sempre algumas diferenças, nomeadamente em termos fiscais, legislativos, contabilísticos". E também "a diferença de dimensão e diversidade dos dois mercados". Já para os responsáveis do BES Investimento "os dois mercados, por via da diferença significativa de dimensão, têm coberturas distintas" das respectivas acções.

A importância dos prémios

A norte-americana Starmine oficializou, com os seus prémios, a fama que os analistas dos bancos portugueses já têm na comunidade espanhola da Bolsa de Madrid. O BPI ficou em segundo lugar na lista das melhores corretoras do Ibex-35 em 2006 e garantiu o quinto posto na tabela da melhor cobertura de empresas de pequena e média dimensão O seu analista Enrique Soldevila foi eleito o quinto melhor de Espanha.

No que diz respeito ao BES, o banco liderado por Ricardo Salgado foi escolhido como o terceiro melhor na cobertura do Ibex 35. E ficou em quarto lugar na análise das pequenas e médias empresas espanholas. A sua analista Paula Albarrán foi eleita pela Starmine como a melhor de Espanha e Eva Hernández ficou no quatro posto.

Que efeito têm estas distinções na actividade dos bancos em Espanha? Para o BES, "dificilmente atingiríamos os resultados e notoriedade no prazo em que o fizemos". Já segundo o BPI "é muito importante porque muitos investidores usam a Starmine na escolha dos corretores com que trabalham".

DN, 8-4-2007, pág. 28
 
BCP faz ofensiva de 'charme' sobre núcleo duro do BPI

Maria João Gago

O Banco Comercial Português (BCP), através do seu responsável máximo e do presidente do seu conselho geral e de supervisão, Paulo Teixeira Pinto e Jorge Jardim Gonçalves, vai lançar, a partir de hoje, uma operação de charme sobre o núcleo duro de accionistas do Banco BPI. O objectivo é convencer os principais investidores da instituição liderada por Fernando Ulrich - La Caixa (25%), Itaú (17,5%) e Allianz (8,94%) - a aceitarem a sua oferta pública de aquisição (OPA), que tem início amanhã. No mínimo, o BCP quer partir o núcleo duro de accionistas do BPI que, no total, controla 60% do capital do grupo.

Aparentemente, a tarefa não será fácil, uma vez que os investidores de referência se têm mantido coesos na oposição à OPA. Ainda na quinta- -feira, voltaram a reafirmar a sua rejeição à oferta, depois de a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários ter registado a operação. O mercado admite que o BCP vai tentar quebrar esta coesão aumentando o preço da OPA, que actualmente é de 5,7 euros, e tentando convencer alguns accionistas a trocarem as suas posições no BPI por acções do banco de Teixeira Pinto.

No prospecto da operação, disponibilizado na quinta-feira, é, mais uma vez, afastada a possibilidade de o BCP subir o preço. O oferente alerta mesmo que os compromissos negociados com a Autoridade da Concorrência com o objectivo de obter a luz verde desta entidade - e que impõem a venda de activos - "não deixarão de ter um impacto desfavorável nas projecções económicas subjacentes à oferta". Assim, neste cenário e na perspectiva do BCP, "a manutenção da contrapartida (...) configura, objectivamente, um esforço financeiro adicional". Ainda assim, para a generalidade dos analistas, se não subir o preço, Teixeira Pinto estará implicitamente a desistir da OPA.

No documento oficial da oferta, o BCP volta também a reafirmar a sua disponibilidade para encontrar soluções que permitam aos accionistas do BPI trocarem as suas posições por acções do oferente. "No caso de haver, por parte dos accionistas da sociedade visada, interesse em fazer parte da estrutura accionista do Millennium bcp (...), [o banco] admite ainda vir a equacionar a análise e promoção de condições adequadas para que esse interesse possa vir a ser concretizado." Mas mesmo com esta abertura, os observadores duvidam que o núcleo duro do BPI se parta com o preço nos 5,7 euros.

Certo é que uma subida do valor oferecido terá que acontecer até ao dia 25 de Abril, caso o calendário da OPA não seja prolongado - o que só acontecerá se algum accionista, que não seja o próprio BCP, convocar uma assembleia geral do BPI, destinada a eliminar os limites de voto. Se o preço não subir até dez dias antes do final da oferta, o fracasso da operação será quase certo. A não ser que ocorra uma grande reviravolta na posição dos accionistas de referência que têm apoiado Fernando Ulrich na oposição à OPA.

Os próximos dias serão determinantes para medir o pulso à confiança que o BCP deposita no sucesso da operação. E a apresentação dos resultados do grupo referentes ao primeiro trimestre, agendada para o dia 24 deste mês, poderá servir para Teixeira Pinto mostrar ao mercado qual será o desfecho da oferta.

DN, 9-4-2007, pág. 28
 
Mercado ainda não desistiu da OPA da banca

Pedro Ferreira Esteves

As acções do BCP continuam condicionadas pela incógnita relativamente ao desfecho da oferta pública de aquisição (OPA) sobre o BPI. As suas oscilações têm variado entre as fortes subidas - perante sinais de que a OPA vai falhar e, portanto, deixa de ser necessário pedir ajuda aos accionistas para a financiar - e algumas correcções ou até estagnação - com as indicações de que poderá ainda comprar o BPI, o que acabará por penalizar a sua actividade no curto prazo, ao mesmo que retirará do mercado a especulação em torno de uma possível ofensiva de estrangeiros. É este último caso que explica a evolução mais recente do BCP em bolsa.

Os títulos fecharam, quinta-feira, a valer 2,78 euros, já longe do máximo de 2,94 euros atingido há quase dois meses. A este preço, as acções do BCP são as mais baratas do sector bancário português, tendo em conta a análise do seu valor face aos lucros obtidos no último exercício. Uma situação que demonstra que o mercado ainda não abandonou completamente a OPA da banca. Se já o tivesse feito, o valor do BCP em bolsa seria neste momento superior, perto do referido máximo.

Este cenário também é perceptível na evolução das acções do BPI, que valem actualmente 6,55 euros, abaixo mas não longe dos 6,82 euros que atingiram há um mês. Os analistas defendem que a OPA só terá sucesso com uma contrapartida superior a sete euros. O facto de o BPI não baixar da fasquia dos 6,50 euros traduz a convicção de que essa hipótese ainda não "morreu".

DN, 9-4-2007, pág. 29
 
'Sites' dos bancos sem dados exigidos por lei

Paula Cordeiro

Os bancos vão ter de informar de forma detalhada, através dos seus sites na Internet, os dados essenciais sobre a taxa de juro, os prazos e as condições especiais dos seus créditos à habitação. E é já desde a passada sexta-feira que a informação mais detalhada em causa tem de estar disponível, o que em alguns casos não acontece.

De acordo com o novo diploma - Decreto-Lei 51/2007 - que estabelece os limites máximos de comissão a cobrar pelo banco -, em caso de amortização parcial ou total de um empréstimo à compra de casa - o dever de informação dos bancos perante os clientes, em matérias de crédito hipotecário, é reforçado. Esta legislação começa, em termos práticos, a ser aplicada hoje, apesar da entrada em vigor na sexta-feira.

O artigo 10.º do referido documento estipula que o banco "deve colocar no seu sítio na Internet, de forma detalhada, as informações referentes" ao "cálculo da TAE (taxa anual efectiva) com as condições não promocionais, o período de validade das condições promocionais e suas consequências a longo prazo, "o prazo para a contagem do cálculo dos juros" e ainda " o modo e as condições de reembolso antecipado, parcial ou total, do contrato".

Numa pesquisa feita pelo DN junto dos sites dos maiores bancos portugueses verifica-se que estas regras não são totalmente seguidas. E apenas no que se refere ao cálculo da taxa de juro.

No caso da Caixa Geral de Depósitos (CGD), as taxas de juro indicadas para o crédito à habitação são feitas com base na taxa anual nominal (TAN), ou seja, não tem em conta os encargos inerentes e efectivamente pagos, que resultam na TAE (que regista um valor mais alto).

O mesmo acontece com o Millennium bcp, que faz também os seus cálculos para os juros com base na TAN. O Banco Espírito Santo (BES), por seu lado, informa como é calculada a taxa, mas não refere se esta é TAN ou TAE. No caso do Santander Totta, é indicada a TAE, mas tem em conta um exemplo.

O Banco Português de Investimento (BPI) é o único que indica o cálculo da taxa de juro aplicada, usando a TAE.

O diploma sobre as novas regras para as comissões a cobrar em caso de amortização do empréstimo não esgota, pois, o seu alcance apenas no valor máximo fixado para estas comissões. Além do reforço desta informação disponibilizada pelos bancos, a nova legislação impede igualmente os banco de fazerem de- pender a celebração de um contrato de crédito da subscrição de outros produtos comercializados pelo banco.

Este é um dos pontos que a banca deverá "contornar" sem dificuldade. Ou seja, a adesão a um cartão de crédito, um depósito ou qualquer serviço não é "imposto" ao cliente. Simplesmente, a sua subscrição permite ao cliente obter condições mais vantajosas, ou seja, uma taxa de juro mais baixa.

DN, 9-4-2007, pág. 30
 
Número de trabalhadores na Banca aumentou 8,8%

Isabel Forte

Empregados por balcão também aumentaram, em média, de 10 para 11 pessoas

O número de empregados bancários aumentou 8,8% e o número de balcões cresceu 3,4%, no ano passado,o que correspondeu a um acréscimo de mais um trabalhador por cada balcão existente no país. Os dados, organizados pela Associação Portuguesa de Bancos (APB), integram o Boletim Informativo referente à actividade do sector em 2006, prestes a ser publicado.

Ao todo, revela a informação da APB, em 2006 a Banca empregou mais 3989 pessoas, totalizando 49 504 trabalhadores, contra os 45 515 registados em 2005. Um "acréscimo significativo", justifica a APB, "explicado pela integração de colaboradores de serviços anteriormente externalizados". Situação que acabou por levar "à subida do rácio de empregados por balcão para 11 unidades", quando em 2005 era de 10 pessoas por balcão.

Também o número de balcões, indica a nota da APB, registou um aumento considerável aos 4516 balcões existentes em 2005, juntaram-se, em 2006, mais 153, totalizando 4669 unidades. Um resultado, comenta a associação, que reflecte "a decisão estratégica de várias instituições no sentido do alargamento da rede de distribuição".

Em termos de custos com funcionamento, a informação avançada destaca os custos com o pessoal, que registou um agravamento de 7,7% mais 197 milhões de euros em 2006 (os custos totais com pessoal foram de 2743 milhões), face a 2005 (custos de 2546 milhões).

A APB afirma, também, que, no ano passado, a actividade bancária se desenvolveu "num ambiente económico de ligeira retoma", apresentando, ainda, "sinais de um comportamento positivo", tendo em conta o activo líquido dos bancos, que registou um aumento de 8,3%, apoiado pela expansão do crédito concedido a clientes, que cresceu a uma taxa anual de 10%.

JN, 10-04-07
 
Menos 13 mil!

Ruben de Carvalho
Jornalista
rubencarvalho@mail.telepac.pt

O DN de ontem inseria uma notícia que dava conta do facto, aparentemente surpreendente, de nos últimos dez anos o sector bancário português ter perdido 13 mil postos de trabalho, uma enorme quebra superior a 20%.

Não estamos face a um sector em crise - os lucros fabulosos estão aí para o de-monstrar -, embora, em contrapartida, seja seguramente das áreas económicas onde o peso da informatização e o recurso a novas tecnologias têm sido mais vastos, com as habituais consequências no emprego.

Mas registe-se que, ao mesmo tempo que se verifica esta brutal diminuição de trabalhadores, a rede de balcões das principais instituições bancárias aumenta, com necessidades que não podem dispensar o factor humano directo. Sabe-se, aliás, que, a par e passo com a multiplicação de cartões, o aumento de balcões é um factor lucrativo para a actividade bancária, uma vez que diminui a movimentação por levantamento real de numerário, mantendo a capacidade de dispor dos depósitos enquanto as operações quotidianas se virtualizam cada vez mais.

Todo este quadro mereceria um comentário mais aprofundado, não limitado apenas ao sector bancário ou à realidade portuguesa, e que aprofundasse a perversa mentalidade gerada pelo mercado bolsista que faz dos despedimentos um factor de valorização de cotações: uma empresa revela dificuldades, na semana seguinte, sem que tal corresponda a qualquer efectiva reestruturação ou mudança real de gestão, anuncia o sacrifício de uns milhares de postos de trabalho - e imediatamente as suas acções se vêem valorizadas, com os correspondentes lucros! Acrescente-se que em todo o mundo o sector bancário é daqueles onde as operações de redução de postos de trabalho se fazem de forma mais brusca e mesmo brutal: vulneráveis, por um lado e obviamente, ao sigilo e tendo, por outro lado, e exactamente pela informatização, o seu pes- soal especial acesso aos dados e processos operativos, a prática é o trabalhador saber que foi despedido quando, de manhã, se senta ao computador e verifica que a sua password foi cancelada e lhe é ordenado que se apresente no departamento de pessoal - para ser despedido ipso facto!

As relações entre o capital e o trabalho continuam, de facto, a não ser fáceis...

DN, 5-4-2007
 
Governo tenta forçar banca a criar mediação de conflitos

Paula Cordeiro

O Governo, através da Secretaria de Estado da Justiça, decidiu intervir e pressionar os principais bancos a avançar com o centro de mediação de conflitos de natureza financeira. Inicialmente, os cinco maiores grupos bancários mostraram-se disponíves para criar este organismo, mas desde então a ideia tem vindo a perder força no seio das instituições.

Segundo o DN apurou, João Tiago Silveira, secretário de Estado com a pasta da Justiça, decidiu intervir e está a desenvolver contactos para desbloquear o impasse gerado em torno desta questão.

De acordo com as mesmas fontes, o Millennium bcp e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) tinham já manifestado o seu apoio à criação de centro de mediação desta natureza, já existente para outras actividades, como os seguros.

No caso do Banco BPI e do Santander Totta, estas duas instituições mostraram-se igualmente disponíveis, mas defenderam que a criação desta organismo ocorresse no âmbito da Associação Portuguesa de Bancos (APB). O Banco Espírito Santo (BES) nunca manifestou a sua posição sobre o assunto.

O centro de mediação de conflitos de natureza financeira já foi debatido no seio da APB, durante uma das suas reuniões de conselho, soube o DN. Recentemente, o presidente da APB, João Salgueiro, referiu ao DN que a sua criação teria de partir da iniciativa dos bancos.

A existência de um centro de mediação de conflitos de natureza financeira foi uma proposta avançada publicamente pela primeira vez pelo secretário de Estado da Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, em Novembro passado, no programa da RTP1, Prós e Contras.

A ideia surgiu numa altura em que a discussão em torno da questão dos arredondamentos das taxas de juro do crédito à habitação estava ao rubro.

Ao lançar esta proposta, o Governo esperou que a iniciativa avançasse do lado da banca. Nas semanas seguintes, alguns contactos foram desenvolvidos, envolvendo igualmente a Associação Portuguesa de Defesa dos Consumidores de Produtos e Serviços Financeiros (Sefin).

Criar um centro de arbitragem de conflitos comum às maiores instituições de crédito portuguesas seria um pontapé de saída, com vista a ganhar massa crítica e, posteriormente, contar com a adesão de outros bancos de menor dimensão.

As questões da defesa do consumidor financeiro têm estado na ordem do dia, no último ano. Um dos próximos passos a alteração ao regime geral das instituições financeiras, que compreenderá um reforço dos poderes de supervisão comportamental do Banco de Portugal.

DN, 12-4-2007, pág. 30
 
Grande banca lucra 8,7 milhões por dia

PAULA CORDEIRO

A margem financeira cresceu 35,8%
Os grandes bancos nacionais ganharam 8,7 milhões de euros por dia, no primeiro trimestre deste ano, mais 21% que em cada dia do mesmo trimestre de 2006, quando os ganhos diários foram de 7,1 milhões de euros. De acordo com cálculos feitos pelo DN, as cinco grandes instituições de crédito portuguesas viram os seus resultados aumentar quase tanto como os dos 13 maiores bancos europeus, cujos lucros cresceram 29,9% até Março. Os valores absolutos é que são bem diferentes.

O aumento dos lucros da banca ocorreu num quadro de subida de taxas de juro, com os bancos a registarem subidas significativas nas suas margens financeiras. Com efeito, os cinco grandes bancos portugueses - Caixa Geral de Depósitos, Millennium bcp, Banco Espírito Santo, Banco Santander Totta e Banco BPI - obtiveram, por dia, 17,8 milhões de euros de margem financeira, contra 13,1 milhões cobrados no ano passado. Ou seja, este foi o montante arrecadado diariamente pelos grandes bancos, resultante da diferença entre os juros cobrados sobre os empréstimos e as mesmas taxas pagas sobre as aplicações financeiras. Nos primeiros três meses, a margem financeira dos cinco grandes aumentou 35,8%, face ao ano anterior.

Seis milhões por dia

Com os bancos a ganharem mais dinheiro por via da subida dos juros e mercê de uma concorrência cada vez mais forte, as comissões cobradas abrandaram ligeiramente neste primeiro trimestre de 2007, com um crescimento mais reduzido que nos últimos tempos.

Assim, os cinco maiores bancos portugueses cobraram, por dia, 6,6 milhões de euros em comissões no primeiro trimestre deste ano, enquanto no mesmo período do ano passado tinham cobrado 5,9 milhões de euros diariamente, que se traduz num aumento homólogo de 11,8%, bem abaixo do verificado pela margem financeira.

De salientar que os grandes bancos portugueses avançaram, no início deste ano, para uma estratégia de fidelização de clientes, que passa pela eliminação de comissões para pacotes de produtos e serviços, cujo impacto só será mais visível nos números de final do ano.

Mas se o aumento dos lucros se explica, em parte, pelo aumento destas duas principais componentes do produto bancário - margem e comissões - o seu crescimento também se justifica por uma forte moderação dos custos, nomeadamente, os custos operacionais.

Assim, na mesma análise diária, os cinco grandes bancos nacionais gastaram, por dia, 14,2 milhões de euros nas suas despesas de funcionamento, administrativas e com pessoal. Trata-se de um aumento moderado de 4,4%, face ao mesmo período do ano passado, quando estes instituições gastaram diariamente 13,6 milhões de euros.

Uma moderação de gastos difícil de manter nos próximos tempos, atendendo aos planos de expansão de rede já anunciados por todos os grandes bancos, quer em Portugal, quer no estrangeiro.

DN, 10-6-2007
 
Capitalista popular 'OUTSOURCING'

Os brasileiros falam de "terceirização". Aqui, prefere-se dizer outsourcing, o que, além do mais, introduz no discurso um magnífico tom de tecnicidade.

Com uma expressão ou outra, o que se designa é um fenómeno muito de hoje: a redução do corpo e das responsabilidades próprias da empresa a um mínimo, e a centrifugação de actividades não "nucleares" (incluindo partes significativas dos processos produtivos) para outros centros de produção e de responsabilidades.

A era da empresa auto-suficiente, capaz de assegurar no seu interior todas as funções e todos os segmentos da produção, já lá vai. Hoje, "subcontrata-se" quase tudo, desde o processamento de salários até à distribuição dos produtos, desde a exploração de uma cafetaria até à facturação, desde a contabilidade e as relações com o fisco até aos estofos dos automóveis.

Quando se olha para um grande banco, não se faz ideia do pouco que ainda é feito por recursos próprios, por pessoas que "dele fazem parte" e cujo destino se identifica com o da "instituição". Quando se entra numa fábrica ou na sede de uma empresa, a gente que se vê debruçada nas secretárias ou a vasculhar no interior dos equipamentos pode ter, pelo menos, três pertenças: ser da casa, ser trabalhador alugado por alguma empresa de trabalho temporário ou ser empregado de uma outra empresa em regime de outsourcing.

O uso de termos ingleses (ou americanos) na conversa sobre a organização de uma empresa oculta, normalmente, desígnios pouco favoráveis ao destino das pessoas que lá trabalham. O outsourcing não foge à regra.

Os argumentos de eficiência ou de economicidade que se usam para o explicar convencem pouco.

Quando funções porventura importantes (incluindo partes mais ou menos amplas do processo produtivo) são entregues a entidades estranhas que vão fazer delas objecto de negócio, este negócio pode prosperar de várias maneiras.

Uma (a salários iguais) pode traduzir-se em que, para qualidade idêntica, o preço cobrado seja superior ao custo que a empresa tinha para a mesma função. A vantagem é só uma: a empresa vê-se livre das pessoas que se ocupavam nesse trabalho. Perde um pouco o controlo do seu funcionamento, mas - caspitè! - reduz o efectivo.

Outra (ainda a salários iguais) consistirá na baixa da qualidade da função, que a empresa externa realiza com menos gente, com processos menos sofisticados ou seja o que for. A vantagem da empresa-cliente é menos clara, mas existe: desfez-se do pessoal, reduziu. Priva-se de utilidade, suporta alguns transtornos, mas - vale a pena!

A terceira via só difere das anteriores porque a empresa externa paga salários mais baixos, obriga o seu pessoal a cadências mais elevadas, o que lhe permite até embaratecer a coisa sem perda de qualidade. A empresa-cliente beneficia de todas as maneiras, mas alguém sofre: os despedidos e aqueles que fazem o trabalho deles.

DN, 6-7-2007
 
Banca portuguesa perde 12 mil milhões de euros

Os três grandes bancos privados portugueses perderam 12,2 mil milhões (tanto quanto custariam quatro aeroportos na Ota) do seu valor em Bolsa desde Agosto de 2007, o mês que marcou o "início" da crise do crédito imobiliário norte-americano, que entretanto contagiou as praças europeias. A 1 de Agosto de 1007, a capitalização bolsista de BCP, BES e BPI ascendia a 26,6 mil milhões de euros, que comparam com os 14,4 mil milhões à cotação de ontem.

As acções do BCP lideram as perdas, valendo ontem menos 51,8% (3,23 euros) do que em Agosto (6,70 euros), mas também o BPI desvalorizou 50,3% (de 3,66 para 1,82 euros). Ambos contudo, têm sido duplamente penalizados, em particular o BCP, que aos efeitos da crise do "subprime", a que nenhum escapou, sofreu fortes perdas com o impasse na gestão que se abriu com a saída de Teixeira Pinto da liderança. Já o BES caiu 35,5%, dos 16,72 euros que valia em Agosto para 10,79 euros ontem.

Mas nem só a banca tem sofrido os efeitos da crise do sistema financeiro - a braços com uma falta de liquidez que as sucessivas injecções de dinheiro dos bancos centrais parecem não resolver e cujos efeitos nas taxas de juro se fazem sentir nas prestações de quem tem créditos nos bancos. Também empresas fora da actividade bancária, como a EDP ou PT (dois "pesos pesados" do principal índice bolsista português, o PSI 20) têm vindo a cair em Bolsa, ainda que de modo mais "modesto". No caso da EDP, a capitalização bolsista caiu 8,5%, graças à desvalorização das acções de 4,11 euros para 3,76 euros. A PT, por seu turno, vale agora menos 17,2%, com as acções nos 7,05 euros, face aos 8,52 de 1 de Agosto.

Aparentemente imune a este movimento está a "estrela" mais brilhante da Bolsa portuguesa, a Galp Energia, cujas acções valem agora mais 37,3% (14,7 euros) do que em Agosto (10,71).

Ministro pede prudência

Já ontem a Bolsa de Lisboa fechou em queda muito ligeira, depois de uma segunda-feira "negra" em todo o mundo. O futuro, contudo, mantém-se incerto, num altura marcada por "alguma volatilidade" causada pela imagem "debilitada" do sistema financeiro, refere João Queirós, da correctora LJ Carregosa, que insiste na oportunidade de o investidor não ter toda a sua carteira de investimentos dependente das acções, sob pena de "não ter retorno".

Face à actual situação, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considerou ontem "preocupante" e "séria" a situação dos mercados internacionais, mas, citado pela Lusa, aconselhou "Teremos de ser prudentes e ter alguma cautela em prever grandes cataclismos económicos ou financeiros". E reforçou: "Vamos ter de acompanhar com muita atenção e com muito cuidado a forma como a economia norte-americana evolui".

JN, 20-03-2008
 
OS BANCOS, O ABISMO E A IDADE DAS TREVAS

João César das Neves
professor universitário
naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt

Em 1929, durante o pânico inicial do que seria a "grande depressão", um repórter perguntou a John Maynard Keynes, o grande economista britânico se alguma coisa semelhante alguma vez tinha acontecido. Keynes respondeu: "Sim, chamou-se Idade das Trevas e durou 400 anos." Em momentos parecidos de alarme (e este, embora menos visível, tem semelhanças em alguns sectores) é sempre bom lembrar esta piada (porque, é preciso dizer, trata-se de uma piada).

A frase tem vários sentidos. O primeiro, e constitui a parte séria, é que o ser humano em geral, e o sistema financeiro em particular, vivem pendurados sobre um abismo. No tempo de Keynes, ambos, com a Grande Depressão e sobretudo a Segunda Guerra Mundial, caíram nesse abismo.

O segundo sentido é que, por pior que pareçam as circunstâncias, houve sempre na história coisas muito piores do que enfrentamos. A actual crise financeira é grave, muito mais grave do que a maior parte dos transeuntes julga. É capaz de vir a ser a pior crise desde o crash de 1929. Mas será certamente muito menos grave que a Grande Depressão.

Há ainda um terceiro sentido que merece referência, a infeliz recorrência das tolices. Olhando a actual derrocada, que começou com o subprime hipotecário americano, ficamos espantados como pessoas inteligentes, informadas, especialistas, caem em erros tão infantis e evidentes. A única explicação é a que o mesmo Keynes deu noutra passagem, quando falou dos animal spirits que se apoderam dos investidores em momentos de euforia.

À medida que se vai aprofundando a intermediação financeira, cada vez os montantes e a exposição aumentam mais. Mas, mais surpreendente, diminui o período de tempo entre explosões das bolhas. Aqueles que estão a perder a camisa em 2007 e 2008 estiveram à beira do abismo em 2000, com a crise das novas tecnologias. Os erros hoje cometidos são iguais aos de então, em maior dimensão.

Esta constatação lembra que a complacência dos investidores provém, em boa medida, das melhorias conseguidas desde a Grande Depressão (e a Idade das Trevas...).

Uma das principais causas da inacreditável imprudência que agora se revela aconteceu por ter sido muito ligeira a punição dos erros cometidos há oito anos. Isto é verdade a vários níveis.

Nos EUA, a ressaca das loucuras bolsistas das tecnologias foi amenizada pelo banco central. A Fed injectou liquidez, evitando que muitas instituições creditícias sofressem a competente falência. Essas e outras, com as costas quentes pelas autoridades, foram meter-se agora em sarilhos maiores. Em Portugal o buraco financeiro de Guterres foi salvo pelo euro. Na moeda única fomos poupados à dureza de ajustamento dos dois acordos com o FMI, em 1977 e 1983. Com as costas quentes, estamos há sete anos em modorra, empatados por falta de coragem para resolver o desequilíbrio financeiro nacional.

As intervenções dos bancos centrais, a Fed nas aventuras do subprime e o BCE nas tolices de Portugal, parecem justificáveis. Afinal, a sua função é reduzir o risco e manter a solidez do sistema. Mas existe uma distinção subtil, mas crucial, entre dois tipos de risco.

O primeiro é aquele que nasce de uma concessão de crédito disparatada ou, pior, corrupta, como nas emissões de novas tecnologias e na euforia guterrista. Esse risco não deve ser assegurado pelo banco central e só tem uma solução: que o devedor pague ou que quem concedeu o dito crédito perca a proverbial camisa.

O segundo risco é o risco sistémico. Todo o mercado creditício está fundado na mais movediça das substâncias do universo, a confiança. Qualquer operação bancária ou bolsista, numa palavra "fiduciária", baseia-se na fidúcia mútua entre os intervenientes. Essa confiança evapora-se subitamente em momentos de pânico, colocando em igualdade de circunstâncias o emprestador tonto e o credor ponderado.

Esse é o abismo. Porque, como também disse Keynes, "se deves cem libras ao banco, tens um problema; se deves um milhão de libras ao banco, o banco tem um problema".

DN, 17-3-2008
 
Cliente paga mais do dobro do que pediu ao fim de 30 anos

PAULA CORDEIRO

Juros são superiores a amortização nos primeiros 17 anos de vida do crédito

Se contrair um empréstimo à habitação de 150 mil euros por um período de 30 anos, saiba que no final deste prazo pagou ao banco 321,3 mil euros, mais do dobro do que pediu emprestado. Este é um dos resultados possíveis de apurar se fizer uma simulação de crédito à habitação do recém-criado site do Banco de Portugal, o Portal do Cliente Bancário (acesso através de www.bportugal.pt).

A mesma simulação feita neste portal mostra que só ao fim de 17 anos e meio de pagamento de prestação mensais é que o consumidor passa a amortizar mais capital do que paga juros. Este cenário tem em conta uma taxa de juro anual nominal de 5,5%, já difícil de alcançar na actual conjuntura económica.

Já para uma simulação de um crédito ao consumo de 25 mil euros, a pagar em cinco anos e com uma taxa de juro nominal de 8%, o cliente pagará no final 31,9 mil euros, um seja, mais 27,6% que o valor inicial.

O simulador do Portal do Cliente Bancário permite, pois, aceder a informação que até agora os bancos não disponibilizaram para simulações feitas online e não identificadas. Aliás, esta nova disponibilidade do Banco de Portugal surge numa altura em que é cada vez mais limitada a informação obtida através de simuladores. No site da Caixa Geral de Depósitos (CGD), por exemplo, só é possível obter as condições gerais um crédito com a identificação do consumidor.

Informação e ajuda

No Portal do Cliente Bancário, os consumidores financeiros encontram toda a informação sobre os principais produtos bancários, quais as condições para aceder a eles, os seus direitos e deveres, bem como toda a legislação aplicável ao sector.

Através deste site, é também possível saber como apresentar uma reclamação ao Banco de Portugal, podendo esta ser feita online, disponibilizando--se o formulário.

É igualmente publicada a listagem de todas as instituições de crédito a actuar em Portugal e aquelas que não estão inibidas de exercer actividade, quer nacionais quer no espaço comunitário.

Num futuro próximo, este portal vai passar a disponibilizar o preçário dos bancos, que será alimentado pelas próprias instituições.

DN, 25-4-2008
 
Cinco maiores bancos lucraram menos 30% no primeiro trimestre

PAULA CORDEIRO

Resultados da banca reflectem a crise nos mercados financeiros
Os cinco maiores bancos portugueses viram os seus lucros caírem 29,6% no primeiro trimestre deste ano, muito por culpa do "trambolhão" registado pelas contas do Banco Comercial Português (BCP), de mais de 90%.

No seu conjunto, as cinco instituições - que detêm mais de 80% do mercado bancário português - obtiveram 601,2 milhões de euros de lucros até Março, contra 779 milhões em igual período do ano passado. Estes números partem do pressuposto de que os lucros da Caixa Geral de Depósitos (CGD), ontem divulgados por uma fonte da instituição à agência Lusa, se cifraram em 225 milhões de euros, mais 1,5% que em igual período do ano passado. Só hoje o banco público divulga oficialmente os resultados dos primeiros três meses do ano.

Assim, de entre as cinco instituições em análise, a CGD registou o maior resultado absoluto, com três bancos a apresentarem evoluções positivas - CGD, Banco Espírito Santo (BES) e Banco Santander Totta - e dois com resultados em queda - BCP e Banco BPI.

As reduções nos crescimentos dos lucros trimestrais destes dois bancos ficaram a dever-se às imparidades que ambos tiveram de constituir, para fazer face à turbulência nos mercados financeiros.

O BCP sofreu um impacto negativo devido à participação de quase 10% que possui no BPI e que ditou uma perda potencial e necessária provisão de 132,7 milhões de euros. No caso do BPI, a "culpa" foi também em parte da queda das acções do BCP, onde o banco possuía, à altura, uma participação de 7,8%.

Apesar da crise no crédito, não se pode dizer que os bancos tenham apertado a "torneira" da concessão de empréstimos. As taxas de crescimento apresentaram valores relevantes, com o crédito concedido pelo BCP a subir 17% e a aumentar 16% no caso do BES.

Nos recursos captados, o comportamento dos bancos no primeiro trimestre foi igualmente positivo. A turbulência nos mercados levou muitos aforradores a optarem por depósitos bancários, o que se reflecte no balanço trimestral dos bancos. Assim, o BPI viu os recursos captados subirem 23,8%, seguido pelo BES, com um aumento de 12,5%. A margem financeira cresceu igualmente nos quatro bancos cujos dados já estão disponíveis. O "campeão" foi o BES, com uma subida de 13,5% neste indicador, seguido do Santander Totta, cuja margem aumentou 12,5% até Março.

DN, 21-5-2008
 
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária.
A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.
As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta.
Ora sucede que muitas contas da CGD,designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal.
É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.
Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria.
O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos.
É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.
Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa.
Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.
 
Bancos perdem 120 mil milhões

Previsão até 2010

Os efeitos da crise financeira em curso na actividade dos bancos europeus vão prolongar-se até 2010 e traduzir-se-ão num abrandamento da concessão de crédito e na queda do valor das hipotecas. Esta é a principal conclusão de um estudo cuja pré-publicação foi divulgada ontem e que contabiliza em 120 mil milhões as perdas totais na actividade de retalho durante os próximos três anos. Os mercados de Espanha, Irlanda e Reino Unido serão os mais atingidos.

As perdas que os bancos irão sofrer nos créditos e nas hipotecas atingirão os 34,7 mil milhões de euros até ao final deste ano e acelerarão para os 42,5 mil milhões em 2009, de acordo com os dados apurados pela consultora de gestão Oliver Wyman e pelo grupo de serviços de gestão de crédito Intrum Justitia.

"Os bancos já estão a sofrer com os elevados custos de financiamento e com a falta de liquidez, mas com a vincada queda dos preços das casas em alguns mercados e com a deterioração do ambiente macro-económico, juntamente com a crescente inflação, esperamos que as perdas totais no crédito concedido no retalho aumentem rapidamente em toda a Europa", explicou Matthew Sebag-Montefiore, director da Oliver Wyman, citado pela Reuters.

Contactada pelo DN, fonte oficial da Oliver Wyman revelou que os dados finais do estudo serão disponibilizados apenas em Setembro, não tendo sido possível apurar as estimativas para o mercado português.

De acordo com os dados disponíveis, os bancos espanhóis (alguns presentes no mercado português), irlandeses e britânicos serão os mais penalizados. No caso de Espanha, as perdas nos créditos e nas hipotecas deverão crescer em 2,1 mil milhões de euros durante este ano.

Recorde-se que a crise financeira iniciou-se nos EUA com a quebra de hipotecas de alto risco (subprime). Os efeitos da exposição a este sector "trancou" o financiamento interbancário. A este fenómeno juntou-se o rebentamento de algumas "bolhas" imobiliárias na Europa e o abrandamento económico acelerado pelos recordes do petróleo. P.F.E.

DN, 22-7-2008
 
A tentativa da OPA hostil prejudicou a economia

Os resultados em queda acentuada do BCP (-68%) e do BPI (-95%) nos primeiros seis meses deste ano ilustram bem o abraço fatal que levou os dois bancos à anemia actual. Para quem faz do dinheiro instrumento do seu negócio não pode ser considerada coisa de somenos ir tomando posições na estrutura accionista de uma outra instituição bancária como quem não quer a coisa.

A coisa revelou-se quando, ao arrepio da boa tradição no sector, o BCP tentou abocanhar o BPI à bruta. Uma vez mais, arroubos intempestivos deste quilate foram rejeitados pelos detentores do poder de facto no banco liderado por Fernando Ulrich e acabaram por abrir uma crise de liderança no próprio BCP. A contra-ofensiva amável para uma fusão em base mais equilibrada revelou-se uma tentativa tardia de ressuscitar uma boa ideia, que fora desfigurada à nascença.

Muito mais do que os custos operacionais, o que ambos os bancos estão agora a pagar é o enfraquecimento mútuo resultante desta contenda, em que todos perderam: a participação do BCP no BPI obrigou o primeiro a reconhecer perdas de 176 milhões de euros e, inversamente, vem agora o BPI reconhecer o mau investimento no banco rival, perdendo 157 milhões.

Tudo isto se agravou com a crise financeira internacional, mas a unificação falhada dos dois bancos potenciou a quebra de resultados que eles agora exibem.

DN, 26-7-2008
 
"OPA de um BCP desgovernado teria destruído o banco BPI"

PEDRO FERREIRA ESTEVES

Mais de sete meses depois de se ter desvanecido completamente uma união entre bancos rivais, o processo ainda gera emoções. Fernando Ulrich, presidente do BPI, explicou ontem porque não está arrependido de ter rejeitado uma OPA com um preço mais de 60% acima do valor actual

Os accionistas do BPI deixaram de ganhar muito dinheiro por terem rejeitado a oferta pública de aquisição (OPA) do BCP - a meados do ano passado -, depois da recomendação nesse sentido do conselho de administração, presidido por Fernando Ulrich. A operação foi proposta a sete euros, as acções do banco valem agora cerca de 2,50 euros, menos 60%, após meses de forte abalo provocado por uma crise financeira sem precedentes. Está Ulrich arrependido? "Fosse a sete, 10 ou 23 euros, estaria hoje profundamente arrependido se tivesse contribuído para que o BPI fosse destruído por uma entidade desgovernada, gerida da forma como está agora a ser reconhecido publicamente. Nunca me iria perdoar se tivesse feito o contrário".

Quanto a um eventual desconforto dos accionistas, Ulrich esclareceu que "quem recusou a OPA foram os accionistas, nós recomendámos que o fizessem, mas a recusa foi dos accionistas". Sobre o peso da sua recomendação no sentido de uma rejeição, adiantou que "as decisões são tomadas com os dados que se têm na altura". E acrescentou: "eu também sou accionista do banco, sofri tanto ou mais do que qualquer accionista porque não há ninguém que dependa tanto do banco como eu, que só tenho acções do BPI e compradas com crédito". E guardou mais considerações "para quando os reguladores tomarem as decisões sobre os processos em curso". Uma referência aos vários inquéritos em curso pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Banco de Portugal sobre a gestão do BCP nos últimos anos.

Questionado sobre a iniciativa posterior do próprio BPI de propor uma fusão com o BCP liderado, na altura, por um elemento da administração que classificou de "desgovernada" (Filipe Pinhal), Ulrich defendeu que essa ideia "não envolvia destruição de valor" e que "não está em causa a instituição".

Já sobre as declarações recentes do presidente do Banco Privado Português, João Rendeiro - para quem os accionistas do BPI deviam lançar uma OPA sobre o banco a sete euros -, recorreu à ironia para sublinhar que "nestas alturas de stress nos mercados, as pessoas têm dificuldade em gerir esse stress. Não posso comentar a vida do BPI através de declarações de estranhos"

Gestão do BCP terá êxito

Ulrich aproveitou ainda para esclarecer que a redução da participação no BCP - causa principal da queda dos resultados do banco - não foi um sinal de falta de confiança na actual gestão do BCP, liderada pelo antigo presidente da CGD, Carlos Santos Ferreira.

"A decisão foi tomada em função do nosso perfil de risco e não por pensar que a gestão do BCP não vai ter êxito, porque vai com certeza. Mas nós não sabemos quanto tempo o mercado demorará a reconhecer [esse êxito]", esclareceu o presidente do BPI. E completou: "Não fazemos juízos negativos sobre a actual administração do BCP, nem sobre as perspectivas de subida das acções a médio prazo, que são reais. Fazemos é um juízo sobre como queremos apresentar-nos ao mercado".

Quanto à eventual inibição de cargos aos antigos responsáveis do BCP, Fernando Ulrich não quis pronunciar-se, tal como adiantou que irá esperar para ver se se confirma um eventual ressarcimento dos alegados danos desses administradores, já reclamado pelo investidor e accionista do BCP, Joe Berardo.

DN, 26-7-2008
 
Tempos de crise ou de oportunidades

O inquérito de conjuntura do INE revela que a confiança dos portugueses voltou a deteriorar-se em Julho. As empresas e os consumidores têm razão em estarem pessimistas relativamente ao futuro.

Os efeitos da crise nos resultados dos grandes bancos já estão à luz do dia. O BES, um dos esteios do nosso sistema financeiro, apresentou ontem uma quebra de 28% nos lucros do primeiro semestre. Vergada às pesadas menos-valias registadas nas suas participações financeiras, a Caixa Geral de Depósitos está na iminência de chamar o accionista Estado (ou seja, todos nós) a injectar-lhe dinheiro num aumento de capital. O BPI e o BCP, por sua vez, saíram exangues de um ano de luta sem quartel: o BPI teve de pela primeira vez assumir que perdeu dinheiro num trimestre; e as cotações do BCP despenharam-se para niveis que ninguém imaginaria no início do ano.

As empresas estão pessimistas e não investem porque o dinheiro está caro: nos últimos doze meses os juros das obrigações emitidas pelas empresas aumentaram 21%; e os consumidores estão pessimistas porque o dinheiro está caro: os juros em euros dos créditos à habitação nunca estiveram tão altos (Euribor acima dos 5%).

Estes são os tempos que põem à prova a alma e o carácter dos homens. Assim quem tem o leme saiba convencer os protugueses que os chineses têm razão quando usam o mesmo ideograma para significar crise e oportunidade.

DN, 30-7-2008
 
Banca lucra menos 43% com crise sem fim à vista

PEDRO FERREIRA ESTEVES
Resultados. Os quatro maiores bancos privados mostraram, no final do semestre, diferentes ritmos de abrandamento, consoante as estratégias do passado. Mas revelaram, sobretudo, que a crise que vivem terá efeitos reais na evolução da economia, dado o inevitável aumento das restrições ao crédito

Angola serviu de almofada em tempos difíceis

O balanço da actividade dos quatro maiores bancos privados portugueses - BCP, BPI, Santander Totta e BES - no primeiro semestre deste ano permite identificar algumas tendências comuns: queda dos lucros, impacto negativo da crise das bolsas, forte captação de depósitos, concessão de créditos mais seleccionada, maior solidez de capitais.

Ou seja, a actividade central dos bancos está a funcionar, mas os diferentes graus de exposição aos mercados financeiros penalizaram mais uns (BCP e BPI) que outros (BES e Totta). Para o futuro, cada um está a adoptar diferentes estratégias. No entanto há algo transversal: ninguém avança com um fim para a actual crise que está a fechar as torneiras do seu financiamento. E assim sendo, a concessão de crédito vai continuar a ser limitada e o aumento dos incumprimentos (reduzidos) deverá prosseguir. Com consequências inevitáveis para a evolução da economia.

Lucros caem 43%

Os lucros dos quatro maiores bancos, entre Janeiro e Junho, atingiram um valor conjunto de 647,9 milhões de euros, menos 43% do que os 1139,2 milhões do mesmo período do ano passado. As maiores quedas verificaram-se no BPI (de 193 para 9,1 milhões) e no BCP (de 307,9 para 101,4 milhões), em consequência das perdas sofridas nas participações cruzadas entre ambos. O BES lucrou menos 28% nos 264,1 milhões e o Totta foi o único que registou um ligeiro crescimento (+0,7%) para 273,3 milhões, ainda assim um abrandamento vincado em relação ao passado.

Numa análise mais fina das contas, os resultados financeiros cresceram, no conjunto, 8% para 2048 milhões de euros, tendo o produto bancário caído 5%, em resultado do impacto da crise das bolsas. Um sinal disso mesmo é a queda de 66% das operações financeiras. Contudo, a actividade central dos bancos manteve-se robusta, com a concessão de créditos a subir 13,3% e os depósitos a dispararem 20%. Os depósitos foram a resposta encontrada pelos bancos para se financiarem, uma vez que as fontes habituais (mercado interbancário e emissões de dívida) estão paradas devido à falta de confiança provocada pelos efeitos da crise de crédito hipotecária de alto risco nos EUA (subprime). O crescimento dos depósitos também foi possível graças a uma agressiva campanha de promoção que prejudicou a área de gestão de activos (-15%).

Quanto à solidez dos capitais, os rácios atingiram valores mais confortáveis em relação a 2007, na sequência de várias iniciativas, com destaque para os aumentos de capitais do BCP e BPI. No entanto, a deterioração dos fundos de pensões - penalizados pela queda das bolsas - continua a ser uma ameaça nesta rubrica.

Angola pesa cada vez mais

A importância do emergente mercado angolano está a crescer nas contas dos bancos portugueses. No BES, o lucro neste mercado cresceu 66% para os 13,1 milhões e o resultado financeiro disparou 142%. O BPI beneficiou de uma subida dos lucros em 86% para 58,5 milhões. No BCP, Angola ainda é uma parte limitada da sua carteira internacional, onde domina a Polónia. No entanto, é indicativo da importância do mercado angolano o facto de ambos estarem em fase de conclusão das respectivas parcerias no país africano. E do Santander Totta estar, também, à beira de fechar um acordo com a CGD para criar o Totta Angola. Em todos os processos, verificou-se um aumento recente da força dos parceiros angolanos nas negociações.

Futuro incerto, rumo diverso

As estratégias dos quatro bancos têm uma perspectiva comum: ninguém sabe quando é que a actual crise vai acabar. Mas cada banco tenta resolver os seus problemas particulares. O BES tenciona cortar custos, o BPI reduziu profundamente a sua exposição ao risco (carteira de acções baixou de 796 para 125 milhões) e o BCP está, para já, a vender imóveis (embora os analistas admitam a venda de subsidiárias no estrangeiro). No Santander, o objectivo é centrar-se na actividade principal, nomeadamente na vinculação de clientes, custos controlados e redução dos riscos na concessão de créditos em todos os segmentos.

Economia vai sofrer

Todos têm também em comum a preocupação com os empréstimos. O crédito malparado está a crescer e, embora a cobertura dos bancos seja muito confortável, é de esperar um abrandamento nos créditos. É aqui que as famílias vão sentir os efeitos das dificuldades da banca. Com previsíveis consequências para a actividade económica (muito dependente do endividamento).

DN, 31-7-2008
 
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