12 abril, 2007

 

Darfur


Mais um genocídio no Sudão





http://pt.wikipedia.org/wiki/Darfur
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_de_Darfur

http://www.savedarfur.org/content
http://www.darfurgenocide.org/

http://www.hrw.org/doc?t=africa&c=darfur
http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/africa/3496731.stm

http://www.ushmm.org/googleearth/

http://www.rr.pt/PopUpMedia.Aspx?&FileTypeId=3&FileId=349413&contentid=216278

http://www.pordarfur.org/

Comments:
Sudão

Google Earth mostra
mapa de atrocidades

O Google e o Museu Memorial do Holocausto, dos EUA,
lançaram um projecto de mapeamento on-line de incidentes
que o museu qualifica como atrocidades cometidas na região
de Darfur.
Mais de 200 mil pessoas morreram, desde 2003, na região,
agora detalhada pelo Google Earth, o serviço de mapas e
imagens por satélite do motor de busca Google.
Usando imagens de alta resolução, os cibernautas podem
fazer um "zoom" sobre Darfur para ver mais de 1.600 aldeias
danificadas ou destruídas, o que segundo o Museu do Holocausto
é uma evidência do genocídio, cuja existência o
Governo sudanês rejeita.
Além disso, os restos de mais de 100 mil casas, escolas, mesquitas
e outras estruturas usadas pela milícia Janjaweed,
pelas forças sudanesas e por outros em Darfur são visíveis.
“Quando se trata de reagir ao genocídio, o histórico mundial
é terrível. Esperamos que esta importante iniciativa com o
Google torne muito mais difícil para o mundo ignorar os que
mais precisam de nós", disse Sara Bloomfield, directora do
museu.
Para o vice-presidente deste motor de busca, Elliot Schrage,
"no Google, acreditamos que a tecnologia pode ser um catalisador
para a educação e a acção".

RRP1, 12-4-2007
 
Sudão

Cores da ONU pintadas
em aviões militares

O Governo do Sudão utiliza aviões que ostentam fraudulentamente
as cores da ONU para bombardeamentos no
Darfur, de acordo com o jornal “New York Times”, que cita
um relatório confidencial das Nações Unidas.
Fotografias mostram um avião militar sudanês, cujas cores
nacionais foram substituídas pelas da ONU nas asas e o jornal
refere que esse e vários outros aparelhos foram utilizados
para bombardear algumas localidades e para transportar carga
para a região do Darfur.
O Sudão é igualmente acusado de violações das resoluções
das Nações Unidas por transportar armas por via aérea nesta
região do ocidente do país.
Segundo um relatório da ONU os rebeldes do Darfur também
são culpados de violação das resoluções da organização e das
regras humanitárias, pelo que é recomendado um reforço do
embargo de armas com destino ao Sudão.
Uma guerra civil opõe desde há quatros anos no Darfur rebeldes
saídos das populações negras locais a milícias árabes
(Janjawids), apoiadas pelo exército sudanês.
A guerra provocou 200 mil mortos e dois milhões de deslocados,
segundo números das Nações Unidas.

RRP1, 28-4-2007
 
Falsos aviões da ONU bombardeiam Darfur

PATRÍCIA VIEGAS

O Governo sudanês tem usado falsos aviões das Nações Unidas para bombardear o Darfur e para transportar armas e equipamento militar para aquela região do Oeste do Sudão.

A revelação é feita num relatório confidencial da ONU, fornecido ao jornal The New York Times por um diplomata de um dos 15 membros do Conselho de Segurança, que achou por bem divulgar o seu conteúdo.

Os aviões em causa são aparelhos da força aérea sudanesa que foram pintados de branco. Alguns contêm a inscrição da ONU em inglês, UN, numa das asas.

Ao contrário do que Cartum tinha dito aos investigadores da ONU, estes aviões operam em três dos principais aeroportos do Darfur, uma região com o tamanho da França.

O Governo sudanês liderado por Omar al-Bachir está, assim, em violação das resoluções da ONU. O relatório recomenda, por isso, o reforço do embargo de armas imposto pelo Conselho de Segurança, tal como de outras restrições a actividades que envolvam armamento.

O conteúdo do documento, que respeita ao período entre Setembro de 2006 e 12 de Março de 2007, foi divulgado apenas um dia depois de o Sudão anunciar que aceita o envio de uma força policial para o Darfur e de seis helicópteros da ONU. Mas ainda não deu luz verde à substituição da força União Africana por capacetes azuis da ONU.

Nos últimos quatro anos, 200 mil pessoas já morreram no Darfur e 2,3 milhões ficaram desalojadas, num conflito que o ex-secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, chegou a classificar como um "genocídio". O Reino Unido parece ter perdido a paciência e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, citado pela AFP, indicou que o Conselho de Segurança começa a discutir hoje uma nova resolução a sancionar o Sudão.|

DN, 19-4-2007, pág. 31
 
Bush anuncia novas sanções
por falta de acção

Na ausência de esforços do Presidente el-Báchir para
controlar a situação no Darfur, o Presidente norte-americano
anuncia hoje novas sanções económicas ao Sudão.
George W. Bush anunciará as medidas punitivas em conferência
de imprensa às 8h00 (13h00 de Lisboa).
Em Abril, o Presidente norte-americano fez um ultimato ao
presidente sudanês Omar el-Báchir, dando-lhe uma “última
oportunidade” para satisfazer as exigências da comunidade
internacional a “breve prazo”.
Por considerar que a situação no Darfur está a piorar, Bush
tomará a decisão de impor as já prometidas “medidas mais
vigorosas”, diz uma nota da Casa Branca.
As novas medidas vão passar pelo reforço das sanções já existentes,
proibir mais empresas no Sudão de utilizar sistemas
financeiros americanos e deter todos os suspeitos de violência
no Darfur.
Bush dará instruções à secretária de Estado, Condoleezza
Rice, para que prepare um novo projecto de resolução a
apresentar ao Conselho de Segurança da ONU.
Incluirá novas sanções contra o Governo de Cartum e contra
alguns indivíduos, uma extensão do embargo sobre as vendas
de armas ao Sudão e uma proibição dos voos militares sobre o
Darfur.
O conflito em Darfur começou em Fevereiro de 2003 quando
dois grupos rebeldes pegaram em armas para protestar contra
a pobreza e o esquecimento a que fora votada aquela
região, com uma superfície semelhante à da França, situada
na parte ocidental do Sudão.
Desde essa altura, cerca de 200.000 pessoas foram mortas e
outros dois milhões abandonaram as suas casas e recolheremse
em campos de refugiados no Sudão e no vizinho Chade, o
que, segundo a ONU, constitui uma das piores tragédias
humanitárias deste século.

RRP1, 28-5-2007
 
OUTRO FUTURO

Sena Santos
jornalista

Onde fica o Darfur? "Longe", diz Le Progrès de Lyon, "tão longe que as notícias de 200 mil mortos e dois milhões de refugiados levam meses até que nos comovam e quatro anos a mobilizar-nos". A França de Sarkozy com Kouchner reuniu em Paris a diplomacia para o Darfur. La Croix lastima que o Sudão "tenha recusado comparecer", mas, tal como o Libération, destaca a presença de Pequim: "A China compra dois terços do petróleo do Sudão e fornece-lhe as armas; sendo o principal parceiro do regime de Cartum, a China é protagonista na procura de solução para a crise."

A principal imprensa francesa foi em reportagem ao Darfur: "Vidas errantes, sem terra para cultivar, lugar para trabalhar, todos os dias a ouvir tiros, sempre com medo" [Le Figaro]; "tudo começou nos anos 90. A seca causou grandes tensões entre nómadas e sedentários, mais a cultura das armas e a etnicização do conflito" [L' Humanité]; "as ONG preparam-se para garantir a assistência sob mais uma época de chuvadas com tremendas trombas de água" [Le Monde]. "Basta de indiferença!", exclama La Croix, que pede "outro futuro".

Gordon Brown pôs o Partido Trabalhista britânico em imprevista lua-de- -mel. "Novo Labour, nova era", anuncia The Independent, que lembra a determinação de Brown - fala de "grande mudança" com ênfase "na reconstrução da confiança e na inclusão social"; "Brown mostra clareza e ambição" [The Guardian]. Anthony Giddens, no Die Presse, vê Brown "vigoroso" a "tratar o mal-estar difuso que tomou o partido, estático e curto de ideias"; "as políticas do Governo vão levar grande volta" [Daily Telegraph]. O Corriere della Sera anuncia "mais justiça social, educação e ambiente, com mercado pujante" e empenho forte "no desenvolvimento do Médio Oriente como forma de travar o extremismo". The Times elogia- -lhe "o esforço para mobilizar gente de fora da tribo partidária" e vê: "As sondagens estão a mover- -se a favor de Gordon Brown."

DN, 26-6-2007
 
Darfour junta potências em Paris com reunião de Setembro à vista

ARMANDO RAFAEL

França e EUA deixam pairar ameaça de novas sanções ao Sudão
O ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Bernard Kouchner, congratulou-se ontem com os resultados da conferência sobre o Darfur que decorreu em Paris, sublinhando que o "futuro é [agora] mais claro", graças à mobilização da comunidade internacional.

Minutos antes, já a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, tinha dito sensivelmente o mesmo. Rice afirmou que a comunidade internacional não podia continuar a olhar para o conflito do Darfur sem fazer nada, sendo necessário redobrar esforços para pôr termo a um genocídio que já provocou 200 mil mortos e dois milhões de refugiados na fronteira entre o Sudão e o Chade.

Só que a avaliar pelas conclusões da conferência, que juntou 18 países - entre os quais Portugal - e que se realizou duas semanas depois do Sudão ter aceite o envio de uma força conjunta da União Africana (UA) e da ONU para a região do Darfur, tudo indica que a reunião de Paris se esgotou na ameaça de novas sanções que tanto Bernard Kouchner, como Condoleezza Rice, deixaram pairar. Sobretudo, se o Governo do Sudão continuar a protelar as suas negociações com as forças rebeldes, travando o envio de reforços para o contingente de sete mil homens que a UA já colocou no terreno.

Prova disso é o facto de nem o Sudão nem a UA se terem feito representar em Paris, levando à convocação de uma nova conferência.

Um encontro, que segundo o titular da diplomacia francesa, deverá vir a ocorrer em Nova Iorque, à margem da reunião da Assembleia Geral da ONU que está marcada para Setembro. E tudo porque a União Africana não gostou de saber pela imprensa que iria haver uma conferência sobre o Darfur em Paris, dando, assim, pretexto às autoridades de Cartum para declinarem também o convite formulado por Bernard Kouchner, alegando que o momento escolhido não era o "mais propício".

Do ponto de vista da França e dos EUA salvou-se, no meio disto tudo, a presença em Paris de uma delegação oficial da China, país que possui grandes investimentos no Sudão, recebendo petróleo em troca.

Aliado tradicional de Cartum, Pequim aproveitou a conferência de Paris para devolver alguns recados à comunidade internacional, alertando para os efeitos negativos de novas pressões sobre o Sudão.

Recordando que Pequim tem vindo a multiplicar os contactos com o Sudão nos últimos meses, o enviado especial da China para o Darfur, Liu Guijin, chamou a atenção para a necessidade de a comunidade internacional evitar que os acordos já alcançados não servam para nada, permitindo o regresso da violência.

Antecipando-se à ameaça de novas sanções da França e dos EUA ao Sudão, na linha do que Paris e Washington já tinham dito antes de Cartum aceitar o envio de uma "força híbrida" de 19 mil homens para o Darfur, Liu Ginjin congratulou-se com o facto desta conferência ter escolhido a "reconstrução" e o "desenvolvimento" como temas do encontro.

"Creio", sublinhou o representante da China, " que o Governo sudanês tem vontade e pretende contribuir realmente para a melhoria da situação humanitária na região. Mas Cartum tem vindo a deparar-se com muitas dificuldades no terreno, uma vez que a província do Darfur ainda não vive um verdadeiro cessar- -fogo".

DN, 26-6-2007
 
ONU aprova envio de tropas

O Conselho de Segurança da ONU aprovou o envio de
26 mil soldados e polícias para a região de Darfur, no Sudão.
As forças das Nações Unidas vão integrar uma missão conjunta
com tropas da União Africana (UA) que já se encontram no
terreno.
O objectivo é proteger a população civil e acabar com a violência
que afecta aquela região do mundo.
O conflito no Darfur já fez cerca de 200 mil mortos os últimos
quatros anos e provocou mais de dois milhões de refugiados.
O Secretário-Geral da ONU classificou a resolução 1769, aprovada
hoje, como “histórica” e apelou aos Estados-membros
que disponibilizem tropas o mais rápido possível.

RRP1, 1-8-2007
 
ONU aprova envio de tropas

O Conselho de Segurança da ONU aprovou o envio de
26 mil soldados e polícias para a região de Darfur, no Sudão.
As forças das Nações Unidas vão integrar uma missão conjunta
com tropas da União Africana (UA) que já se encontram no
terreno.
O objectivo é proteger a população civil e acabar com a violência
que afecta aquela região do mundo.
O conflito no Darfur já fez cerca de 200 mil mortos os últimos
quatros anos e provocou mais de dois milhões de refugiados.
O Secretário-Geral da ONU classificou a resolução 1769, aprovada
hoje, como “histórica” e apelou aos Estados-membros
que disponibilizem tropas o mais rápido possível.

RRP1, 1-8-2007
 
Uma visão portuguesa no Darfur

A Renascença entrevistou o padre José Vieira, director
de informação de uma rádio católica, que acompanha
diariamente a crise humanitária no Sudão.
Há mais de quatro anos que a violência não larga a região
sudanesa do Darfur. Duzentas mil pessoas podem ter morrido,
segundo estimativas internacionais que apontam para
dois milhões e meio de deslocados.
Testemunha diária do que ocorre no Sudão é o padre José
Vieira, Director de Informação de uma Rádio Católica - a
Rádio Bakhitha - em processo de alargamento de rede.
De passagem por Lisboa, o padre José Vieira falou à Renascença
sobre o que se passa nesta altura numa das zonas mais
perigosas do mundo.
Pode ver, em www.rr.pt, a entrevista em vídeo do jornalista
José Pedro Frazão ao padre José Vieira, missionário comboniano
em missão no Sudão. Um trabalho que reproduzimos no
Página 1.
Por José Pedro Frazão
José Pedro Frazão (Renascença) - O que é que se pode
dizer nesta altura da situação no Darfur?
Padre José Vieira (PJF) – O Darfur chegou a um pont de ransição.
Por um lado, no dia 31 de Julho, o Conselho de Segurança
das Nações Unidas aprovou uma missão de paz. Por
outro lado, parte dos partidos não-signatários do acordo de
paz para o Darfur, de Maio do ano passado, reuniram-se e
propuseram um cessar-fogo e o retomar das negociações de
paz dentro de dois a três meses com o Governo de Cartum.
Portanto, as perspectivas são boas. Parece haver vontade
política para tentar resolver a questão do Darfur.
Na prática, o que se nota é que os ataques, sobretudo aos
agentes humanitários, continuam a crescer. O número de
refugiados também cresce e fogem, sobretudo, para o Chade.
A situação no terreno continua marcada pela violência,
pela morte, pela violação de mulheres, como tem vindo a
acontecer nos últimos três anos.
Renascença – A um ritmo diário?
PJF – Sim, porque a guerra continua. As pessoas continuam a
procurar refúgio nos campos de refugiados que estão muito
para além da sua capacidade. As mulheres continuam a precisar
de sair diariamente dos campos, para procurar água e
lenha para fazer comida, e continuam a ser vítimas de grupos
armados.
Portanto, a situação continua tensa no terreno. Mas esta
“janela de oportunidade” de refazer o caminho da paz tem
de ser aproveitada. O acordo de Maio do ano passado foi assinada
por uma das partes em Abuja, mas é preciso envolver as
duas outras facções, para que acabe esta “matança programada”
dos povos negros do Darfur.
Renascença - Por que é que tem sido tão difícil intervir,
por parte da comunidade internacional, na região?
PJF – Basicamente porque o Governo do Sudão não deixa.
Até agora tinha a protecção da China e quando o Conselho de
Segurança queria fazer passar resoluções mais “musculadas”
a China, que é o seu maior parceiro económico, protegia o
Governo do Sudão.
Neste momento, a China tomou uma atitude de maior diálogo
com a comunidade internacional. A resolução de dia 31 de
Julho passou porque a China se envolveu na sua elaboração e
há esta mudança de atitude.
Claro que o Governo sudanês está farto de assinar acordos
que depois não cumpre… mas há agora este projecto que vai
parar, através das negociações de paz, partilhando o poder e
partilhando os recursos naturais entre todos os povos de uma
província que tem o tamanho de França.
Renascença - Há a ideia de que, na Europa e nos Estados
Unidos, tem havido alguma indiferença em relação ao Darfur.
Para quem está no Sudão, isso é uma realidade?
PJF – Ao nível do poder político, os americanos tem uma
posição ambivalente. Por um lado, ameaçam com sanções
mais violentas contra a economia do Sudão. Por outro, o
Sudão é um aliado privilegiado na luta contra o terrorismo.
Vê-se que não querem por em causa este aliado.
Quanto à Europa, a União Europeia está a pagar grande parte
do dinheiro que as forças da União Africana estão a despender
no Sudão. No Darfur essa força é paga, pelo menos em
parte, pela União Europeia.
Renascença – Qual é a situação dos católicos no Sudão?
PJF – Desde 2005 que o Sudão é “um país com dois países”,
digamos assim. A parte é de maioria islâmica, vive sob a lei
islâmica, e os católicos têm muita dificuldade em viver lá,
porque são perseguidos. Até há pouco tempo era impossível
construir uma igreja. O “truque” era o de construir uma
escola que depois se tornava num centro polivalente para o
culto.
No sul, desde os acordos de paz assinados entre o governo de
Cartum e o SPLA, vigora uma lei diferente. O Estado é laico e
a lei é a lei comum britânica. Tem um Governo próprio, um
sistema jurídico, Parlamento e Constituição próprios. Portanto,
já tem uma certa autonomia e os cristãos têm a liberdade
de viver a sua Fé. Maioritariamente, o sul do Sudão é Cristão.

RRP1, 17-8-2007
 
PSICOPATA, NÃO MASOQUISTA

Durante anos, as matanças no Darfur mereceram da "opinião pública" internacional a maior indiferença. Compreende-se. Desde que o golpe de catana se tornou o meio de comunicação vital entre árabes e pretos, houve a invasão do Iraque, o Katrina, o tsunami, a guerra no Líbano, o Live Earth e é forçoso estabelecer prioridades, principalmente quando existe a hipótese, remota ou não, de criticar os EUA. Agora, que os eventos acima passaram de moda ou de facto, o Darfur entretém satisfatoriamente um Verão morno em matéria de "causas". Não há dia sem o envio de bizarras tropas e "observadores" para a região. Não há dia sem que uma vedeta se manifeste a propósito. Claro que por aquelas bandas do Sudão se continua a matar e a morrer. Mas muitas consciências ocidentais aliviam-se e, com alguma dose de desprendimento, a gente distrai-se. Falo por mim, que andei uma semana empolgado com a proposta de Mia Farrow. A actriz, movida por um coração bondoso e a urgência em chamar a atenção do público após 15 anos sem um filme decente, escreveu uma carta ao presidente sudanês oferecendo-se para ficar presa no lugar de um revoltoso local. Em teoria, eis um óptimo precedente. O nosso mundo está repleto de celebridades ociosas, dispostas a maçar-nos com apelos extravagantes sobre barbáries reais ou imaginárias. Se optarem por maçar directamente os bárbaros, guinchando as banalidades do costume nas respectivas celas, o ganho é notório. Logo que detido num calabouço do Irão, George Clooney torna-se suportável. E prometo simpatizar com Sean Penn no instante em que o fechem nas prisões de Fidel e deitem as chaves fora. O problema é a distância que vai da teoria à prática. Os tiranos da Terra serão assassinos, terroristas e psicopatas. Não são parvos. Sem surpresas, o governo do Sudão parece ter amavelmente declinado a generosidade da sra. Farrow. Ela, pelo menos, mantém-se à solta no lado seguro da barricada, a acender velinhas e a exibir comiseração. Um espectáculo deprimente, apesar de tudo mais visto do que os seus filmes.

Alberto Gonçalves
sociólogo
albertog@netcabo.pt

DN, 19-8-20007
 
O retrato do Darfur por um missionário
português

Comunidade Internacional “tem
responsabilidades” no drama

O governo do Sudão tem contado com a benevolência
da Comunidade Internacional na gestão da maior crise humanitária
do mundo.
A acusação é do Padre Feliz Martins, o único missionário português
no Darfur, uma região com a área de França, que tem
sido palco dos maiores genocídios e onde milhares de deslocados
de guerra estão a ser obrigados pelo Governo a abandonar
os campos de refugiados.
Este missionário comboiano considera que esta é uma estratégia
para iludir a Comunidade Internacional sobre o que se
passa no Sudão. O Padre Feliz Martins espera que a cimeira
União Europeia-África, em Lisboa, sirva para alertar o mundo
para a situação que ali se vive.
O missionário falou à Renascença e diz que teme o agravamento
dos confrontos na região.
Por Domingos Pinto
Rádio Renascença - A situação actual na região do Darfur,
onde o Sr. Padre se encontra, é a consequência do abandono
da comunidade internacional?
Padre Feliz Martins - Está a sofrer-se as consequências desse
abandono que, por sinal, se foi acumulando com calamidades
naturais, de seca, etc. O Governo não respondeu. Agora respondeu
com ataques e, portanto, agora estamos no actual
conflito armado no Darfur, que é muito complicado.
RR - Como é que se coloca aí o problema político-militar?
FM - É muito complicado porque já não são só os Janjaweed,
que são as milícias armadas de Khartoum ou de al-Bashir,
presidente do Sudão, mas são exércitos. São
três facções principais, que já se multiplicaram
em muito mais. Já são nove, ou 11 ou 12
facções de rebeldes, contra quem? Nem se
sabe quem são agora. Só uma facção é que
assinou a paz em Abuja e então os outros são
todos rebeldes.
RR - A população civil está aí no meio desse
conflito, é isso?
FM - É isso. Mas, como lhe digo, a gente refugia-
se muito aqui no centro, na cidade de
Nyala. Chegam aqui aos campos de refugiados
ou de desalojados, como lhes chamam também…
Aqui em Nyala há 13 campos. Frequentemente, chega
gente e sabe-se que os campos estão a encher. Desde há
umas semanas que o Governo de Bashir e também o governador
de Nyala, estão a obrigar, a insistir para que os refugiados
deixem os campos.
RR - Então o Governo do Sudão quer esconder da comunidade
internacional a existência desses campos?
FM - Eles querem dizer ao mundo que não há necessidade das
pessoas estarem em campos de refugiados. Eles disparam de
noite e de dia, põem medo à gente e querem é que eles vão
para as suas aldeias. Mas eles não vão, claro. Como é que
haveriam de ir? Estão destruídas! Ou têm medo pelo que lá
passaram. O mundo aqui gira em torno do medo. Estão forças
armadas a obrigá-los a sair, mas eles são milhares.
RR - Então a situação, em termos de Direitos Humanos, é
bastante complexa…
FM - Muito complexa. As organizações mundiais humanitárias
e as Nações Unidas não podem actuar livremente. Não podem
nem sair com os seus carros, porque são assaltados. É o caos,
a desordem, a anarquia.
RR - Qual é a situação humanitária no terreno? Como é que
as pessoas vivem, do que é que vivem, quais são os problemas?
FM - É uma grande dificuldade. Aqui fala-se todos os dias que
«antes de haver este conflito a gente vivia dos nossos campos,
a gente semeava, a gente colhia, a gente comia… Agora,
estamos aqui à mercê dos rebeldes ou dos outros que vêm
atacar os rebeldes… Nós não sabemos quem são os nossos
amigos nem os nossos inimigos».
Há quem procure fazer o seu "mercadinho", mas isto é gente
que vive quase, digamos, do ar, miraculosamente. Não
podem sair para as pontas da cidade, onde
estão os campos em que eles cultivavam. Vou
ao mercado e ouço histórias de gente que estava
no campo e chegaram os Janjaweed, ou
outros que eles não sabem quem são, armados,
com uniforme ou sem uniforme, que os expulsam.
Que estragam e pisam as culturas. Agora,
por estes dias, estamos a colher o amendoim,
mas metade já foi pelos ares. É a guerra… É a
fome que se está a prever e que vai chegar
mesmo a sério. Todos dizem e eu sinto também
e as coisas estão muito mal, muito caras… No
mercado está tudo muito caro, porque quem
pode comprar são os estrangeiros. Não há aquele equilíbrio
que antes havia.
RR - Em relação a outro tipo de problemas, por exemplo,
aí na cidade há luz eléctrica? Há telefones? Que falhas
existem a esse nível?
FM - Quando não há Lua cheia, as ruas ficam mesmo escuras,
não há electricidade nas ruas. Estou aqui a falar ao telefone
e estou com muita sorte, porque em muitos dias não há telefone,
nem Internet, nem electricidade… num país com petróleo!
O combustível vem de Karthoum e é roubado nos
camiões, antes de cá chegar. Os serviços estão de rastos.
RR - E quanto aos hospitais,
escolas, etc. Funcionam?
FM - Funcionam muito mal. As
escolas e os serviços de saúde
são os dois ramos que mais
sofrem. Nós, Igreja, aqui na
cidade temos quatro escolas de
desalojados que tentamos levar
por diante, bem como, jardins
infantis, mas é uma pena, uma
tristeza… Os hospitais estão
cheios. Aliás, há só um hospital
e estão feridos à espera cá fora, e, muitas vezes, duas pessoas
numa cama lá dentro. Já fui lá visitar um amigo e tive
de esperar que outra pessoa saísse para eu poder entrar.
RR - Podemos dizer que o Darfur é o maior drama humanitário
no momento?
FM - É o que eu vejo, o que
eu ouço e o que eu leio. É a
maior calamidade no mundo,
ou genocídio, como também
se ouve dizer.
RR - Como é que vocês aí
sentem a acção da comunidade
internacional? Sentem-
se abandonados?
FM - O que eu ouço e o que
vejo é que as coisas vão muito
devagar. Parece quase
que obedecem ao Bashir, ao
presidente do Sudão, que teima e volta atrás e diz que não
quando já disse que sim… Enfim… Gente que chega de fora
para concretizar negociações, eu acho que está tudo combinado
para chegarem aqui 26 mil soldados das Nações Unidas
e parece que está tudo a voltar atrás.
Eu tenho medo. Tenho medo de que não se cumpra aquilo
que está estipulado pelas Nações Unidas e que o governo
sudanês leve a melhor, que é a pior. Esperemos que me
engane.
RR - O que é que acha que deveria ser debatido aqui em
Lisboa na próxima cimeira UE-África em relação ao Sudão.
FM - Que a posição da comunidade internacional seja mais
bem definida. Não só em palavras, mas em actos. Eu acho
que isso deveria ser um ponto de força para vocês ou para
quem quer que seja fora do Sudão. Porque penso é que têm
medo, ou têm vergonha. Que há algum interesse que está por
trás. O governo daqui tem o seu interesse, mas as Nações
Unidas não são isentas porque não se opõem com força. É
essa alavanca que devia mover aí a comunidade internacional,
certamente.
RR - Falando do Sudão em termos mais gerais, qual é a
situação global do país? O que é que o preocupa mais neste
momento?
FM - É a questão Norte-Sul, porque a paz está assinada e al-
Bashir não concorda com as fronteiras. E são as fronteiras
entre Norte e Sul que estão a causar problemas agora numa
zona chamada Abyei, porque há petróleo, a razão é o petróleo,
certamente. Então no Norte, em Karthoum, no Governo,
está tudo muito bem, mas eles têm o problema do Sul, com
que assinaram a paz. Mas o Norte e o Sul estão a preparar-se
para, oxalá me engane, uma possível confrontação armada.

RRP1, 27-11-2007
 
Portugueses lançam
CD pelo Darfur

O disco "Artistas Portugueses por Darfur" é uma iniciativa
da Amnistia Internacional (AI) que procura sensibilizar o público para o drama humanitário que se vive nesta região de África.
Nesta altura, a Amnistia já recolheu 42 mil euros no apoio
nacional à causa do Darfur.
Sérgio Godinho, Fernando Tordo, Anjos, Lúcia Moniz ou Mafalda Arnauth, são cinco dos artistas lusos que aderiram à gravação deste disco, cuja receita total reverte para uma escola a edificar em Niala, Darfur, conforme sublinhou Maria José Justino, presidente da Amnistia Internacional.
Maria José Justino lembra que esta é uma forma portuguesa de aderir ao drama de Darfur, em paralelo com o que foi feito por grandes intérpretes mundiais com as canções de John Lennon.

RRP1, 12-1-2008
 
Spielberg boicota Jogos por causa do Darfur

MADALENA ESTEVES

Falta de pressão da China sobre o Sudão na base da decisão do cineasta

O realizador norte-americano Steven Spielberg anunciou ontem que deixa de colaborar artisticamente com os Jogos Olímpicos de Pequim 2008, acusando, ao mesmo tempo, a China de não fazer suficiente pressão sobre o seu aliado Sudão para acabar com a violência no Darfur.

"Decidi anunciar formalmente o fim da minha colaboração, enquanto um dos conselheiros artísticos estrangeiros para as cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim", explicou o cineasta em comunicado.

"O Governo do Sudão tem a maior parte da responsabilidade pelos crimes, mas a comunidade internacional, em particular a China, deverá fazer mais para que o sofrimento (dos habitantes do Darfur) ter- mine", refere ainda Spielberg.

O realizador e produtor afirma que a sua "consciência" não lhe permite continuar a colaborar com a organização de Pequim. Revela também que escreveu várias cartas ao Presidente chinês, Hu Jintao, para pedir-lhe que fizesse pressão junto do Sudão para que a violência terminasse.

"Neste momento, não quero consagrar o meu tempo e a minha energia às cerimónias olímpicas, mas quero fazer tudo para que terminem os crimes inomináveis contra a humanidade que continuam a ser cometidos no Darfur", frisa o cineasta.

Recorde-se que a China é um dos maiores parceiros económicos do Sudão e os seus laços com o regime de Cartum são considerados um dos "travões" aos esforços internacionais para fazer pressão sobre o Governo sudanês no que diz respeito ao problema do Darfur.

A colaboração de Steven Spielberg com as autoridades chinesas no âmbito dos Jogos Olímpicos de Pequim fora criticada pela actriz americana Mia Farrow, embaixadora itinerante da Unicef - organismo das Nações Unidas para a infância. A decisão de Spielberg foi saudada pela Human Rights Watch, uma organização não governamental de defesa dos direitos humanos.

com AFP

DN, 14-2-2008
 
Ex-refugiado apela a Portugal

Compara a situação de Darfur, com um fi lme de acção, Daoud Hari tem 34 anos e acaba de editar em Portugal o livro “O intérprete” pela Livros d’hoje.

Este refugiado do Darfur, exilado nos Estados Unidos, escreve sobre a sua experiência. Detido várias vezes, sentiu a morte de perto e assistiu a massacres que ainda
hoje afectam o seu dormir. Daoud Hari que serviu de intérprete a muitos jornalistas internacionais faz um apelo ao Governo português. Pede a Portugal para receber refugiados, sobretudo crianças.

Com críticas a acção do ACNUR, em entrevista à jornalista Maria João
Costa Daoud Hari, pede maior atenção para aquele conflito africano.

» Maria João Costa

P1) – A questão de Darfur tem estado muito afastada da actualidade noticiosa, acha que está esquecida?

Daoud Hari (DH) - Eu sofro ao ver televisão na Europa ou nos Estados Unidos onde não vejo cobertura noticiosa sobre Darfur. Em qualquer noticiário há Tibete,
sismos, médio oriente...mas não há Darfur. Porque é que se esquecem de Darfur? Porque nós não temos televisão, jornais ou rádio.

P1 – Como era o seu dia-a-dia no Darfur?
DH - É muito difícil explicar o dia-a-dia em Darfur. É
diferente de qualquer parte do mundo. Pensando na
Europa, é como um fi lme, um fi lme de acção.
Os jornalistas não conseguem entrar em Darfur, porque
a região está limitada pelo governo e
as diferentes milícias. Não é seguro para os
repórteres.
Mas eu estou aqui! Não estou preso. Eu posso
falar, escrever e contar a todos o meu
quotidiano no Darfur.

P1 – Descreve no seu livro as condições pouco dignas em que esteve preso, fala das vezes em que esteve com uma arma apontada à cabeça. Sente que “está vivo”?

DH - Quando se trabalha ou vive em Darfur, espera-se...e têm-se todos os dias 70 por cento de probabilidades da sua vida acabar. Temos uma arma apontada à cabeça, é se preso ou somos enforcados.
Isso é algo comum no Darfur, se se vive lá!
O problema é quando vemos pessoas a morrerem, crianças a serem queimadas. É mais difícil.

P1 – Como consegue perspectivar o futuro de Darfur?

DH - Eu não preciso pensar o futuro do Darfur, mas sim o presente! É preciso a comunidade internacional enviar tropas de manutenção de paz

P1 - As Nações Unidas?

DH- Sim, as Nações Unidas.

RR – Como vê a operação humanitária do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados no Darfur?

DH - Têm uma boa operação de ajuda humanitária em Darfur, mas não chega. Porque não é esperado que fi quemos toda a nossa vida num campo de refugiados. Nós temos a nossa terra, chuva, famílias, animais.
A operação humanitária alimenta 5
em cada 10 pessoas. 5 Pessoas morrem e eles não conseguem salvar as suas vidas.

P1 – Que pedido faz ao Governo Português em relação a Darfur?

DH - Peço-lhes para não adormecerem, não esperem pelas Nações Unidas.
Os portugueses também conhecem África. Nós precisamos tanto da paz como os portugueses. O Darfur tem de ser uma prioridade.
Temos crianças em Darfur com 5 anos que estão nos campos...e que dentro de 5 anos vão pegar numa arma para combaterem.
Antes disto, o Governo português tem de ser activo.
Tem de trazer alguma paz e receber alguns refugiados em Portugal para que tenham uma vida melhor.

RRP1, 2-6-2008
 
Omar al-Bachir acusado de genocídio no Darfur

PATRÍCIA VIEGAS

O procurador do Tribunal Penal Internacional pediu ontem aos juízes que emitam um mandado de captura contra o Chefe do Estado sudanês pelos crimes cometidos na região do Darfur. Omar al- -Bachir, que em Dezembro esteve em Lisboa, na cimeira União Europeia-África, rejeita todas acusações

Missão da ONU retira pessoal do Oeste do Sudão

Após ter mandado prender o líder da oposição da República Democrática do Congo, Jean-Pierre Bemba, o procurador do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno-Ocampo, pediu ontem aos juízes que emitam um mandado de captura contra o chefe do Estado sudanês Omar al-Bachir.

"Apresentei aos juízes elementos de prova que demonstram que o Presidente do Sudão cometeu genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra no Darfur", indicou o procurador argentino numa conferência de imprensa em Haia.

"Nos campos [daquela região] as forças de al-Bachir matam homens de violam mulheres. Ele quer pôr um ponto final na história dos povos Fur, Masalit e Zaghawa", declarou, referindo-se às tribos africanas que são perseguidas pelas milícias árabes, as chamadas Janjaweed.

Exibindo vídeos com testemunhos de deslocados, segundo a AFP, O campo garantiu ter provas de que os motivos de al-Bachir são políticos, o seu alibi a contra- insurreição e o seu objectivo o genocídio. "Ele é o Presidente e comandante em chefe. Ele usou o aparelho do Estado, usou o Exército e as milícias Janjaweed. Todos respondem e obedecem a ele. [al-Bachir] tem absoluto controlo".

A resposta dos juízes é apenas esperada no final do ano, mas Cartum já avisou que não aceita qualquer acusação por parte do TPI. "Não reconhecemos nada que venha desse tribunal, para nós não existe", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ali al-Sadig, em declarações à Reuters. O Sudão não ratificou o estatuto que estabelece o TPI, tal como os EUA, tendo já recusado entregar um ex-ministro e um ex-líder das milícias acusados de crimes contra a humanidade.

Na região do Darfur, onde um conflito com cinco anos já fez 300 mil mortos e dois milhões de deslocados, as reacções à acusação do procurador foram algo contidas, pois muita gente teme represálias. A excepção foram os rebeldes que combatem no território com o tamanho da França.

Temendo pelas forças que estão no terreno sob a égide da ONU, o seu secretário-geral, Ban Ki-moon, disse esperar que "o Governo garanta a segurança do pessoal e dos bens". A Minuad retirou, entretanto, o seu pessoal não essencial do Darfur. Alguns analistas ouvidos pela AFP consideram que isto poderá ser a morte da esperança numa paz negociada.

Bachir, de 64 anos, é um islamita que chegou ao poder há 19 anos através de um golpe de Estado. Ex-aliado de Hassan al-Turabi, que posteriormente mandou prender, chegou a proteger Ussama ben Laden - o qual expulsou por pressão dos EUA. Nega as acusações de genocídio e diz que o que existe no Darfur é uma revolta e uma tentativa de a dominar.

As reacções ao pedido de Luis Moreno-Ocampo foram variadas: a Liga Árabe agendou para sábado uma reunião ministerial de crise; os Estados Unidos pediram calma; a França e o Reino Unido pediram a Cartum que coopere com o TPI e a Espanha disse respeitar a decisão do procurador argentino.

DN, 15-7-2008
 
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