17 abril, 2007

 

Neurónios


Se bem que possam fazer falta...

...a perda de alguns deles não será, necessariamente, o fim do mundo!
A RM pedida pela médica confirmou o que a mesma havia previsto: a presença de alguns "buracos brancos". O que pode implicar, sabe-se lá o quê...
( A inimputabilidade talvez não fosse uma má saída! )

Algum tempo depois e esquecido que estava o assunto, numa comunicação sobre doenças do envelhecimento, outro especialista diz não ser normal em tal idade o quadro negro, no caso branco, que se lhe apresentava. Que era melhor consultar um especialista.

A caminho no neurologista e aproveitando o percurso para colocar em dia as leituras dos destacáveis de fim de semana ( Notícias Magazine de 15-4-2007), a surpresa...Talvez nem tudo estivesse assim tão mal e ainda houvesse esperança!

Que nada! Apesar da idade, o quadro não era assim tão fora do normal e se fosse possível comparar com a restante população, provavelmente, até estaria muito bem!
Fiquei mais sossegado mas não pude ficar na dúvida:
- no meu tempo aprendi, não sei se bem, que as células cerebrais não eram passíveis de regeneração pelo que quando mortas... Estarei errado? O sr. Dr. também aprendeu que era assim?
Que sim, respondeu.
- Bom, nesse caso, fico ainda mais contente. Não é grave, posso informá-lo que poderemos alterar o que sabíamos e ainda melhor até parece haver solução para o problema!

E dei-lhe a revista para a mão. O especialista agradeceu e disse que ia aprofundar o assunto.
Eu assumi ajudar-me, prometendo fazer mais exercício e mudar alguns hábitos...

Para saber mais:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B3nio
http://www.math.ist.utl.pt/cienciaviva/teoria.htm
http://www.huc.min-saude.pt/neurologia/Neurologia-net/indice.htm

O artigo da polémica:

In the March 26 issue of Newsweek (on newsstands Monday, March 19): "Exercise and The Brain." Newsweek examines the latest research and science that shows exercise can make you smarter. In addition to making your brain run more efficiently, there are clues that it can also stave off the beginnings of Alzheimer's, ADHD and other cognitive disorders.

http://www.prnewswire.com/cgi-bin/stories.pl?ACCT=104&STORY=/www/story/03-18-2007/0004548169&EDATE=
http://www.msnbc.msn.com/id/17663831/site/newsweek/
http://www.msnbc.msn.com/id/17662246/site/newsweek/

Mapa de alguns cérebros:
http://www.brainmaps.org/

Comments:
A ESPERA E A SANTA ESPERANÇA

Anselmo Borges

padre e professor de Filosofia
Uma reflexão aprofundada sobre a esperança deverá começar por aquela tendência para o futuro que caracteriza todo o ser vivo e mesmo toda a realidade cósmica, em evolução, de tal modo que já é e ainda não é adequadamente - por isso, está a caminho.

O cosmos, desde a sua origem, é em processo (do latim procedo, ir para diante). A realidade material tem carácter "prodeunte" (do verbo prodeo, avançar), para utilizar uma palavra do filósofo Pedro Laín Entralgo, que estou a seguir.

Trata-se de uma propriedade genérica que se vai fazendo proto-estruturação - passagem das partículas elementares às complexas -, molecularização - dos átomos às moléculas --, vitalização - das moléculas aos primeiros seres vivos -, vegetalização, animalização - aparecimento e desenvolvimento da vida quisitiva da zoosfera - e hominização - transformação da tendência geral para o futuro em "futurição" humana, tanto no indivíduo como na espécie humana e na História, desde o Homo habilis até ao presente.

No quadro destes modos de existir na orientação do futuro, só quando se chega ao nível do ser vivo, que precisa de buscar para viver, é que se dirá que a tendência para o futuro se configura como espera, podendo chegar a ser esperança. Desde o nascimento até à morte, entre a esperança e o temor, o animal vive permanentemente voltado para o futuro e orientando a sua espera na procura do que precisa para viver.

O animal e o Homem esperam, mas, enquanto a espera animal é instintiva, no quadro dos instintos e de estímulos, situada e fechada, a do Homem transcende os instintos, os estímulos e as situações, sendo, portanto, aberta, de tal modo que nunca se contenta com a simples realização de cada um dos projectos parciais em que a sua "futurição" constitutiva se concretiza.

Laín dá um exemplo. Numa "sala de espera" de uma estação de caminho-de-ferro, não me limito a aguardar a chegada do comboio que traz o meu amigo, pois, mesmo que não tenha consciência explícita disso, espero o que será a minha existência em todo o seu decurso posterior. A espera humana está realmente aberta a possibilidades que transcendem a realização feliz ou frustrada de cada projecto.

Ora, tanto num como noutro caso, isto é, tanto na espera do concreto - aqui, a chegada do amigo no projecto de aguardá-lo - como, mesmo que não pense directamente nisso, na espera do que transcende o concreto e limitado - o que será de mim na minha vida depois da chegada do amigo -, são possíveis duas atitudes enquanto tonalidades afectivas: a confiança e a desconfiança.

Devido a uma multiplicidade de factores, desde o temperamento às circunstâncias biográficas de sorte ou desgraça, passando pela educação, estes dois estados de ânimo - confiança e desconfiança - "podem converter-se em hábito de segunda natureza: a esperança, quando é a confiança que domina, e a desesperança, quando prevalece a desconfiança".

O Homem, como o animal, não pode não esperar: vive orientado para o futuro e esperando o que projecta, isto é, a consecução de metas e objectivos concretos e também, quer se dê conta disso quer não, o que permanentemente transcende a obtenção desses projectos. A esperança tem, pois, dois modos complementares: a esperança do concreto (o hábito de confiar que os projectos parciais se irão realizando bem) e a esperança do fundamental (o hábito de confiar - a confiança não é certeza - em que a realização da existência pessoal será boa).

Esta esperança do fundamental é a "esperança genuína", que assume também dois modos, que não se excluem: a esperança terrena e histórica e a esperança meta-terrena e trans- -histórica. Esta é própria dos crentes numa religião que afirma confiadamente a vida para lá da morte em Deus.

Aí encontraria o Homem finalmente, como diz Santo Agostinho, aquela plenitude por que aspira na tensão constitutiva entre a sua radical finitude e a ânsia de Infinito: "O nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti, ó Deus." "Santa esperança!", dizia Péguy.

DN, 17-11-2007
 
Neurónios podem funcionar sozinhos

Os neurónios têm, individualmente, um papel mais importante do que se julgava até agora, segundo estudos que melhoram a compreensão das interacções entre células do cérebro e que descrevem a influência de um só neurónio na percepção.

O estudo, publicado na revista Nature, revela que cada neurónio, tal como uma árvore com várias raízes que procuram o contacto umas com as outras, estabelece conexões, as chamadas sinapses, onde os mensageiros químicos (neurotransmissores) asseguram a comunicação com os neurónios vizinhos. Ao nível de cada sinapse, a informação ou ordem é assim transmitida entre um neurónio pré-sináptico e um neurónio pós-sináptico. Quando de um processo de aprendizagem, certas sinapses são reforçadas e algumas conexões são privilegiadas.

Os trabalhos de Christopher Harvey e Karel Svoboda, do Instituto Médico Howard Hughes, nos Estados Unidos, mostram que os efeitos de um só neurónio sobre a plasticidade cerebral, ou seja a capacidade do cérebro em aprender e a adaptar-se ao modificar as conexões, são mais importantes do que se havia demonstrado até agora.

Para além do "diálogo" directo entre neurónio pré-sináptico e neurónio pós-sináptico, a conversação estende-se a outras células nervosas vizinhas. O estudo, dos neurónios do hipocampo, a região do cérebro que intervém na memória, foi efectuado em ratos. Mostra que a plasticidade de uma sinapse "pode ser influenciada por eventos em sinapses vizinhas", revelam os investigadores.

Estas interacções locais entre sinapses, cujos efeitos se estendem a uma distância de 0,01 milímetros, e que continuam durante um máximo de dez minutos, podem reforçar ou facilitar as conexões entre neurónios próximos. A descoberta desta forma de cooperação entre sinapses próximas "abre várias pistas de pesquisa", sobretudo para compreender os mecanismos celulares, afirma num comentário Bernardo Sabatini, da Havard Medical School.

LUSA

DN, 22-12-2007
 
Pánico

Nativel Preciado

Me preguntan en una encuesta cuál es mi miedo prioritario y, tras meditarlo unos segundos, no he sabido responder adecuadamente.
Para salir del paso he dicho que tengo miedo a perder la memoria, pero no sabría establecer un orden de prioridades entre las distintas propuestas. Hay miedos innatos y adquiridos. Pensándolo bien mis temores están muy repartidos entre el sufrimiento físico, la manera de morir, el dolor, la ruina absoluta, la miseria, la soledad, el hambre y, sobre todo, la inquietud que me produce el futuro de mis hijos... Esas serían mis auténticas desgracias, porque a partir de cierta edad, más duro que el propio dolor es afrontar el dolor de las personas queridas. Dejo en último lugar otros riesgos que considero alejados de mi entorno, como las catástrofes naturales, los atentados terroristas o las guerras. La relación es todavía más extensa; incluye el crack económico, las posibles epidemias (como el sida), el cambio climático o las frecuentes intoxicaciones por alimentos. Tampoco he tenido en consideración otras situaciones de desasosiego como los accidentes de coches, trenes o aviones, la inseguridad callejera, la precariedad laboral, la inmigración, los atracos o secuestros... Miedo, pánico o incertidumbre son palabras que en estos días tienen una presencia abrumadora en los medios de comunicación. Parece que vivimos más asustados que nunca, pero debe de ser una falsa impresión, porque la humanidad siempre ha tenido miedos ancestrales a la oscuridad, la violencia, el desamparo, la incertidumbre o la muerte. La manipulación política que utiliza el temor para gobernar existe antes de que el Príncipe tomara las magistrales lecciones de

Maquiavelo

Y todavía mucho antes las religiones han tenido la habilidad de asustarnos con el inmenso poder de cada divinidad que, en determinados casos, podía mandarnos eternamente al infi erno. Lo difícil es poner cada uno en el lugar correspondiente, porque todo depende de qué, o mejor quién, los active en cada momento. Por eso me asombra la precisión con la que se reparten geográfi - camente los temores. Un estudio de Censis, prestigiosa fundación romana en los campos de la sociología y la economía, afi rma que Roma es la capital mundial del miedo y Londres la más optimista. El 65% de los habitantes de Pekín y el 83,3% de los de Bombay destacan por su entusiasmo, su confi anza y sus altos niveles de satisfacción; aunque en Pekín el 15,4% de la población tiene miedo a las catástrofes naturales y en Bombay el 23,6% teme un accidente. Que en Tokio tengan miedo a los terremotos es tan comprensible como que en Moscú teman perder el trabajo o ser víctimas del crimen y la violencia. En El Cairo, sin embargo, el más predominante es la pérdida de los seres queridos. Las conclusiones de tan sorprendente informe, publicado detalladamente en El País, fueron debatidas en la cumbre social celebrada en la capital italiana. El informe ha sido elaborado por medio de 5.000 entrevistas realizadas a ciudadanos de diez grandes ciudades: Londres, París, Roma, Moscú, Bombay, Pekín, Tokio, Nueva York, São Paolo y El Cairo. No dudo de la profesionalidad ni del rigor de quienes han realizado el trabajo, sino de la indecisión, improvisación e imprecisión de quienes responden a las encuestas. Me baso en mi propia experiencia.

Tiempo, 10-10-2008
 
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