29 abril, 2007

 

Professor


Que futuro para a educação?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Professor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_professor-aluno

http://www.min-edu.pt/np3/professores

http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=3728BDD874D84E4C86EC59CCF218AD9C&opsel=2&channelid=0

http://www.dgrhe.min-edu.pt/Portal/

Alguns desabafos:
http://educar.wordpress.com/
http://aprofessorinha.blogspot.com/
http://msprof.blogspot.com/
http://somaisumaprof.blogspot.com/
http://www.vidadestora.blogspot.com/
http://www.professorsemquadro.blogspot.com/
http://profsurdogoulao.blogspot.com/
http://www.movimentoprofessoresrevoltados.blogspot.com/

http://asinistraministra.blogspot.com/
http://asinistraministra2.blogspot.com/
http://asinistraministra3.blogspot.com/2006_10_01_archive.html

Defensores da classe:
http://www.fne.pt/

Reconhecimento:
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=878943#

Desencanto:
http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/

Comments:
Professores confessam angústias em blogues

ÂNGELA MARQUES

Reclamações, lamentos e medos. Está tudo na Net
Os stôres já postam. Usam a Internet para fazer queixas, confessar angústias, mostrar esperanças. Está lá tudo, em forma de post, nos blogues, para quem quiser ler. Os alunos que são "demónios", as aulas que são uma "tortura", os encarregados de educação que "nunca aparecem". Até a ministra, que é "sinistra". Todos os dias, milhares de professores estão ao teclado a mostrar o outro lado da profissão.

Há blogues para todos os gostos. "Desde relatos confessionais sobre o quotidiano a análises gerais da política", diz Paulo Guinote, professor e autor do blogue A Educação do meu umbigo. É difícil dizer quantos existem: "Uns 200 a 300 activos, diria o meu exercício de adivinhação." Para o professor, a doutorar-se em História da Educação, "o 'boom' terá acontecido de 2005 em diante".

O fenómeno, diz, "cresceu em função da agenda governamental para a Educação e isso notou-se em especial em 2006". Perante "a investida do Ministério da Educação, que apresentou os professores como os maus da fita, muitos sentiram-se isolados perante a opinião pública". A reacção "passou pela blogosfera".

Eu, blogger, me confesso

"Conhecendo a minha direcção de turma como conhecem, vocês já se devem ter apercebido que muitas vezes me enervo imensamente com eles e só me apetece sair porta fora e deixá-los a olhar para as paredes... Já há algum tempo que deixei de berrar acima da voz deles pois só dava cabo da garganta e o P. achava que, para eu o ouvir, devia falar ainda mais alto do que eu. Resolvi que não falaria mais e que a matéria que estava sumariada contava como dada e eu não ia voltar a abrir a minha boca." Online desde Março de 2006, o blogue A Professorinha já recebeu 32 mil visitas.

Cibernauta militante, Isabel Campeão, professora de Matemática na reforma desde Setembro, e autora do blogue Memórias Soltas de Prof , vê o melhor lado dos blogues: "Nunca vi dizer mal dos alunos em blogues." Mas admite: "Há uns que são mesmo uma espécie de diário, tanto falam de outras coisas do quotidiano como das aulas, e há muitos professores que quanto mais se preocupam com os alunos mais desesperam quando não trabalham. É natural que se encontrem desabafos."

Como este? "Hoje os dois demónios do 7.º3 estavam mais ou menos comportados, um semidemónio faltou e outros dois demónios não aparecem desde o meio do segundo período." Para Isabel Campeão, "como em tudo, há qualidade maior e qualidade menor". Por isso, prefere sublinhar "a importância de um tipo de blogues voltados principalmente para a partilha de experiências". Blogues cujos autores "escolheram o ensino por vocação e por paixão".

Consciente deste novo movimento, João Dias da Silva, da Federação Nacional da Educação, considera que os sindicatos "não podem deixar de ter em linha de conta esta expressão individual". Para quem representa os docentes, a blogosfera é agora "mais um elemento de contacto com a realidade da sala de aula". É ali que muitos dizem o que não são capazes de dizer em voz alta: "Por falar em agressões a professores... ontem um aluno cuspiu na minha cara."

DN, 29-4-2007, pág. 11
 
Prémio Nacional distingue
docente de Matemática

Arsélio Martins, professor de Matemática numa escola
secundária de Aveiro, recebeu hoje o Prémio Nacional do
Professor.
O galardão, atribuído pela primeira vez, distingue "aqueles
que contribuem de forma excepcional para a qualidade do
sistema de ensino".
Com 35 anos de carreira, Arsélio de Almeida Martins, que
lecciona na Secundária José Estêvão, foi considerado pelo
júri como "um exemplo de cidadania e um mestre no verdadeiro
sentido do termo".
Além do Prémio Nacional do Professor, o Executivo lançou
ainda outras quatro distinções de Mérito (Carreira, Integração,
Inovação e Liderança), às quais concorreram mais 30
docentes.
Teresa Pinto de Almeida, professora de Inglês na Secundária
Carolina Michaelis, no Porto, venceu o prémio Carreira,
enquanto Ana Paula Canha, docente de Biologia na Secundária
de Odemira, foi distinguida com o Prémio Inovação.
O Prémio Liderança coube a Armandina Soares, presidente do
conselho executivo da Escola do 2º e 3º ciclos de Vialonga,
um estabelecimento de ensino integrado nos Territórios Educativos
de Intervenção Prioritária, inserido num meio social
desfavorecido e problemático.
Por unanimidade, o júri decidiu não atribuir o prémio Integração,
que tinha como objectivo distinguir professores que
dessem particular atenção às necessidades educativas de
"alunos com ritmos e estilos diversos de aprendizagem ou de
diversas culturas".

RRP1, 13-11-2007
 
MÁSCARAS E SERVIÇO PÚBLICO

Vasco Graça Moura
escritor

Palavra de honra que eu não fazia tenções de, tão cedo, voltar a falar da ASAE. Mas as notícias emocionantes do último fim- -de-semana funcionaram como catalisador e espevitaram brilhantemente o meu zelo cívico.

Já aqui há tempos o respeitável inspector- -geral da ASAE tinha dito, no Expresso da Meia- -Noite, que alguns agentes do seu serviço surgem de carapuça nas feiras porque poderia ser desagradável para eles, que por vezes são vizinhos de gente ligada aos feirantes, serem reconhecidos na vida de todos os dias.

Esta forma de assegurar um bom ambiente convivial de vizinhança e a informação sobre o treino do pessoal da ASAE com serviços secretos e polícias estrangeiras é que produziram em mim o déclic triunfal. Eis a solução para muitos problemas!

Pensei logo nos professores. Se receberem treino de manejo de armas e de explosivos, operações de comandos, pantominas de assalto e circulação de capuz negro, não apenas ficam ao abrigo da deterioração eventual das suas relações de vizinhança e proximidade, como podem cumprir muito mais eficaz e corajosamente a sua insubstituível missão.

Os professores têm sido vítimas das mais inqualificáveis violências, quer da parte de alunos, quer da parte dos pais deles. Pois bem, se tiverem preparação militar, aprenderem a manejar uma pistola de guerra ou uma bazuca e se apresentarem nas escolas de cabeça coberta e com uniforme acolchoado correspondente, as vantagens saltam aos olhos:

Primeiro, sentirão as orelhas e o nariz muito mais agasalhados, o que não é despiciendo atentas as inóspitas condições de alguns estabelecimentos de ensino.

Segundo, não podem ser reconhecidos, o que facilita as substituições, por exemplo, quando o professor de Matemática falta e a aula de Matemática é dada pelo de Educação Física, com óbvia solução de muitos problemas de gestão de pessoal. Sem contar que ficam ao abrigo das agressões intempestivas dos encarregados da educação. Quando um aluno é castigado, tem más notas ou chumba sem apelo nem agravo, como é que eles vão saber de que professor se trata? Como é que hão-de ir à escola tirar-lhe satisfações, insultá-lo, partir-lhe a cara, ou mesmo fazer-lhe uma espera traiçoeira, pelo lusco-fusco, à porta de casa?

Terceiro, com esse musculado adestramento, os professores podem manter o respeito e a disciplina muito mais facilmente. Não só pela razão saudável de que os alunos ficarão deveras acagaçados ante uma figura mascarada que lhes explica que não foi o Marquês de Pombal quem descobriu o caminho marítimo para a Índia ou tenta dar-lhes a perceber que o nome predicativo do sujeito não é um disjuntor, mas ainda porque é muito mais difícil, se não de todo impossível, ajustarem contas com o docente cá fora.

E, quanto aos incidentes ocorridos no próprio espaço da aula, os resultados serão igualmente positivos: se o menino Zacarias tentar agredi-lo, ou se o menino Eleutério se lembrar de dar cabo da carteira ou do computador, ou ainda se se puser a tirar macacos do nariz e a beliscar o rabo do menino Teodoro até espirrar sangue, o professor, convertido em atirador especial, pode puxar da Parabellum e acertar na cabeça do menino Zacarias ou do menino Eleutério sem correr o risco de atingir o inocente menino Teodoro ou a omoplata frágil da menina Cátia Vanessa.

Depois de duas ou três cenas deste género, não pode haver quaisquer dúvidas de que o aproveitamento escolar melhorará exponencialmente e de que todos os professores, mesmo os que prestam serviço nas escolas mais problemáticas, podem viver descansados e sentir-se plenamente realizados na carreira que escolheram.

O mesmo princípio pode ser adoptado noutros serviços de interesse público. Ocorrem-me os revisores da Linha de Sintra, os condutores dos autocarros nocturnos e muitos outros.

Tudo o que é preciso é que passe a haver regulamentos que tornem isto possível. Depois, não terão sido os professores quem fez os regulamentos, tal como acontece com a ASAE que se limita a cumpri-los. E finalmente viveremos numa democracia digna desse nome e da actuação mascarada de quantos lhe prestam serviço.

DN, 16-1-2008
 
Avaliação de professores já tem recomendações

As recomendações "genéricas" do Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP) foram divulgadas pelo Governo na sexta-feira à noite. Na mesma altura, o site do Ministério da Educação (ME), divulgou também as respectivas fichas de avaliação. O processo, que já sofreu avanços e recuos, tem estado envolto em polémica e motivado protestos por parte da Fenprof.

O decreto que regulamenta a avaliação dos professores, publicado em Diário da República a 10 de Janeiro, estipula que nos primeiros 20 dias úteis após a sua entrada em vigor as escolas deverão aprovar "os instrumentos de registo e os indicadores de medida". No entanto, o mesmo diploma refere que aqueles instrumentos terão em conta "as recomendações formuladas pelo conselho científico para a avaliação de professores".

O prazo terminava a 8 de Fevereiro, pelo que na quarta-feira o Ministério da Educação decidiu que a contagem dos prazos definidos se iniciaria apenas quando fossem divulgadas as recomendações daquele órgão. Divulgadas as recomendações na sexta-feira à noite, o prazo de 20 dias começa, assim, a contar a partir de amanhã.

Os sindicatos de professores exigiram na semana passada a suspensão do processo de avaliação, considerando que é impossível às escolas cumprir os prazos, já que "não se verificam as condições legalmente exigidas". E acrescentaram não haver condições para uma avaliação "séria e consistente". Outra das questões levantadas pelos sindicatos prende-se com o facto de o CCAP não estar ainda formalmente constituído, já que o despacho para esse efeito está em vias de publicação. Mas, juntamente com as recomendações, o Governo divulgou um despacho de delegação de competências na sua presidente, Conceição Castro Ramos, responsável pela elaboração das recomendações agora tornadas públicas.

Entre outras, essas recomendações incluem a observação de aulas, a análise documental, a observação da actividade docente fora da de aula, a análise dos resultados escolares dos alunos, a auto-avaliação e a avaliação dos pais.

Sobre as fichas de avaliação, a Fenprof questionou o seu valor jurídico, já que não serão publicadas em Diário da República, mas apenas objecto de um despacho da ministra da Educação, e anunciou que recorrerá aos tribunais. Em resposta, o secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, afirmou que "um despacho da ministra da Educação não carece de mais nenhuma validação".

DN, 27-1-2008
 
O principal paradoxo da educação

Os resultados da escolaridade obrigatória pública entre 1995 e 2005 são desoladores: mais pessoal docente e não docente, mais recursos financeiros, menos alunos, abandono escolar persistentemente alto, níveis de conhecimento dos jovens na cauda da OCDE em provas internacionais de língua-mãe, matemática e ciências.

Perante o descalabro, duas teses entraram em choque: a dos professores culpa o ministério e as suas circulares, por dirigirem às cegas um sector que passou a abarcar toda a sociedade e suas contradições sociais, mesmo que nunca se tenham questionado sobre se há um nexo relevante entre o que vinham fazendo e os resultados obtidos; e a da ministra da Educação e do primeiro-ministro, que tudo fizeram, em actos e palavras, para pressionar os professores a mudar rotinas, impor cargas de tarefas diferenciadas adicionais, responsabilizando-os pelos bons e maus resultados.

Só que, de caminho, cortaram as expectativas, as possibilidades de progressão e, a prazo, as remunerações de topo na profissão, obrigando-os a partilhar o poder efectivo de condução das escolas com autarquias, pais e empresas locais. A inclusão das aulas de substituição nas tarefas normais ou o seu pagamento como trabalho extraordinário ilustram o antagonismo destas duas visões.

E em toda esta guerra chegamos ao paradoxo essencial da educação, neste momento: como conduzir a reforma da escola pública, quando os seus principais actores a ela resistem?

DN, 27-2-2008
 
AVALIAÇÃO DE DOCENTES

João Miranda
investigador em biotecnologia
jmirandadn@gmail.com

A maior parte das empresas privadas não precisa de utilizar processos formais de avaliação dos trabalhadores. As empresas privadas têm de ser lucrativas. Para serem lucrativas têm de produzir bens e serviços que os clientes apreciem. Se a empresa funcionar mal, os clientes fogem para a concorrência e os gestores são forçados a agir. Os gestores têm incentivos para avaliar de forma justa os seus funcionários, mas não precisam de os avaliar de forma burocrática. Utilizam o seu julgamento subjectivo para determinar quais são os melhores funcionários. O sistema de avaliação informal funciona porque se as empresas não servirem o melhor possível o cliente vão à falência.

O Ministério da Educação financia as escolas com o dinheiro dos impostos, essencialmente através do pagamento de salários a professores e funcionários. Se um pai retirar o seu filho de uma escola pública, as receitas dessa escola mantêm-se. As escolas não têm os incentivos financeiros para detectar e corrigir o mau profissionalismo dos professores.

O Ministério da Educação é gigantesco e encontra-se demasiado distante das necessidades das comunidades que pretende servir. Por este motivo, o ministério optou por implementar um sistema de avaliação artificial, burocrático e formal.

No modelo centralista em vigor, esta é a única forma que o ministério tem para controlar a qualidade dos serviços prestados pelos professores. Mas este sistema burocrático de avaliação só é necessário e inevitável porque as escolas não estão sujeitas à pressão das comunidades que deveriam servir.

Num sistema de ensino descentralizado e concorrencial, a avaliação burocrática é desnecessária. Se as escolas passassem a financiar-se exclusivamente através do cheque-ensino, entrariam em concorrência entre si e seriam avaliadas directamente pelos pais dos alunos. O director da escola passaria a ter todos os incentivos para avaliar os professores de forma justa, mas não burocrática, de acordo com o contributo de cada um para o sucesso da escola.

DN, 15-3-2008
 
Regime de mobilidade de professores aprovado

PEDRO SOUSA TAVARES

FNE acusa Governo de desperdiçar profissionais úteis ao sistema
O Conselho de Ministros aprovou ontem as condições de mobilidade especial para os professores considerados incapacitados para a docência. Completa-se, assim, uma reforma polémica, que levou os sindicatos a acusarem o Ministério da Educação de "atirar para o quadro de supranumérários" cerca de 2500 professores e a tutela a contrapor que se trata de encontrar outras alternativas para profissionais que, na prática, já não exerciam a docência.

O regime prevê que o professor impossibilitado de dar aulas devido a limitações físicas opte por uma de três opções: pedir a aposentação à Caixa Geral de Aposentações, ser sujeito a um processo de reclassificação profissional tendo em vista a sua incorporação noutras funções da Função Pública ou - caso esta última opção não resolva a situação ou o decida por sua iniciativa - ser sujeito ao regime de mobilidade especial, com gradual perda de vencimento.

Em conferência de imprensa, o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira, frisou que no diploma é identificado "um conjunto de doenças consideradas incapacitantes, mas que não devem impedir os docentes nessas situações de permanecer afectos à respectiva escola".

Mas os sindicatos, que defendem a integração de todos os profissionais noutras funções ligadas aos estabelecimentos, desde que tenham "condições para as desempenhar", duvidam que sejam muitos os que se mantenham nos estabelecimentos.

"Não tivemos acesso à versão aprovada em Conselho de Ministros, mas pelo que conhecemos do diploma, a permanência na escola não vai ser a solução para a maioria desses professores", considerou Lucinda Manuela, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE). "A reclassificação profissional é sobretudo para outros serviços", avisou, lamentando o "desperdício de profissionais com muita experiência e que tanto empenho têm demonstrado, por exemplo na organização das bibliotecas escolares".

O Conselho de Ministros aprovou também um regime excepcional de recolocação de professores sem actividade lectiva atribuída. Com Lusa

DN, 28-3-2008
 
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