13 maio, 2007

 

12 de Maio


Dia da próstata


http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%B3stata

http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2ncer_de_pr%C3%B3stata

http://www.apurologia.pt/temasurologicos3.htm

http://www.deco.proteste.pt/default.aspx?show=142751&src=424561

http://www.apdprostata.com/store/

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Novo tratamento do cancro da próstata reduz risco de impotência

DIANA MENDES

Uma nova técnica de tratamento do cancro da próstata está a revelar grandes benefícios nos casos precoces da doença e nos recorrentes, que geralmente se revelam dez anos após uma cirurgia radical. O HIFU (High Intensity Focused Ultrasound) é um tratamento menos invasivo e seguro e tem menos riscos de disfunção eréctil e incontinência. Milhares de doentes vão poder beneficiar deste método, que foi introduzido há oito meses em Portugal.

A nova técnica consiste na utilização de ultrasons de elevada intensidade para eliminar os tecidos cancerígenos. O tratamento é menos lesivo do que a radioterapia ou do que a prostatectomia radical e pode ser utilizado em duas situações, de acordo com o urologista Reis Santos. "É mais uma arma de combate para situações onde outras falharam, como a radioterapia, que pode deixar células vivas", explica. "Depois de uma primeira cirurgia não é possível fazer outra, porém, através de ultrasons, podemos voltar a tratar a próstata", esclarece. De acordo com o especialista, 50% dos homens que foram tratados acabam por ser novamente afectados.

Os casos diagnosticados precocemente ou em que o cancro está bem definido também estão a beneficiar do tratamento. "Nos tumores pequenos ou localizados, este método é eficaz. Hoje temos muitos doentes com 40 e até na casa dos 30 anos. Se conseguirmos apanhar a doença no início podemos preservar a sua vida sexual, tratando apenas a parte afectada".

O HIFU foca a energia dos ultrasons na zona afectada dos tecidos, elevando rapidamente a temperatura dos mesmos (em segundos chega aos cem graus). As células cancerígenas são eliminadas, mas os tecidos circundantes são preservados.

Nos Estados Unidos, um estudo clínico revelou que este sistema foi eficaz em 88% dos doentes de baixo risco. A incontinência urinária é muito mais reduzida (2% dos casos), bem como a disfunção eréctil, que, ainda assim, afectou 25% dos doentes.

A técnica, que tem revelado grandes progressos nos últimos anos, também pode ser utilizada no tratamento de outros tipos de cancro, mas apenas em parte dos mesmos.

DN, 4-5-2007
 
60% dos cancros da próstata são detectados demasiado tarde

DIANA MENDES

Mais de metade dos casos de cancro da próstata (55% a 60%) "são detectados demasiado tarde, quando já existem metástases" e numa fase em que a cura já não é possível, disse ao DN Francisco Rolo de Oliveira, o presidente da Associação Portuguesa de Urologia. Os números superam os de vários países europeus, onde a percentagem chega a ser metade.

Um estudo desenvolvido pela associação, que é hoje apresentado conclui que apenas 20% dos homens com mais de 35 anos consultaram um médico por causa de questões relacionadas com a próstata, "embora aqueles que são analisados sejam mais", refere o urologista. Os dados são preocupantes, já que surgem quatro mil novos casos de cancro por ano e há 1800 mortes no mesmo período em Portugal.

A falha no diagnóstico precoce tem consequências, uma vez que "doenças como esta só são curáveis se forem descobertas precocemente", alerta o especialista. A partir do momento em que a doença não é detectada a tempo, "pode tratar-se, evitar-se que cresça, mas haverá sempre uma altura em que se torna resistente aos medicamentos", explica.

A análise atempada dos doentes iria reduzir a mortalidade directa e indirecta. De acordo com o especialista, "há muitos homens que morrem na sequência do tratamento. A terapêutica conduz a problemas de colesterol elevado e doenças cardiovasculares, havendo grande propensão para os AVC", esclarece. "Muitos morrem com cancro e não do cancro". Os custos associados a estes tratamentos também seriam muito reduzidos com a prevenção.

António Pereira Pinto, presidente da Associação Portuguesa de Doentes da Próstata, refere que "os homens têm receio de saber se têm problemas e quando sabem já é tarde", uma vez que a doença só tem sintomas numa fase tardia. Apesar de o diagnóstico depender muitos de análises ao sangue (PSA), o responsável acredita que "o receio é típico do homem português. A virilidade é quase medieval", explica. Apesar de a "evolução do cancro ser lenta, este é descoberto quando não há solução".

DN, 13-9-2007
 
Próstata: Hospital de São João ensaia tratamento inovador a nível mundial

Porto, 12 Março de 2008 (Lusa)
O Serviço de Urologia do Hospital de S. João, no Porto, está a desenvolver, há cerca de um ano, um tratamento inovador a nível nacional da doença da próstata que consiste na aplicação de uma injecção de botox naquele órgão glandular.

O tratamento, que ainda se encontra em fase de estudo clínico, consiste na aplicação de uma injecção de toxina botulínica através de um processo "extremamente simples" e "indolor" para o doente, garantiu hoje em declarações à agência Lusa o director do Serviço de Urologia do S. João, Francisco Cruz.

O tratamento à hiperplasia (hipertrofia) da próstata ocorre durante a realização de uma vulgar ecografia e não implica internamento.

"O que fazemos é injectar a toxina botulínica, uma substância que reduz em média cerca de 30/40 por cento do volume da próstata, que se mantém estável durante cerca de um ano", disse o especialista, referindo que o efeito é visível cerca de um mês depois.

Francisco Cruz explicou que ao aparelho da ecografia é acoplada uma agulha muito fina que permite injectar a substância na próstata, sem qualquer tipo de anestesia.

"O doente não sente rigorosamente nada. O incómodo é apenas o de fazer uma ecografia transrectal", acrescentou.

A hiperplasia da próstata, uma doença benigna caracterizada por um aumento do volume daquele órgão glandular, afecta globalmente todos os homens desde que atinjam uma idade avançada.

Ou seja, explicou o clínico, "quem envelhecer e tiver testículos vai ter doença prostática. Isto é válido para os homens de todo o mundo".

Exceptuou, apenas, os daqueles países onde a esperança de vida é muito reduzida.

"Na Libéria não há hiperplasia da próstata, porque a esperança de vida é de 35 anos. É precisamente esta a idade em que a doença começa a desenvolver-se", frisou Francisco Cruz, considerando a doença como "um grande problema de saúde pública".

Na entrevista à Lusa, Francisco Cruz e Paulo Dinis, director e chefe do Serviço de Urologia do Hospital de S. João, respectivamente, disponibilizaram números que apontam para que "aos 50 anos, cerca de 30 por cento dos homens tenham queixas urinárias decorrentes desta doença".

A percentagem sobe à medida que a idade avança.

De acordo com os mesmos dados, "aos 80 anos, 75 por cento das pessoas têm queixas e um décimo dos idosos, entre os 70 e os 75 anos, vão entrar em retenção urinária".

"Estes, inevitavelmente, vão ter de ser operados", frisaram os médicos.

O Hospital de S. João do Porto é um dos "três ou quatro" centros a nível mundial que já aplicam a toxina botulínica no tratamento da hiperplasia benigna da próstata.

Num primeira fase do estudo clínico foram seleccionados, após autorização da Comissão de Ética do hospital, doentes que se encontravam na fase final da doença, já algaliados, e com outros problemas de saúde associados que, devido à sua gravidade, inviabilizavam ou tornavam muito arriscada a cirurgia.

"Injectamos a toxina e 80 por cento deles ao fim de um mês estava a urinar autonomamente. Estamos entusiasmadíssimos, porque os resultados são espantosos", disse Francisco Cruz.

O especialista realçou que a toxina foi utilizada "em doentes que não tinham outra alternativa".

Os responsáveis pelo Serviço de Urologia citaram o caso de sucesso de Alfredo Paraíso, 60 anos, que sobrevivia desde há alguns anos com um dreno ligado à bexiga, uma vez que a "doença pulmonar gravíssima" de que padece impossibilita a realização da intervenção cirúrgica à próstata.

Em declarações à Lusa, Alfredo Paraíso, contou que o seu maior "desgosto" era ter de andar sempre com o "saco".

"Ganhava muitas infecções, era uma atrás da outra. Foi por isso que desistiram da algália e me colocaram o dreno, mas quando me tiraram os tubos foi uma sensação muito boa", confessou.

Apesar de muito limitado na sua vida devido à doença pulmonar, Alfredo Paraíso, considera que o tratamento lhe provocou uma "grande alívio".

"Era o que eu mais queria", frisou.

Francisco Cruz explicou que obter uma micção espontânea representa "uma diferença incomparável em termos de qualidade de vida, além de que uma pessoa algaliada a longo prazo tem um risco de morte várias vezes superior à população em geral".

O estudo, que na primeira fase abrangeu 21 doentes, foi publicado na revista da Associação Europeia de Urologia, considerada a mais prestigiada em todo o mundo nesta área.

Foi classificado como "o melhor e mais significativo artigo do mês de Janeiro".

A segunda fase do estudo vai incidir em doentes que estão refractários ao tratamento médico, ou seja, doentes que estão a tomar comprimidos, mas já não estão a responder à terapêutica.

"Estamos a fazer a selecção dos doentes e, provavelmente para aumentar o número, iremos realizar o estudo em combinação com o Hospital de Valência (Espanha)", disse Francisco Cruz, salientando que a vantagem desta colaboração é, com os mesmos critérios, alcançar resultados mais rápidos.

Trata-se, segundo os especialistas, de uma terapêutica muito inovadora, que se vier a ser introduzida tem uma vantagem económica clara em relação, por exemplo, ao preço gasto em comprimidos diários.

Contudo, salientam Francisco Cruz e Paulo Dinis, a autorização de um medicamento é um processo lento que obriga a determinados passos.

Neste caso, os especialistas estimam que esta fase de estudo clínico e experimental se prolongue por "cerca de cinco anos".

A toxina botulínica foi descoberta no século XIX porque provocava a morte de pessoas que comiam enchidos que estavam infectados pela bactéria clostridium botulinum.

A toxina botulínica é um veneno mortal e uma arma biológica, cuja utilização chegou a ser ponderada pelos estrategas da segunda Guerra Mundial.

"Um miligrama dá para matar milhões de pessoas", frisou Paulo Dinis.

Tal como todos os medicamentos, tem uma margem terapêutica.

Inicialmente desenvolvido como um veneno, a habilidade humana transformou-o num medicamento com "potencialidades inacreditáveis".

O seu interesse advém, não apenas por se ter revelado eficaz no tratamento de doenças neurológicas - para as quais não existia qualquer alternativa - pelo número de potenciais novas indicações clínicas, mas também pelo facto do seu desenvolvimento ter sido realizado essencialmente por iniciativa académica.

Apesar de mais conhecida pela sua utilização para obter efeitos estéticos o botox foi inicialmente estudado em doentes com estrabismo.

A sua utilização estende-se actualmente ao tratamento de uma extensa lista de doenças.

PM.
 
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