08 maio, 2007

 

A bem do clima...


...ter menos filhos.

Segundo a OPT, uma ONG, britânica, a forma mais barata e efectiva de combater o aquecimento global é reduzir o número de nascimentos.

http://en.wikipedia.org/wiki/Optimum_Population_Trust

http://www.optimumpopulation.org/

Por outro lado...

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=256749&idselect=10&idCanal=10&p=200

Comments:
Ver página 15 do DN de 8-5-2007.
 
O que pode fazer em sua casa contra o aquecimento global

Enquanto representantes governamentais estão sentados à mesa a discutir meios para controlar o aquecimento global, há medidas que os cidadãos podem tomar nas suas casas, através de mudanças nos hábitos de vida. A maior parte dessas medidas, recomendadas pelas organizações ambientais, está relacionada com os recursos energéticos. Assim, comece por preferir os transportes públicos ao uso de automóvel, e em caso de uso, decida-se pelos de maior efeiciência energética. Sabia que ter os pneus na pressão correcta pode poupar até 5% no uso de combustível? Em viagens de férias, todas as opções são melhores do que os aviões, os maiores responsáveis pela emissão de gases. Por isso existem já movimentos que apelam às férias não demasiado longe da residência. Em casa, opte pelas lâmpadas fluorescentes, pelos painéis solares e por desligar as fichas das tomadas quando os aparelhos não estão activos. Só deve usar as máquinas de lavar roupa e loiça quando estiverem cheias.

DN, 27-8-2007
 
ONU confirma pior cenário

As Nações Unidas confirmam o cenário de aquecimento
global nas próximas décadas. Num relatório de 21 páginas,
a que a Agência Reuters teve acesso, o painel intergovernamental
de 2.500 cientistas de todo o mundo, sublinha a
necessidade de avançar rapidamente com medidas, mas também
diz que muitas das metas traçadas não são concretizáveis.
A começar pelo objectivo da União Europeia de limitar o
aumento das temperaturas em 2 graus centígrados, tendo por
base os valores da era pré-industrial.
Por isso, os cientistas pedem aos Governos de todo o mundo
que optem por traçar objectivos mais concretizáveis como
forma de alcançar resultados o mais cedo possível.
É que, depois do relatório de 2001, em que se apontava a
acção humana como “provável causa” do aquecimento global,
agora já se utiliza o termo “muito provável”, o que significa
que o homem é responsável numa probabilidade de
90%.
O painel intergovernamental apela, uma vez mais, a uma
concertação mundial para evitar o aquecimento global que já
está a causar mudanças no planeta que são inevitáveis, como
a subida do nível do mar, a destruição das barreiras de coral,
a extinção de espécies ou inundações das zonas costeiras.
O relatório diz, no entanto, que estes impactos podem ser
evitados, reduzidos ou adiados, através da diminuição de
emissões de gases com efeito de estufa.
O documento reitera que as estimativas mais optimistas
apontam para um aumento da temperatura entre 1,8 a 4º
Celsius ainda este século e que o nível do mar deverá subir
entre 18 a 59 centímetros. Mesmo que a emissão de gases
com efeito de estufa seja reduzida, estes impactos serão
sentidos por muitos séculos.
Este relatório do painel intergovernamental das Nações Unidas
para as alterações climáticas será divulgado em Novembro
em Espanha. Isto numa altura em que cerca de um milhar
de delegados de 158 nações discutem esta semana, em Viena,
na Áustria, a aplicação do Protocolo de Quioto para além
de 2012.

RRP1, 29-8-2007
 
Aquecimento global abre Passagem do Noroeste

A lendária Passagem do Noroeste, a rota marítima mais directa entre a Europa e a Ásia, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico, está limpa de gelo e aberta, o que sucede pela primeira vez desde que existem registos, em 1972, revelou a Agência Espacial Europeia (AEE).

Fotografias de satélite divulgadas por esta entidade mostram que o degelo causado este Verão pelo aquecimento global no Árctico é o responsável pela situação. Até agora, a Passagem do Noroeste permanecia gelada o ano todo, impedindo qualquer tipo de circulação de barcos. Mesmo quando não estava inteiramente obstruída pelo gelo, os icebergs tornavam quase impossível a navegação nesta via com 3 200 milhas (cerca de 5 100 quilómetros). Era uma aventura "estritamente reservada aos intrépidos", como escreve o The Sunday Times.

Gelo derrete depressa

De acordo com a AEE, o gelo do Árctico derreteu este ano dez vezes mais depressa do que no ano passado, o que foi decisivo para esta inesperada abertura da Passagem do Noroeste. Os cientistas previam que tal só sucedesse algures durante as próximas duas décadas.

De acordo com Leif Toudal Pedersen, do Centro Espacial Nacional da Dinamarca, a área gelada na zona diminuiu "para cerca de 3 milhões de quilómetros quadrados".

Segundo revelou também este perito "a camada de gelo árctico nos últimos dez anos tem reduzido a uma média de 100 mil quilómetros quadrados por ano", tendo este ano sido "um caso extremo".

Já no ano passado, os cientistas do US National Snow and Ice Data Center, entidade que monitoriza a superfície do Árctico com regularidade, tinham previsto "a abertura iminente" da Passagem do Noroeste. As regiões polares estão entre as mais sensíveis do nosso planeta às alterações no clima. Segundo alguns cientistas, o Árctico poderá ficar quase totalmente sem gelo em 2040, mas trata-se ainda de estimativas e não de cálculos totalmente rigorosos.

"Viagem lindíssima"

No mês passado, o iatista americano Roger Swanson conseguiu navegar a totalidade da Passagem do Noroeste sem problemas. "Foi uma viagem lindíssima, quase que não havia gelo", disse à chegada, citado pelo The Sunday Times.

Dois anos antes, em 2004, Swanson havia tentado a mesma travessia e o seu barco ficou preso no gelo, tendo voltado para trás in extremis.

A Passagem do Nordeste, no Árctico russo, continua, por outro lado, a estar parcialmente bloqueada pelo gelo, mas os cientistas acham que poderá também abrir em breve, bastante tempo antes do que estava igualmente calculado.

Durante mais de 400 anos que exploradores como o inglês Sir Francis Drake procuraram atravessar, mapear e "abrir" a Passagem do Noroeste, e assim estabelecer uma rota comercial mais curta para a Ásia que seria uma das potencialmente mais lucrativas do mundo.

O primeiro a conseguir atravessá-la por barco foi o famoso explorador polar norueguês Roald Amundsen, em 1906, tendo a viagem demorado três anos.

Nos últimos 100 anos, apenas 110 navios conseguiram repetir a façanha de Amundsen. A maior parte eram quebra-gelos ou então tinham os cascos especialmente preparados para varar grandes extensões de gelo. |- E.B., co m BBC News, 'The Sunday Times' e 'The Sunday Telegraph'

RRP1, 17-9-2007
 
CLIMA EXIGE ACÇÃO URGENTE

RITA CARVALHO

Parece ficção científica. Mas não é. O que torna tudo mais aterrador. Ban Ki--moon descreveu ontem o que viu nas suas recentes viagens ao Chile, Antárctida e Amazónia, onde os maiores tesouros naturais do mundo estão ameaçados pela própria humanidade, que polui ao ponto de pôr em risco a sua sobrevivência. E pediu aos governos acções concertadas para combater as alterações climáticas e evitar que se concretizem as previsões catastróficas.

O secretário-geral da ONU falava em Valência, Espanha, na apresentação do quarto relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), o grupo de peritos a quem foi atribuído este ano, juntamente com Al Gore, o Prémio Nobel da Paz. O documento faz a síntese de três anteriores relatórios onde os cientistas avisam que os impactos do aquecimento do planeta são inequívocos e irreversíveis. Mais: os delegados dizem que tudo está a decorrer de modo mais rápido do que foi previsto e que o que foi projectado para 2020 e 2030 já está a acontecer.

As emissões de gases com efeito de estufa aumentaram 70% entre 1990 e 2004 e esta subida faz prever que a temperatura também possa aumentar, no cenário mais dramático, mais 6,4 graus centígrados até ao final da década. Se muitos cientistas consideram que acima dos dois graus o planeta ficaria numa posição pouco sustentável - e é para atingir esse patamar que a Europa quer trabalhar -, imagine-se o que poderia acontecer no pior dos casos...

Na comunidade científica, o consenso está praticamente instalado: o aumento da temperatura agravará os fenómenos climáticos extremos: mais cheias, secas, ondas de calor, furacões e o degelo das calotes polares, responsável pela subida do nível do mar.

Mas mais do que validar dados científicos já expressos em relatórios anteriores e reafirmar que há 90% de certezas de que as mudanças no clima se devem às actividades humanas, este do- cumento síntese é uma ferramenta de trabalho essencial para o que aí vem. E foi esta a mensagem que o secretário- -geral da ONU quis sublinhar. "Hoje os cientistas falaram de forma clara e a uma só voz. Espero que em Bali os políticos façam o mesmo", disse Ban Ki- -moon, referindo-se ao encontro da Conferência das Partes, que decorrerá na Indonésia no dia 3.

Ban Ki-moon considera que o relatório do IPCC traz respostas para muitas questões políticas e que o mundo se deve unir para encontrar um sistema que substitua o protocolo de Quioto, cuja vigência termina em 2012.

O relatório sublinha também que já existem mecanismos e instrumentos disponíveis para lutar contra o problema, embora impliquem gastar todos os anos milhares de milhões de dólares. Mas acrescenta que, neste combate, não chega encontrar formas de mitigação da poluição, há que implementar medidas concretas de adaptação, pois as secas, as cheias, as inundações das zonas costeiras acontecerão mesmo que as emissões caiam abruptamente.

As reacções às conclusões dos cientistas não se fizeram esperar. O comissário europeu do Ambiente apressou--se a pegar nas palavras dos peritos para exigir medidas concretas em Bali, enquanto o primeiro-ministro britânico colocou o desafio do aquecimento global não só como uma ameaça ao ambiente mas também à paz e ao desenvolvimento mundial. Até porque, também aqui, serão os mais pobres a sofrer as consequências mais graves.

DN, 18-11-2007
 
UM MURRO NOS DENTES, UM BEIJO NA BOCA

Ferreira Fernandes

Amá notícia: cientistas dizem que o aquecimento global está a acabar com o planeta. A boa notícia: se os governantes quiserem, ainda estamos a tempo de nos safarmos. A boa notícia que vem com a má notícia: os cientistas têm sempre a mania de profetizar o pior para lhes darmos mais atenção (e subvenções). A má notícia que vem com a boa notícia: se a nossa bóia de salvação são os governantes, é porque a situação é mesmo desesperada.... E assim por diante, numa alternância de alarme e esperança. O noticiário sobre a catástrofe ecológica que vem aí tem de ser lido como um romance policial de Patricia Highsmith: o personagem Mr. Ripley está sempre quase, quase, a ser preso, mas safa-se no último instante. Outra maneira de encarar a coisa é à Art Buch-wald, o humorista americano que morreu em Washington, no frio Janeiro deste ano. Sabendo que estava condenado por uma doença dos rins, lamentou-se: "E eu que tanto gostava de vir a conhecer o aquecimento global..."

DN, 19-11-2007
 
Mais pobres vão sofrer os piores danos do clima

RITA CARVALHO

As alterações climáticas ameaçam provocar um retrocesso no desenvolvimento em África e nos países mais pobres. Mais 600 milhões de pessoas subnutridas, mais 1,8 mil milhões afectados pela falta de água e mais 400 milhões expostos à malária são algumas consequências do aquecimento global previstas para o final do século. Um alerta deixado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) cujo relatório anual expõe uma realidade crua e injusta: são os que menos poluem que mais vão sofrer os efeitos drásticos da poluição.

O timing deste alerta do PNUD é pertinente. A uma semana da reunião que juntará em Bali mais de 200 países para traçar um novo regime climático pós Quioto, o relatório intitulado "Combater as alterações climáticas: solidariedade humana num mundo dividido" ex- pressa a urgência deste combate e os impactos que poderão daí advir, não só ambientais mas também ao nível do desenvolvimento humano. E prevê um acentuar ainda maior das desigualdades que distanciam ricos de pobres, comprometendo assim os objectivos de desenvolvimento do milénio. Em África o drama é duplo: são os mais afectados porque vivem em zonas ambientalmente mais sensíveis e são os que menos capacidade têm para se defender.

"As alterações climáticas constituem uma ameaça à humanidade. Mas são os pobres, cidadãos sem responsabilidade pela dívida ecológica que estamos a acumular, que enfrentam os custos humanos mais graves e imediatos", afirmou ontem Kemal Dervis, administrador do PNUD.

A mensagem do PNUD para a cimeira da Convenção das Nações Unidas é clara: é preciso apostar na mitigação do problema, invertendo o crescimento exponencial das emissões de gases com efeito de estufa, nomeadamente nos países desenvolvidos. Mas é urgente investir também na adaptação, pois alguns efeitos da mudança são já inevitáveis e têm de ser atenuados.

Adaptação

Adaptar o mundo às mudanças do clima exigirá gastar, em média, cerca de 86 mil milhões de dólares todos os anos, segundo prevê o PNUD. O mesmo é dizer 0,2 % do produto interno bruto dos países do hemisfério norte. Investir 44 mil milhões no desenvolvimento de infra-estruturas que ajudem a prever e controlar épocas de cheias e secas ou a adequar as técnicas agrícolas, dispor de 40 mil milhões para pagar seguros sociais em tempos de catástrofes e investir mais dois mil milhões em informação e alerta, que é ainda muito incipiente em África.

Mas o dinheiro disponível para ajudar as populações a prepararem-se para o que já não podem evitar é ainda escasso. A própria gestão deste fundo mundial, que vive exclusivamente de doações voluntárias ainda não está definida, como explicou Pedro Conceição, do PNUD. O debate sobre esta questão correrá também em Bali.

Nos países desenvolvidos, prevenir também será sempre melhor do que remediar, considera Isabel Pereira, do PNUD. Na Europa, estima-se que, em 2020, os danos causados pela não adaptação a esta realidade custarão quatro vezes mais do que a aplicação hoje de acções preventivas.

Recomendações

O PNUD recomenda a definição de um orçamento de carbono, ou seja, um limite de emissões de dióxido de carbono que permita evitar que a temperatura suba acima dos dois graus centígrados. Esse limiar - 15 mil milhões de toneladas de CO2 por ano - implicaria atingir o máximo de poluição em 2020. A partir dessa data, as emissões teriam de diminuir, sendo que em 2050 teria de haver uma redução de 50% em comparação com 1990.

Neste esforço, que a ONU considera que tem de ser partilhado, os países desenvolvidos teriam de dar o exemplo. Estagnariam a sua poluição já em 2012 ou 2015, deixando às economias emergentes a possibilidade de se expandirem até 2020, invertendo depois a tendência de subida do CO2. O mundo teria de reduzir 50% as emissões em 2050. Mas esta será uma inversão difícil, pois hoje já se emitem o dobro das emissões que o PNUD considera aconselháveis por ano.

Nas recomendações que produziu, o relatório sugere ainda que seja atribuído um preço ao carbono, como forma de penalizar a poluição e promover o investimento em tecnologia limpa.

DN, 28-11-2007
 
Europa a assumir a sua quota-parte

Passo a passo, vai ganhando corpo a política energética da União Europeia, centrada no combate à mudança climática. É este o pacote mais ambicioso de medidas do mandato de Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, o que terá de futuro maiores consequências. Manter a UE como líder mundial na redução dos gases com efeito de estufa através do exemplo é crucial para obter um entendimento global, que se estenda a todas as grandes potências económicas e países emergentes, entre 2013 e 2020.

O objectivo fixado (nem sequer é o mais esforçado!) é de conseguir conter o aquecimento global do planeta apenas em mais 2o C face à sua temperatura média anterior à era do industrialismo.

Para concretizar esta estratégia, cada economia deve suportar a sua quota-parte de esforço, modulado pelo grau de desenvolvimento da economia e de prosperidade média do nível de vida. A autorização para Portugal aumentar as emissões de CO2 em 1% até 2020 é tudo menos uma licença para continuar a ser ineficientes nos transportes, no aquecimento das habitações, na actividade das pequenas e médias empresas. Bem pelo contrário: se ela reconhece o atraso económico relativo no seio da UE, convoca todos a tomar medidas concretas para transformar a produção e o consumo de energia nas suas diversas formas. É essa a parte que nos é confiada para evitar uma catástrofe global.

DN, 25-1-2008
 
Aquecimento global ameaça aves europeias

FILOMENA NAVES

Muitas espécies correm risco de extinção

No final do século, passarinhos e espécies de aves hoje comuns em Portugal, como a felosa-do-mato ou a garça-boieira poderão desaparecer de vista e, com sorte, voar para outras paragens. Mas outras aves já hoje ameaçadas, como a emblemática abetarda ou a rara cegonha-negra, arriscam-se a desaparecer. Da vista e do mapa. A razão? As alterações climáticas. Em qualquer dos dois casos haverá sempre perdas.

Estes são dados de A Climatic Atlas of the European Breeding Birds, o primeiro trabalho que avalia globalmente as consequências do aquecimento global para as 430 espécies de aves que nidificam na Europa, e que mostra como, dentro de poucas décadas, o mapa da maioria destas espécies estará radicalmente alterado, com perdas em várias regiões do continente. O atlas foi lançado pela BirdLife International e, em Portugal, pela sua parceira Sociedade Portuguesa do Estudo das Aves (SPEA).

Uma das regiões (a par do Árctico) onde os efeitos "vão ser mais significativos" como explicou ao DN Domingos Leitão, da SPEA, "será justamente, a Península Ibérica, devido à situação geográfica". E a razão é simples. "Com a mudança dos padrões climáticos prevista pelos modelos de simulação do clima, as aves que nidificam na Europa tenderão a mudar-se, em média, para regiões a 550 quilómetros, para Nordeste, das que actualmente ocupam", diz Domingos Leitão. Ou seja, no extremo sudoeste do continente, a Península Ibérica "vai fornecer" espécies para essa migração forçada, mas não tem regiões "fornecedoras" de aves deslocadas. No Árctico, a situação poderá ser mais crítica, já que a Norte não há mais território disponível.

Uma certeza fica deste trabalho: a distribuição geográfica das aves europeias vai mudar radicalmente nas próximas décadas e haverá muitas perdas irreversíveis "se não forem postas em prática, desde já, medidas de protecção e conservação das espécies e dos seus habitats", que permitam expandir as áreas de ocupação territorial para as espécies em situações mais críticas ou vulneráveis, alertam os autores.

De resto, o que este atlas mostra são as actuais regiões de distribuição de cada uma das 430 espécies de aves europeias (mais de metade destas estão presentes em Portugal) e as respectivas projecções para o final do século, tendo em conta as condições climáticas previstas num cenário moderado, com um aumento da temperatura média de 3 graus Celsius. Mudando as condições climáticas, é natural que as espécies tendam a fixar-se noutras regiões onde o clima lhes seja mais favorável. "As projecções mostram as regiões potenciais de ocupação, tendo apenas em conta os parâmetros climáticos", nota o dirigente da SPEA. Não é certo que algumas aves consigam fazer a migração forçada, uma vez que há outras variáveis em jogo, como as condições de habitat, disponibilidade de alimento, etc. que poderão não existir nas novas regiões com clima adequado. Nas contas feitas pelos investigadores, 180 aves terão no futuro uma distribuição geográfica coincidente com a actual inferior a 10%. Outras 60, terão como território adequado, do ponto de vista do clima, menos de 10% do total de que dispõem agora e, das 40 espécies europeias endémicas, 30 sofrerão alterações drásticas na sua distribuição geográfica.

DN, 16-2-2008
 
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