08 maio, 2007

 

Jornais gratuitos


25.000.000 de circulção diária na Europa

Um dos 125 títulos:

http://www.destak.pt/
http://metropoint.com/cgi-bin/WebObjects/Metro.woa/wa/
http://www.globalnoticias.pt/
http://www.meiahora.pt/

Àcerca:

http://www.newspaperinnovation.com/

Os quase gratuitos:

http://www.oje.pt/

Comments:
Entrevista a Piet Bakker (especialista em diários gratuitos):

Encontros amorosos ajudam na venda de jornais

MARIA JOÃO ESPADINHA

O mercado português de diários gratuitos está bem explorado?

Depois de Espanha, Dinamarca e Islândia, Portugal é o mercado mais avançado em diários gratuitos. O que é notável é que Portugal mudou de país em que as pessoas liam poucos jornais para país em que quase todos lêem jornais. Hoje fui de metro para a Baixa e voltei, e reparei que mais de metade das pessoas iam a ler jornais, e na sua maioria gratuitos. Estas publicações transformaram Portugal num país de leitores de jornais.

As pessoas que agora começam a ler gratuitos poderão passar a ser leitores dos pagos?

Não. Pensávamos que sim, mas não acontece. Se esse fosse o caso, então a circulação dos jornais aos fins-de-semana aumentaria, porque não existem gratuitos ao sábado e ao domingo.

O surgimento destas publicações prejudica os resultados dos jornais pagos?

Se compararmos a circulação paga com a circulação livre, é muito difícil ver a influência dos jornais gratuitos. Penso que a queda na circulação paga, se existe, não é muito afectada por estas publicações. São produtos diferentes, com públicos e formas de distribuição diferentes.

E ao nível da publicidade?

Os jornais gratuitos são mais "perigosos" ao nível da publicidade do que na questão dos leitores. Têm preços mais baixos, conseguem captar mais anunciantes.

Há espaço para criar mais jornais gratuitos?

Há um nível de saturação elevado. Na rua vê-se os distribuidores do Metro e do Destak que, às 10.00 da manhã, tem ainda pilhas de jornais, o que significa que quem queira lançar um jornal gratuito terá de inovar no produto, fazer algo diferente.

Se os jornais gratuitos não são uma ameaça aos pagos, então quais são os perigos que estas publicações enfrentam?

Os principais problemas são com os leitores mais novos. Os jovens e a geração que agora está a crescer esperam que as notícias sejam grátis. A Internet, os telemóveis, a televisão são grátis. Na verdade não são, mas parecem. O que há 25 anos não acontecia. Eu nunca paguei por um jornal. Eles são distribuídos de graça nas companhias aéreas e nos hotéis. O que é preciso é construir a marca. Mesmo na Internet, é necessário, pois a única forma de um jornal conseguir fazer dinheiro online é fazer com que as pessoas tenham noção de que se querem saber as notícias têm de ir ao site daquele jornal específico.

A Internet é a única forma de construir a marca?

Não. Em Espanha, por exemplo, o El País vende DVD, filmes, vinhos, viagens... Há dois anos tiveram lucros de 11 milhões de euros com vendas de produtos associados. O que faz sentido, porque se uma pessoa vai numa viagem de grupo à Índia, por exemplo, não quer ir com pessoas que lêem um jornal desportivo, mas sim com pessoas que pertencem à mesma marca. Em toda a Europa, os jornais de referência começaram um serviço de encontros amorosos, como o Die Welt, na Alemanha, ou o De Volkskrant, na Holanda. Neste caso, o serviço teve imenso sucesso, com festas, havia blogues, é uma comunidade. O que faz sentido, pois o jornal é uma marca do estatuto social.|

DN, 8-5-2007, pág. 61
 
'Sites' de diários não afectam vendas

As páginas de Internet dos diários britânicos não prejudicam as vendas das edições impressas, sendo encaradas como complementares. É o que mostram os últimos dados da Audit Bureau of Circulations, uma auditora britânica independente.

Os números sugerem que os consumidores vêem nas versões digitais dos jornais uma fonte complementar. As estatísticas mostram também que a maior parte das consultas aos sites das publicações é feita a partir do estrangeiro. Apenas 33% das consultas web do The Times são feitas a partir do Reino Unido. Para o The Guardian, o valor ronda os 37%.

Outra característica que ressalta do estudo é a de que, apesar de os diários online serem mais lidos do que os impressos, os leitores tradicionais são mais fiéis do que os internautas.

Os valores de difusão da imprensa escrita britânica voltaram a descer em Julho, mas mais lentamente. Uma actualidade carregada de notícias, com as inundações em Inglaterra e o desaparecimento de Madeleine pode explicar o sucedido.

The Sun teve, mais uma vez, a maior tiragem (3,2 milhões de exemplares por dia), e o Daily Mail registou uma subida de 600 mil exemplares por dia, motivada pela distribuição gratuita do disco de Prince.

DN, 15-8-2007
 
Receitas dos jornais diários caem em 2007

MARIA JOÃO ESPADINHA

Revistas vão ter receitas de 375 milhões de euros
Os jornais diários em Portugal vão gerar menos receitas este ano do que em 2006. Esta é a conclusão de um relatório da consultora PricewaterhouseCoopers, que aponta a quebra continuada de vendas no segmento para a descida de 0,7%, 222 milhões de euros. Quanto às revistas, a estimativa é mais optimista, já que as receitas do sector cresceram 2,6% para 375 milhões de euros.

Segundo o estudo Global Entertainment & Media Outlook 2007-2011, esta tendência de queda nos jornais já é registada desde 2005 e deve manter-se até 2011, com excepção do ano 2008, altura em que o mercado deverá estagnar. Nos próximos quatro anos, a consultora prevê uma descida de 0,6% nas receitas dos títulos diários, devendo a facturação cair para os 217 milhões de euros em 2011.

Esta descida nas receitas deve-se, como adianta o relatório, à quebra de vendas de exemplares, já que os jornais continuam a aumentar o valor recebido com publicidade. Em termos de circulação paga (vendas em banca e por assinatura), as receitas deverão passar dos 122 milhões de euros previstos para este ano para 113 milhões em 2011.

A diminuição da circulação deve-se sobretudo à expansão dos gratuitos, que, segundo a PricewaterhouseCoopers, é um cenário comum a vários países da Europa ocidental.

Revistas crescem

No segmento das revistas, o cenário é mais favorável. As publicações em Portugal vão vender mais e conquistar mais anunciantes este ano, aumentando a sua facturação face a 2006. Segundo o relatório, as receitas vão chegar aos 375 milhões de euros, um aumento de 2,6%.

Esta subida deve-se não só a um aumento dos proveitos com vendas de exemplares - que deverão subir dos 135 milhões de euros previstos para este ano para os 147 milhões em 2011 - como a um crescimento nas receitas publicitárias.

De acordo com as estimativas da consultora, os anunciantes vão aumentar em 3,7% os seus investimentos nos próximos quatro anos, atingindo em 2011 os 280 milhões de euros. Esta tendência estende-se ao resto da Europa, diz o estudo, alertando, no entanto, para um risco potencial de descida dos investimentos publicitários.

"Uma directiva da União Europeia, que deverá entrar em vigor em 2008, irá proibir a publicação de informações sobre preços, a não ser que o anúncio também inclua o nome e endereço do anunciante, os termos e as condições e informação sobre os direitos do comprador", diz o relatório. Esta mudança pode provocar, de acordo com a Federação Europeia dos Editores de Revistas, "um efeito de arrefecimento na publicidade".

DN, 29-8-2007
 
"O 'Global Notícias' terá a informação mais actual"

MARIA JOÃO ESPADINHA

Entrevista: José António Silva Pires - director executivo do Global Notícias

Quais são os objectivos do Global Notícias?

Fazer um gratuito que possa afirmar-se pela diferença, que possa liderar, e que sirva para alavancar as vendas dos jornais do grupo.

Esta imprensa tem sido vista como um inimigo dos jornais de distribuição tradicional. Nós vamos tentar contrariar esse princípio, fazendo um gratuito que possa alavancar as vendas dos nossos jornais.

E em relação aos concorrentes?

Só temos um objectivo, que é liderar. É evidente que leva o seu tempo, mas queremos ser o primeiro, pois apresentamos um produto que se distingue de qualquer um dos nossos concorrentes.

Temos, virtualmente, a maior redacção do País, pois contamos com a colaboração das redacções dos nossos quatro grandes jornais, das revistas, da TSF e da Sport TV. Possuímos a capacidade de fazer um produto que não é de linha branca com a imagem que tem sido associada aos gratuitos. A notícia é assinada, o que lhe dá uma marca de credibilidade que nós pensamos ser uma das nossas mais-valias.

Está desenhado para ser um complemento dos outros jornais do grupo e não um concorrente?

Nós não podemos, com um jornal de 24 páginas, concorrer com jornais que têm um volume de informação que não está ao alcance de um gratuito. Nós queremos servir, no fundo, aquele público que pega num jornal num transporte público, consumiu a informação, e fica satisfeito. Mas, mesmo para esses, temos uma diferença. Vamos ter uma grande reportagem, um elemento que servirá para que o Global Notícias não seja um produto igual aos outros, que muitas vezes se consome e depois se deita fora. Vamos procurar, sem entrar em concorrência com os nossos jornais, que seja um produto que estimule a leitura.

O jornal terá uma redacção própria?

Vamos ter uma pequena redacção que vai assegurar a actualidade. Depois, temos um pivot em cada jornal do grupo, que coordena o trabalho de cada redacção para o Global Notícias. A nossa manchete será, em princípio, diferente das dos outros títulos do grupo. Obviamente que há dias em que é incontornável ser o mesmo tema de capa, como por exemplo o caso Maddie.

Qual é o público alvo do jornal?

O Global Notícias é um jornal de características especiais, de feição mais popular, sem ser sensacionalista. É um jornal que terá alguma transversalidade, como todos têm, e que se destina às pessoas que vêm trabalhar para Lisboa.

O horário de fecho do jornal é mais alargado?

Um dos objectivos do jornal é afirmar-se também nesse capítulo. O Global Notícias será o jornal diário português com um fecho mais tardio, às quatro da manhã. É um jornal que assegurará, em termos da imprensa escrita, a última informação em matéria de actualidade. Esperamos que esse seja um factor extra para ajudar a implantar o Global Notícias.

DN, 10-9-2007
 
Balanço positivo para o gratuito 'Global Notícias'

"O título conseguiu agitar o mercado dos gratuitos", afirmou o director

O balanço do primeiro mês do Global Notícias é positivo. O director executivo do jornal, Silva Pires, afirmou ontem ao DN estar satisfeito com os resultados do projecto, salientando que o título da Controlinveste (proprietária do DN) conseguiu agitar o mercado dos jornais gratuitos.

"Estamos satisfeitos com os resultados alcançados", afirmou Silva Pires. No entanto, ainda não existem dados concretos sobre o desempenho do jornal, nomeadamente ao nível das audiências. Esses valores só serão conhecidos em Janeiro de 2008, altura em que será divulgado o estudo efectuado pela Marktest.

Mas há outros dados técnicos que permitem aferir um bom resultado para o primeiro mês de vida do jornal. "Neste momento, dos 150 mil exemplares distribuídos diariamente, estamos a receber sobras que rondam os 1300 e os 1500 exemplares", referiu, "valores que consideramos perfeitamente irrisórios".

Silva Pires salientou ainda outra questão. "Foi importante a chegada do Global Notícias porque agitou o mercado dos gratuitos", afirmou o director executivo, e "a generalidade dos jornais gratuitos aumentaram a sua qualidade, face a um projecto que se comprometeu a fazer mais e melhor". "Viemos ajudar a credibilizar mais a imprensa gratuita", concluiu o responsável.

Lançado a 10 de Setembro, o Global Notícias, que oferece uma média diária de 24 páginas, recebe conteúdos das diversas publicações detidas pela Controlinveste, além dos produzidos por uma pequena redacção própria. O gratuito apostou na distribuição diária de 150 mil exemplares nas zonas de Lisboa, Vila Franca de Xira e Setúbal.

"Tornou-se comum às 10.00 já só se encontrar o jornal nos pontos de distribuição selectiva", efectuada através de dispensadores fixos, afirmou Silva Pires, demonstrando-se satisfeito com a entrega em mão que, todos os dias, é efectuada por 140 colaboradores. "Tem sido extraordinariamente bem sucedida", frisou.

O director de Publicidade do gratuito, Luís Barradas, também avalia positivamente o primeiro mês do Global Notícias. "O feedback tem sido muito bom", disse, "os anunciantes reconhecem que o jornal é um produto com características diferenciadoras, que aposta na variedade de informação, numa informação mais aprofundada e alargada".

O jornal está com uma ocupação publicitária média de 30%, um valor que o responsável considera "um bom caminho", tendo em conta que o projecto foi lançado num período em que os planos de comunicação das empresas já estavam definidos. "Em 2008 será outra realidade", referiu o responsável, nomeando como principais anunciantes do jornal a operadora de telecomunicações móveis TMN e a TV Cabo.

Com uma rede actual de 140 pessoas na distribuição activa, ou seja, na rua, o gratuito Global Notícias pretende reforçar a sua presença em locais específicos, como centros de saúde, escritórios, espaços comerciais, hospitais e universidades.

DN, 10-10-2007
 
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