20 maio, 2007

 

Rádios


locais, regionais e outras. Algumas na internet.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_r%C3%A1dios_portuguesas

http://www.radios.pt/PortalRadio

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Rádios locais e regionais unidas na Internet

MARCOS CRUZ

A maioria das rádios portuguesas (cerca de 200 operadores) já vive junta na Net, via Portal Rádio (www.radios.pt), um serviço englobado no programa ROLI - Rádios On Line, inaugurado ontem em Espinho, na presença do ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva.

Especialmente dedicado às rádios locais, o projecto, gerido pela Associação Portuguesa de Radiodifusão, custou cerca de um milhão de euros, tendo sido co-financiado, em partes idênticas, pela União Europeia e pelo Estado. E, apesar de só a partir de ontem terem ficado disponíveis os seus conteúdos (emissões, sites das rádios e outras funcionalidades), há indícios de que a aposta está ganha. "Até aqui, o portal era apenas um estaleiro em obras, mas os números de Março relativos às audições destas rádios via Net apontam para um milhão de ouvintes", revelou José Faustino, presidente da entidade gestora do ROLI, que enalteceu a "capacidade de inovação" evidenciada pelos agentes do sector e sublinhou a importância estratégica do projecto para o País: "É uma forma de afirmar a lusofonia no mundo".

Santos Silva, por seu lado, salientou a necessidade de incentivar a modernização "tanto de rádios como de outros órgãos de comunicação social de âmbito local e regional", detectando três vantagens essenciais no novo serviço: "Primeiro, o facto de o acesso se tornar global, e aqui não nos podemos esquecer que há quatro a cinco milhões de portugueses espalhados pelo mundo; depois, a mudança na relação com as audiências, sendo que as da Net são mais participativas e exigentes do que as dos meios tradicionais; e, por fim, a mudança na relação com o local: os conteúdos não perdem a natureza local, mas deixam de ser ilhas, passam a penínsulas".|

DN, 20-5-2007, pág. 61
 
"A rádio vai morrer muito em breve"

INÊS DAVID BASTOS

"A rádio vai morrer muito em breve e só a publicidade é que decidirá por quanto tempo é que ela se mantém". O vaticínio, pessimista, foi assumido quarta-feira ao final da tarde pelo jornalista Luís Filipe Costa durante um seminário na Sociedade Portuguesa de Autores sobre a sobrevivência da rádio, onde estiveram ainda presentes responsáveis como Luis Osório, Luís Montez e António Sala.

O futuro da rádio portuguesa foi o mote do debate e Luís Filipe Costa não foi o único a demonstrar uma visão pessimista sobre o tema. Também Luís Osório, director do Rádio Clube, considerou que a rádio "está numa encruzilhada". E explicou: "por um lado, as receitas publicitárias não param de descer - muito mais se forem vistas à escala da Europa. Por outro, falta a ousadia de pensar que não existem desafios". Para Osório, actualmente, "todas [rádios] se parecem imitar umas às outros".

Luís Filipe Costa argumentou que o estado actual da rádio deve-se "às novas tecnologias, como a Internet ou o iPod". Também António Sala revelou reservas sobre o futuro deste meio de comunicação, mas para o comunicador a televisão é a grande responsável. "A televisão esmaga a rádio, é uma luta desleal", afirmou o comunicador, profissional da Rádio Renascença.

António Sala, que celebra 40 anos de carreira, aponta a criatividade como uma forma das emissoras se afirmarem no mundo da comunicação. "A rádio tem que se ginasticar e reinventar, sempre com imaginação. Tem que haver a capacidade de arriscar, de tropeçar e de não ser politicamente correcto", referiu. O antigo apresentador do histórico Despertar, e que também fez carreira na televisão, disse ainda que a rádio "tem que tornar os seus possíveis inimigos, como a televisão, em aliados".

Luís Montez, proprietário das rádios Radar, Oxigénio e Capital, foi quem fez o discurso mais optimista ao afirmar que, "agora, mais do que nunca, existe um maior número de rádios especializadas num género musical, existe maior variedade". Ao contrário dos restantes oradores, Luís Montez classificou as novas tecnologias como aliadas da rádio. "Com a chegada da Internet, a rádio ganhou imenso", diz, explicando que "os emails vieram estreitar a comunicação entre os locutores e os ouvintes". Isto porque, nos locais onde não existem frequências para determinadas rádios, os ouvintes podem agora acompanhar as emissões na Net.

Luís Filipe Costa deixou claro que "só tornando a ser um espectáculo de som é que a rádio terá um bom futuro". António Sala, apesar das reservas sobre o futuro que se adivinha, rematou com a afirmação: "a rádio não está esgotada".

DN, 22-6-2007
 
"Quota condiciona actuação das rádios"

INÊS DAVID BASTOS e MARIA JOÃO ESPADINHA

A norma da Lei da Rádio que impõe uma quota mínima de 25% de música portuguesa foi ontem publicada em Diário da República, mas tem efeitos retroactivos, ou seja de 3 de Maio de 2007 a 2 de Maio de 2008. Os directores de rádio contactados pelo DN criticam a imposição de uma quota, duvidando até que exista produção nacional suficiente para cumprir as metas impostas pela lei. Segundo esta, 35% dos 25% de música portuguesa tem de ser recente, isto é, produzida no último ano.

Jordi Jordà, director-geral Media Capital Rádios, disse ao DN que o cumprimento da quota de 25% depende do formato de cada rádio e do tipo de música que é mais adequada a esse formato e ao seu público alvo, bem como da música portuguesa que é editada. "Em nossa opinião, não faz sentido obrigar todas as rádios a emitir a mesma percentagem de música portuguesa. Por exemplo, temos uma rádio como a Romântica FM, que apenas transmite música portuguesa durante todo o dia, pois é essa a sua especialização, mas o mesmo seria praticamente impossível fazer para a Cidade FM", sublinhou este responsável, para quem a "imposição de quotas às estações de rádio não é necessária nem é suficiente para promover eficazmente o consumo da música portuguesa". O director-geral da Media Capital vai mais longe e diz mesmo que "na prática, esta lei apenas veio condicionar a actuação das rádios a pedido das editoras discográficas".

Para Jordi Jordá, a imposição de uma quota mínima "não é a forma mais eficaz de incentivar a produção de mais e melhor música nacional".

Igual posição manifestou José Fragoso, director da TSF. "Esta legislação não faz sentido porque faz da rádio o bode expiatório da situação em que se encontra a música portuguesa. Esta lei pouco ou nada vai contribuir para que este problema se altere", anteviu este responsável. Que lançou duas questões: "Quem vai fiscalizar o cumprimento da quota, já que existem mais de 300 rádios?" e ainda "será que há produção nacional de música que permita cumprir a quota?".

Sobre a fiscalização, José Faustino, presidente da direcção da Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR), explicou que vai estar a cargo da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). "Está a ser criada uma base de dados em que as rádios enviam os ficheiros aúdio das suas emissões", concretizou.

José Faustino manifestou uma posição menos crítica quanto à quota, considerando que "25% é razoável, é o mínimo". Este responsável garante que "a maioria das rádios cumpre esta quota", afirmando, contudo, que "o problema está na percentagem desta música que tem de ser constituída por música produzida no último ano". Para José Faustino, "o sector discográfico não tem produção para isso. As rádios estão a fazer o possível".

DN, 13-11-2007
 
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