17 maio, 2007

 

The Who


Uma lenda viva




The Zimmers "My Generation"

Não são eles nem tão velhos assim mas os sobrevivos para lá caminham!

http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Who

http://www.thewhotour.com/

http://www.thewho.net/

http://www.last.fm/music/The+Who

http://www.oldielyrics.com/t/the_who.html

Entrevista e algo mais:
http://visao.clix.pt/default.asp?CpContentId=333497

Comments:
The Who cantam a sua geração em Lisboa

TIAGO PEREIRA

Foi Eric Clapton que, numa "preciosa conversa telefónica", convenceu Pete Townshend a fazer de Endless Wire, álbum editado pelos The Who no ano passado, uma realidade. "Terás de o fazer sozinho, à tua maneira", foram as palavras recordadas por Townshend em entrevista à revista Mojo. Trabalho feito, banda ensaiada e os The Who regressaram à estrada, com o primeiro álbum em 24 anos. Hoje, dão início à digressão europeia com a estreia ao vivo em Portugal, no Pavilhão Atlântico (20.30, com Rose Hill Drive na primeira parte ).

Apesar de reconhecido o mérito de Endless Wire, admitamos que não é pela sua última criação que se aplaude a estreia dos The Who em palcos nacionais. Em concerto estarão Pete Townshend e Roger Daltrey. O primeiro é um ícone da guitarra, pelos dotes de compositor e por ter ensinado a muitos outros depois dele a arte de destruir uma guitarra frente ao público. O segundo assegura a voz carismática, presença que nunca passou despercebida, gritos de angústia adolescente feitos movimentos pop, com microfones pelo ar como marca registada.

Certo é que que estes não são os mesmos The Who que, em 1965, gritaram "hope I die before I get old" em My Generation, que fizeram do rhythm & blues banda sonora para uma Grã-Bretanha à procura de rebeldia. Keith Moon, falecido em 1978, foi um dos maiores bateristas de sempre, símbolo do rock'n'roll dos excessos e da excelência musical. John Entwistle (1944-2002) acompanhava-o, na secção rítmica que nunca marcou o tempo, antes o tornou sempre único e distinto, seguindo a estrutura delineada por Pete Townshend. Mas os dois The Who que hoje actuam em Lisboa (juntamente com Zak Starkey, filho de Ringo Starr, Simon Townshend, filho do líder Pete, e o ex-Free John Bundrick) são o retrato, ainda fiel e criativamente vivo, de um nome que se fez grande entre os maiores.

Na década de 60, foram a voz do movimento Mod, que passeava um apurado sentido de estilo em cima de scooters pela Londres que se movia ao som do R&B americano. Valor reconhecido mais tarde na adaptação ao cinema de Quadrophenia (ópera- -rock sobre um jovem em busca de identidade entre os mods londrinos), em 1979. Ainda que tudo fosse espelho das dúvidas de um Townshend que não se enquadrava na moda que cantava. Tema recorrente, aliás, das primeiras composições ao conceito explorado em Tommy (1969).

Desde 1982 (ano da edição de It's Hard) os The Who foram banda de palco, conquistando sucessivamente um devoto público americano. Mas deixaram a criatividade de lado, ficando à sombra de títulos como "a maior banda rock do mundo" ou "os mais ruidosos em palco". Regressam agora, como referência para muitos outros, mas ainda como geração com algo a dizer.|

DN, 16-5-2007, pág. 48
 
Da ópera-rock às leis da pop, uma noite feita por mestres

TIAGO PEREIRA

Com Endless Wire, o álbum editado durante o ano passado, Pete Townshend desafiou e convenceu Roger Daltrey a realizar nova digressão mundial dos The Who. Mas - e todos o esperavam - não foram as novas canções a fazer da noite de quinta-feira (estreia da banda em Portugal) uma lição de rock'n'roll. Ainda que mantenham vontade criativa, o legado da banda é inegável e transforma cada presença em palco num desfiar de memórias que não perderam contexto. Antes o reforçam e justificam.

Mais de 40 anos a construir reputação e mito deram aos The Who o direito a passar sabiamente de jovens sob o rótulo mod a banda pronta para agradar a multidões. Na década de 60 fizeram passear scooters e casacos forrados com a bandeira inglesa por uma Londres em ebulição. Pavilhão Atlântico, séculoXXI: libertam-se paixões antigas, de quem os ouviu na altura ou daqueles que conheceram "a maior banda rock", entre os anos 70 e 80. E conquistam-se novos fãs, uma geração que preserva o património musical ou que prestou atenção aos genéricos de cada uma das séries de CSI - não por acaso, Who Are You? ou Won't Get Fooled Again tiveram os refrões com mais coro.

O Atlântico não encheu para a viagem no tempo, mas procurou corresponder a um Roger Daltrey que parece ter a mesma voz em I Can't Explain. E prestou vassalagem a um Pete Townshend, que voltou a dar sentido a My Generation, mesmo sem partir a guitarra no final da actuação, como era praxe nos dias de 60. Passa-se por Tommy ou Quadrophenia e sabemos que Keith Moon e John Entwistle não estão presentes. Mas assombram quem ocupa os seus lugares. Com Pinball Wizard e The Kids Are Alright confirmava-se: em vez de assinalar as faltas (evidentes), todos sabiam estar frente a um dos nomes que fez da pop uma lei. Noutra formação, naturalmente, mas com a mesma identidade. Camisolas com a estampa certa, bandeiras portuguesas pelo palco e um mosh pit para os atrevidos. No final diziam "os The Who já passaram por aqui".|

DN, 18-5-2007, pág. 35
 
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