15 junho, 2007

 

14 de Junho


Dia mundial do dador de sangue




http://pt.wikipedia.org/wiki/Sangue

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Instituto do Sangue a favor do fim das isenções de taxas

RUTE ARAÚJO

"As dádivas devem ser motivadas pela responsabilidade social, não pela existência de pagamentos ou benesses." A opinião é de Marília Morais, da direcção do Instituto Português do Sangue (IPS), e surge na sequência da recomendação da comissão do financiamento da saúde de pôr fim às isenções de taxas moderadoras para todos os que não são doentes crónicos nem têm baixos rendimentos.

A responsável admite que, caso o Governo avance com esta medida, "haverá algum impacto" no número de dadores de sangue em Portugal. Mas acredita que "a grande maioria das pessoas dão sangue por dever cívico". Até porque está provado que, quando as colheitas são pagas, aumenta a percentagem de dádivas menos seguras.

Quando se assinala mais um Dia Mundial do Dador de Sangue, o IPS anuncia que vai ser criado, no próximo ano, uma base de dados nacional com os dadores. Hoje apenas se sabe que existem 400 mil pessoas com cartão e 366 mil dádivas. Mas é difícil perceber quem doa, quantas vezes o faz e quando deixa de o fazer. Segundo explica Marília Morais a ideia é ter uma radiografia mais exacta das colheitas - que hoje só se consegue a nível regional - e conseguir gerir melhor os stocks de acordo com as necessidades do País. "Se uma pessoa se inscrever com 57 anos, quando tiver 65 deixa de poder dar sangue. Tem o cartão, mas na verdade já não é dador", exemplifica, acrescentando que a base de dado permitirá saber as razões das suspensões.

A meta para este ano é aumentar em 10% o número de colheitas. É que apesar do acréscimo de 14% no número de dadores, esta subida não tem uma equivalência exacta em dádivas. "Cada vez mais a comunidade exige segurança, às vezes de forma desmedida. Existe uma percepção muito exagerada do risco de uma transfusão, que é muito menor que o de atravessar uma estrada", explica a responsável. A consequência é a suspensão, pelo menos temporária, de mais dadores. Por isso, 27% das dádivas não são utilizadas, um valor que tem vindo a crescer nos últimos anos. Na maioria dos casos, a exclusão é devido à insuficiência de hemoglobina no sangue, em particular nas mulheres. Mas as viagens a outras partes do mundo, como a África, e o perigo de infecções com doenças como a malária, são também responsáveis pelo afastamento de muitos dadores por razões de segurança.

DN, 14-6-2007
 
Instituto quer aumentar as reservas de sangue

PAULO JULIÃO, Viana do Castelo

O Instituto Português do Sangue (IPS) tem em curso a constituição de uma Reserva Estratégica de Sangue, por forma a permitir uma autonomia de até 12 dias no caso de um surto da gripe das aves acontecer em Portugal, anunciou ao DN a direcção daquele organismo público.

"Pode acontecer qualquer coisa. Pode vir aí um surto da gripe das aves e, nessa altura, a maior parte da população não poderá dar sangue. Essa Reserva Estratégica quer dizer que, numa emergência, teremos sangue suficiente para alguns dias", explicou ao DN Francisca Avillez, da direcção do IPS.

Segundo a responsável, o objectivo é atingir, a breve prazo, uma reserva "suficiente para 12 dias", sendo que os números actuais já garantem a autonomia de sangue para quase uma semana. "Para lá da auto-suficiência, sabemos que conseguimos estar cinco a sete dias sem fazer uma colheita de sangue", disse.

Os números do IPS referem que a auto-suficiência de Portugal é garantida, actualmente, com cerca de mil dádivas por dia, por parte de 400 mil dadores registados.

"Temos do melhor sangue do mundo, mas é importante que a gente nova comece a dar sangue. É preciso promover, continuamente, a substituição de dadores", sublinhou Francisca Avillez. A responsável falava em Viana do Castelo, à margem do convívio nacional de dadores, promovido pela Federação Nacional de Associações de Dadores de Sangue (FAS), que juntou cerca de cinco mil pessoas, em representação de núcleos de todo o País e de Espanha.

Apesar da auto-suficiência, o presidente da FAS, Moreira Alves, disse ao DN que "o ideal" passa por chegar a 40 dadores por cada mil habitantes, contra os actuais 36.

DN, 16-6-2007
 
Entre 10% e 15% dos cancros são de origem sanguínea

AMIN CHAAR

Entre 10 e 15% dos cancros têm origem sanguínea, mas os tratamentos são cada vez mais eficazes e as taxas de sobrevivência elevadas, diz o presidente da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), António Parreira.

A reunião anual da SPH decorre até amanhã em Albufeira, onde deverão ser debatidas as doenças de Hematologia, especialidade médica que se foca nos tecidos e órgãos responsáveis pela proliferação, maturação e destruição das células sanguíneas.

Linfoma, leucemia ou mieloma são três tipos de cancro de origem sanguínea cuja incidência tem aumentado nos últimos 30 a 40 anos, em parte por a esperança de vida ser cada vez maior, explicou. Ao contrário de outros tumores, estes, por não serem sólidos, não podem ser tratados através de cirurgia, já que a medula óssea está distribuída por todo o corpo humano. Os tratamentos como a quimioterapia permitem taxas de cura que rondam os 80% nos casos de leucemia em crianças e os 60% em determinados tipos de linfoma.

DN, 9-11-2007
 
Acidentes e cirurgias são situações de risco

As cirurgias, sobretudo a oncológica, e os acidentes, em especial os de viação, são as situações clínicas que mais recorrem a transfusões de sangue. Mas, enquanto no primeiro caso se pode programar a transfusão e pedir doações a familiares e amigos do doente, no segundo, utiliza-se obrigatoriamente os lotes existentes nas urgências hospitalares. Tanto quanto o DN apurou, a maioria das unidades hospitalares são autosuficientes, à excepção de períodos de maior escassez, como acontece actualmente.

Uma forma de compensar o sangue usado numa transfusão é a autotransfusão (ou transfusão autóloga), em que o doador é o próprio doente e em que se faz uma colheita pré-operatória. A aférese é outro dos métodos utilizados e consiste na obtenção de um ou mais componentes sanguíneos através de processamento de sangue numa máquina. Os componentes residuais de sangue são devolvidos ao dador durante o processo ou após a sua conclusão.

O sangue será posteriormente administrado, durante ou após a cirurgia. A pessoa em causa deve estar em bom estado de saúde e pode ser realizada em qualquer idade. Os doentes com anemia, doença cardíaca ou doenças infecciosas não podem integrar um programa de autotransfusão.

Emergência

Os técnicos do Instituto Nacional de Emergência Médica não administram sangue quando são chamados a socorrer os doentes, até porque não estão equipados para fazer análises sanguíneas.

Em emergência médica, a perda de sangue é compensada com alguns soros e fármacos.

Doenças

A hemofilia e o lúpus são as patalogias mais nocivas para o sangue. No caso dos doentes hemofílicos, estes são tratados com concentrados de derivados do plasma humano ou produtos recombinantes (feitos por engenharia genética). São estes os casos em que Portugal necessita de fazer compras no estrangeiro, nomeadamente na Austrália (derivados do plasma) e aos Estados Unidos (recombinantes).

É ao Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento cabe a tarefa de analisar todos os lotes comprados no estrangeiro antes de serem libertados para o mercado.

O lúpus é uma doença crónica, auto-imune, e que causa inflamações em várias partes do corpo, especialmente na pele, juntas, sangue e rins.

Autoridade

Compete à Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplante (ASST) fiscalizar os serviços de sangue, a qualidade e segurança da dádiva, colheita, análise, processamento, armazenamento e distribuição do sangue humano e de componentes sanguíneos. Tem também a responsabilidade de intervir, em situações de crise e de esgotamento das reservas, o que deve ser bem avaliado e controlado, segundo disse ao DN a vice-presidente da ASST, Alice Cordeiro.

A colheita em excesso pode ser prejudicial porque pode levar aos desperdício de sangue, uma vez que este não deve estar armazenado mais de 42 dias. E, no caso do plasma, o prazo de conservação é de apenas cinco dias, explica Alice Cordeiro. É por esta razão que a ASST não foi chamada a intervir até ao momento.

Crise

Os responsáveis portugueses pela gestão dos lotes de sangue (Instituto Português do Sangue e ASST) garantem que dificilmente haverá uma situação de ruptura dos stocks no País, mesmo que aconteça um acidente que envolva um número excepcional de vítimas. Por exemplo, no caso de haver um desastre de comboio que envolva 200 pessoas e que mais de um centena delas necessite de uma transfusão de sangue em tempo recorde, as reservas actuais poderiam dar resposta à situação.

DN, 7-2-2008
 
Reserva de sangue 30% abaixo do necessário

DIANA MENDES

As reservas de sangue no País continuam abaixo do necessário, apesar de as dádivas do último mês terem superado as de 2007. De acordo com dados do Instituto Português de Sangue (IPS), os níveis estão 30% abaixo do nível ideal, ou seja, atingem dois ou três dias em alguns tipos de sangue, quando a margem de segurança é de sete dias. Aos tipos de sangue A e 0 positivos que estavam já em baixa juntou-se agora o tipo B negativo, que antes era estável. Gabriel Olim, presidente do IPS, diz que a situação "continua abaixo do ideal, porque foi preciso fornecer sangue aos hospitais, que têm agora a reserva recomendável".

Ontem, o IPS tinha quase duas mil unidades de sangue, que respondem a uma procura média de dois dias. No entanto, somando a oferta do IPS à dos hospitais, o número sobe às sete mil. A carência está sobretudo ao nível do tipo 0 positivo, com apenas dois dias de margem, e dos grupos A positivo e B negativo, capazes de responder ao consumo de três dias, segundo a procura de 2007.

As reservas estão apenas estáveis nos tipos AB (positivo e negativo) e no grupo B negativo, necessários para um grupo populacional consideravelmente menor. Para responder a esta quebra, o instituto necessita de mil dádivas diárias. "Para garantirmos a segurança máxima dos portugueses, temos de ter as nossas reservas no nível verde (sete dias). Quando não está, sabemos que temos de chamar dadores e fazer mais brigadas", refere o responsável.

Há duas semanas, a situação era mais grave, apesar de não haver risco de ruptura de stocks. Os hospitais desceram abaixo dos quatro dias de oferta recomendável, o que obrigou o IPS a fazer um esforço acrescido, mas racionalizado. De acordo com Gabriel Olim, os níveis do IPS chegaram a fixar-se em 1300 sacos na situação mais grave, estando agora nos dois mil. "Fizemos um reforço na colheita e está a ter bons resultados. Os nossos centros regionais tiveram um aumento da colheita de 70% em relação a 2007 e passámos de 50 a 75 dadores por dia", sublinha.

Os dados relativos às reservas dos hospitais eram positivos ao fim da tarde de ontem, o que significa que, aos poucos, o IPS vai conseguir estabilizar os seus níveis de sangue e atingir a segurança. "No final de Fevereiro e Março temos sempre bons níveis de colheita. E aumentámos o número de brigadas no País".

Os centros de colheita, bem como os locais onde é possível dar sangue estão disponíveis no site do instituto (www.ipsangue.org).

Ninguém está em perigo

O IPS, que é actualmente responsável pela colheita de 60% do sangue em Portugal, admite alguma preocupação perante os actuais níveis da reserva, mas volta a frisar que não está ninguém em perigo por falta de sangue. O presidente do instituto deu o exemplo das pessoas do grupo 0 negativo (que só podem receber esse tipo de sangue), para as quais há uma reserva para cinco dias no instituto. "Neste momento, temos 151 unidades disponíveis, o que significa que, numa situação de emergência, tínhamos sangue para 151 pessoas."

A isto, juntam-se as unidades dos 26 hospitais que ainda fazem colheita, que ontem eram 759. "Com estas reservas, os hospitais são perfeitamente capazes de responder a todas as emergências e às cirurgias programadas", assegura Gabriel Olim.

O instituto continua a apelar à dádiva. À partida, qualquer pessoa pode dar sangue, dos 18 aos 65 anos. Mas a primeira dádiva não deve ser feita depois dos 60 anos. No caso das mulheres, é possível fazê-lo três vezes por ano e, no dos homens, basta fazer um intervalo de três meses. Pessoas submetidas a cirurgias ou que tenham feito tatuagens, por exemplo, têm de passar por um período de quarentena. A recolha é feita a par com uma entrevista confidencial e os lotes colhidos seguem procedimentos de gestão e de avaliação da segurança. Actualmente, há 272 502 portugueses na lista de dadores, o triplo dos que havia em 96.

DN, 20-2-2008
 
Consumo de sangue exige 1100 dadores diários

RITA CARVALHO

Dia do Sangue. Homenagem às 72 pessoas que já doaram mais de cem vezes

Apesar de não haver falta de sangue são precisos mais dadores regulares

Para assegurar um consumo normal de sangue, mantendo estáveis as reservas nacionais, é preciso que, todos os dias, 1100 dadores cumpram a sua missão. Uma exigência que tem sido assegurada, garante o presidente do Instituto Português do Sangue, mas que carece de dadores regulares, os que não o fazem esporadicamente mas de quatro em quatro meses.

"Tem havido sempre sangue disponível. Actualmente, as nossas reservas estão todas no verde. Mas o problema é que o sangue tem um prazo de validade de 42 dias. E se não houver doações diárias, podemos ter problemas", explicou ontem ao DN, Gabriel de Olim, presidente do Instituto Português do Sangue (IPS), na véspera do Dia Mundial do Sangue.

No ano passado havia 272 502 pessoas inscritas como dadores no IPS e nos centros regionais, embora as colheitas possam ser feitas em todo o País através das unidades móveis. Agosto e final de Janeiro são as épocas piores em que as necessidades se mantém mas os dadores diminuem, diz Gabriel de Olim.

A regularidade é também sinónimo de segurança, explica o presidente do IPS. Os dadores não precisam de se sujeitar novamente aos exames e a certeza da qualidade do sangue é mais facilmente assegurada. Além disso, uma vez que não têm de se sujeitar a tantos exames, a quantidade de sangue aproveitada é maior. Gabriel de Olim garante que o processo de doação é "perfeitamente seguro para quem dá e para quem recebe", lembrando que o País possui dos padrões de segurança mais elevados em todo o mundo.

Em Dia Mundial de Sangue, Gabriel de Olim aproveita para homenagear todos os dadores que, voluntariamente, se disponibilizam para assegurar que há sempre sangue disponível. Hoje em Coimbra, onde decorrem as comemorações, haverá uma homenagem especial às 72 pessoas que já doaram sangue mais de 100 vezes e às 200 associações de dadores que, diz Gabriel Olim, "fazem um trabalho de sensibilização extraordinário".

DN, 14-6-2008
 
Mais de cinco mil pessoas deram sangue em Coimbra

JOÃO FONSECA

Dia Mundial do Dador. Instituto Português do Sangue organiza recolha no fim-de-semana

Comemorações ultrapassam expectativas. Festa e figuras públicas ajudam à causa

Mais de cinco mil pessoas passaram, até ao final da tarde de ontem, pelas viaturas e tendas instaladas na Praça da Canção, em Coimbra, para dar sangue e para participarem noutras iniciativas ali desenvolvidas, para assinalar o Dia Mundial do Dador do Sangue.

As perspectivas apontavam para que, durante o dia de ontem e hoje, passem por ali cerca de seis mil dadores e que a recolha atinja um milhar de unidades, mas pelos dados conhecidos ao final da tarde de ontem, tudo indica que aqueles números sejam ultrapassados.

"Este dia está a ser um sucesso", disse, ao DN, Gonçalo Terenas, da organização do evento, que começou às 9.00 e só terminou depois da actuação de várias bandas musicais, já noite dentro. E que hoje terá início às 10.30 (encerra à meia-noite e inclui a projecção do jogo de futebol entre Portugal e Suíça) - o que significa que há ainda muito tempo para mais pessoas contribuírem para que a quantidade de unidades de sangue prevista seja ultrapassada.

A recolha (ontem integrada no Dia Mundial, hoje, por iniciativa do Instituto Português do Sangue e com a colaboração da Câmara de Coimbra, à margem daquela comemoração) não é, todavia, o único objectivo da realização, que também pretende sensibilizar as pessoas para a importância de dar sangue. E neste aspecto, "as expectativas também já foram completamente ultrapassadas", considerava Gonçalo Terenas, sublinhando o papel da presença de figuras públicas como Maia, Francisco Mendes, Liliana Santos, Pedro Miguéis, e actores da série Morangos com Açúcar, entre outras.

Milhares de pessoas, oriundas de todo o País, muitas deslocando-se em autocarros, passaram pela Praça da Canção. Para dar sangue e para participar na festa, a que não faltaram crianças, sem idade ainda para darem sangue, mas para ficarem, desde já, sensibilizadas para a importância de o fazer, como salientava uma mulher, equipada de t-shirt e boné alusivos à causa, depois de ter cumprido o seu "dever".

DN, 15-6-2008
 
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