15 junho, 2007

 

15 de Junho


Dia europeu do vento



http://pt.wikipedia.org/wiki/Vento

http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_e%C3%B3lica

http://www.energiasrenovaveis.com/html/energias/eolica.asp

Comments:
Parque de Montesinho sem parques de energia eólica

SANDRA BENTO, Bragança

A Câmara de Bragança contesta a proposta para o plano de ordenamento do Parque Natural de Montesinho (PNM) por inviabilizar a construção de parques eólicos. A autarquia reuniu-se com os presidentes de junta de freguesia abrangidos pela área do parque para discutir o documento, interpretando-o como um "conjunto de interdições e condicionalismos".

Os autarcas manifestam-se insatisfeitos com esta proposta para o plano de ordenamento do PNM e reagem contra, antes mesmo de ser aberta a fase de consulta pública.

Segundo o município, a proposta não permite a instalação de parques eólicos o que impossibilita concretização do projecto da Airtricity, uma empresa irlandesa que queria fazer a exploração de energia do vento em algumas aldeias de Montesinho, num investimento estimado em perto de mil milhões de euros. Para o presidente da câmara de Bragança, Jorge Nunes, "há aqui uma oposição clara de orientações de política ambiental e energética para o país" acrescentando que esta versão do documento "é uma verdadeira aberração".

A câmara acrescenta que o plano também não permite o prolongamento do IP2 até Puebla da Sanábria, em Espanha, atravessando parte da área protegida. Mas Jorge Nunes mostra-se ainda mais indignado com a impossibilidade de ser construída a barragem de Veiguinhas para armazenamento de água, destinada ao abastecimento público. "Só por maldade e desumanidade é que alguém pode dizer que os cidadãos de Bragança não têm direito a uma barragem que garanta o abastecimento".

Nesta reunião algumas freguesias admitiram abandonar o PNM pelo facto de as restrições não deixarem "qualquer hipótese de desenvolvimento futuro às populações rurais" refere o representante das 14 juntas do concelho de Bragança que integram a área protegida. Amândio Costa critica ainda esta proposta por não ter associado um plano de gestão. "Há uma série de actividades a promover mas que não tem um acompanhamento financeiro" exemplifica, acrescentando que as populações não serão compensadas pelo condicionamento da actividade agrícola.

Os autarcas acusam os autores do plano de contribuir para o despovoamento do PNM e de o deixar entregue aos bichos.

DN, 14-6-2007
 
Eólicas facturam 500 milhões

ANA TOMÁS RIBEIRO

Hoje comemora-se o Dia Europeu do Vento, uma iniciativa que visa atrair atenções para essa fonte inesgotável de energia, a que cada país dá cada vez mais importância. Portugal não é uma excepção nesta matéria e este ano pode, como nunca, orgulhar-se dos seus números. O sector já deve facturar em 2007 mais de 500 milhões de euros de acordo com as contas da APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis e tem crescido cerca de 40% ao ano, ou seja, a ritmos superiores aos dos outros parceiros europeus.

No final de 2006, já era, aliás responsável por 9% de toda a capacidade eólica instalada na Europa, com 1716 megawatts (MW), colocando-se, assim, entre os seis maiores, segundo dados de um estudo do INEGI- Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial. Mas em Março de 2007, e de acordo com as estatísticas da Direcção-Geral de Geologia e Energia, este valor já se elevara para 1808 MW, distribuídos por 143 parques, com um total de 1019 aerogeradores. No final deste primeiro semestre deve atingir os 2000 MW. Um esforço de crescimento reconhecido e elogiado pelos responsáveis comunitários que irá ter continuidade nos próximos anos. Até porque, pela primeira vez, os ventos políticos e económicos são favoráveis ao desenvolvimento do sector, defende o presidente da APREN, António Sá da Costa. De acordo com as últimas estatísticas da REN - Redes Energéticas Nacionais, relembra, a energia eólica já é responsável por 7,7% de toda a energia renovável produzida no País, a qual , por sua vez, já assegura 39,5% da electricidade que consumimos. Pelas suas estimativas, no final deste ano, a eólica já deverá representar 9% do total que gastamos. O objectivo do Governo é que o País chegue a 2015 com 5600 MW instalados.

Os investidores perceberam os ventos de mudança e apostaram forte nos últimos anos num negócio que é rentável. Contaram apenas com um senão, o aumento do preço dos equipamentos para os novos parques eólicos. Porquê? Porque a procura disparou a nível mundial e a indústria não tem capacidade de resposta para tanta encomenda. Os preços subiram entre 25% e 30%. Mas isto não é motivo para abrandarem os seus investimentos. Assim, até Março foram aprovadas candidaturas para a instalação de mais 1533 MW de energia eólica, o que representa um total de 1815 milhões de euros de investimentos.

O Governo, por seu lado, lançou em 2005 um concurso, com duas fases, para atribuição de uma potência eólica em Portugal, que no total pode chegar aos 1700 MW. O objectivo deste concurso, com efeito, não se fica pela atribuição de uma nova potência eólica - pretende também que o País venha a ter uma indústria de equipamentos, capaz de garantir o fornecimentos e a manutenção dos novos e actuais parques que se vão estender de norte a sul .

A fase A já está concluída e foi ganha pelo consórcio da EDP. Decorre agora a fase final de negociação para apuramento do agrupamento vencedor da segunda fase.

Espera-se que em Julho estejam apurados os resultados finais. À frente da classificação, está o consórcio Ventin- veste, liderado pela Galp. São vários milhões de euros de investimentos que estão em jogo e que darão um impulso ao sector e ao emprego. Só o consórcio Eólicas de Portugal, que já iniciou o seu projecto, vai investir cerca de 1750 milhões.

DN, 15-6-2007
 
"Nunca houve um momento tão bom"

Hoje os projectos de energia eólica em Portugal já são rentáveis. Como se justifica que a energia ainda seja paga aos promotores a tarifas tão elevadas, com reflexos negativos na factura dos consumidores de electricidade?

De facto, hoje a produção de energia eólica já é um negócio rentável e ainda existem tarifas elevadas. Mas as tarifas que serão pagas aos agrupamentos vencedores da fase A e B do concurso lançado pelo Governo já não serão assim tão elevadas. O problema é que existem contratos antigos, que irão vigorar ainda por alguns anos, e que contemplam tarifas acima dos 90 euros por MW/hora. Estas tarifas foram negociadas, na altura, como uma forma de incentivo à produção de energia a partir daquela fonte renovável, num período em que não compensava tanto como hoje investir neste negócio. Mas é preciso ver também que são esses parques mais rentáveis que hoje dão para compensar os menos rentáveis. Porque as empresas estão a investir muito em novas capacidades e enfrentaram a meio deste processo o problema do aumento do preço dos equipamentos, que cresceu entre 25% e 35% nos últimos três anos. E isso encareceu os projectos.

Já o ouvi dizer que o sector das energias renováveis, que inclui a eólica, tem condições para crescer e ser responsável em 2020 pela produção de dois terços da electricidade que consumimos? Como é que isso é possível se ainda estamos tão atrasados no aproveitamento de alguns dos nossos recursos, como é caso do solar?

Há vontade política para apoiar e incentivar a produção de energias renováveis. Eu tive sempre um discurso crítico até agora mas hoje reconheço que nunca houve um momento tão bom para o sector como este que estamos a viver. É evidente que a subida dos preços dos combustíveis fósseis e as exigências do protocolo de Quioto, que também representam custos para quem produz electricidade a partir desses combustíveis, não são factores alheios a esta conjuntura favorável. Mas também há pessoas a dirigir as várias entidades que têm responsabilidades nesta matéria em Portugal, que são defensores do crescimento das energias renováveis há muito tempo. Além disso, o Governo tem finalmente metas e uma estratégia definida e clara. Basta dizer que desde o tempo em que Mira Amaral era ministro da Indústria e Energia que não se ouvia ninguém defender as barragens, para se perceber a importância que se dava a isto .

Com tantos parques eólicos a nascer pelo País não corremos o risco de ficar rapidamente sem espaços para instalar este tipo de projectos?

Corremos. A alternativa é armazenar energia eólica, através de reforços de potência em barragens com sistema de bombagem.

DN, 15-6-2007
 
Viana do Castelo cresce com eólicas

Em 2008, o cluster das eólicas, impulsionado pelo agrupamento Eólicas de Portugal, será o principal empregador do Alto Minho, com 1500 postos de trabalho directos, distribuídos por dois pólos industriais no concelho de Viana do Castelo. Além da Enercon, outras empresas do sector preparam a instalação no Parque Empresarial de Lanheses.

Mas Viana vai também receber o maior parque eólico da Europa, designado Parque Eólico Alto Minho II, que já tem três parques distribuídos por Caminha e Cerveira e produz 52 MW. A segunda fase arrancará ainda este ano e tem conclusão prevista para o início de 2009, com mais 248 MW de potência, distribuídos por seis parques em Valença, Monção, Melgaço e Paredes de Coura. "No total, vão gerar electricidade largamente excedentária em relação ao consumo do Alto Minho. Não temos petróleo, mas temos vento e é uma contribuição muito significativa para o País", afirmam os responsáveis pelo consórcio VentoMinho, que prevêem um investimento superior a 350 milhões de euros. A projecto envolve ainda a construção de um novo posto de distribuição em Pedralva, concelho de Braga, bem como a remodelação da rede eléctrica, de forma a permitir receber a energia produzida pelos parques a instalar nos concelhos do interior. Para servir os parques do litoral será construída uma estrutura em Vila Fria, Viana do Castelo. No total, serão implantados no vale do Minho cerca de 120 aerogeradores, cada um produzindo entre 2 a 3 MW, recorrendo à "tecnologia mais moderna existente no mundo".

Entretanto, no Parque Industrial de Lanheses, a Enercon irá construir um Centro de Administração, Formação e Investigação, uma unidade industrial de aerogeradores e outra de mecatrónica (automação e sistemas mecânicos), num total de 600 postos de trabalho. Ainda directamente associado ao cluster eólico, disse ao DN o gestor da GestinViana, empresa pública que gere o parque, há mais duas unidades em "adiantada fase de negociação" para instalação, que irão criar mais centena e meia de empregos, na região.

DN, 15-6-2007
 
Tarifas mais altas ultrapassam os 90 euros

No sector da energia eólica ainda há produtores que estão a receber 92 e 93 euros por MW/hora, admitiu o presidente da APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis, que é também responsável por uma das maiores operadoras do sector, a Enersis. Isto é o resultado de contratos mais antigos, posteriores a 2000, altura em que o Governo se começou a preocupar em dar incentivos à produção de energias renováveis, funcionando a tarifa deles, explicou Sá da Costa.

O certo é que quem tem estes contratos está hoje a ganhar muito mais que quem não se antecipou. Basta ver que as tarifas a pagar ao consórcio Eólicas de Portugal, liderado pela EDP, o vencedor da primeira fase do concurso para atribuição de uma nova potência eólica de 1 200 MW, já fica bem longe disto. O grupo vai receber cerca de 69 euros por megawatt/hora de energia produzida para a rede, já com o desconto de 5% à tarifa estabelecida no caderno de encargos, de 73 euros por MW. Do valor de 69 euros por MW/hora, cerca de 2,5% destina-se às Câmaras Municipais, explica o presidente da APREN. Assim, o valor que a empresa vai receber ainda é menor. O certo é que ainda assim o negócio é rentável.

A uniformização das tarifas neste sector está assim longe de ser uma realidade. Porque mexer em contratos já em vigor é sempre complicado. No entanto, há mecanismos que podem ajudar a fazer baixar o peso das renováveis na factura dos consumidores de electricidade. Um deles é o da atribuição de licenças para a produção por concurso. |

DN, 15-6-2007
 
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