08 junho, 2007

 

8 de Junho


Dia Mundial dos oceanos




http://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano

http://oceanos.com.sapo.pt/

http://ec.europa.eu/research/rtdinfsup/pt/worldmenu.htm

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Alterações climáticas acentuam acidez dos mares

LUÍS NAVES

Uma equipa de biólogos britânicos fez pela primeira vez observações de um ecossistema marinho sob impacto do aumento do dióxido de carbono. A investigação confirmou o efeito devastador da redução do pH da água do mar, a qual fica mais ácida depois de absorver o excesso do gás

Cadeias alimentares afectadas por CO2

A acidez dos oceanos está a acentuar-se devido ao aumento do teor de dióxido de carbono atmosférico, por sua vez absor- vido pela água do mar em quantidades elevadas.

O efeito já era conhecido, mas até agora estava estudado apenas em modelos ou experiências de aquário. Uma equipa britânica, da Universidade de Plymouth, fez pela primeira vez observações num ecossistema, aproveitando vulcões submarinos na costa de Itália. Foi possível observar o impacto do excesso de CO2 na vida marinha e as conclusões, publicadas pela Nature, apontam para um futuro preocupante.

O mar funciona como uma gigantesca esponja de dióxido de carbono e os limites da absorção do gás têm sido objecto de controvérsia. Acredita-se que os oceanos dissolvam 2 mil milhões de toneladas de CO2 por ano, retardando os efeitos das alterações climáticas. Ninguém sabe ao certo qual é o limite desta absorção, mas a consequência será a redução do pH dos oceanos, cujo valor natural se estima em 8,2 (pH neutro é igual a 7, pelo que os oceanos são ligeiramente alcalinos).

"A biodiversidade vai diminuir" em consequência da queda do pH, estima o líder da equipa britânica, o biólogo Jason Hall-Spencer. A principal alteração no ecossistema provocada pela acidificação do meio será a remoção de calcite e aragonite, minerais usados pela vida marinha na formação das conchas. As zonas vulcânicas submarinas estudadas mostraram grandes alterações nas zonas próximas das emissões de dióxido de carbono.

Segundo Hall-Spencer, o trabalho de campo permitiu "abrir uma janela para o futuro dos oceanos num mundo com demasiado CO2". As cadeias alimentares serão perturbadas, favorecidas algas invasivas e destruídos os recifes que impedem a erosão das costas.

DN, 10-6-2008
 
Invasão de medusas revela Mediterrâneo doente

Missão científica no Mediterrâneo de um grupo de especialistas da organização Greenpeace e de um instituto espanhol de ciências marinhas detectou a presença de grande número de medusas junto às costas da ilhas Baleares. Cientistas dizem que actividades humanas estão na sua origem

Cada vez em maior número, as medusas regressam todos os anos por esta altura às águas do Mediterrâneo. Nas ilhas Baleares, os veraneantes apercebem-se do problema, porque estes seres gelatinosos lhes estragam os banhos de mar. Mas a questão é mais profunda. A presença crescente destas criaturas marinhas na região denuncia, afinal, o desequilíbrio ecológico ali existente.

O diagnóstico é de uma equipa de biólogos marinhos da organização Greenpeace e do Instituto de Ciencias del Mar (ICM), em Espanha, que fizeram nas últimas semanas uma campanha de observação a bordo do navio Artic Sunrise, da organização ecologista.

"As medusas são o paradigma do desequilíbrio ambiental das nossas águas", afirmou a propósito a bióloga Dacha Atienza, do ICM espanhol, citada num comunicado da organização ambientalista.

"Sabe-se muito pouco sobre a ecologia das espécies mais comuns no Mediterrâneo e a falta de estudos científicos é uma parte do problema", notou a mesma especialista, chamando a atenção para a "necessidade de investigar de forma mais intensiva os fundos marinhos na região das Baleares e as comunidades biológicas ali existentes". Sem essa informação, diz a especialista espanhola, "é impossível garantir protecção adequada a essas espécies das profundidades".

Mas há outras causas para a proliferação das medusas naquela, e noutras zonas, do Mediterrâneo, adiantam os ecologistas. Entre elas, com a maior fatia de responsabilidades, estão "uma maior afluência de nutrientes às águas do mar", a pressão da "urbanização costeira" e da agricultura intensiva, que geram essa contaminação, a diminuição da entrada de água doce na bacia oceânica, devido aos caudais mais reduzidos dos rios que ali desaguam e outros desequilíbrios do ecossistema.

Com esta campanha de observação a bordo do Arctic Sunrise, que incluiu mergulhos a diferentes profundidades com um ROV para observação dos ecossistemas do fundo marinho, biólogos e ecologistas quiseram também chamar a atenção para "a necessidade de combater as causas que originam a presença crescente de medusas nas costas baleares a cada novo ano, como única forma de resolver o problema".

Entre essas causas está também a diminuição crescente, ao longo dos últimos anos, dos predadores das medusas. Esses predadores são espécies de maior parte, como o atum e as tartarugas marinhas.

Os primeiros têm sido sujeitos a uma pesca intensiva, o que acabou por provocar uma queda acentuada nos efectivos da espécie. As segundas, além de afectadas pela poluição, são também sensíveis ao aumento da temperatura das águas, registada nas últimas décadas devido às alterações climáticas. E esta é outra questão para a qual biólogos e ecologistas chamam agora inevitavelmente a atenção.

Desde o século XIX, as águas superficiais do Mediterrâneo sofreram um aumento de temperatura da ordem dos 0,6 graus, o que é outro incentivo importante para as medusas. É que estes seres gelatinosos, que são nocivos para outras espécies mais vulneráveis, como é o caso dos corais, "gostam" muito de águas quentes.

DN, 25-7-2008
 
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