25 junho, 2007

 

Globalização


Reaprender a vida





http://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o

http://pt.wikipedia.org/wiki/Antiglobaliza%C3%A7%C3%A3o

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OCDE alerta para ameaças sociais da globalização

MANUEL ESTEVES

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) lançou ontem um alerta aos governos para que estes levem muito a sério as preocupações das populações com os efeitos gerados pela globalização, designadamente pelo aumento das trocas comerciais e da concorrência internacional. Embora contrarie os cenários mais alarmistas e, inclusive, desminta, com dados concretos, alguns dos receios mais propagados, a OCDE reconhece, pela primeira vez de forma tão clara, no seu relatório "Employment Outlook 2007" que "a expansão do comércio constitui uma potencial fonte de vulnerabilidade para os trabalhadores". Em risco estão sobretudo os trabalhadores dos sectores mais expostos à competição das importações - é o caso do sector têxtil em Portugal - e os menos qualificados ou qualificáveis que, por isso, revelam maiores dificuldades em adaptar-se às mudanças do mercado.

Isto não significa que a OCDE esteja agora com dúvidas quanto às vantagens de longo prazo do aumento das trocas comerciais entre países que, assegura, no longo prazo, se reflectem numa melhoria clara do nível de vida das populações. Porém, as preocupações das pessoas existem e, se continuarem a crescer, acabarão por condicionar, pelo voto, as actuais políticas governamentais que promovem a liberalização do comércio, em favor de políticas proteccionistas, com consequências nefastas para as economias e bem-estar das pessoas. Por isso, esta organização decidiu questionar-se sobre os perigos reais que pairam sobre as populações, propondo políticas governamentais preventivas ou mesmo correctivas.

A globalização reduz o n.º de empregos?

Sem dizer "sim" ou "não", a OCDE garante que, com as políticas nacionais correctas, a globalização é compatível com altos níveis de emprego. Embora admita que a concorrência da mão-de-obra barata de países como a China, Índia, Brasil ou Rússia esteja a levar à deslocalização de muitas empresas e à destruição de empregos, a OCDE entende que o fenómeno não poderá prolongar-se no longo prazo e lembra que não há relação entre emprego e grau de abertura das economias.

Importações trazem insegurança?

A OCDE aceita que o aumento das importações tende a traduzir-se num acréscimo de insegurança para os trabalhadores, sobretudo aqueles que operam em sectores mais sujeitos à concorrência externa. As trocas comerciais interindústrias são as que provocam maiores danos pois destroem empregos. É o que se passa no sector têxtil em Portugal, que tem sido muito afectado pela entrada de mercadorias chinesas. Porém, as trocas intra-indústrias (em que um país importa peças de automóveis para exportá-los mais tarde), que são mais comuns entre os países da OCDE, tendem a poupar os empregos. E, acrescenta, "embora o comércio seja fonte de insegurança, o aumento das importações parece contribuir de forma modesta para o fenómeno das deslocalizações".

A globalização reduz os salários?

A maior concorrência de mão-de- -obra de países menos desenvolvidos tem obrigado os trabalhadores da maioria dos países da OCDE a fazer concessões nos salários ou condições de trabalho. O relatório aponta como indício a redução da proporção de riqueza que é transferida para os salários, que tem vindo a cair em favor dos lucros. Porém, a OCDE lembra que esta perda de poder de compra verificada nas últimas décadas poderá resultar de outros factores, tais como o maior investimento das empresas em tecnologias de capital intensivo (menos dependentes do contributo do trabalhador).

E gera mais desigualdades?

O fosso entre os mais ricos e os mais pobres e a classe média tem vindo a crescer, diz a OCDE. Num conjunto de 19 países desenvolvidos, isso só não ocorreu em três. Muitos economistas apontam o dedo à concorrência internacional que acabou por desvalorizar os salários dos trabalhadores menos qualificados nos países desenvolvidos. A OCDE acrescenta, contudo, outro factor que terá contribuído para o agravamento da desigualdade que nada têm a ver com a globalização: a adopção de tecnologias cada vez mais avançadas gerou uma procura crescente de trabalhadores qualificados em detrimento dos restantes, com reflexos nos respectivos salários.

DN, 20-6-2007
 
Globalização e bem comum

Aura Miguel

“Não se pode dizer que a globalização seja sinónimo de
ordem mundial. Pelo contrário. Os conflitos pela supremacia
económica e pelo açambarcamento dos recursos energéticos,
hídricos e das matérias-primas dificultam o trabalho
dos que se esforçam por construir um mundo justo e
solidário.”
Ou seja, a ambição insaciável dos ricos estraga tudo. Porque
é quase sempre nos países pobres que se encontram
os recursos naturais e as matérias-primas necessárias aos
países ricos para continuarem a ser ricos. Daí, os conflitos
pela supremacia e pelo açambarcamento… à custa dos
pobres.
A denúncia é de Bento XVI.
Todos falam em globalização… Mas ninguém fala em bem
comum. Porque a globalização convém aos mais fortes,
enquanto o bem comum é para todos.
“Contra o luxo de poucos e a miséria de muitos”. Só assim
se poderá construir um mundo justo e solidário.

RRP1, 11-1-2007
 
Globalização, Democracia e
Terrorismo por Hobsbawm

Um dos maiores historiadores contemporâneos fala de
alguns dos temas que passaram a fazer parte do dia-a-dia do
planeta.
É o regresso das reflexões de Eric Hobsbawm, o autor de
obras tão importantes como “A Era dos Extremos”, “A Era
das Revoluções” ou “A Era do Capital”.
Num conjunto de reflexões e ensaios escritos entre 2000 e
2006, Hobsbawm olha para um planeta em permanente transformação,
potenciada pelas inovações tecnológicas, o crescimento
da economia e o efeito da globalização.
Em “Globalização, Democracia e Terrorismo”, o historiador
tenta “examinar, analisar e compreender a situação do mundo
no início do terceiro milénio e alguns dos principais problemas
políticos com que nos confrontamos hoje em dia”.
Ao longo do livro, Hobsbawm reune vários textos, apresentados
na sua maioria em conferências, em que fala da guerra e
paz dos tempos modernos, as modificações das nações e economias
e o futuro dos impérios no mundo.
Eric Hobsbawm nasceu em Alexandria (no Egipto). É membro
da Academia Britânica e da Academia Americana das Ciências
e das Artes. Tem vários doutoramentos honoris causa por
várias universidades.
Deu aulas no Birkbeck College, em Londres, e na New School
for Social Research em Nova Iorque. Escreveu já vários livros
de História e Política, e é considerado um dos mais proeminentes
intelectuais da actualidade.

RRP1, 11-1-2008
 
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