05 junho, 2007

 

Saúde mental


Meio milhão com necessidades na área...







http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=245100&idselect=9&idCanal=9&p=200

http://www.portugal.gov.pt/NR/rdonlyres/D555890E-A1A7-4703-BF98-4D1EDFB35DB1/0/Rel_Reestruturacao_Saude_Mental1.pdf


Resolução do Conselho de Ministros n.º 49/2008, D.R. n.º 47, Série I de 2008-03-06
Presidência do Conselho de Ministros

Aprova o Plano Nacional de Saúde Mental (2007-2016)

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Relatório final da Comissão para reestruturação da Saúde Mental

2007-05-30
A Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental, criada por despacho do Ministro da Saúde em 26 de Abril de 2006, apresentou, em Abril de 2007, o relatório final sobre a Reestruturação e Desenvolvimento dos Serviços de Saúde Mental em Portugal.

A comissão tinha por missão estudar a situação da prestação dos cuidados de saúde mental a nível nacional, propor um plano de acção para a reestruturação e desenvolvimento dos serviços de saúde mental e apresentar recomendações quanto à sua implementação.

O relatório tem quatro partes distintas e visa apresentar a base de um plano nacional de saúde mental:

- A primeira parte resume os dados sobre a magnitude e o impacto dos problemas de saúde mental nas sociedades actuais e identifica os conhecimentos e perspectivas actuais no campo da organização de serviços de saúde mental.

- A segunda, dedicada à análise da situação da saúde mental em Portugal, aborda os aspectos relacionados com as necessidades de cuidados, as políticas e leis de saúde mental e a prestação de serviços nesta área.

- A terceira parte contém o plano nacional, nas suas diferentes componentes, nomeadamente a organização de serviços de saúde mental.

- A quarta parte inclui as recomendações quanto à implementação do plano, bem como uma listagem das acções propostas nas diferentes áreas.

Portal do Governo
 
80% das doenças mentais graves ficam por tratar

DIANA MENDES

Apenas 1,7% dos portugueses foram vistos num serviço de psiquiatria em 2005, o que indica que 80% das pessoas com perturbações graves ficam por tratar. A percentagem tem por base a estimativa do psiquiatra Caldas de Almeida, que avançou que entre "8% a 10% dos portugueses devem ter problemas suficientemente graves para exigir tratamento".

Em Portugal ainda não há estudos com dados precisos sobre a prevalência dos problemas de saúde mental. Por isso, os dados são generalizados a partir de países com condições semelhantes. Caldas de Almeida, que também coordena a Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental, refere que o desnível abrange também os cuidados primários, onde se dirige uma grande fatia das pessoas com problemas de saúde mental.

Estudos feitos em Portugal apontam que "entre 30% a 40% das pessoas vistas nos cuidados primários têm problemas de foro psiquiátrico. Destas, há cerca de 40% de casos que não são diagnosticados ou tratados convenientemente", refere.

A maior parte dos casos detectados pelos especialistas em medicina familiar não são tão graves como a esquizofrenia ou uma psicose. São, antes, casos de ansiedade, depressão ligeira ou fobia, mas que causam grande sofrimento psicológico.

O baixo orçamento para a saúde mental, aspecto retratado no estudo publicado no The Lancet é corroborado pelo psiquiatra Caldas de Almeida. "O orçamento para a saúde mental está um pouco abaixo da média dos países europeus", que é de 6% a 8%.

Mas é a gestão destes recursos que falha sobretudo em Portugal, diz. "Há localidades onde os serviços básicos não estão ao alcance da população e a concepção de muitos hospitais é completamente desactualizada". No entanto, o especialista acredita que "a actual reforma vai trazer mudanças significativas já no final do ano".

DN, 4-9-2007
 
O fardo da depressão

LUÍS NAVES

A depressão é um problema global e uma doença altamente debilitante. Segundo um novo estudo, da Organização Mundial de Saúde (OMS), que está a ser publicado na revista de medicina The Lancet, esta doença mental pode mesmo ser uma das que provocam maior sofrimento aos pacientes. O seu impacto em outras condições crónicas é devastador.

O estudo, conduzido por uma equipa liderada por Somnath Chatterji, baseia-se em entrevistas feitas no âmbito da avaliação mundial de saúde, uma megasondagem que envolveu 245 mil pessoas em 60 países, da responsabilidade da OMS. Os resultados finais são extrapolados para números mais vastos e permitem uma percepção global dos problemas de saúde no planeta.

A descoberta da equipa de Chatterji tem a ver com a percepção de qualidade de vida dos pacientes. Entre cinco doenças crónicas, a depressão foi aquela que levou os inquiridos a valores mais baixos, numa escala de zero a cem de avaliação da respectiva saúde. O valor para a depressão era de 72,9, para a asma de 80,3, significativamente melhor. As pessoas sem nenhuma doença crónica ultrapassavam os 90 pontos.

Os cálculos do estudo indicam que 3,2% dos inquiridos tinham registado um episódio de depressão no ano anterior. A artrite, por exemplo, afectou 4,1%, e a angina de peito 4,5%. Segundo os dados recolhidos, a depressão reduz em 12% o número de anos de vida com boa saúde.

Outra conclusão preocupante tem a ver com a constatação de que muitos doentes crónicos tinham ao mesmo tempo depressões. Por exemplo, 9,3% daqueles com diabetes sofriam de depressão; entre os que padeciam de asma, havia 18,1% que tinham o problema. A situação mais debilitante é, pois, depressão associada a outras doenças crónicas.

Este efeito de enfraquecimento leva os investigadores a recomendarem acção global: "Os resultados indicam a urgência de enfrentar a depressão como prioridade de saúde pública, para reduzir o fardo da doença e melhorar o estado geral da saúde das populações", explica Chatterji .

Os especialistas afirmam que o acesso a tratamento é mais fácil na maioria das doenças, enquanto que nos problemas mentais, não apenas as terapias são limitadas, mas há dificuldade em aceder a médicos especializados. Por vezes, os sintomas são confundidos com os de outras doenças crónicas, para não falar nas dificuldades que os pacientes enfrentam, confrontados com os sistemas públicos, o estigma nos locais de trabalho, as discriminações nas companhias de seguros.

No estudo do impacto global das doenças mentais, a OMS calcula que haja 154 milhões de pessoas a sofrer de depressão, além de 25 milhões de esquizofrénicos.

O número de indivíduos com problemas relacionados com o abuso de álcool é de 91 milhões e pelo menos 15 milhões de seres humanos têm doenças ligadas ao abuso de droga. Todos os anos, suicidam-se 877 mil pessoas e há 326 milhões que sofrem de enxaquecas. Ninguém sabe ao certo quais os custos destas doenças, mas menos de 1% dos orçamentos de saúde, nos países pobres ou médios, é destinado ao sector da saúde mental.

No caso da depressão, as pessoas que recebem tratamento médico não chegam a uma em cada quatro, apesar desta ser uma doença relativamente simples de tratar.

DN, 9-9-2007
 
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