01 julho, 2007

 

1 de Julho


Dia do vinho



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Comments:
Estudo: Abstémios que bebem álcool moderadamente vivem mais

As pessoas que, depois de uma vida sem beber álcool, começaram a ingeri-lo de forma esporádica, a partir da meia-idade, vivem mais e têm menos 38% de probabilidades de vir a ter problemas cardíacos graves, ainda que sejam obesos, diabéticos ou hipertensos.
A conclusão tem origem num estudo, coordenado por Dana King, da Universidade Médica da Carolina do Sul, nos EUA, que afirma que a pesquisa «desequilibra a balança» de outras pesquisas, que alertavam para a falta de razões para um abstémio começar a beber.

A equipa estudou 7.697 pessoas, dos 45 aos 64 anos, não alcoólicas, tendo 6% dos voluntários começado a beber, 10 anos após o início da pesquisa. Nos quatro anos seguintes, os novos «bebedores» foram acompanhados, registando uma queda de 38% em relação ao aparecimento de novas doenças cardiovasculares, em comparação com aqueles que continuaram abstémios.

Os resultados mantiveram-se mesmo quando se relacionavam outras variáveis, como o tabagismo, o sedentarismo ou a raça, sendo registado «um benefício muito maior para os que bebiam apenas vinho», cerca de metade dos voluntários observados.

Contudo, o estudo mostra que a frequência e a quantidade do consumo de álcool aumentam o risco de morte por várias causas, tendo ficado provado que quem bebe cinco ou mais doses diárias tem mais 30% de hipóteses de morrer devido a problemas cardíacos ou derrames cerebrais, do que quem bebe apenas a dose diária recomendada. «Avaliados em conjunto, os resultados reforçam a importância de beber com moderação», concluíram os investigadores.

Segundo uma pesquisa do Instituto Nacional do Abuso de Álcool e Alcoolismo dos EUA, beber de forma regular e moderada é mais saudável que de vez em quando, já que os homens que bebiam todos os dias apresentaram menos probabilidades de morrer de doenças cardíacas do que homens que bebiam entre uma a 36 vezes por ano.

DD, 13-03-2008
 
Enólogo com nariz avaliado em 5,1 milhões de euros

O nariz do enólogo-líder europeu Ilja Gort está avaliado em 5,1 milhões de euros, anunciou a seguradora britânica Lloyd´s of London, depois de o profissional ter ouvido dizer que um homem perdeu o olfacto num acidente de carro.

«Pensei que deveria ser um horror perder o olfacto, significaria que não se pode provar mais vinho, já que é uma operação que se faz com o nariz e não com a boca», justificou Gort, de 47 anos, que, de acordo com o contrato com a seguradora, não pode andar de mota, praticar boxe ou ser assistente de um atirador de facas.

Para o enólogo, o nariz é essencial para produzir vinhos de alta qualidade na sua propriedade, no Castelo da Guarda, na região demarcada francesa de Bordéus, pelo que decidiu pô-lo no seguro, que cobre a perda do nariz ou do sentido do olfacto.

A Lloyd´s of London já fez seguros para as pernas da antiga «diva» do cinema, Marlene Dietrich, e para as mãos do guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards. Já America Ferrara, estrela da série televisiva «Betty Feia», transmitida na SIC, tem o seu sorriso avaliado em 6,4 milhões de euros.

DD, 19-03-2008
 
Vinho português eleito
o melhor do planeta

Um vinho tinto português bateu toda a concorrência num certame realizado em Paris, o "Vinailes Internacionales 2008", sendo eleito como o mlehor vinho do mundo.
Entre três mil vinhos de 36 países, mediante uma escolha
cega, foi eleito como o melhor vinho do planeta o “Syrah” de
2005, produção da casa Ermelinda Freitas, das terras de Fernando
Pó.
Jaime Quendera, o enólogo responsável por este vinho, não
tem dúvida em afirmar que foi justamente por ser uma prova
cega, que Portugal em geral, e o concelho de Palmela em particular, pode agora afirmar que o melhor tinto do mundo é seu.
Curiosamente, o “Syrah” é um vinho novo na casa Ermelinda Freitas. A primeira produção foi em 2004 e a de 2005 é a que ostenta agora o título de melhor vinho do mundo.
A produção de 2005 deixou no mercado português cinco mil
garrafas com um preço, segundo a casa Ermelinda Freitas, a rondar os 20 euros.

RRP1, 20-3-2008
 
O espirituoso do vinho

JOSÉ MIGUEL SARDO, em Lyon

Espirituoso e espiritista do vinho. Assim se poderia resumir numa frase, após alguns minutos, o jovem proprietário de uma pequena garrafeira da zona medieval da cidade de Lyon, em França.

Espirituoso porquê? Georges dos Santos, 37 anos e um visual "à Tintim", colocou uma radiografia do fígado à entrada do estabelecimento, entre as prateleiras com pequenas frases, citações e comentários humorísticos sobre o vinho.

Espiritista porquê? Porque faz descer clientes à cave escura onde, sobre uma longa mesa de madeira, invoca os nomes ancestrais impressos nos rótulos das garrafas para os tratar por tu dentro de um copo. O ritual é conhecido dos maiores chefes da cozinha francesa, restauradores ou simples turistas, instalados ou de passagem pela cidade, considerada a capital gastronómica francesa.

Georges dos Santos auto-apelida-se de "escanção voador", a planar algures entre as raízes de uma família nascida nos arredores de Aveiro, os vinhedos que circundam a cidade de Lyon ou qualquer aldeia remota onde um pequeno produtor aceite juntar uma prova de vinho a dois dedos de conversa.

Lusodescendente apaixonado pela gastronomia e vinhos portu- gueses, orgulha-se de ter na sua loja uma das melhores ofertas de vinhos do Porto antigos em França, que enumera como velhos conhecidos: Quinta do Noval 1963, 1947, 1945, Mag-num 1955, Quinta do Vesúvio 1970, Ramos Pinto 1935.

Compra-os em Inglaterra, um dos maiores mercados de vintage. Alguns encontra-os ainda em Portugal. Mas antes de ser porto de abrigo, o vinho licoroso é uma metáfora de viagem para o jovem lusodescendente. "Em 1997 decidi fazer uma longa viagem para tentar provar o máximo de vinhos possíveis, no mesmo ano em que dois vinhos portugueses eram considerados os melhores do mundo - Fonseca e Taylor's, colheita de 1994. O Porto é um vinho de viagem, era mesmo chamado de ida e volta, foi vinificado para resistir aos longos percursos até ao outro lado do mundo."

E foi como o vinho do Porto, que percorreu o mundo - de África à Austrália. Depois de anos a traba-lhar para os mais conceituados restaurantes de Lyon, na sala e na co- zinha, lançou-se à aventura no mundo dos vinhos. Em Inglaterra tra- balhou para os reputados Terence Conran, Alain Ducasse ou a família Makthoum do Dubai, antes de passar por Espanha. Em Portugal, passa pelo restaurante Basófias, em Coimbra, uma escala na viagem que o leva à África do Sul, Nova Zelândia, Austrália, México, Cuba, Estados Unidos. Parte com um orçamento muito reduzido, trabalha nos restaurantes durante a semana, e nos tempos livres mergulha em vinhedos e caves para descobrir os vinhos de cada país, aprendendo a recitar a difícil e apaixonante gramática dos vinhos. E vai formando o paladar, muitas vezes à procura dos sabores das férias de infância em Portugal.

"Só na Austrália visitei centenas de vinhedos. Ali encontrei o mesmo vinho espumante tinto que se faz em Portugal, na Bairrada, mas do outro lado do mundo, na Barossa. O nome é parecido. E quando perguntamos aos habitantes porque bebem aquele vinho com taninos tão fortes, dizem que é fantástico a acompanhar com canguru assado e em Portugal bebemos espumante com leitão assado". Mas o Japão, país de origem do sócio com quem trabalha, continua a ser o território de eleição. "O bolo nacional japonês é o castella, o pão-de- -ló que os portugueses levaram quando comerciavam armas. O tempura, o prato nacional de peixe frito, também foi trazido pelos portugueses. E quando estou no Japão e as pessoas me dizem para comer tempura ou sushi, digo-lhes sempre que só acompanhado por um bom Alvarinho."

No seu diário de viagem, os vinhos marcam as escalas. "Quando cheguei à Florida, a Tampa, e abri a carta dos vinhos e vi um Barca Velha de 1966, pedi logo para que me abrissem uma garrafa." Se durante anos, em França, enfrentou com alguma reserva o facto de ser de outra origem, foi em viagem que se redescobriu português. "A cultura portuguesa conseguiu fazer viajar o seu próprio vinho por todo o mundo." E é com as pupilas cheias de sabores e cheiros de vários continentes que surpreende hoje o mundo gastronómico de Lyon. A convite da casa de chocolates Richart, organiza todos os anos uma prova de vinhos e chocolate, onde para cada bombom há um vinho - do Porto ao inesperado eiswein austríaco cujo processo de vinificação passa pelo congelação dentro dos barris. Mais do que um coleccionador de garrafas, é um coleccionador de sabores. "Bebo com prazer tudo o que é dos anos 70", afirma. Quinta do Noval 1970, Vega Sicilia, La Romanée Conti, são alguns dos favoritos, sem nunca esperar por um momento especial para recorrer ao saca-rolhas deste espirituoso e espiritista do vinho. O seu próximo projecto, que o levará brevemente a Portugal, em "visita de estudo", passa por continuar a fundir sabores de viagem, em especial as culturas portuguesa e japonesa, no copo e no prato, em exercício de circum-navegação gastronómica. Como um "Tintim" com laivos de Fernão de Magalhães.

DN, 5-4-2008
 
Vinho com veneno chega aos 70 milhões de litros

MANUELA PAIXÃO, Roma

As autoridades de investigação do controlo de qualidade dos produtos agro-alimentares, coordenadas por dois procuradores, apreenderam 600 mil garrafas de vinho Brunello de Montalcino, produzido pela Cantina Castello Banfi, na Toscana, propriedade da família americana Mariani. O vinho apreendido equivale a toda a produção de 2003. Sob investigação estão ainda os vinhos Antinori, Frescobaldi, Argiano.

As primeiras investigações apontam para que o vinho seja tóxico para a saúde, já que conterá ácidos, e as suspeitas recaem sobre o crime organizado do Sul do país.

O novo escândalo, já conhecido como Venenitaly, abalou a inauguração da 42.ª edição de Vinitaly, em Verona, a maior e mais famosa feira do sector. De rastos está a imagem do Bel Paese, já martirizado nos últimos tempos com a mozzarella a la diossina, com estrume de lixo toxico.

O vinho não é apenas um perigo para a saúde. Produzido com apenas 1/3 de uva, o resto é uma mistura de substâncias químicas, estrume, fertilizantes e mesmo ácido muriático. São 13 os produtores sob investigação. Nos últimos cinco anos, calcula-se que 70 milhões de litros de vinho tóxico tenham sido postos à venda nos supermercados, na maioria em embalagens de cartão, a um preço entre 70 cêntimos e dois euros.

O veneno contido no vinho terá efeito lento: as reacções iniciais levam a pensar numa simples bebedeira, já que nada de especial se descobre nos normais controlos; depois, pouco a pouco transforma-se num poderoso agente cancerígeno.

Segundo os investigadores das Procuradorias para a Defesa e Protecção Alimentar, foram produzidos pelo menos quantidades para 40 milhões de garrafas. Atée agora, foi só possível retirar do mercado uma quantidade reduzida, sendo impossível identificar todas as lojas, restaurantes e supermercados em Itália, para não falar dos que foram exportados em cinco anos.

São vinte as grandes casas que, há séculos, produzem vinho, oito das quais no norte do país, nas províncias de Brescia, Cuneo, Alessandria, Bolonha, Modena, Verona e Perugia.

O resto está espalhado pela Puglia e a Sicília, duas regiões emergentes em produções enólogas, graças aos subsídios da União Europeia.

A investigação sobre o Brunello di Montalcino, um dos melhores vinhos italianos, com preços entre 50 e 80 euros, incide sobre a falsificação em algumas das marcas, com uvas diferentes das requeridas.

DN, 5-4-2008
 
Melhor tinto do mundo produzido em Palmela

ROBERTO DORES

Era bom mas acabou-se. Pelo menos na adega da Casa Ermelinda Freitas. As 10 800 garrafas de Syrah 2005 não chegaram para as encomendas após ser conhecido o "inesperado" resultado do concurso dos enólogos Vinalies Internationales 2008, em Paris, em prova cega, que distinguiu o vinho produzido em Fernando Pó (Palmela) como o melhor tinto do mundo. Concorreram três mil participantes, de 36 países. A distinção aguçou a curiosidade nacional. A colheita de 2006 vai estar à venda dentro de 15 dias.

Leonor Freitas, que há mais de uma década gere a casa fundada pela avó Ermelinda em 1920, não esconde o orgulho, enquanto mostra os seis hectares onde tudo começa. A área total de vinha da empresa chega aos 130 hectares, mas é naquele "cantinho" que a casta Syrah dá as célebres uvas para um tinto de excepção. Leonor assegura que esta casta do Sul de França, que há 25 anos foi recuperada por australianos, tem condições especiais por terras de Fernando Pó, uma região situada entre a foz de dois rios, Sado e Tejo.

É a abundância de água que contribui para uma maturação homogénea nos meses de Julho e Agosto, quando a planta precisa de humidade, sendo que à proximidade de mar proporciona verões mais amenos. Daí o Syrah ter garantido em 2005 uma colheita agora reconhecida internacionalmente, quando Portugal vivia mais uma seca extrema que agudizou a crise na agricultura.

Depois da vindima e do processo de vinificação, o Syrah estagiou nove meses em barricas de madeira de carvalho, cujo corpo é francês, enquanto o topo tem origem americana. Uma particular combinação que, segundo Leonor Freitas , "dá um gosto especial. Faz, de facto, diferença", revela a empresária, que recorda o dia em que foi chamada pelo enólogo Jaime Quendera, com quem trabalha há dez anos, para provar o vinho, depois das misturas que conduziram ao sucesso. "Tenho uma grande confiança nele, mas achei logo nessa altura que o vinho estava óptimo", relata.

Os especialistas definem o Syrah como tendo uma tonalidade rubi carregado, quase opaco, devido à elevada concentração, apresentando um aroma maduro com toques de melados e alguma especiaria conferida pela própria casta. Na boca, que é o que conta, o melhor tinto do mundo é encorpado, com muito volume, cheio e tem muitos taninos, mas não agressivos. Os taninos são o que amargam o vinho, dando-lhe longevidade. O sabor fica muito tempo na boca.

O engarrafamento do célebre néctar foi feito em Março de 2007 e cada uma das 10 800 garrafas produzidas - um quilograma de uvas enche um exemplar de 75 centilitros - foi vendida a 20 euros. Metade da produção seguiu para o estrangeiro. "É pena não termos mais. A procura é enorme e gostávamos que todas as pessoas provassem, mas nunca imaginámos que iríamos vencer", admite Leonor Freitas, anunciando para o final do mês o lançamento do Syrah 2006. "É da mesma vinha, da mesma parcela de terreno e estagiou no mesmo tipo de barricas. Será muito idêntico, mas não podemos dizer que vai ser igual. Afinal, estamos a falar de um produto biológico."

A casta Syrah foi introduzida há seis anos na Casa Ermelinda Freitas e logo mostrou os seus atributos. Já no ano passado a Adega de Pegões tinha conquistado a Grande Medalha de Ouro em Bruxelas. É curioso: nos supermercados da região não há Syrah que resista. Mesmo as colheitas anteriores a 2005.

DN, 18-4-2008
 
Sete adegas unem forças e criam a Vini Verde SA

ILÍDIA PINTO

Com as exportações de vinho verde a crescer 12%, sete adegas cooperativas da região decidiram replicar no sector o exemplo da Lactogal no leite e juntaram-se para criar a ViniVerde, SA. Uma entidade que vai gerir uma produção de sete milhões de litros de vinho, mas que para o ano se espera serem já dez milhões de litros de 1200 viticultores dos concelhos de Barcelos, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Famalicão, Lousada, Penafiel e Ponte da Barca. A sociedade fará a gestão integral das massas vínicas, desde o produtor ao consumidos, e ficará responsável por questões que vão desde o pagamento das uvas ao produtor até à comercialização dos vinhos. Tudo em nome de uma gestão empresarial que traga a viabilidade que, cada uma por si, não tinha.

A apresentação pública da ViniVerde aconteceu ontem, no Porto, e foi apadrinhada pelo ministro da Agricultura, Jaime Silva, e pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Luís Vieira. Jaime Silva quis "agradecer a coragem das sete adegas de saber apostar na gestão empresarial, mantendo o espírito cooperativo". Um "dia grande para o vinho verde", disse, na medida em que "é a primeira grande iniciativa de cooperativas que seguem o caminho da concentração para ganhar escala, para serem competitivas, para poderem, enfim, responder aquilo que é o espírito cooperativo que é garantir rendimentos aos seus associados, os produtores de vinhos".

O ministro felicitou, ainda, a Comissão Vitivinícola da Região (CVR) dos vinhos verdes, presidida por Manuel Pinheiro, por ser a primeira a ser formalmente reconhecida como entidade certificadora. Classificou-a mesmo como "um exemplo das CVR a nível nacional".

Embora só tenha arrancado com sete adegas, a ViniVerde está aberta a novas adesões, sendo que a comercialização dos vinhos a que se irá dedicar será a das marcas já existentes nas adegas que fazem parte da sociedade mas também de marcas próprias que venha a criar.

No entanto, Luís Miguel Ribeiro, presidente da ViniVerde, deixou claro que o papel das cooperativas não será esvaziado. Assim, além de manterem as relações directas com os produtores, as adegas manterão o seu património, que arrendarão à ViniVerde. O que significa que se por um lado todos os investimentos que realizam nas adegas são para benefício da sociedade, por outro a renda a pagar pela ViniVerde deve, pelo menos, ser equivalente, ao que a adega realizaria como resultado bruto de exploração caso actuasse sozinha.

DN, 29-4-2008
 
Quem faz vinhos por gosto não cansa

DUARTE CALVÃO

Há quem lhes chame "enólogos de telemóvel" ou, adoptando a expressão internacional, "flying winemakers". Mas Rui Reguinga diz que, no seu caso, é mais "driving winemaker", já que todos os anos, só em Portugal, percorre entre 70 mil e 80 mil quilómetros para visitar os dez produtores de vinho que recorrem aos seus serviços de consultor. Isso sem contar as duas viagens anuais a Mendoza, na Argentina, onde desde 2004 trabalha com grande êxito com um produtor local.

"É de facto um bocado desgastante, sobretudo para a minha família, mas não me queixo. Foi esta a vida que escolhi", reconhece este enólogo nascido há 42 anos em Almeirim, cujo avô e o pai já estavam ligados à produção de vinho em terras próprias. "O meu primeiro interesse foi a vinha, por isso fui para a Escola Superior Agrária de Santarém. Só depois é que me interessei em fazer vinhos", recorda.

Confessando-se "profissionalmente muito ambicioso", divide a sua carreira por fases. A primeira vai do início dos anos 90 até 2000, período em que trabalhou com o famoso enólogo João Portugal Ramos, auxiliando-o nas numerosas consultorias que tinha País fora. "Aprendi muito nesse período, sobretudo quando comecei a trabalhar com os produtores no terreno, mas em dado momento achei que tinha de dar um passo em frente, fazendo as coisas ao meu estilo."

A Rui Reguinga Enologia, Lda, surge então e tem logo vários clientes no Ribatejo, como a Casa Cadaval ou a Quinta da Lagoalva, mas também no Alentejo, como Monte da Ravasqueira, Herdade Paço do Conde, Lima Mayer ou Herdade do Gamito, onde o enólogo orienta projectos de raiz, desde a plantação da vinha e desenho da adega até à elaboração dos vinhos e a sua promoção. "Estes projectos que acompanho desde o início são os que me dão mais satisfação, embora tenha de explicar aos produtores, alguns dos quais não vêm do mundo dos vinhos, que têm de ser pacientes. Só agora estamos a ter os resultados do que fizemos há seis ou sete anos."

Rui Reguinga garante que não é o dinheiro a razão fundamental que o faz aceitar um projecto, mas sim "a possibilidade de expressar o que um terroir pode dar". Assegura que quem, por exemplo, provar os vários vinhos que faz por todo o Alentejo encontrá sempre diferenças.

Hoje, além de Ribatejo e Alentejo, este enólogo tem também a consultoria de vinhos no Dão (Quinta dos Roques e Quinta das Maias) e na Península de Setúbal (Herdade da Espirra). "Não quero ter mais do que dez clientes, porque faço questão de os acompanhar permanentemente e não há telemóvel que substitua a nossa presença no local", diz ao DN gente, contrariando a tal ideia de que é possível fazer vinhos à distância. Uma pós-graduação em Marketing de Vinhos tirada em 1999-2000 na Escola Superior de Biotecnologia na Universidade do Po rto mostrou-lhe que actualmente um enólogo é também um relações públicas dos vinhos que produz, uma tarefa que assume com gosto, apesar da falta de tempo. "Ainda por cima, o meu hobby é fazer pequenas produções de vinhos próprios confessa. Mas é mesmo desta vida que ele gosta.

DN, 3-5-2008
 
"Se tiver hesitações, o vinho não é 'Barca Velha'"

DUARTE CALVÃO

Alegações finais Luís Sottomayor, ENÓLOGO

Aos 44 anos, é o terceiro enólogo que o Barca Velha tem desde que foi criado em 1952. Sente o peso da responsabilidade?

Sinto. Mas sinto sobretudo que é um desafio e um dos cargos de maior prestígio que posso ter na minha profissão em Portugal.

Conheceu o criador do vinho, Fernando Nicolau de Almeida?

Muito bem. Quando eu entrei para a empresa, em 1989, ele já se tinha reformado, mas vinha cá quase todos os dias, para provar os vinhos e conversar connosco.

Que recordação guarda dele?

Era uma pessoa interessantíssima, uma personalidade cativante, alegre, sempre com ideias novas... Como enólogo, aprendi muito com ele, quando provávamos vinhos, sobretudo o seu Barca Velha.

Os enólogos influenciam muito o tipo de Barca Velha que se faz?

O mais importante é o perfil, que foi definido pelo sr. Nicolau de Almeida, que gostava de vinhos com muita estrutura, potentes, com grande capacidade de envelhecimento. Tanto o enólogo que lhe sucedeu, José Maria Soares Franco, quanto eu procuramos respeitar esse perfil. Aliás, eu aprendi muito com os dois e o meu trabalho vem na continuidade do deles.

Mas não há diferenças nos vinhos que fazem?

Algumas, mas muito pequenas. Resumidamente, diria que o sr. Nicolau de Almeida gostava de Barcas Velhas mais robustos, o José Maria Soares Franco privilegiava a harmonia e eu, a elegância.

Quantas pessoas decidem se o vinho merece ser Barca Velha?

A responsabilidade da decisão é só minha, mas é claro que oiço a minha equipa, que é formada por seis pessoas.

Quando decidiu que a colheita de 2000 ia ser Barca Velha?

Este foi fácil. Começou logo na vindima, que foi muito boa no Douro e depois foi só acompanhar a evolução nestes oito anos.

Não sofre pressões comerciais para declarar Barcas Velhas?

A única coisa que a administração da Sogrape me diz é para não mexer no que está bem. Se tiver quaisquer hesitações, é melhor não ser Barca Velha. A qualidade do vinho está acima de tudo.

A quanto vão vender o Barca Velha 2000 no Clube 1500?

Não é a minha área, mas creio que será a 75 euros. O de 1999, lançado em 2006, foi a 65 euros.

Acha que por ser do ano 2000 o vinho vai ficar mais caro?

Penso que não. Para quem gosta de Barca Velha, essa questão é indiferente. Estarão mais interessados na qualidade específica da colheita.

São duas colheitas seguidas, 1999 e 2000. Não teme a ideia de que vamos ter Barca Velha todos os anos?

Na década de 80, tivemos três seguidos, 1981, 1982 e 1983 e isso não significou a banalização do vinho. Aliás, posso já garantir-lhe que não haverá Barca Velha das colheitas de 2002, 2005 e 2006. Como vê, continuará a ser raro...

DN, 29-5-2008
 
O mais famoso tinto português tem primeira colheita do milénio

DUARTE CALVÃO

Os anos passam, surgem novos tintos durienses topo de gama, as técnicas modernizam-se, os consumidores mudam, mas o Barca Velha continua um caso à parte entre os vinhos portugueses. Apesar do preço elevado a que deverá chegar ao mercado, lá para Setembro, certamente acima dos 130 euros, o Barca Velha 2000, apresentado à imprensa na quarta- -feira, deverá esgotar rapidamente as suas cerca de 26 mil garrafas.

A principal razão para este êxito comercial, conforme o DN Bolsa confirmou junto de duas garrafeiras lisboetas de referência diz respeito à raridade do vinho, que vai apenas na sua 16.ª edição desde que foi criado, em 1952, pelo famoso enólogo Fernando Nicolau de Almeida.

Para Luís Sottomayor, o actual enólogo do Barca Velha, é difícil comparar este vinho, que só merece o rótulo em anos excepcionais (quando não atinge este nível, é geralmente engarrafado como Reserva Especial Ferreirinha), com outros tintos do Douro. "O vinho tem a sua evolução em garrafa acompanhada ao longo de mais de seis anos aqui nas caves, guardado nas melhores condições. Por isso, quando chega aos consumidores, já tem características de envelhecimento que outros vinhos não apresentam", explica.

Mesmo depois de lançado, o Barca Velha continua a evoluir muito bem, como se pôde verificar numa prova nas belíssimas Caves Ferreira, em Vila Nova de Gaia, onde críticos e jornalistas apreciaram as colheitas das décadas de 80 e 90. Algumas delas, como as de 1981, 1983, 1991 e 1999, mostraram exuberantemente como este vinho pode alcançar ainda mais complexidade e elegância, justificando plenamente a fama que tem.

Já o novo Barca Velha 2000 foi apresentado num jantar nas caves, com uma extraordinária vista para o Douro e o centro antigo do Porto, para acompanhar um cordeiro em duas cozeduras, guisado de ervilhas de quebrar com endívias, puré de alho e molho ligeiramente trufado, prato principal do jantar que José Avillez, chefe do restaurante Tavares, preparou para a ocasião.

"Este vinho foi sempre honesto, nunca me enganou. Nasceu, cresceu e amadureceu como Barca Velha", resumiu Luís Sotomayor, na apresentação do primeiro vinho feito sob a sua responsabilidade, já que, tendo entrado para a empresa em 1989, foi logo para equipa de enologia do mítico tinto, então chefiada por José Maria Soares Franco, que no ano passado deixou a Sogrape para trabalhar num projecto pessoal no Douro, em parceria com o também enólogo João Portugal Ramos.

De facto, a vindima de 2000 foi histórica no Douro, possibilitando a declaração de vinho do Porto vintage, para gáudio dos produtores, que assim conseguiram potenciar comercialmente a entrada no novo milénio. Na Quinta da Leda, em Almendra, sub-região do Douro Superior, onde hoje o Barca Velha é vinificado e de onde provêm as uvas de que é produzido, Sottomayor garante que foi igualmente excelente.

DN, 30-5-2008
 
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