16 agosto, 2007

 

16 de Agosto


30 anos depois da morte do rei



http://pt.wikipedia.org/wiki/Elvis_Presley

http://www.elvissightingsociety.org/

http://www.elvis.com/

Comments:
'REI' ELVIS CONTINUA VIVO

TIAGO PEREIRA

Foi encontrado no chão da casa de banho em Graceland, Memphis, pela sua noiva de então, a modelo e actriz norte-americana Ginger Alden, na tarde de 16 de Agosto de 1977. Assim desaparecia o expoente máximo do rock'n'roll e nascia um mito, uma fonte inesgotável de lucro, a origem de polémica e especulação que hoje, 30 anos depois, ainda continua.

Elvis era, na altura da sua morte, encarado como uma caricatura de si mesmo. Sem a imagem com que se tornou famoso, reduzido aos espectáculos de Las Vegas e encarado como toxicodependente, alcoólico e estrela decadente. Apesar do consumo compulsivo de anfetaminas, a influência de drogas na sua morte nunca ficou provada, mas a imagem de fragilidade mantém-se até hoje.

Contudo, a notícia da morte de Elvis foi recebida com surpresa generalizada. O Washington Post escrevia, no dia 17: "Elvis Presley, que revolucionou a música popular americana para se tornar o herói de duas gerações, morreu ontem em Memphis." John Lennon reagia, confessando "o rei morreu mas o rock'n'roll viverá", enquanto o Beach Boy Carl Wilson lembrava que "a sua música era a única coisa exclusivamente nossa". Elvis Presley simbolizava, para o bem e para o mal, a América construída no pós-guerra. O país que concretizava sonhos, mesmo os de um rapaz pobre, nascido no Mississípi. Elvis tinha assimilado a cultura norte-americana - sobretudo a "afro-americana", que fugiu ao esquecimento por ter sido resgatada por um branco - para a transformar em pop, industrial, exportada e rentável. A sua morte era quase inconcebível: o homem fazia parte da história. Aliás, Elvis era "a" história e deveria sobreviver muito para lá das gerações que o conheceram.

Nos últimos anos de vida, Elvis foi desprezado e criticado. Com a morte do "rei", tudo se alterou. Voltou ao topo, reencontrou a fama e o reconhecimento e motivou o aparecimento de uma indústria póstuma que até hoje nunca encontrou réplica. Os primeiros resultados surgiram na edição livreira, explorando o mito da melhor forma. Uns, através dos erros e faltas de um campónio feito estrela, como em Elvis, de Albert Goldman, que, em 1981, arrecadou mais de dois milhões de dólares em receitas. Outros, explorando a faceta mais querida do pú- blico: a de artista ímpar, de americano exemplar. Sobretudo quando o eixo central da narrativa era a mãe (Elvis & Gladys, 1985) ou a ex-mulher de Elvis (Elvis & Me, 1985).

Após um (curto) período de luto generalizado, a figura de Elvis começou a ser utilizada com qualquer propósito possível, desde a tira de banda desenhada satírica à crítica a qualquer atitude tomada pelo Governo norte-americano. Elvis passou a simbolizar tudo para todos, mas, de alguma forma, manteve sempre intacta a sua imagem enquanto músico irrepetível. Reedições sucessivas, colectâneas, vídeos, DVD e até duetos virtuais (como aquele protagonizado por Céline Dion, em Abril passado). Elvis aparece perante os fãs e é imitado por milhões, além de ter a sua cara numa edição de selos dos correios dos EUA. É o único músico presente nos três Hall of Fame - rock'n'roll, gospel e country e um dos poucos nomes que já venderam mais de 500 milhões de discos.

Como exemplo para muitos outros mortos famosos, Elvis deixou um legado económico e financeiro cuja exploração não parece ter fim à vista. O Elvis Presley Estate faz-se de herança cultural e património lucrativo. Graceland, a residência de Elvis em Memphis, é o seu expoente máximo. Local de descanso eterno e, ao mesmo tempo, de rit-mo imparável para o "rei". E enquanto novas ideias surgem para lucrar com o homem, o mito continua, para dizer "o 'rei' está vivo."

DN, 15-8-2007
 
Graceland: memórias e lucro

MARK HUMPHREY

Foi adquirida em 1957 para servir de refúgio a um Elvis cada vez mais assediado por fãs incansáveis. Agora, é local de romaria obrigatória, casa-museu que guarda não só a memória do músico mas também os seus restos mortais - Elvis foi sepultado junto dos seus pais nos Jardins da Meditação. Graceland é o maior símbolo de Elvis Presley, a sua morada mesmo depois de morto e uma enorme fonte de lucro. Por estes dias é também o ponto de encontro oficial e obrigatório.

Graceland foi baptizada com o nome da filha - Grace - do seu proprietário original, o dono do jornal The Memphis Daily Appeal. Elvis tomou-a como residência, juntamente com a futura mulher Priscilla Beaulieu, antes do casamento em 1967. Foi "sede" para o músico, não só pelo quotidiano ali construído mas também porque acolhia todas as actividades relacionadas com os negócios da família Presley. Depois da morte de Elvis, transformou-se em espaço de culto. Em 1982, a residência foi aberta ao público para, nove anos depois, ser classificada como monumento nacional. E verdadeira fonte de rendimento.

Após a morte de Elvis, Priscilla Presley, enquanto responsável pela filha do casal, Lisa Marie, foi nomeada gestora da Elvis Estate. Graceland, com as suas enormes despesas de manutenção, foi rapidamente transformada numa fonte de receitas. Gera cerca de cem milhões de dólares por ano e é a segunda residência privada mais visitada nos EUA, logo depois da Casa Branca, em Washington. Em 2002, Graceland recebeu a maior concentração de visitantes até à data. No 25.º aniversário da morte de Elvis, 40 mil pessoas prestaram ali a sua homenagem, apesar de um 16 de Agosto de temporal invulgar.

Em Graceland está instalado um museu, com vestuários, discos e instrumentos de Elvis. Na propriedade "mora" uma emissora de rádio, com música de Elvis Presley, 24 horas por dia. Num edifício adjacente à mansão, estão em exposição os automóveis que pertenceram ao cantor, bem como os seus dois aviões, baptizados de Lisa Marie e Hound Dog II.

Em 2005, Lisa Marie Presley vendeu 85% do negócio de Elvis Presley, mantendo, no entanto, a propriedade de Graceland. Contudo, a gestão daquele espaço - visitado por 600 mil pessoas por ano - passou para a CKX, empresa de entretenimento responsável, por exemplo, pelo programa televisivo American Idol. Os planos futuros da CKX contemplam a transformação de Graceland num parque temático (semelhante aos da Disney ou da Universral), esperando que as visitas ultrapassem o milhão de pessoas por ano.

DN, 15-8-2007
 
Berlim presta homenagem a Presley

CARLA GUERRA, Berlim

O rei do rock 'n roll continua vivo em Berlim. Uma bíblia, sapatos, cobertores, joalharia, óculos escuros, objectos da sua mansão em Memphis e até pijamas que o cantor usou são alguns dos mais de cem objectos que pertenceram a Elvis Presley e que o Hotel Ellington está a exibir numa exposição que decorre até 1 de Setembro. Na mostra estão também expostos mais de 80 fotografias nunca antes publicadas, feitas pelo fotógrafo do cantor, Ed Bonja; segundo os organizadores, todo o espólio apresentado está avaliado em cerca de cinco milhões de euros. A mostra intitula-se "The King's Ransom".

Hoje, o Hotel Eszrel, também no centro da cidade de Berlim, vai apresentar um show musical com duplos de Elvis, mas o ponto alto tem início amanhã em Bad Nauheim, perto de Frankfurt, onde está a ser preparado um festival de três dias dedicado ao cantor, isto para assinalar o aniversário da morte de Elvis. Concertos de gospel, exposições e ainda um desfile de cadillac antigos são alguns dos eventos principais; à noite será a vez de um concerto de rock 'n roll e a exibição de alguns dos filmes mais famosos do cantor, como Viva Las Vegas ou Fun in Acapulco.

Elvis Presley esteve ao serviço do exército norte-americano entre 1958 e 1960, tanto numa pequena cidade a sul da Alemanha, em Freiburg, como mais tarde em Bad Nauheim. A exposição tem o apoio e o patrocínio da embaixada dos Estados Unidos da América em Berlim.

DN, 15-8-2007
 
Documentário recorda o 'Elvis Vermelho'

Chamava-se Dean Reed, nasceu nos EUA, era cantor de pouco sucesso no seu país e foi viver para a América do Sul , onde ganhou popularidade, era conhecido por "Mr. Simpatia" e se converteu ao marxismo. Em 1973, depois de ter entrado em anúncios e westerns spagheti em Itália, instalou-se na ex-RDA, transformando-se no "Elvis Vermelho" - a resposta do Bloco de Leste a Elvis Presley.

A incrível história deste baladeiro folk/country americano que se transformou num instrumento de propaganda comunista e anti-EUA, que defendeu a construção do Muro de Berlim e a invasão soviética do Afeganistão e participou na campanha eleitoral de Salvador Allende, mas nunca renunciou à cidadania americana e todos os anos entregava a declaração de impostos no país natal, é contada no documentário Der Rote Elvis (O Elvis Vermelho), de Leopold Grün, estreado na Alemanha.

Natural do Colorado, o all-american Reed, de cabeleira loura e sorriso de anúncio a pasta dentífrica, é, segundo Grün,"uma personagem ambivalente. Foi aclamado em toda a órbita comunista, porque era o americano que queimava bandeiras dos EUA, e era um perfeito desconhecido no país de onde procedia".

O filme conta com testemunhos de personalidades que conheceram Dean Reed, caso do actor Armin Müller-Stahl e da escritora Isabel Allende (que teve um fraquinho por ele) e mostra o criador de canções como I Kissed a Queen, Our Summer Romance e Whirly Twirly a beijar Yasser Arafat, a erguer uma arma e uma guitarra no Líbano e a filmar na Praça Vermelha de Moscovo, juntamente com imagens dos piores filmes de propaganda em que participou na ex-RDA. São também lembradas as suas mulheres e amantes.

O ocaso da ideologia comunista coincidiu com a perda de popularidade de Dean Reed no Leste, e em 1986, o cantor militante foi encontrado morto num lago perto de sua casa, em Berlim Leste. A última mulher, Renate, disse que ele tinha saudades de casa, dos EUA. A versão oficial foi de que Reed se tinha afogado acidentalmente, enquanto os amigos falavam em suicídio e a família, nos EUA, dizia que ele tinha sido assassinado.

Chuck Laszewiki, biógrafo do cantor (Rock'n'Roll Radical: The Life and Mysterious Death of Dean Reed), teve acesso à sua ficha da Stasi e revelou no citado livro que Reed se suicidou. Mas as autoridades comunistas ocultaram o facto, com medo que "lançasse o desânimo" nos cidadãos da ex-RDA.

E.B.

DN, 15-8-2007
 
30 COISAS QUE AINDA NÃO SABE SOBRE ELVIS

EURICO DE BARROS

São 30 factos, pequenas curiosidades ou idiossincrasias. Uma por cada ano que passou desde a morte de Elvis Presley, a 16 de Agosto de 1977. Recorrendo a várias fontes - nomeadamente à Internet Movie Database (IMDB), ao jornal The Independent e a vários artigos da Wikipedia (entre eles a especializadíssima subsecção ElvisPedia) -, quisemos construir um retrato em fragmentos do cantor.

1 Gémeo. O irmão gémeo, Jesse Garon Presley, morreu no parto. Elvis nasceu 35 minutos depois.

2 Religião. Elvis usava ao pescoço um fio com o símbolo hebraico Chai ("viver") e uma estrela de David. Explicação? "Não quero deixar de entrar no Paraíso por uma questão técnica", dizia.

3 Equipa. Os colaboradores mais próximos eram conhecidos como "Mafia de Memphis" e Elvis deu a todos eles anéis iguais, em ouro e diamantes. Tinham um relâmpago e as letras TCB, que supostamente queriam dizer "Take Care of Business" (toma conta do negócio). O próprio "Rei" foi sepultado com um anel desses no dedo.

4 Armas. Era um ávido coleccionador de armas e distintivos. Este ano, a empresa America Remembers lançou uma edição especial do "Elvis Presley TCB Tribute Revolver", um Smith & Wesson de calibre 35, em ouro de 24 quilates e decorado com uma foto do "Rei" e o desenho de um relâmpago.

5 Pneus. Elvis gostava de auxiliar pessoas que tinham furos a mudar os pneus. Várias foram as vezes em que mandou parar o carro na rua ou na estrada, para ir ajudar perfeitos estranhos a trocarem pneus.

6 Padrinho. Sonhava interpretar o papel de Don Vito Corleone no filme O Padrinho, de Francis Ford Coppola. Elvis nunca foi chamado para as audições e a personagem acabou por ser entregue a Marlon Brando.

7 Penteado. Disse um dia que se inspirou no cabelo do actor Robert Mitchum para criar o seu famoso penteado. Conheceram-se para discutir a possibilidade de interpretarem juntos o filme Thunder Road (1958), mas - como sucedeu com tantos outros papéis - o "coronel" Tom Parker, seu manager, impediu a concretização dos planos.

8 Filmes. Era fã de James Dean e da personagem Dirty Harry. Os seus filmes favoritos eram Rebelde sem Causa (1955), Um Eléctrico Chamado Desejo (1951) e A Fúria da Razão (1971).

9 Pernas. Segundo um dos seus amigos, o modo como mexia as pernas ao dançar foi inspirado em 'Big Chief' Wetherington, cantor do grupo gospel The Statesmen, que Elvis idolatrava na sua juventude.

10 Caso. Teve um breve caso com a modelo e actriz Ann-Margret, enquanto filmavam Viva Las Vegas, em 1964. A partir daí, sempre que ela actuava em Las Vegas, o cantor mandava-lhe flores no formato de uma guitarra.

11 Beatles. Em 1965, a única pessoa que os Beatles queriam conhecer nos EUA era Elvis. Encontraram-se e passaram uma tarde agradável. Os Fab Four eram grandes fãs dele. Cinco anos depois, Elvis disse ao presidente Nixon que eles eram "muito antiamericanos" por consumirem drogas e protestarem contra a Guerra do Vietname. Sugeriu mesmo que fossem proibidos de entrar nos EUA.

12 Peso. Em 1960, depois de sair do exército, pesava 77 quilos e nunca esteve tão magro.Quando morreu, tinha chegado aos 118 quilos.

13 Banana. Receita da sanduíche favorita de Elvis: barrar uma fatia de pão com manteiga de amendoim e outra fatia de pão com uma banana esmagada. Juntar as duas. Aquecer gordura de bacon numa frigideira e tostar de ambos os lados.

14 Televisão. Elvis: Aloha From Hawaii, gravação do concerto de 1973 no Centro de Convenções de Honolulu, foi o primeiro programa televisivo a ser transmitido mundialmente por satélite. Teve mais espectadores do que a caminhada de Neil Armstrong na Lua.

15 Nixon. A 21 de Dezembro de 1970, foi recebido na Casa Branca pelo presidente Richard Nixon. Elvis tinha-lhe enviado uma carta de seis páginas a pedir o encontro e a sugerir a sua nomeação para agente federal honorário da Brigada de Narcóticos.

16 Canto. No final de um concerto nos anos 50, um cantor de ópera foi ter com ele aos bastidores e disse-lhe que cantava como um saloio e precisava de aulas de canto. "Obrigado pelo conselho, mas quantos desses milhares de pessoas que estão aí fora vieram para o ouvir?", respondeu-lhe Elvis.

17 Recorde. Em Março de 1974, no Houston Astrodome, o cantor bateu o recorde de público num só dia: as duas actuações foram vistas por 89 mil fãs.

18 Vendas. Estima-se que em todo o mundo se venderam 1,8 mil milhões de discos de Elvis, mais do que qualquer outro artista ou banda.

19 Conta. Quando morreu, a sua conta bancária estava estimada em cinco milhões de dólares (3,68 milhões de euros, ao câmbio actual).

20 Fogo. Quanto mais perigosos, mais gostava dos jogos. Um dos seus preferidos era o chamado Whip. Elvis e a "Mafia de Memphis" vestiam fatos da Força Aérea, luvas e capacetes. Dividiam-se em duas equipas e atiravam fogo-de-artifício uns aos outros. Foi assim que o cantor ficou com uma cicatriz no pescoço e que um dos seus amigos quase perdeu um olho.

21 Estrangeiro. Só actuou duas vezes fora dos EUA, ambas no Canadá. A sua primeira digressão europeia estava a ser agendada para 1978.

22 Brilhantes. Depois de o ver em concerto, o pianistakitsch Liberace sugeriu-lhe que passasse a usar fatos mais vistosos. Elvis passou a vestir casacos dourados de lamé e fatos brancos cravejados de pedras coloridas, e reservava sempre lugar para Liberace na plateia.

23 Patriotismo. No início dos anos 60, Elvis Presley deu um concerto no Havai e doou os royalties para ajudar a construir o memorial do USS Arizona, um dos navios afundados durante o ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941.

24 Música. Elvis gravou mais de 600 canções, mas nunca escreveu nenhuma delas.

25 Filmes. Entrou em 31 filmes e dois documentários musicais.

26 Antepassados. Elvis descendia de índios cherokee e do tetravô do presidente Abraham Lincoln. E era também primo afastado do presidente Jimmy Carter.

27 Chimpanzé. No início da década de 60, arranjou um chimpanzé chamado Scatter, que tinha pertencido a um artista que trabalhava em festas para crianças. O chimpanzé sabia fazer muitos truques e gostava de levantar as saias das mulheres. Uma das partidas favoritas do cantor era juntar as suas amigas em casa e soltar Scatter no meio delas.

28 Casa. Comprou a mansão de Graceland, no Tennessee, a 19 de Março de 1965, por 102 500 dólares. Tem 23 quartos e 55 hectares de terreno. É ali que Elvis está sepultado e, actualmente, Graceland é a segunda residência mais visitada nos EUA, depois da Casa Branca.

29 Livro. Na altura da sua morte, estava a ler The Scientific Search for the Face of Jesus, de Frank O. Adams, editado pela Physical Aid Foundation em 1972.

30 Cinema. Na véspera de morrer, Elvis tentou arranjar uma cópia do filme Guerra das Estrelas para mostrar à sua filha, Lisa Marie.

DN, 16-8-2007
 
Elvis morreu há 30 anos

Milhares de fãs assinalam os trinta anos da morte de
Elvis, falecido a 16 de Agosto de 1977, com várias iniciativas
em Memphis, a cidade onde nasceu.
Na quarta-feira à noite, dezenas de milhares de pessoas participaram
numa vigília em Graceland, Memphis, a mansão
onde Elvis Presley viveu, morreu, e onde está sepultado.
A vigília de fãs foi o ponto alto das celebrações, que incluem
um concurso de sósias e um concerto, já esgotado, onde marcarão
presença alguns dos músicos que tocaram com Elvis e a
viúva Priscilla Presley.
No site de leilões Ebay está à venda
um piano de cauda branco que Elvis
teve numa sala de música em Graceland
durante 12 anos, entre 1957 e
1969.
Lisa Marie Presley, filha única do “Rei
do Rock”, canta “com o pai” num novo
“videoclip” da mítica canção “In the
Ghetto” que foi realizado para assinalar
o 30.º aniversário da sua morte,
informa hoje o portal Spinner.com.
Elvis Aaron Presley nasceu no dia 8 de
Janeiro de 1935, na cidade de Tupelo,
no Mississipi. A entrada no mundo da
música surgiu em 1954, após terminar o liceu e quando era
ainda condutor de um camião.
Precursor do “rockabilly”, Elvis gravou duas maquetas por
3,98 dólares, editou o primeiro single, “Heartbreak Hotel”,
em 1956, e partir daí esteve praticamente sempre no auge
com centenas de discos de
ouro e platina.
Além da música e dos concertos,
incendiados por uma
pose provocadora e sexual
que enlouquecia as fãs, Elvis
Presley protagonizou cerca
de trinta filmes.
Na intimidade, Elvis Presley
divorciou-se de Priscilla no
início dos anos 60, agravando-se o seu estado de isolamento
e dependência de medicamentos e drogas.
Foi encontrado morto no dia 16 de Agosto de 1977, caído no
chão da casa de banho em Graceland, com a causa de morte
a ser atribuída a um ataque cardíaco.

RRP1, 16-8-2007
 
Milhares homenagearam Elvis

Às 06.00 da madrugada de ontem ainda havia fãs de Elvis Presley a desfilar frente à sepultura do "Rei" em Graceland, a mansão do cantor em Memphis, no Tennessee, numa grande vigília à luz das velas que assinalou a passagem dos 30 anos da sua morte.

A cerimónia reuniu dezenas de milhares de admiradores de Elvis, sob temperaturas que atingiram os 40 graus. Uma sexagenária morreu devido ao calor e muitos fãs tiveram que receber assistência médica.

A procissão de homenagem ao intérprete de Jailhouse Rock prolongou-se por mais do que as dez horas previstas pelos responsáveis da Elvis Presley Enterprises, que gere o legado do cantor.

"É oficial. Esta foi a maior Semana de Elvis de todas, e a maior vigília de sempre", informou Tom Morgan, director executivo daquela organização. Priscilla Presley, viúva de Elvis, declarou-se "impressionada" com a cena e com "a quantidade de fãs que vieram de todo o mundo" para marcarem presença nos 30 anos da morte do seu ídolo.

Novidades que inquietam

Entretanto, muitos fãs do "Rei" temem aquilo a que chamaram a "disneyficação" da sua memória, após o magnata Robert Sillerman, que possui 85 por cento da Elvis Presley Enterprises, ter anunciado que pretende renovar Graceland e criar um novo centro de visitantes e um museu interactivo sobre Elvis. Num encontro que teve com fãs, Priscilla Presley já defendeu estas alterações, dizendo que se trata de "crescer e chegar a mais pessoas, e não de fazer uma Disneylândia".

DN, 17-8-2007
 
MÚSICA FÚNEBRE

Alberto Gonçalves
sociólogo
albertog@netcabo.pt

Simplificando imenso, a moderna canção popular nasceu com o século XX e um artista de vaudeville chamado George M. Cohan. Cohan escreveu Yankee Doodle Boy em 1904 para um musical da Broadway. Durante as décadas seguintes, a grande música popular norte-americana, passe a redundância, nunca andaria demasiado distante dos palcos da Broadway. Em 1925, por exemplo, trabalhavam naquele pedaço de Nova Iorque os máximos artífices que o género já revelou: Gershwin; Arlen; Berlin; Porter; Rodgers; Hart; Hammerstein; Kern; Harburg; Fields; etc. E o produto do seu trabalho é, sob vários pontos de vista, sublime. Não só os compositores souberam integrar, com enorme proveito, a opereta vienense, o ragtime e o jazz negros e, dado que todos os nomes acima à excepção de Porter e Cohan eram judeus, o klezmer, como os letristas abriram, mediante rigor de ourives, a velha formalidade literária peças cantadas líricas à linguagem coloquial e às ruas de Manhattan. Convém acrescentar que as principais canções desse tempo coincidiam com os principais sucessos desse tempo. E que valiam pelo seu valor intrínseco. É certo que a época produziu as suas estrelas, de Al Jolson a Fanny Brice, de Eddie Cantor a Bing Crosby e, depois, Frank Sinatra. É igualmente certo que, feitas as contas, as interpretações eram relativamente irrelevantes: apenas nos anos 1920 as vendas de discos ultrapassaram as vendas de partituras para piano, instrumento presente numa considerável percentagem de lares dos EUA. Mesmo durante a Recessão, quando a Broadway em peso se mudou para Hollywood, e as canções começaram a ser tão "vistas" quanto ouvidas, a música e a letra continuaram a ser a essência de uma arte alegadamente menor e, na sua menoridade, elevada à perfeição. As coreografias executadas por Fred Astaire no filme Swing Time não escondiam a óbvia grandeza de The Way You Look Tonight. Do período, sobraram centenas de canções tão boas, ou quase tão boas, quanto essa (nenhuma melhor). Trata-se, porém, de uma herança sem herdeiros. Em 1956, o primeiro LP de um jovem Elvis Presley continha uma versão esdrúxula do clássico "Blue Moon" (de 1934), cujos versos deliberadamente "maus" Larry Hart escrevera para se vingar de uma encomenda aborrecida. Blue Moon, por coincidência o único momento memorável do ex-camionista do Tennessee, não chegava para manter uma tradição. A intenção dos sujeitos que inventaram Elvis era, aliás, exactamente a oposta: substituir, no interesse do público, a importância das canções pelo "carisma" do intérprete, a obra pela imagem. A circunstância de o público, naquele pós-guerra, incluir a primeira geração de adolescentes com dinheiro justificava a empresa. E a empresa foi um êxito devastador. O "rock'n'roll", que Elvis personificou, eliminou a sofisticação da música popular, transferindo-a de uma audiência adulta para pilhas de crianças aos gritinhos, somente interessados na veneração dos "ídolos", por sua vez associados a um vago apelo "rebelde". Atribuir vestígios de rebeldia a bonecos fabricados pela indústria é um dos maiores feitos publicitários em volta do rock. Outro feito consiste na progressiva infantilização do público em geral. E um terceiro foi a abolição das exigências técnicas. Segundo o paradigma que Elvis inaugurou, um "músico" não precisa de saber cantar, tocar ou compor. A bem dizer, não precisa sequer de ser músico: os novos heróis da pop são moços que colam pedaços de cantigas ou que "põem" discos. As novas "canções" não inspiram um comentário. Entretanto, neste meio século a Broadway reduziu-se a insignificância turística ou ao talento "difícil" de Stephen Sondheim. Elvis morreu há 30 anos. A minha saudade vai para o que ele, inadvertidamente, ajudara a matar muito antes.

DN, 19-8-2007
 
Primeiro sósia 'oficial' de Elvis é da Pensilvânia

Shawn Klush derrotou nove outros concorrentes naquele que foi o primeiro concurso oficial de sósias de Elvis Presley, na sequência do 30.º aniversário do seu desaparecimento, assinalado dia 16. A final do concurso realizou-se em Memphis, na noite da passada sexta-feira . "É uma experiência avassaladora e não podia ter sido em sítio melhor", afirmou o vencedor.

Shawn Klush, 38 anos, trajava uma réplica de um fato branco que Elvis usava nos anos 70, e ganhou interpretando versões de Viva Las Vegas, My War, Bridge Over Troubled Water e You Gave Me a Mountain. Klush ganhou cerca de cinco mil dólares, recordações grátis das lojas de Graceland (a casa do cantor em Memphis), três mil dólares para uma nova indumentária de Elvis e outros prémios. Este primeiro concurso marcou uma viragem na atitude dos gestores de Graceland, que até agora não dedicavam especial atenção ao aparecimento de sósias do "Rei". Os dez finalistas da competição oficial assinaram contratos que lhes poderão render trabalho e projecção.

O acontecimento esteve inserido numa semana de comemorações especiais, que culminou num concerto ao vivo onde ecrãs gigantes mostravam Elvis a cantar, "acompanhado", em palco, por vários elementos da sua banda original. Ao longo dos dias, milhares de visitantes deslocaram-se a Graceland para visitar o túmulo de Elvis, enquanto coroas e ramos de flores enviados por fãs de todo o mundo foram sendo colocados nos jardins da casa.

A ex-mulher do cantor, Priscilla Presley, referiu na ocasião o facto de ele ser "ainda uma figura marcante" e mostrou-se impressionada com a visão de fãs vindos dos quatro cantos do planeta. A estimativa de visitantes foi este ano de 75 mil, sendo que Graceland constitui uma grande atracção turística e recebe anualmente uma média de 600 mil pessoas.

Recompensa insólita

Entretanto, um cineasta americano, Adam Muskiewicz, que está a preparar um documentário sobre Presley, lançou na Internet uma recompensa de três milhões de dólares para quem encontrar o cantor vivo. Segundo o site do projecto (em www.elviswanted.com), o projecto teve início há dois anos. Foram entrevistados inúmeros fãs e 175 pessoas que conheceram Elvis. Segundo o realizador, 75% dos inquiridos acreditam que o "Rei" está morto, mas 25% não.

DN, 20-8-2007
 
Rei do 'rock'n'roll' de volta ao trono dos mortos mais rentáveis

TIAGO PEREIRA

Kurt Cobain, que ocupava a primeira posição, não integra a tabela de 2007
Elvis Presley, o rei do rock'n'roll, volta a ocupar o trono de morto mais rentável. Depois de ter sido ultrapassado pelo antigo vocalista dos Nirvana, Kurt Cobain (após a venda de parte do seu legado pela viúva deste, Courtney Love), Elvis recuperou, durante os últimos 12 meses, a primeira posição da lista elaborada pela revista Forbes, com lucros que ultrapassam os 40 milhões de dólares.

Boa parte dos recentes resultados financeiros do império de Elvis advém da comemoração dos 30 anos da sua morte, que transformaram Graceland (morada do cantor transformada em museu) numa fonte de enormes lucros. A gestão do património é assegurada pela CKX Entertainment (em conjunto com Lisa Marie Presley, filha do ícone do rock, que detém 15% dos direitos).

Aquela entidade anunciou já publicamente que o último Verão foi especialmente lucrativo graças às homenagens prestadas em Graceland e às receitas provenientes de novas estruturas ali instaladas: um novo centro de convenções, um museu multimedia de alta tecnologia e um remodelado centro para acolher os visitantes. Investimentos que, apesar do custo, contribuíram para um aumento de 15% dos proveitos. A estes números juntam-se ainda os royalties assegurados pela venda de CD, DVD e merchandising.

O ausente

Elvis Presley tinha sido ultrapassado em 2006 por Kurt Cobain. Na altura, o antigo vocalista dos Nirvana (falecido em 1994) beneficiou da venda de parte dos direitos das suas canções. Courtney Love, a viúva do músico, garantiu um negócio de quase 35 milhões de euros com o antigo responsável da Virgin, Larry Mestel. Mas os ganhos registados após tal transacção, já em 2007, não foram suficientes para volta a colocar Cobain entre os mortos mais lucrativos.

Entre os novos nomes a surgir na lista da Forbes contam-se o actor Steve McQueen (com 4,2 milhões de euros), graças à permanência do "rei do cool" nos cinemas e nas estantes de DVD. James Brown, surge em 11.º lugar, com 3,5 milhões de euros, resultado de um nome que garante permanente venda discos. Tupac Shakur, rapper assassinado em 1996, regressa à tabela com 6,4 milhões de euros, depois da venda do seu catálogo à Evergreen Copyrights.

O guru da arte pop Andy Warhol, o autor de clássicos infantis Theodor "Dr. Seuss" Geisel e Marilyn Monroe (cujo legado é agora gerido pela viúva de Lee Strasberg, Anna) permanecem entre os "13 mais". Tal como James Dean e Bob Marley, entre as caras mais conhecidas em todo o mundo. A Forbes lembra que para o ano já deverá fazer parte da lista o tenor Luciano Pavarotti.

DN, 31-10-2007
 
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