23 agosto, 2007

 

23 de Agosto


Dia Internacional para a Memória do comércio de Escravos e sua Abolição



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Museu sobre Escravatura
abre em Liverpool

Um museu dedicado à história da escravatura transatlântica
é inaugurado amanhã, em Liverpool, dando destaque
ao modo como a cidade enriqueceu à custa do tráfico de
seres humanos e à resistência dos escravos africanos.
O novo museu nasceu de uma galeria, dedicada à escravatura
transatlântica, no Museu Marítimo de Merseyside, e será
inaugurado no aniversário de um levantamento de escravos
no Haiti, em 1791, então sob domínio francês.
Num esforço de reconciliação com o passado, o conselho
municipal de Liverpool apresentou em 1999 um pedido de
desculpas formais em que manifestou “vergonha e remorso
pelo papel da cidade neste comércio de miséria humana”.
Encomendou, além disso, duas esculturas intituladas
“Reconciliação” (duas figuras abstractas em bronze abraçadas)
destinando-se uma a ser erguida em Richmond, na Virgínia
(EUA), e a outra no Benin, porto de escala dos navios
negreiros de Liverpool.
Os navios transportaram milhões de seres humanos da África
Ocidental para plantações no continente americano, num
comércio triangular que também trazia para Inglaterra lucrativas
cargas de açúcar, tabaco e rum.
Fãs dos Beatles que visitam Penny Lane em Liverpoool ficam
muitas vezes surpreendidos ao saber que o nome teve origem
em James Penny, comerciante de escravos que em 11 viagens
levou entre 500 e 600 cativos para o Novo Mundo.
O novo Museu Internacional da Escravatura centra-se na história
do comércio de escravos transatlântico, mas o director,
Richard Benjamin, afirmou recentemente numa entrevista
que um dos seus principais destaques é a luta dos escravos
pela independência. Acrescentou que o museu não seria
“neutral”, na medida em que foi criado para “desafiar activamente
a estreiteza de espírito, a incompreensão e o racismo.
Esse é o nosso grande objectivo”.
“A história da liberdade é uma história de resistência”, pode
ler-se em letras gravadas numa parede de cimento junto à
entrada do museu. Este ano comemora-se ainda o segundo
centenário da abolição da escravatura em Inglaterra.
O museu é a primeira fase de um projecto que inclui um centro
de investigação num edifício adjacente preparado para
acolher académicos e estudantes. Nesse centro, que deverá
estar concluído em 2010, será desenvolvida investigação
sobre questões contemporâneas relacionadas com a escravatura.

RRP1, 22-8-2007
 
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