26 agosto, 2007

 

26 de Agosto


Dia da igualdade da mulher




http://pt.wikipedia.org/wiki/Mulher

Comments:
Mulheres ainda são prejudicadas
no mundo do trabalho

Os ministros da União Europeia com a tutela da Igualdade
reúnem-se esta sexta-feira para discutir a igualdade de
oportunidades entre homens e mulheres.
Questão central neste debate é a das boas práticas de conciliação
da vida familiar e profissional e o empreendedorismo
no feminino.
Esse é, aliás, o tema de uma conferência que começou
ontem e prossegue hoje, em Lisboa.
Muito se tem falado das dificuldades que as mulheres atravessam
no mercado de trabalho e também quando querem
entrar no mundo dos negócios. Apesar disso, a força de trabalho
feminina tem aumentado na União Europeia, respondendo
aos objectivos da “Estratégia de Lisboa”. Portugal é,
aliás, um dos países que já ultrapassou a meta dos 60% para
2010.
No entanto, a velha questão mantém-se: as mulheres trabalham
muito, no emprego e em casa, mas continuam, regra
geral, a ganhar menos que os homens.
A média da União Europeia é 15% e em Portugal atinge 20% a
menos no salário. Não porque se pague um salário diferente
para trabalho igual (o que é proibido) mas porque, na prática,
se continua a impedir o acesso das mulheres aos cargos
mais bem pagos, porque a maternidade limita progressão na
carreira ou porque conciliar a vida familiar com a profissional
é ainda um luxo para boa parte das mulheres.
Algumas decidem arriscar na vida empresarial. Mas as dificuldades
não são menores. Antes pelo contrário. Começam logo
quando pedem um financiamento ao banco.
Pariza Castanos, um homem do Comité Económico e Social
Europeu deixa o alerta sobre o comportamento dos bancos
face ao pedido de uma candidata a empresária que precisa
de dinheiro.
Uma experiência que a presidente da Associação Portuguesa
de Mulheres Empresárias, Ana Bela Pereira da Silva, já viveu
na primeira pessoa. Uma atitude dos bancos que nunca é
assumida.
Para facilitar a entrada de mais mulheres no mundo dos
negócios, o Governo vai aprovar um conjunto de medidas que
incluem a majoração dos incentivos ao desenvolvimento
empresarial. Medidas no âmbito do Programa Operacional
para a Competitividade e que a líder das empresárias portuguesas
vê como muito positivas.
A igualdade entre homens e mulheres ainda não existe em
Portugal, como noutros países da União Europeia, mas alguns
passos estão a ser dados.
Começam a ser adoptadas políticas que favorecem a igualdade
de oportunidades mas, em entrevista à Renascença, a
presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de
Género, Elza Pais, deixa claro que este é um desafio para
todos e que tem que começar nos bancos da escola.

RRP1, 4-10-2007
 
Mulheres continuam a ser
o elo mais fraco

As mulheres
continuam a ter uma
situação laborar pior
que a dos homens, apesar
de serem quem
mais trabalha na União
Europeia.
A conclusão é do Relatório
de 2008 sobre a
igualdade entre mulheres
e homens, que será
apresentada aos líderes
da União Europeia (UE)
durante a Cimeira da
Primavera, que terá
lugar a 8 e 9 de Março
em Bruxelas.
De acordo com o documento,
"as mulheres
desempenham um
papel fundamental no crescimento do emprego na Europa,
mas continuam desfavorecidas face aos homens no mercado
de trabalho".
Apesar de terem mais qualificações, conseguem menos
empregos e as suas tarefas são pior remuneradas do que as
dos homens.
Vladimír Spidla, comissário para a Igualdade de Oportunidades,
salientou que "a estratégia comunitária para o crescimento
e a criação de emprego permitiu criar mais postos de
trabalho para as mulheres na UE", porém, persistem problemas
como as diferenças de vencimento e as carreiras mais
curtas e de progressão mais lenta.
Também a dificuldade em harmonizar a vida profissional e a
vida privada mostram que "ainda há um caminho a percorrer"
para melhorar a situação laboral das mulheres, indicou Vladimír
Spidla, que considera ser necessário aproveitar mais "o
potencial produtivo da mão-de-obra feminina".
O relatório mostra que as mulheres ocupam mais de 7,5 dos
12 milhões de novos empregos criados na UE desde 2000,
estabelecendo-se a sua taxa de emprego nos 57,2%, ou seja,
3,5% acima da taxa do início do século XXI, enquanto os
homens progrediram menos de um ponto percentual no mesmo
período.
Também a taxa de emprego das mulheres com idade superior
a 55 anos tem aumentado mais rapidamente do que a dos
homens, sendo actualmente de 34,8%, o que corresponde a
um aumento de 7,4% em comparação com o ano 2000.
Embora representem 59% dos diplomados universitários e
possuam um melhor nível de estudos, as mulheres continuam
a ter uma taxa de emprego 14,4% inferior à dos homens e
ganham, em média, menos 15% do que os seus colegas masculinos
por cada hora de trabalho.
O documento revela igualmente que as mulheres se deparam
com maiores dificuldades para atingir postos de decisão, na
medida em que a proporção de mulheres dirigentes nas
empresas progride muito lentamente e não ultrapassa os
33%.

RRP1, 24-1-2008
 
Um quarto das mulheres sente-se discriminada

MANUEL ESTEVES

Homens recusam admitir que menores salários se devam a preconceitos
Um quarto das mulheres portuguesas diz-se discriminada em matéria salarial. A conclusão faz parte de um inquérito baseado numa amostra de 1020 entrevistas, coordenado por Glória Rebelo, do centro de estudo Dinamia, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), encomendado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Segundo os números apresentados ontem e hoje num seminário da UGT que decorreu em Coimbra, 24,1% das mulheres sentem-se discriminadas nos salários. Do lado dos homens, apenas 8,3% se queixam de ser prejudicados neste domínio.

Um dos aspectos mais curiosos do estudo prende-se com a forma como mulheres e homens justificam a discriminação salarial daquelas. É ponto assente que elas ganham menos e têm menos peso nas posições de chefia - "58% dos inquiridos reconhecem que os cargos directivos são sobretudo ocupados por homens". Porém, enquanto a maioria das mulhe- res atribui o facto aos "estereótipos associados às mulheres", os homens encontram explicações nas "insuficiências de qualificação", "menor capacidade para o trabalho" ou ainda "menor disponibilidade das mulheres para o trabalho". Enquanto 69,4% das mulheres atribuem a dificuldade no acesso ao emprego a "resistências relacionadas com estereótipos de género", esta percentagem desce para zero entre os homens.

"A reacção dos homens só confirma que existe estereotipia, que se caracteriza precisamente pela falta de consciência das discriminações", disse ao DN Glória Rebelo. Para esta professora do ISCTE, Portugal registou um progresso importante no combate às discriminações baseadas no género, mas estas "têm de merecer maior atenção das políticas públicas". A comparação com Espanha - que ocupa o 5.º lugar no ranking internacional sobre igualdade de oportunidades, enquanto Portugal surge em 40.º lugar - "diz tudo", sublinha.

Glória Rebelo defende que a educação tem um papel central neste processo, quer no seio das famílias, quer nas escolas, que deve combater a existência de papéis sociais específicos para as mulheres, designadamente no percurso escolar.

Paula Esteves, coordenadora da Comissão de Mulheres da UGT (ver entrevista), lembra igualmente o papel dos sindicatos neste processo, "sobretudo por via da negociação colectiva". Porém, o fraco dinamismo destas negociações limita muito a capacidade de manobra dos sindicatos, admite. A culpa é de todos: das organizações empresariais, dos sindicatos, mas também dos trabalhadores "cada vez menos solidários e mais orientados para a negociação individual".

DN, 12-12-2007
 
Leila abatida a tiro após denunciar morte da filha

PATRÍCIA VIEGAS

Leila Hussein viu o marido asfixiar e apunhalar a própria filha de 17 anos há cerca de um mês e meio. O homem decidira que a jovem merecia morrer porque tinha desonrado a família ao falar em público com um soldado britânico em Baçorá. Incapaz de suportar a dor de dormir na mesma cama com o assassino da filha, Leila deixou Abdel-Qader Ali, não sem antes ser espancada e deixada com um dos braços partido. Fugiu e recebeu apoio de organizações não governamentais que fazem campanha contra os crimes de honra. Esperava encontrar-se com um contacto que a iria ajudar a viajar para a capital da Jordânia, Amã, a 17 de Maio. O encontro nunca aconteceu. Leila foi atingida com três tiros, disparados por desconhecidos, e morreu no hospital apesar das tentativas que foram feitas para a manter viva.

"Nenhum homem aceita ser deixado por uma mulher no Iraque. Mas eu preferia ser morta durante o sono do que dormir na mesma cama com um homem que foi capaz de fazer o que ele fez à minha filha", disse Leila ao Observer, em Abril, o mesmo jornal britânico que ontem avançou com a notícia da sua morte. Quando decidiu pedir refúgio junto da organização em causa, Leila, de 41 anos, começou a receber ameaças de morte e bilhetes que lhe chamavam prostituta. Até os filhos, Hassan e Haydar, de 23 e 21 anos de idade, respectivamente, a abandonaram completamente. Quanto ao marido, esse, continua em liberdade e, diz o semanário, até foi felicitado pela polícia por ter zelado pela honra da sua família.

O crime de Rand Abdel-Qader foi ter falado com um soldado britânico, louro, de 22 anos, chamado Paul, tendo depois confessado à sua melhor amiga, Zeinab, de 19 anos, que tinha sentimentos românticos por ele. Morreu, virgem, por ter ousado ter conversas "com o inimigo". Rand estudava inglês na Universidade de Baçorá e trabalhava como voluntária a ajudar famílias deslocadas ou a distribuir água potável. Os irmãos terão ajudado o pai a executá-la - segundo o relato de Leila ao Observer. Apesar de tudo, segundo a polícia, os disparos contra Leila terão feito parte de um incidente sectário que visava sobretudo as suas acompanhantes, duas mulheres que na história do jornal britânico surgem com os nomes fictícios de Mariam e Faisal. Mais, dizem as autoridades, o marido e os dois filhos nem sequer estavam em Baçorá naquele dia, pois tinham ido visitar alguns membros da família na cidade de Nassíria.

Apesar do trabalho das activistas dos direitos das mulheres ser inaceitável na sociedade iraquiana, havendo registo de pelo menos duas mortes, em Fevereiro de 2006, os relatos de Mariam e Faisal, que ficaram apenas feridas, apontam no sentido de uma execução de Leila. "Quando estavam a disparar, concentravam-se nela e não em nós." Leila foi a enterra num funeral organizado por um primo do seu marido e pelo pai de Mariam. Questionados pelo Observer sobre se iriam visitar a campa da sua mãe, um dos seus filhos, Hassan, limitou-se a responder: "Talvez no futuro."

DN, 2-6-2008
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?