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Direitos Humanos

Europa quer “tolerância zero”
para traficantes de pessoas

O vice-presidente da Comissão Europeia defende
"tolerância zero" para os traficantes de seres humanos que
actuam em todo o mundo, através do reforço da cooperação
entre polícias.
"Tolerância zero para os criminosos e protecção total para as
vítimas", defendeu Franco Fratini, numa vídeo-conferência
transmitida na sessão de abertura de um encontro da União
Europeia (UE) que reúne até terça-feira, no Porto, peritos
internacionais em tráfico de seres humanos e género.
Para o vice-presidente da Comissão Europeia responsável
pela Justiça, Liberdade e Segurança, "a mensagem é reforçar
as políticas de combate ao tráfico, porque a resposta tem
sido fraca".
"Essas políticas têm de ser monitorizadas e avaliadas", defendeu
Fratini, destacando a necessidade de reforçar a investigação,
adoptar modelos jurídicos adequados e partilhar
informação.
Na sua opinião, “a Europol e a Interpol têm papéis importantes
a desempenhar", sendo imperioso "reforçar a cooperação
dentro e fora da UE", ao mesmo tempo que se apoiam as vítimas,
que são sobretudo mulheres e crianças.
O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros,
Jorge Lacão, referiu que as estimativas das organizações
internacionais oscilam entre "800 mil a 1,2 milhões de
seres humanos traficados anualmente em todo o Mundo".
Deste total, 80% são mulheres, traficadas sobretudo para fins
de exploração sexual, e metade são crianças.
"É necessário dedicarmos um especial apoio às vítimas de
tráfico", realçou o secretário de Estado, defendendo um nível
de protecção idêntico ao dado às pessoas em situação de
risco "para que tenham condições para enfrentar as organizações
criminosas de que foram vítimas".

RRP1, 8-10-2007