31 agosto, 2007
31 de Agosto
Dia internacional da solidariedade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solidariedade_(Conceito)
http://www.bem-haja.net/
http://www.solidariedade.pt/seccao/index.php?x=48
http://www.cnis.pt/
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Empresas abandonam tradição dos donativos
LICÍNIO LIMA
As empresas estão a dar menos dinheiro para as instituições de solidariedade social, optando por abandonar a cultura anónima das doações e donativos. Em contrapartida, começam a estar mais comprometidas com projectos de solidariedade em parceria ou mesmo por si criados, que possam ser rentabilizados em termos de marketing de imagem.
O que mudou, na prática, foi o modelo evangélico da discrição, segundo o qual "que a mão direita não saiba o que dá a esquerda". Agora, as doações e donativos são acompanhados de grandes iniciativas de marketing social. Na compra do produto X, a quantia Y destina-se à instituição de solidariedade Z que está a desenvolver um projecto concreto. Por exemplo, a parceria entre a marca de relógios Swatch e a Casa do Gil. Mas há muitos outros exemplos. A Nike está a desenvolver projectos de inserção social em bairros problemáticos, a IBM fornece material informático a grupos concretos, o BES tem programas de apoio à aprendizagem da matemática, o Banco Santander prefere financiar acções de formação.
A esta nova forma de estar e de fazer chama-se responsabilidade social das empresas. "A lógica é passar da caridade, que desconhece como o dinheiro é gerido, para uma lógica pró-activa, com projectos de criação de valor para a comunidade", explica Gonçalo Pernas, director executivo da Associação Portuguesa para a Responsabilidade Social das Empresas.
A lógica, na realidade, é a da imagem: fiabilidade, seriedade, compromisso social, empenho na promoção dos recursos humanos. É a era da responsabilidade social. Estes registos podem valer muito dinheiro em negócios, quer junto do sector privado, quer do público, quer, inclusive, junto do sector da economia social. Essa imagem é enviada para o domínio público através do denominado relatório de sustentabilidade que as empresas começaram a elaborar, voluntariamente. O BES já publicou quatro e, no último, Ricardo Salgado, presidente do conselho executivo, afirma: "O nosso objectivo na criação de valor sustentável para o accionista é conseguido através do enfoque sistemático nas necessidades dos nossos clientes, do comportamento ético e transparente e do reconhecimento, pela comunidade, como Grupo responsável e de confiança."
Aquele relatório segue as directrizes da Global Reporting Initiative (GRI) - uma entidade internacional independente que fornece indicadores de preenchimento às empresas, relevando três itens fundamentais: o modelo interno (Corporate Governance), com especial atenção para a valorização dos recursos humanos; as preocupações ambientais; e a interacção com a comunidade. Conforme referiu Gonçalo Pernas, a responsabilidade social não é só altruísmo, mas também investimento.
Por isso, já existe uma associação, como a que aquele responsável dirige, para ajudar as empresas a assimilarem esta nova lógica. Entretanto, surgiu uma outra associação que ajuda as instituições de solidariedade social a aproveitar a nova dinâmica. Trata-se da Entrajuda, dirigida por Isabel Jonet, que dirige também a Federação dos Bancos Alimentares. "As empresas, hoje, em vez de dar dinheiro, interessam-se mais por patrocinar projectos concretos, alguns a longo prazo", explica. Por isso, um dos objectivos da Entrajuda é preparar as instituições para a atitude da parceria. "Trabalhar com..., em vez de esperarem só dinheiro." E todos ganham: as empresas realizam a sua responsabilidade social, com boa imagem; as instituições de solidariedade social, por seu lado, garantem apoios para as suas actividades.
DN, 24-12-2007
LICÍNIO LIMA
As empresas estão a dar menos dinheiro para as instituições de solidariedade social, optando por abandonar a cultura anónima das doações e donativos. Em contrapartida, começam a estar mais comprometidas com projectos de solidariedade em parceria ou mesmo por si criados, que possam ser rentabilizados em termos de marketing de imagem.
O que mudou, na prática, foi o modelo evangélico da discrição, segundo o qual "que a mão direita não saiba o que dá a esquerda". Agora, as doações e donativos são acompanhados de grandes iniciativas de marketing social. Na compra do produto X, a quantia Y destina-se à instituição de solidariedade Z que está a desenvolver um projecto concreto. Por exemplo, a parceria entre a marca de relógios Swatch e a Casa do Gil. Mas há muitos outros exemplos. A Nike está a desenvolver projectos de inserção social em bairros problemáticos, a IBM fornece material informático a grupos concretos, o BES tem programas de apoio à aprendizagem da matemática, o Banco Santander prefere financiar acções de formação.
A esta nova forma de estar e de fazer chama-se responsabilidade social das empresas. "A lógica é passar da caridade, que desconhece como o dinheiro é gerido, para uma lógica pró-activa, com projectos de criação de valor para a comunidade", explica Gonçalo Pernas, director executivo da Associação Portuguesa para a Responsabilidade Social das Empresas.
A lógica, na realidade, é a da imagem: fiabilidade, seriedade, compromisso social, empenho na promoção dos recursos humanos. É a era da responsabilidade social. Estes registos podem valer muito dinheiro em negócios, quer junto do sector privado, quer do público, quer, inclusive, junto do sector da economia social. Essa imagem é enviada para o domínio público através do denominado relatório de sustentabilidade que as empresas começaram a elaborar, voluntariamente. O BES já publicou quatro e, no último, Ricardo Salgado, presidente do conselho executivo, afirma: "O nosso objectivo na criação de valor sustentável para o accionista é conseguido através do enfoque sistemático nas necessidades dos nossos clientes, do comportamento ético e transparente e do reconhecimento, pela comunidade, como Grupo responsável e de confiança."
Aquele relatório segue as directrizes da Global Reporting Initiative (GRI) - uma entidade internacional independente que fornece indicadores de preenchimento às empresas, relevando três itens fundamentais: o modelo interno (Corporate Governance), com especial atenção para a valorização dos recursos humanos; as preocupações ambientais; e a interacção com a comunidade. Conforme referiu Gonçalo Pernas, a responsabilidade social não é só altruísmo, mas também investimento.
Por isso, já existe uma associação, como a que aquele responsável dirige, para ajudar as empresas a assimilarem esta nova lógica. Entretanto, surgiu uma outra associação que ajuda as instituições de solidariedade social a aproveitar a nova dinâmica. Trata-se da Entrajuda, dirigida por Isabel Jonet, que dirige também a Federação dos Bancos Alimentares. "As empresas, hoje, em vez de dar dinheiro, interessam-se mais por patrocinar projectos concretos, alguns a longo prazo", explica. Por isso, um dos objectivos da Entrajuda é preparar as instituições para a atitude da parceria. "Trabalhar com..., em vez de esperarem só dinheiro." E todos ganham: as empresas realizam a sua responsabilidade social, com boa imagem; as instituições de solidariedade social, por seu lado, garantem apoios para as suas actividades.
DN, 24-12-2007
Dar e ganhar com o Fisco
Empresas e contribuintes podem ganhar nos impostos, ajudando instituições de solidariedade. No caso das firmas, para 2008, o Governo concede no IRC, o imposto sobre os lucros, generosos benefícios fiscais. Os donativos (em dinheiro) para creches, lactários, jardins-de-infância, entram nas despesas da contabilidade, mas com um aumento "virtual" de 40% - os fiscalistas chamam a esta técnica "majoração de 140%". Assim diminui o lucro das empresas sujeito ao imposto.
Também os contribuintes podem ganhar com a solidariedade, mas com limites. Até ao final deste ano pode fazer um donativo e ainda ganhar umas "coroas". O fisco aumenta em 30% (majoração de 130%) os donativos nas deduções à colecta do IRS, o imposto sobre os salários e outros rendimentos. Ou seja, se der 10 euros a uma instituição de solidariedade, o fisco contabiliza 13 euros na dedução à colecta. Para sociedades recreativas, culturais, artísticas - desde que sejam reconhecidas como de "utilidade pública - o prémio no IRS é de 20%. Com 40% de majoração na colecta do imposto estão as ofertas às instituições com fins sociais.
R.R.
DN, 24-12-2008
Empresas e contribuintes podem ganhar nos impostos, ajudando instituições de solidariedade. No caso das firmas, para 2008, o Governo concede no IRC, o imposto sobre os lucros, generosos benefícios fiscais. Os donativos (em dinheiro) para creches, lactários, jardins-de-infância, entram nas despesas da contabilidade, mas com um aumento "virtual" de 40% - os fiscalistas chamam a esta técnica "majoração de 140%". Assim diminui o lucro das empresas sujeito ao imposto.
Também os contribuintes podem ganhar com a solidariedade, mas com limites. Até ao final deste ano pode fazer um donativo e ainda ganhar umas "coroas". O fisco aumenta em 30% (majoração de 130%) os donativos nas deduções à colecta do IRS, o imposto sobre os salários e outros rendimentos. Ou seja, se der 10 euros a uma instituição de solidariedade, o fisco contabiliza 13 euros na dedução à colecta. Para sociedades recreativas, culturais, artísticas - desde que sejam reconhecidas como de "utilidade pública - o prémio no IRS é de 20%. Com 40% de majoração na colecta do imposto estão as ofertas às instituições com fins sociais.
R.R.
DN, 24-12-2008
Prendas empresariais para solidariedade
CÁTIA ALMEIDA
A árvore de Natal dos clientes e fornecedores de grandes empresas está, este ano, com menos presentes. São cada vez mais as companhias que optam por canalizar o dinheiro das habituais ofertas natalícias para instituições de solidariedade social.
A Galp, por exemplo, vai apoiar a associação EntreAjuda em vez de oferecer presentes ao principais clientes. Este ano, pela primeira vez, a empresa vai dar produtos seus àquela instituição em vez de dinheiro. "Vamos oferecer aquecedores, combustíveis e gás à EntreAjuda, que posteriormente fará a distribuição dos produtos por outras associações de solidariedade", afirmou ao DN fonte oficial da Galp.
Também a Portugal Telecom deixou de dar presentes, uma atitude adoptada desde 2000. A operadora vai ajudar, este ano, o Instituto de Surdos-Mudos da Imaculada Conceição, o Espaço T - Associação para Apoio à Integração Social e Comunitária, as Aldeias SOS e a Santa Casa da Misericórdia da Horta.
A Vodafone, que também apoia algumas instituições através da sua fundação, anunciou este mês o lançamento de um tarifário especial de acesso à Internet para pessoas com necessidades especiais. Já a TMN optou por envolver os seus próprios clientes numa campanha de solidariedade. Até ao dia 4 de Janeiro, os clientes da operadora móvel podem enviar mensagens escritas com o texto "Unicef TMN", com o custo de um euro cada. Os donativos serão posteriormente entregues à Agência das Nações Unidas para a Infância. Destinam-se à compra de vacinas, bolachas de alto valor proteico e pastilhas para purificar a água.
Seguindo a mesma política, os CTT apelaram a toda a população para que fizesse um donativo para instituições de solidariedade através de carregamentos na PayShop. Até ao dia 20, a empresa tinha já recolhido 17 mil euros, que foram entregues ao Banco Alimentar contra a Fome, à Comunidade Vida e Paz e à Unicef.
Um caso curioso é o da Ford Lusitana. O código de conduta da casa-mãe não permite que os funcionários aceitem presentes de fornecedores e clientes. No entanto, em Portugal, devido a esta prática ser bem aceite, a regra só foi adoptada este ano. O presidente da Ford Lusitana sugeriu aos trabalhadores que canalizem as prendas que receberem para a Ajuda de Berço.
DN, 24-12-2007
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CÁTIA ALMEIDA
A árvore de Natal dos clientes e fornecedores de grandes empresas está, este ano, com menos presentes. São cada vez mais as companhias que optam por canalizar o dinheiro das habituais ofertas natalícias para instituições de solidariedade social.
A Galp, por exemplo, vai apoiar a associação EntreAjuda em vez de oferecer presentes ao principais clientes. Este ano, pela primeira vez, a empresa vai dar produtos seus àquela instituição em vez de dinheiro. "Vamos oferecer aquecedores, combustíveis e gás à EntreAjuda, que posteriormente fará a distribuição dos produtos por outras associações de solidariedade", afirmou ao DN fonte oficial da Galp.
Também a Portugal Telecom deixou de dar presentes, uma atitude adoptada desde 2000. A operadora vai ajudar, este ano, o Instituto de Surdos-Mudos da Imaculada Conceição, o Espaço T - Associação para Apoio à Integração Social e Comunitária, as Aldeias SOS e a Santa Casa da Misericórdia da Horta.
A Vodafone, que também apoia algumas instituições através da sua fundação, anunciou este mês o lançamento de um tarifário especial de acesso à Internet para pessoas com necessidades especiais. Já a TMN optou por envolver os seus próprios clientes numa campanha de solidariedade. Até ao dia 4 de Janeiro, os clientes da operadora móvel podem enviar mensagens escritas com o texto "Unicef TMN", com o custo de um euro cada. Os donativos serão posteriormente entregues à Agência das Nações Unidas para a Infância. Destinam-se à compra de vacinas, bolachas de alto valor proteico e pastilhas para purificar a água.
Seguindo a mesma política, os CTT apelaram a toda a população para que fizesse um donativo para instituições de solidariedade através de carregamentos na PayShop. Até ao dia 20, a empresa tinha já recolhido 17 mil euros, que foram entregues ao Banco Alimentar contra a Fome, à Comunidade Vida e Paz e à Unicef.
Um caso curioso é o da Ford Lusitana. O código de conduta da casa-mãe não permite que os funcionários aceitem presentes de fornecedores e clientes. No entanto, em Portugal, devido a esta prática ser bem aceite, a regra só foi adoptada este ano. O presidente da Ford Lusitana sugeriu aos trabalhadores que canalizem as prendas que receberem para a Ajuda de Berço.
DN, 24-12-2007
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