24 agosto, 2007

 

Sky versus Stellarium


A astronomia ao alcance de todos






http://www.downloadsquad.com/2007/08/22/google-sky/






http://www.stellarium.org/

http://www.portaldoastronomo.pt/

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AS ESTRELAS AO ALCANCE DE TODOS

ISABEL LUCAS

Depois da Terra, o céu. A partir de agora 200 milhões de galáxias e mais de cem milhões de estrelas podem ser vistos, de forma gratuita, a três dimensões e ao detalhe no ecrã de um computador.

A simulação de uma viagem espacial é a última novidade disponibilizada pelo gigante dos motores de busca, o Google, através do programa Google Earth. Além da cartografia do planeta, passa a ser possível ver as estrelas de perto através de uma ferramenta a que foi dada o nome de Sky.

Apresentado ontem oficialmente no planetário de Hamburgo, na Alemanha, é apontado como o mais ambicioso dos sites que permitem ao comum dos cibernautas uma navegação celestial. Se até agora era possível andar por uma avenida de Nova Iorque ou ver onde fica exactamente o Palácio de Belém, em Lisboa, um monte no Alentejo, ou a própria casa a uma distância de 15 metros (funcionalidades do Google Earth), com a ferramenta Sky já é possível ter a ilusão de estar junto das constelações de Andrómeda ou Hydra sem precisar de um telescópio.

"Será possível viajar pelo espaço como nunca", declarou à edição de ontem do jornal The New York Times uma astrónoma do Space Telescope Science Institut, o consórcio que comanda o telescópio espacial Hubble que fornece imagens reais para o Sky.

Divulgar conhecimento

Desenvolvida com base em imagens obtidas pelo Digital Sky Survey Consortiom, pelo Palomar Observatory e o Astronomy Technology Center, a novidade não representa propriamente uma revolução em termos científicos mas sim uma "democratização" no acesso à informação até agora apenas ao dispor de especialistas. Foi esta ideia que Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa, passou ao DN. "Não se trata de nenhuma ferramenta sofisticada", sublinhou, adiantando que para um profissional será mesmo irrelevante. "Dispomos de bases de dados muito grandes", precisou. Trata-se sim de "tirar partido de um ferramenta já existente e tornar a informação visível sem que ninguém tenha de pagar por ela, ajudando a divulgar o interesse pelo conhecimento dos céus". Citado pelo New York Times, o professor de astronomia George Djorgovsky disse acreditar que o Sky será um "grande veículo didáctico". "Como demonstrou o exemplo do Google Earth, as pessoas são extremamente engenhosas" para encontrar múltiplas funcionalidades para este tipo de serviços, acrescentou o catedrático.

O alvo dos engenheiros do Google que desenvolveram o Sky não é, de todo, o universo científico, mas sim o grande público. A partir de agora qualquer pessoa, astrónomo amador ou profissional com acesso Web pode ver como está o céu sem ter de recorrer a um telescópio e com uma precisão só possível de obter através do que de mais sofisticado existe em termos de visualização de estrelas, constelações ou galáxias.

Tal como acontece com o Google Earth em relação ao planeta, também o Sky permite aceder a fotografias, anotações e outro tipo de informações, desde mapas a duas dimensões ou à simulação de viagens intergalácticas, à rotação da Terra e dos planetas do sistema solar. Isto em 3D. Basta, para tal, instalar no computador o Google Earth e fazer o download da nova versão, clicar na barra onde se lê "Alternar entre Céu e Terra."

Disponível em português, o software tem ainda mapeados os corpos celestes e acompanha cada imagem de dados enciclopédicos que permitem ao menos informado dos viajantes espaciais uma compreensão básica do que está a ver. "Estamos entusiasmados por oferecer aos utilizadores imagens astrais ricas e conteúdo denso que permita às pessoas uma aprendizagem do que estão a ver", declarou, em comunicado, Lior Ron, gestor de produto do Google.

DN, 23-8-2007
 
Astrónomos detectam enorme "vazio cósmico"

Astrónomos americanos detectaram um "enorme vazio no espaço", com aproximadamente um milhar de milhões de anos-luz de um lado ao outro, e a uma distância de entre 6 a 10 mil milhares de milhões de anos-luz da Terra.

A revelação consta num artigo a publicar na revista americana The Astrophysical Journal, e foi noticiada pela BBC News.

Este vazio cósmico, descoberto por uma equipa da Universidade do Minnesota (EUA), não contém nem matéria normal - galáxias, estrelas - nem a enigmática "matéria negra" que não pode ser vista directamente pelos telescópios.

Tais vazios - conhecidos por "cosmic gaps" e existentes entre as galáxias - não são novidade para os astrónomos. Mas o volume deste é cerca de mil vezes maior do que seria de esperar num típico "cosmic gap".

Falando à BBC News, o professor Lawrence Rudnick, da Universidade do Minnesota, comentou: "Até os astrónomos têm dificuldade em conceber o tamanho destas coisas. Se nos deslocássemos à velocidade da luz, levaríamos vários anos até atingirmos as estrelas mais próximas na nossa Via Láctea; mas se pretendêssemos ir até este buraco e entrar por um dos seus lados, teríamos de viajar durante milhares de milhões de anos até que pudéssemos sair por outro."

A equipa que descobriu este "buraco" na estrutura do universo usou dados obtidos por um conjunto de 27 rádiotelescópios do Observatório Nacional de Radioastronomia dos EUA, o VLA Sky Survey, instalado no Novo México.

Esta descoberta deverá coincidir de forma exacta com observações da chamada "luz mais antiga" do Universo - a famosa "Cosmic Microwave Background" (CMB), cujo estudo já valeu Prémios Nobel a vários cientistas.

Esta é a radiação que provém de apenas 380 mil anos depois do Big Bang, quando o Universo havia arrefecido a um tal grau que permitiu a existência de átomos de hidrogénio.

Antes, e segundo os cientistas, o Universo estaria tão quente que a matéria e a luz teriam estado "acopladas", e o cosmos seria opaco.

Nos nossos dias, esta luz dos inícios do tempo brilha em comprimentos de onda de microondas , a uns frígidos - 270 graus.

De acordo com observações da CMB feitas pela sonda Wil- kinson Microwave Anisotopy da NASA, existe um "ponto frio" na direcção deste novo "vazio cósmico" agora detectado pelos astrónomos da Universidade de Milwaukee.

A razão da existência deste gigantesco "buraco" não é conhecida. Ainda segundo o professor Rudnick, "isto vai ser um desafio para as pessoas que estão a trabalhar na área do desenvolvimento da estrutura do universo. É um tópico muito importante na cosmologia actualmente".| E.B, com BBCNews, The Astrophysical Journal e WMap

DN, 27-8-2007
 
Um mapa para a Via Láctea

Já imaginou como será estar confortavelmente sentado em frente do seu computador e poder navegar pela Via Láctea? Eis um sonho que se tornará real com a missão espacial Gaia que, a partir de 2011, e com participação portuguesa, vai estar no espaço durante cinco anos e permitirá fazer um mapa a três dimensões da Via Láctea e de quase todas as suas estrelas. Para dar a conhecer a missão espacial, o Planetário de Lisboa recebeu, na noite de sábado, uma palestra pública (promovida pelo Núcleo Interactivo de Astronomia, no âmbito da iniciativa 'Astronomia no Verão') do investigador André Moitinho Almeida, coordenador da participação portuguesa nesta missão da Agência Espacial Europeia (ESA).

André Moitinho Almeida, investigador do laboratório SIM, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, explica que o objectivo desta missão, sucessora da Hipparcos, de dimensão muitíssimo menor, é o estudo em grande profundidade da galáxia. "Como se vai obter as distâncias e as posições das estrelas, tem--se tudo a três dimensões, ou seja, é possível reconstituir o resultado num computador. Pode-se navegar pela Via Láctea. E depois, como também sabemos os movimentos das estrelas, podemos ver tudo isto andar - ver como era a galáxia há uns anos, ver como é que ela vai ser no futuro e comparar com outras galáxias que vemos hoje. Podemos ter uma ideia de qual é o estado de evolução dessas galáxias ao compará-las com a nossa, em épocas diferentes da nossa evolução", disse. O coordenador do consórcio português, que integra sete centros de investigação e duas empresas, salienta que "a precisão com que vamos medir as posições das estrelas com Gaia é equivalente a medir o tamanho de uma unha de uma pessoa que estivesse na Lua, estando eu na Terra. Ou, por exemplo, poder medir um cabelo a mil quilómetros de distância. E não mede só a distância de um ponto a outro, mas consegue referenciá-lo de modo absoluto no espaço. Outra comparação: equivale a ver uma casa de cinco andares em Marte, quando Marte está o mais longe possível da Terra".

A quantidade de informação que Gaia vai produzir é tão inimaginável que haverá especialistas em cada área. As questões que vão interessar mais aos peritos serão a matéria escura, os planetas extra-solares e a física das estrelas. A participação portuguesa, desde Março de 2006, foi da vontade exclusiva do coordenador e dos investigadores participantes. Pediram financiamento para o projecto à Fundação para a Ciência e Tecnologia(FCT) e obtiveram 264 mil euros para três anos. O financiamento privado é algo que está pensado mas não foi ainda procurado. Até porque "em Portugal este tipo de projectos não existe normalmente. É quase uma estreia".

No final de Gaia, em 2017, André Moitinho Almeida explica que já vai haver um catálogo dos dados recolhidos para futura investigação, embora não o definitivo. Provavelmente, vai haver também dados disponíveis durante o decorrer da missão.

DN, 10-9-2007
 
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