30 setembro, 2007

 

30 Setembro


Dia mundial do coração




http://pt.wikipedia.org/wiki/Cora%C3%A7%C3%A3o

http://cardiologia.browser.pt/apresentacao.aspx

http://www.institutodocoracao.pt/


Carta europeia para a saúde do coração:

http://www.acs.min-saude.pt/NR/rdonlyres/F0141409-B860-48EB-A703-BC94EA723D1C/10407/CEparaSaudeDoCoracao.pdf

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Estima-se que metade da população portuguesa seja hipertensa

Carta Europeia e iniciativas em todo o país vão assinalar Dia Mundial do Coração

25.09.2007 - Lusa

Na sequência da apresentação da Carta Europeia do Coração, com alertas e soluções para o problema da doença cardiovascular na Europa, mais de cem municípios portugueses prepararam iniciativas para assinalar, no próximo domingo, o Dia Mundial do Coração.

O último Inquérito Nacional de Saúde, de 2006/2007, divulgado em Agosto, mostrou que 20 por cento dos portugueses dizem ter hipertensão. Luís Negrão, responsável da Fundação Portuguesa de Cardiologia, disse que este dado apenas representa a quantidade de pessoas que sabem que são hipertensas, estimando-se em quase 50 por cento a população com tensão persistente acima dos 140/90.

"Neste Dia Mundial do Coração quisemos envolver os municípios, uma vez que a participação de todos é fundamental", disse hoje à agência Lusa Luís Negrão.

"Só 11 por cento da população hipertensa é que tem a sua tensão arterial controlada. O doente deve fazer constantemente vigilância e não depender apenas das idas ao médico para o fazer. É também importante ter um registo da tensão", acrescentou.

O combate ao sedentarismo e o controlo do sal na alimentação devem acompanhar esta vigilância, avisam os cardiologistas, sublinhando que Portugal é o país da Europa com mais casos de AVC (acidentes vasculares cerebrais), muitas vezes motivados por casos de hipertensão. Outros factores de risco são o excesso de peso, o consumo de tabaco e de álcool.

Segundo o Inquérito Nacional de Saúde, quase dois em cada dez portugueses têm excesso de peso e 16,5 por cento da população adulta é obesa. A população com obesidade aumentou quase três pontos percentuais em sete anos, quando comparado o período 2005/2006 com 1998/1999.

Considera-se que uma pessoa tem excesso de peso quando o seu índice de massa corporal — relação entre o peso e a altura — se situa entre 27 e 30 quilos por metro quadrado e torna-se obesa quando o mesmo índice ultrapassa os 30 kg/m2.

O mesmo inquérito mostrou que o consumo de álcool e tabaco pelas mulheres portuguesas aumentou nos últimos sete anos. Em Portugal continental registou-se um aumento de cinco pontos percentuais de mulheres consumidoras de álcool, passando de 37,3 por cento em 1998/99 para 42,3 por cento em 2005/06. Nos homens, o aumento foi de 64,4 por cento para 66 por cento.

Carta Europeia do Coração apresentada hoje

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) apresentou hoje a Carta Europeia do Coração, um documento elaborado pela Sociedade Europeia de Cardiologia que deverá ser aprovado pelos Estados-membros ainda este ano, durante a presidência portuguesa da União Europeia, disse à Lusa Hugo Madeira, presidente da SPC.

O objectivo da carta é sensibilizar a população em geral e os Governos em particular para a necessidade de prevenir e combater a doença cardiovascular, "a primeira causa de morte entre os homens e mulheres europeus", e "uma das principais causas de incapacidade e pior qualidade de vida", lê-se no preâmbulo do documento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que uma ligeira redução, simultaneamente e em todo o mundo, da pressão arterial, da obesidade, do colesterol e do consumo de tabaco, iria fazer cair em mais de metade a incidência da doença cardiovascular, que actualmente mata 4,35 milhões de pessoas por ano nos 52 Estados-membros da Região Europeia da OMS e mais de 1,9 milhões na União Europeia.

A carta é, por isso, um conjunto de sugestões para que "os políticos da Europa se empenhem activamente" no combate aos factores que podem ser mudados, como "o consumo de tabaco, de sal em demasia, o excesso de peso e a obesidade, a diabetes, o stress e o excesso de colesterol", disse Hugo Madeira.

"A construção de ginásios em toda e qualquer escola, campanhas e legislação contra o tabaco e a alimentação irracional ou a atribuição de benefícios fiscais às empresas que reservassem espaços nos seus edifícios para que os funcionários fizessem exercício" são algumas sugestões do responsável.

Estima-se que a doença cardiovascular custe à economia europeia 169 mil milhões de euros por ano, o que representa um custo total anual de 372 euros per capita.

Como objectivo último, a carta estabelece que "toda a criança nascida no novo milénio tem o direito de viver, pelo menos até aos 65 anos de idade, sem sofrer de uma doença cardiovascular evitável".

Público
 
O amor também mata

Relações negativas aumentam risco de cardiopatia

Os casais cujas relações estão na mó de baixo têm mais possibilidades de vir a sofrer de doenças cardíacas. A imagem milenar do desamor como "mal do coração" ganha agora contornos científicos.

Uma equipa de cientistas britânicos, que publicou esta semana um artigo no Archives of Internal Medicine, estudou, durante mais de 12 anos, 9011 concidadãos. A ideia era verificar se as pessoas que mantêm relações afectivas tumultuosas durante um largo período de tempo tinham, ou não, mais possibilidades de, no futuro, vir a sofrer de problemas coronários.

A equipa escolheu 6114 homens e 2897 mulheres, todos funcionários públicos do Reino Unido. Dos 8499 que, no início da pesquisa, não apresentavam qualquer problema cardíaco, 589 tiveram problemas de coração durante os anos em que a observação durou.

Depois de ter levado em conta outros factores que poderiam ter interferido e provocado um aumento do risco cardiovascular, os cientistas assumiram que quem apresentava problemas nas suas relações mais íntimas tinha mais 34% de possibilidades de desenvolver uma enfermidade relacionada com o coração do que os restantes membros da pesquisa.

No início do trabalho científico, os investigados tiveram de revelar dados sobre as suas relações, tais como o apoio mútuo, a confiança entre os membros do casal, que tipo de interesses compartilhavam e se consideravam que havia reciprocidade na relação. Para além disso, os cientistas trabalharam dados como a idade, o sexo, o tipo de trabalho efectuado ou se os indivíduos se tinham divorciado recentemente.

"Os resultados da investigação indicam que as interacções negativas nas relações íntimas incrementam o risco de incidência de uma enfermidade cardiovascular", lê-se no estudo. "O efeito é independente de qualquer característica sociodemográfica, factores biológicos ou psicos- sociais, bem como de comportamentos ligados à saúde", tais como ingestão de álcool, obesidade ou tabagismo. Os investigadores levaram ainda em linha de conta, estatisti- camente, os indivíduos com colesterol a mais, diabetes, consumo regular de fruta e legumes e pessoas que fazem ou não exercício físico. Variáveis como a tendência para a depressão e para a afectividade negativa ou a existência de níveis elevados de stress no trabalho também foram consideradas.

"É possível que os aspectos negativos no seio das relações íntimas sejam mais importantes para a saúde devido ao poder que essas relações têm para activar emoções fortes, como a preocupação ou a ansiedade e os correlativos aspectos fisiológicos", explicam os cientistas britânicos.

O estudo foi levado a cabo por uma equipa do International Institute for Society and Health e do Department of Epidemiology da University College London. - M.A.C.

DN, 10-10-2007
 
10% das crianças em alto risco de doença cardiovascular

DIANA MENDES

Hipertensão, diabetes e obesidade são comuns a muitas crianças
Uma em cada dez crianças dos sete aos nove anos já sofre de síndrome metabólica, uma patologia que aumenta três vezes o risco de doença cardiovascular. À obesidade e excesso de peso, comum a 30% das crianças, junta-se um problema mais amplo, que se caracteriza pelo somatório de pelo menos três factores de risco. Um sinal de que os maus hábitos alimentares e o sedentarismo não afectam apenas os adultos.

O estudo, coordenado por Carla Pedrosa e que contou com três mil crianças de Aveiro entre sete e nove anos, mostrou que "10% já têm um conjunto de factores de risco cardiovascular, como hipertensão arterial, perímetro abdominal acima da média, colesterol alto, stress, glicemia elevada (diabetes)" ou triglicerídeos em altos níveis, explicou ao DN Maria Daniel Vaz de Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação.

Os dados representam a situação do País, "já que os hábitos alimentares não serão muito diferentes dos de Aveiro" e mostram que "as crianças começam a ter problemas típicos dos adultos, como a obesidade, diabetes ou hipertensão", diz a responsável. É, por isso, necessário combater o problema desde a infância. De outra forma, "problemas cardiovasculares, como o AVC ou enfarte do miocárdio, podem começar a aparecer mais cedo". Recorde-se que estas doenças são responsáveis por 40% dos óbitos em Portugal, segundo a Direcção-Geral da Saúde.

O estudo foi apresentado ontem durante o Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação, no Porto, evento onde foram apresentados outros trabalhos como o Lipgene, que envolveu seis países, incluindo Portugal.

Segundo a presidente da Sociedade, "Portugal é o país que ficou pior situado, com 13% dos inquiridos a reportar pelo menos três sintomas relacionados com a síndrome metabólica". O stress foi referido por 28% dos inquiridos em Portugal, logo seguido do perímetro abdominal elevado (99 cm nos homens e 94 nas mulheres) e colesterol alto. "As mulheres, pessoas com mais de 55 anos e com escolaridade ao nível do ensino secundário são as mais afectadas", refere.

As pessoas, porém, "estão dispostas a mudar, apesar de reconhecerem dificuldades como a falta de tempo" para comer ou fazer refeições saudáveis, conclui. A obesidade custa 550 milhões anuais a Portugal.

DN, 12-10-2007
 
Reabilitação cardíaca não chega a 97% dos doentes

DIANA MENDES

Mortalidade global cai 31% com programas

A reabilitação cardíaca, uma arma terapêutica para pessoas com doença cardiovascular, apenas abrange 3% do universo de 18 mil a 20 mil doentes que a deviam fazer. O conjunto de procedimentos, de ordem física, psicológica e social, proporciona ganhos de saúde, havendo estudos que apontam para uma redução de 31% na mortalidade cardíaca. Em Portugal, apenas existem sete centros públicos, que não vão além do Porto e Lisboa.

Os programas de reabilitação cardíaca, dirigidos a indivíduos com doença coronária (ver texto em baixo), têm taxas de sucesso irrefutáveis, mas a taxa de referenciação "é irrisória em Portugal, não chegando a 3%" do número de indivíduos que o devia fazer, de acordo com Miguel Mendes, cardiologista do Instituto do Coração, em Lisboa.

De acordo com um estudo publicado este ano referindo dados de 2004, só 267 doentes iniciaram um programa de reabilitação, quando o número de candidatos era de 17272, ou seja, apenas 1,5% o fizeram.

Ana Abreu, coordenadora do grupo de estudos de fisiopatologia do esforço e reabilitação cardíaca e cardiologista no Hospital de Santa Marta, acredita que há vários constrangimentos neste processo, que tem taxas médias de adesão de 43% em média na Europa mas que chega a ser de 80%. "Um dos problemas é haver poucos centros no País. Os recursos dos hospitais são limitados e este é um programa oneroso e que obriga à afectação de muitas pessoas. Além disso, este trabalho necessita de um espaço físico amplo, que normalmente não existe", refere a especialista.

O estudo sobre reabilitação cardíaca, em que Miguel Mendes participou, inclui um levantamento dos locais onde este programa é feito. Além de só existirem 14 centros no País, estão todos centralizados nas regiões de Porto e Lisboa. Dos 14, apenas sete são públicos.

Cada programa, diz Ana Abreu, "dura cerca de 12 semanas e tem duas fases, uma de modificação de factores de risco e outra de exercício físico. Os doentes têm de ir ao hospital três vezes por semana, onde fazem uma hora de exercício". O facto de este trabalho obrigar a um grande dispêndio de tempo e envolver muitas pessoas - dietistas, cardiologistas, fisiatras, psicólogos e enfermeiros - tem sido pesado pelos hospitais e governos. E a isto junta-se a necessidade de investimento: "Cada sessão custa aos hospitais públicos cerca de 25 euros e, nos privados, ronda os 16 ou 17 euros", diz Miguel Mendes. Ao fim das 12 semanas, os hospitais teriam de gastar cerca de 900 euros/doente. "O Estado não paga os hospitais porque não está a apostar nisso e os hospitais não têm interesse em fazê-lo. Nos sete centros privados, os utentes têm de sustentar parte dos custos (600 euros).

A reabilitação cardíaca faz parte do programa nacional para as doenças cardiovasculares, coordenado por Ricardo Seabra Gomes, havendo objectivos de passar dos 3% para os 30% de referenciação. Apesar disso, esta não é uma prioridade do momento, mas sim o atendimento aos enfartes, através das vias verdes coronárias", diz Miguel Mendes.

Menos 31% de mortalidade

"Redução da mortalidade, de novos eventos de enfarte e grande satisfação dos doentes" são algumas consequências positivas destes tratamentos, diz Ana Abreu. "A reabilitação fá--los sentir que vão regressar à vida."

Os tratamentos têm conseguido reduzir a mortalidade. A meta-análise de Jolliffe, de 2001, refere que a mortalidade global destes doentes teve uma queda de 27% e que, só a nível cardíaco, a percentagem sobe aos 31. Os programas mais orientados para a parte psicológica também foram eficazes, mas não tanto como os que têm maior trabalho físico.

DN, 16-12-2007
 
Ataques cardíacos: Mulheres têm mais sintomas atípicos

As dores no peito são os sinais mais frequentes de um ataque cardíaco para os dois sexos mas as mulheres têm mais sintomas atípicos, o que explica que sejam geralmente menos bem tratados do que os homens.
Segundo um estudo publicado terça-feira, as mulheres que sofrem um enfarte têm duas vezes mais riscos do que os homens de ter resultados normais ou de não mostrar nenhum vaso sanguíneo obstruído a mais de 50 por cento numa angiografia, explicou Kim Eagle, professora de cardiologia da Faculdade de Medicina Albon Walter Hewlett da Universidade de Stanford, na Califórnia, principal autora do estudo.

Outros testes indicam, pelo contrário, que as mesmas mulheres ultrapassam bem um ataque cardíaco, segundo acrescenta a cardiologista, cujo estudo foi publicado na edição on-line do jornal Heart.

Os trabalhos baseiam-se na análise de dados provenientes de 25.755 pessoas dos dois sexos, em 14 países, que sofreram um ataque cardíaco entre 1999 e 2006.

Todos os pacientes fizeram uma angiografia, que normalmente permite aos médicos detectar os bloqueios nas artérias, principal causa de ataque cardíaco, cerebral ou de dor no peito.

Esta diferença nos sintomas dos ataques cardíacos em numerosas mulheres conduz frequentemente os médicos a não as tratar da forma indicada, aumentando o risco de morte ou recaída.

DD, 7-5-2008
 
Doença cardiovascular mata uma em cada três mulheres

DIANA MENDES

Campanha. Mulheres de Vermelho alertam para necessidade da prevenção

Idália Moniz afirma que falta aos portugueses vontade para praticar exercício físico

As doenças cardiovasculares causaram a morte a 22 mil mulheres em 2007, revela a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC). Estas patologias afectaram, nesse ano, mais quatro mil mulheres do que homens, sendo actualmente nove vezes mais fatal do que o cancro da mama. O impacto destas doenças tem motivado a intervenção de várias sociedades e instituições. A campanha Mulheres de Vermelho, promovida pela FPC, visa alertar as mulheres entre os 40 e os 60 para a necessidade de fazerem rastreios e mudarem estilos de vida. Ontem, a secretária de Estado da Reabilitação, Idália Moniz, foi fazer os exames no Ministério do Trabalho, em Lisboa.

O acidente vascular cerebral e o enfarte do miocárdio matam, em conjunto, nove vezes mais mulheres do que o cancro da mama, frisa a Fundação Portuguesa de Cardiologia. Luís Negrão, assessor médico da fundação, explica que "a mulher, enquanto está em idade fértil está protegida, podendo cometer excessos sem que a tensão arterial ou os níveis de colesterol subam. Mas, depois, paga com juros de mora". Enquanto os homens têm estes problemas mais cedo, as mulheres começam a revelá-los mais tarde e "a doença é mais intensa e mais incapacitante", diz o médico.

Idália Moniz, um dos rostos da campanha em 2007, refere ao DN que se "pretende que as mulheres tenham mais cuidado com a alimentação, façam exercício físico e meçam os seus níveis de colesterol, gordura ou tensão arterial. O normal é só o fazerem quando já tiveram algum percalço", lamenta. Com a pasta da reabilitação, recorda os momentos de visita a centros especializados, não só pelo sucesso que têm na recuperação dos doentes, mas sobretudo por "encontrar homens e mulheres cada vez mais novos em tratamento e com um olhar completamente apavorado". Muitos destes doentes ficam total ou parcialmente incapacitados para trabalhar. Dados do Ministério do Trabalho e da Solidariedade revelam mesmo a inactividade de 71% dos portugueses com deficiência, apesar dos vários programas que visam a integração.

No caso da alimentação, há medidas em estudo, como a redução do teor do sal em alimentos ou a restrição da venda de determinados produtos em máquinas. Quanto ao desporto, Idália Moniz admite haver "mais pessoas a praticar exercício físico, mas o número é manifestamente insuficiente". Sobre as críticas de falta de espaços para o exercício, é peremptória: "Andamos permanentemente a deitar as culpas à falta de espaços, quando vemos em todo o mundo aglomerados de pessoas a praticar sem estruturas. Penso que falta aos portugueses um bocadinho de força de vontade".

DN, 5-6-2008
 
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