02 setembro, 2007

 

Biografia


Em livro

Se considera ponderosa mas difícil a tarefa de escrever o livro da sua vida aqui pode estar a solução:

http://www.myspecialbook.com/ing/index.php
http://www.portraitsinwords.com/

http://www.personalhistorians.org/

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Biografias de anónimos

VANDA MARQUES

Os livros biográficos podem custar entre 150 mil e 370 euros
A mesa da sala de jantar de Ralph Lorenz era um símbolo das suas aventuras. Quando o austríaco estava em serviço militar no Pacífico Sul e queria ir para os Estados Unidos construiu um meio de transporte original. De uma árvore que deu à costa fez um barco com uns amigos para chegar a Detroit e conseguiu. Dessa madeira Ralph criou uma mesa para a sua família. 15 anos depois da sua morte, os filhos e netos podem relembrar esta história através da biografia que lhe ofereceram. A recordação de família mantém presente todas as peripécias por que passou o patriarca: desde guerras à imigração.

Ser rico e famoso deixou de ser um requisito obrigatório para que se escreva um livro sobre a vida de uma pessoa. Os Lorenz são um exemplo da tendência que está a crescer nos Estados Unidos da América: biografias de pessoas comuns.

Os orçamentos para prendas tão especiais variam muito, desde 370 euros a 150 mil e as empresas que fazem estes livros têm-se multiplicado nos últimos anos. A Association of Personal Historians só nos primeiros sete anos de existência contava com 310 empresas que prestam este tipo de serviços. Lettice Stuart, de 61 anos, é a fundadora de uma delas. Criou a sua empresa Portraits in Words em 1996 porque quando os seus pais morreram ficou com pena de não ter preservado as suas histórias.

A antiga jornalista baseia os seus livros em entrevistas com a pessoa de quem vai ser feita a biografia. "Os meus clientes têm normalmente entre 70 e 90 anos, e passo 10 horas a entrevistá-los para conhecer toda a sua vida: desde os antepassados aos netos. O livro é uma narrativa na primeira pessoa, como se fosse um livro de memórias", explica Lettice Stuart ao DN. No entanto, existem mais opções de livros no mercado.

A empresa My Special Book faz biografias com base nos testemunhos de amigos e família, sem consultar a "personagem principal". Lettice Stuart quando descobriu esta editora não hesitou em fazer uma surpresa no 60.º aniversário do marido. "Demoraram três meses a fazer o livro. Só tive de lhes dar os nomes e contactos das pessoas que iam participar. Foi muito engraçado andar atrás das pessoas que fizeram parte do passado do meu marido, desde amigos de infância a professoras com quem ele não falava havia 50 anos", conta Lettice. Walter Stuart adorou a prenda e leu o livro do princípio ao fim logo nesse dia. A família do aniversariante também foi presenteada, pois Lettice decidiu fazer 10 cópias da biografia para oferecer aos parentes mais próximos.

A fundação

Eduardo Zemborian criou a empresa My Special Book em 2002. O editor sempre sonhou em dedicar-se à escrita, e abdicou até da sua carreira de arquitecto. A primeira biografia que editou foi quase por brincadeira. Juntamente com a cunhada, formada em literatura, escreveu um livro para comemorar o 40.º aniversário da mulher Vicky. Desde então nunca mais pararam e já publicaram para cima de 150 livros. "Damos às pessoas a possibilidade de fazerem um livro de alta qualidade sobre qualquer história ou assunto que pretendam. A maioria das histórias é sobre pessoas que são amadas e respeitadas pelos outros. Aprende-se sempre muita coisa com a vida destas pessoas e não é necessário que sejam famosas ou ricas", afirma Zemborian.

A empresa My Special Book escreve livros em seis línguas, incluindo português, mas ainda não receberam qualquer enco- menda de Portugal, apenas do Brasil. Eduardo conta que até já publicaram um livro sobre uma criança de dois anos. A grande particularidade destas biografias é que a maioria é feita às escondidas, o que às vezes pode levantar problemas.

"Um dos nossos clientes, de quem estávamos a fazer uma biografia às escondidas, mandou os serviços secretos investigarem-nos porque queria perceber por que é que andávamos a fazer perguntas sobre ele", con- ta Eduardo Zemborian ao DN. Para o antigo arquitecto esta nova ten- dência é fácil de compreender: "Todas as pessoas sonham em deixar o seu testemunho às outras gerações."

DN, 1-9-2007
 
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