01 outubro, 2007

 

1 de Outubro


Dia internacional das pessoas idosas




http://www.acs.min-saude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/eventos/dia+internacional+idoso.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Idoso

http://www.provedor-jus.pt/idoso.htm

Comments:
Secretário regional dos Assuntos Sociais enaltece papel da Terceira Idade e apela ao envelhecimento activo

«Um idoso não é fardo mas fonte de saber»

O Dia Internacional do Idoso, ontem assinalado, foi comemorado no concelho de Câmara de Lobos com a abertura de um espaço, inaugurado pelo secretário regional dos Assuntos Sociais, em representação do presidente do Governo Regional. O Centro Comunitário denominado “Cidade Viva” situa-se nos Edifícios Nova Cidade.


Foi um secretário emocionado que, ontem, no Dia Internacional do Idoso não poupou palavras para falar da importância que os mais velhos têm e da necessidade de serem valorizados.
«O idoso não pode continuar a ser visto, injustamente, como um fardo para a sociedade, mas como o motor do desenvolvimento da mesma». Por isso, «há que aproveitar o que de melhor os nossos idosos têm para dar e promover uma mudança de mentalidades».
Foi neste tom que o secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos falou no âmbito da cerimónia de inauguração do Centro Comunitário “Cidade Viva”, situado nos Edifícios Nova Cidade, em Câmara de Lobos cuja placa foi descerrada por uma das idosas.
Esta cerimónia contou com a presença do presidente da Câmara Municipal local, Arlindo Gomes, o Bispo do Funchal, D. António Carrilho, demais entidades, jovens e menos jovens.
A iniciativa deu o arranque à IV Semana Sénior que decorre naquele concelho até à próxima quinta-feira, através do Serviço de Gestão Social e Família da autarquia de Câmara de Lobos, com a dinamização de actividades de carácter lúdico-culturais e desportivas destinadas à população sénior.
Este Centro Comunitário de Câmara de Lobos vai permitir desenvolver várias actividades desde ginástica, internet, música, lazer bem como passeios a pé. Francisco Jardim Ramos espera, por isso, que este edifício seja «uma âncora para os idosos» e que os jovens encontrem ali um «espaço de amizade e de caridade humana».
O governante espera que a Semana Sénior «sirva para mudar atitudes e comportamentos, que se revelam urgentes numa sociedade que se quer mais justa, mais solidária e mais humana».
Na oportunidade deixou uma palavra de reconhecimento aos que têm trabalhado na área social naquele concelho. «A semente vai dar bons frutos», disse, tendo feito votos para «que este exemplo de Câmara de Lobos se estenda a toda a Região». Mais adiantou que aquela terra não merece, muitas vezes, ser apontada pelos tais “estigmas” mas que «seja reconhecida pela sua dignidade» porque «tem contribuido para o desenvolvimento da RAM».
Momentos antes, o responsável presidiu à inauguração de uma Exposição Intermunicipal intitulada “Ser Sénior é…”. A mostra dava conta das diversas actividades promovidas com os mais velhos, a destacar “Explorar a Madeira” e a deslocação à “Foz do Arelho”. O lema destas actividades “Sempre Jovem” estava bem patente nas t-shirts que os idosos ostentavam e nas expressões de satisfação.
Foi depois de se fazer ouvir o Hino Sénior interpretado pelo Grupo de Expressão Musical e Dramática da Câmara Municipal, que o governante usou da palavra para, volvido um ano, e embora não como geriatra, voltar a aconselhar os mais idosos para que tenham um envelhecimento activo.
Advertiu, a propósito, que a possibilidade das pessoas viverem mais anos não deve ser encarado como um problema. Mas porque o envelhecimento traz fragilidades e perda de capacidades, a família tem o direito e o dever de apoiar o idoso.
O Estado, por seu turno, deve apoiar as famílias quando estas não têm capacidade de dar resposta aos seus idosos, criando condições para a sua institucionalização, disse ao salientar que, «às vezes há famílias heróicas que conseguem manter os idosos em casa».
Deixou, por isso, a garantia de que o Governo Regional vai continuar a fazer esforços, neste sentido. No caso do concelho de Câmara de Lobos, estão projectados dois lares para idosos para quando a família não tiver condições de os manter em casa.


Arlindo Gomes garante que a adesão dos mais velhos às actividades tem vindo a crescer
Mais espaços para a Terceira Idade

O presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, Arlindo Gomes disse, ontem, no âmbito da inauguração do Centro Comunitário naquele concelho que «este é o início do aparecimento de outros espaços idênticos nas outras freguesias e de outras instalações que serão disponibilizadas para desenvolver actividades para a população sénior».
De acordo com o responsável, este era um espaço há muito desejado pela população mais idosa, que manifestava vontade de participar nas actividades promovidas mas não tinha um local adequado para o fazer, com o mínimo de condições.
Nos últimos anos, a autarquia tem feito esforços para que a população idosa participe nas actividades que têm sido dinamizadas. A adesão tem excedido as expectativas, de maneira que acaba por ser superior à capacidade de resposta em termos de recursos humanos e de infra-estruturas, apontou.
Actualmente, as actividades dinamizadas pela autarquia câmara-lobense envolvem 800 idosos. Para além das deslocações dentro da ilha, este ano os mais velhos foram ao Porto Santo e a Canárias.
Na oportunidade, Arlindo Gomes sublinhou a importância desta e de outras acções que ajudam a quebrar a solidão de muitos idosos.


Nos serviços de saúde prestados na Medical Center
Séniores com descontos

Os idosos utentes dos ginásios da Câmara Municipal do Funchal vão passar a ter desconto nas consultas e noutros serviços prestados pela Medical Center.
O protocolo foi assinado ontem no salão nobre da edilidade entre Miguel Albuquerque e Diamantino Rodrigues. Na oportunidade, este último terá dito que é intenção fazer chegar esta oportunidade aos menos jovens de outros municípios da Região. Para ter acesso aos descontos, os menos jovens preenchem um formulário junto da Autarquia podendo, depois, ser portadores de um cartão Sénior que permitirá um desconto em todos os serviços da Medical Center.
O presidente da Câmara Municipal do Funchal, por seu lado, disse que este é o primeiro protocolo que se celebra a nível da Região relativamente a estes benefícios, deixando o desejo de que a iniciativa se estenda a toda a Madeira.
Miguel Albuquerque lembrou que há mais de duas mil pessoas nas actividades da Câmara, as quais poderão usufruir de todos estes serviços disponibilizados pela Medical Center. O autarca referiu ainda que os menos jovens têm reformas baixas e vivem em situações, muitas vezes, problemáticas pelo que a disponibilidade das clínicas privadas para colaborarem no apoio aos idosos é «muito benéfica».
Esta iniciativa é, segundo o autarca, mais um incentivo para os menos jovens do concelho do Funchal se inscreverem nas actividades da Câmara Municipal. As inscrições podem ser feitas nos ginásios, nos centros comunitários e nas juntas de freguesia.
À margem da cerimónia, e questionada sobre se a Autarquia está preparada para o possível aumento de utentes nos seus espaços resultante do interesse em ter descontos dos serviços prestados pela Medical Center, a vereadora Rubina Leal garantiu que sim e falou na prevista ampliação do ginásio de Santo António para o ano de 2008. Realçou, contudo, que a ideia inicial do protocolo não é a de angariar utentes para os serviços da Câmara mas sim a de facilitar o acesso à saúde por parte dos menos jovens.


Bispo do Funchal aponta João Paulo II como exemplo
“Mais velhos não se devem resignar”

Foram palavras sentidas aquelas que o Bispo do Funchal transmitiu, ontem, às dezenas de pessoas, entre entidades, jovens e menos jovens, no âmbito da cerimónia de inauguração do Centro Comunitário de Câmara de Lobos. No Dia Internacional do Idoso, D. António Carrilho não se cansou de sublinhar a importância dos mais velhos e destes serem bem tratados tendo-lhes deixado uma palavra de esperança, para que tomem como exemplo o Papa João II e não se resignem. «Mesmo quando estava doente, ele não se deu por vencido, deve ser uma referência de quem não se resigna, de esperança». Por isso, «um idoso não deve perder o gosto pela vida», disse, ao advertir que as familias e o Estado, em conjunto, devem trabalhar em prol do bem-estar dos mais velhos. Ciente das necessidades que a Terceira Idade acarreta, reiterou que «a salário justo» deve corresponder uma «pensão justa». A certa altura, com as lágrimas quase a lhe saltarem dos olhos e a emoção a lhe cortar a voz partilhou algumas histórias, relatos de interajuda; de como um pequeno gesto, por vezes, faz a diferença aos que, quase nada têm; da alegria de viver e do medo da morte que um idoso, que é bem tratado na família, sente.

Elia Freitas / Carla Ribeiro

Jornal da Madeira, 2-10-2007
 
Idosos compram vagas em lares com donativos

JOANA PEREIRA BASTOS

Há lares sem fins lucrativos apoiados pelo Estado que "vendem" vagas em troca de avultados donativos, deixando em lista de espera os idosos mais carenciados. A própria confederação que representa as instituições de solidariedade reconhece que alguns lares "se vêem forçados a recorrer a esses estratagemas" para fazer face aos custos. A Segurança Social sabe da prática, que pode constituir crime de burla, mas admite ter dificuldade em actuar.

No final de 2006, Graça (nome fictício) tentou pôr a mãe, então com 92 anos, no lar da Santa Casa da Misericórdia de uma vila transmontana, onde lhe pediram 15 mil euros. Disseram-lhe que "havia uma longa lista de espera e que se não pagasse davam a vaga a outra pessoa". Decidiu procurar outros lares, mas ficou em lista de espera numa instituição de solidariedade social da região do Porto. Passados meses, Graça voltou a contactar a instituição de beneficência apoiada pelo Estado. A resposta já não a surpreendeu: "Disseram-me que iam ser francos, que havia pessoas em lista de espera dispostas a pagar cinco mil euros. Paguei mil contos, recebi um recibo a dizer 'donativo' e ela entrou logo".

Esta história é apenas uma entre muitas, segundo a Rede Internacional de Prevenção da Violência Contra a Pessoa Idosa, que garante que situações como esta são generalizadas em Portugal. "Não tenho nenhuma dúvida de que isso acontece em larga escala e que precisa de uma investigação judicial", disse à Lusa José Ferreira Alves, representante português nesta rede internacional, classificando estes casos como "uma pouca-vergonha".

O presidente do Instituto da Segurança Social (ISS), Edmundo Martinho, sublinha que "a pressão para fazer donativos em troca de uma vaga é completamente ilegal e constitui crime de burla. A grande maioria das instituições não utiliza essas práticas, mas sabemos que essa realidade existe", afirmou Edmundo Martinho, garantindo que o instituto tentou investigar os casos, mas afirma que "é difícil provar que houve pressão para fazer um donativo para assegurar a vaga".

No ano passado apenas uma queixa relacionada com esta matéria deu entrada na Procuradoria-Geral da República, que a remeteu para a Inspecção-Geral da Segurança Social.

Apesar de ser reduzido o número de denúncias formais, 20% dos idosos em lares admitem ter feito doações para poder entrar, segundo um inquérito realizado em 2004 pelo actual ISS.

Jornalista da Lusa

DN, 21-4-2008
 
Africanos também já põem os mais velhos em asilos

DAVID BORGES

Urbanização crescente provoca desvalorização das famílias africanas

A história veio no Jornal de Angola, contada por Guilhermino Alberto Fernando: um velho de 66 anos (é-se assim tão velho em Angola, quando a esperança de vida não ultrapassa muitos os 40 anos), doente há três, internado durante dois, ergueu-se da cama do hospital e regressou a casa. Uma casa que ele próprio havia construído. Os filhos fecharam-lhe as portas e o velho acabou asilado num lar da terceira idade no Sumbe. Angola tem destes contrastes: era um bom lar de idosos, com 15 quartos, duas camas por quarto, num cenário nacional ainda de grandes carências.

O velho sente-se bem no lar. Tem tecto, três refeições diárias, uma cama, pessoas com quem pode conversar. Mas lamenta, amargo, a atitude dos filhos.

Em reacção à história ouvem-se vozes de incitamento ao regresso "às nossas tradições" - respeito pelos mais velhos; amparo familiar da velhice - e de desencanto por estar Angola (e África, em geral) a adoptar perigosos padrões de abandono dos seus familiares idosos, virando as costas a uma ancestral posição de protecção dos mais velhos.

Em África, e em Angola, portanto também, projecta-se sempre a imagem "dos mais velhos que cuidam das crianças que por sua vez haverão de cuidar dos mais velhos", imagem essa, no entanto, questionável.

Respeito e mistificação

O escritor moçambicano Mia Couto, que muitos "mais velhos" leva para o interior dos seus livros e às vezes subvertendo a ordem natural das coisas, como no livro Terra Sonâmbula, com um menino a ler histórias ao velho, considera que "a ideia de que em África os velhos são sempre respeitados, resulta de uma mistificação".

Numa entrevista ao jornal brasileiro O Globo, no ano passado, Mia Couto diz que "isso nem sempre acontece, mesmo em sociedades que não foram desarrumadas pela colonização", sendo, porém, verdade que "em certas sociedades o lugar dos mais velhos é fonte de prestígio e saber, mas não são todos os mais velhos, já que a idade é cruzada com a linhagem, a família, o sexo (a mulher sai desse espaço)".

O escritor considera ainda que "o actual universo de miséria absoluta vai corroendo aquilo que antes era dominado pelo respeito" e que "num mundo ajoelhado perante a mercadoria, está a suceder em África o que já sucede noutros pontos do mundo - os velhos e as crianças estão desvalorizados porque produzem pouco e compram ainda menos"

Ora, os velhos e as crianças sempre estiveram, em África, nos extremos do mundo dos vivos, ligado ao dos mortos, num diálogo constante regulador da vida na terra. E muitos anos vividos era um sinal de protecção dos antepassados e, por isso, o velho ditado africano diz que "a morte de um idoso não estraga a morte".

A urbanização crescentes dos africanos - largando, em nome da sobrevivência, as origens, as referências e os antepassados -, o novo meio hostil em que habitam, desaparecendo os pontos tradicionais de contacto entre os mais velhos (e surgindo, no seu lugar, enormes edifícios) e os mais novos, a diluição da força e da riqueza da oralidade, a derrocada de grande parte das tradições, as dificuldades: tudo isto se junta para a criação de novos conceitos, assentes, como noutros espaços, no individualismo e na desvalorização da família.

DN, 27-4-2008
 
INE: número de idosos aumentará um milhão até 2050

Projecções do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que o número de idosos (mais de 65 anos) atingirá, em Portugal, a marca de 2,95 milhões em 2050, mais um milhão do que em 2005 (1,78 milhão) e 2006 (1,82 milhão).
Segundo a edição desta quinta-feira do Jornal de Notícias, em 2046, haverá 238 idosos por cada 100 jovens, o dobro dos valores actuais (112 para 100), facto que leva especialistas a considerar que as escolas devem preparar os mais novos para a sua própria velhice.

Ainda de acordo com as projecções do INE, em 2046 a proporção de população jovem reduzir-se-á 13% e a população idosa aumentará dos actuais 17,2% para 31%.

Neste cenário, agravar-se-á o processo de envelhecimento da população portuguesa expresso no índice de envelhecimento, que é hoje de 112 idosos por cada 100 jovens e em 2046 será de 238 pessoas com mais de 65 anos por cada 100 até aos 14 anos.

Perante estas projecções, uma docente e investigadora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa (ISCSP/UTL) defende que as escolas deviam dar aulas de gerontologia (estudo do envelhecimento) aos jovens para lhes explicar que «ser idoso não tem de ser um fardo» e educá-los para uma velhice activa.

Num país em que a esperança de vida à nascença e aos 65 anos é cada vez maior, os mais velhos são considerados «um fardo e um custo em toda a ordem em termos de equipamentos sociais e dos hospitais», considera Stella António.

«O Envelhecimento e Políticas Sociais» e a «Solidariedade Geracional e Sustentabilidade da Segurança Social» são alguns dos temas que vão estar hoje em debate na «Conferência Demografia e Políticas Sociais», organizada pelo Centro de Administração e Políticas Sociais do ISCSP/UTL e Associação Portuguesa de Demografia (APD).

Os dados mais recentes do INE, relativos a 2006, indicam que o Alentejo é a região do país mais envelhecida, com 102.042 jovens (até aos 14 anos) contra 175.061 idosos (22,9% do total da população).

No lado oposto estão as regiões autónomas, onde há mais jovens que idosos nos Açores existem 46.904 jovens e 30.198 idosos (12,4% da população) e na Madeira há 44.283 crianças até aos 14 anos e 32.274 pessoas com mais de 65 anos, que perfazem 13,1% do total da população madeirense.


DD, 29-05-2008
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?