11 outubro, 2007

 

11 de Outubro

Dia mundial da Luta Contra a Dor

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Dores são queixa frequente

Postos de trabalho mal concebidos, movimentos repetitivos
e posições extenuantes são algumas das causas que
dão origem a problemas de saúde aos trabalhadores europeus.
Um estudo apresentado pelo Observatório Europeu das Condições
de Trabalho, esta quinta-feira, em Lisboa, vem comprovar
que as dores continuam a dominar as queixas dos trabalhadores.
Os problemas mais frequentes são de origem músculoesquelética,
como lombalgias ou mialgias cervicais, com efeitos
ao nível dos ombros, dos braços ou das pernas. Na sua
origem, aponta o relatório hoje divulgado, estão condições
de trabalho árduo e esforço físico, posições extenuantes e
dolorosas, movimentos repetitivos, cargas pesadas e postos
de trabalho mal concebidos.
Os riscos diminuem quando há maior autonomia nos métodos
e ritmos de trabalho e quando os empregadores se preocupam
em dar formação na área da saúde, higiene e segurança
no trabalho.
A incidência dos problemas não é a mesma em todos os países
europeus. Portugal e a Irlanda, por exemplo, estão entre
os chamados países periféricos em que a recente industrialização
aumentou os riscos de doença profissional ao nível
muscular e esquelético.
A agravar, faltam sistemas de controlo nestes países, uma
consequência das profundas mudanças operadas na estrutura
económica desde os anos 90.

RRP1, 11-10-2007
 
Mulheres sofrem mais
dores que os homens

As mulheres sofrem mais de dores crónicas do que os
homens – é esta a mensagem a reter no arranque da Semana
Europeia Contra a Dor, que começa esta segunda-feira.
Em causa estarão naturais diferenças anatómicas e do próprio
“ambiente hormonal”.
José Romão, presidente da Associação Portuguesa para o
Estudo da Dor ouvido pela Renascença, lamenta que em
Portugal a prescrição de analgésicos não seja feita como no
resto da Europa.
“A prescrição em Portugal de analgésicos está um pouco
invertida, isto é, enquanto em Portugal se receitam muito
mais anti-inflamatórios e menos os ditos analgésicos, numa
boa parte dos países da Europa passa-se o contrário e essas é
que seriam as boas práticas. Passa por uma intensificação da
informação e da formação dos clínicos”, disse.

RRP1, 15-10-20007
 
Mulheres são discriminadas na dor

A dor das mulheres é subvalorizada em relação à dos homens, sendo considerada menos genuína e grave pelos profissionais de saúde, principalmente pelos profissionais do sexo masculino, segundo um estudo do ISCTE divulgado ontem pela agência Lusa. O estudo, baseado em entrevistas a 205 estudantes de enfermagem e concluído no final do ano passado, mostra que os profissionais de saúde tendem a interpretar de forma diferente a dor quando esta descrita pelas mulheres, influenciados por alguns padrões e estereótipos comportamentais.

"O projecto partiu de constatações de outros estudos que mostravam que as mulheres relatavam sentir mais dores que os homens e que a sua dor era mais vezes sub-diagnosticada que a dos homens", explicou à Lusa Sónia Bernardes, investigadora no Centro de Investigação e Intervenção Social no ISCTE e autora do estudo "Os enviesamentos de sexo nos julgamentos sobre dor lombálgica".

No entanto, só com este estudo se percebeu quais os factores que podem influenciar a apreciação da dor dos pacientes, nomeadamente em que medida o tipo de dor, a forma como o doente apresenta a sua dor e o sexo de quem julga influenciam a ocorrência de enviesamentos de sexo nos julgamentos.

Ainda segundo a Lusa, a investigadora chegou à conclusão de que "a dor da paciente do sexo feminino é julgada como menos genuína e a sua situação clínica como menos grave e urgente que a do homem" em contextos de dor aguda e de curta duração ou na ausência de manifestações explícitas de ansiedade. "Espera-se que as mulheres sejam mais expressivas e quando não apresentam sintomas de ansiedade e agem de forma controlada sem recorrer muito aos profissionais de saúde acabam por ser subvalorizadas", explicou Sónia Bernardes. A investigação permitiu ainda concluir que a desvalorização da dor das mulheres é mais acentuada quando o profissional de saúde é homem.

Perante estas conclusões, Sónia Bernardes sublinha que "as evidências mostram que embora as mulheres reportem sentir mais dores que os homens ao longo das suas vidas, as suas dores são frequentemente desvalorizadas, sub-diagnosticadas ou sub-tratadas comparativamente com as do sexo masculino".

Este estudo é um dos últimos da tese de doutoramento que esta investigadora iniciou há cerca de quatro anos e que deverá ser entregue ainda este verão. O estudo data de finais de 2007 e está enquadrado num projecto de investigação mais amplo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

M.E.

DN, 30-4-2008
 
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