30 outubro, 2007

 

30 de Outubro


Dia nacional da prevenção do cancro da mama



http://www.apamcm.org/

http://www.elestambemchoram.com/

Comments:
Campanha ensina homens
a ajudar mulheres doentes

“Os Homens também choram” é o nome da campanha
lançada hoje, Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama,
pelo Movimento Vencer e Viver (MVV).
A acção pretende que os homens "que têm na sua vida uma
mulher que sofra de cancro da mama deixem de ser parte do
problema, para passar a ser parte da solução”, explicou a
coordenadora nacional do MVV, Conceição Matos.
"Queremos mostrar que os homens não estão sozinhos, que
percebemos que também enfrentam dificuldades, queremos
ajudá-los a lidar com os seus sentimentos e com a doença",
afirmou.
A campanha é dirigida aos “companheiros'” de mulheres com
cancro de mama, uma designação que abrange maridos,
filhos, pais, amigos e colegas de trabalho, e consiste na distribuição
em centros de saúde e hospitais com valências relacionadas
com a doença - rastreios, consultas e cirurgias - de
folhetos semelhantes a marcadores de livros, que colocam
uma ou duas questões e dão dicas que ajudam a lidar com o
problema.
No âmbito desta campanha vão também funcionar, já a partir
de Novembro, nas instalações do MVV e da Liga Portuguesa
contra o Cancro, em Lisboa, grupos de entreajuda para
homens afectados pelo problema, orientados por psicólogos e
de frequência gratuita, com sessões em horário pós-laboral,
entre as 18h30 e as 19h30.
A partir de hoje está disponível, no site do movimento, no
endereço http://www.elestambemchoram.com, informação
sobre a doença e futuras iniciativas.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Senologia, em Portugal
surgem anualmente cerca de quatro mil novos casos de cancro
da mama. Destes, 1.500 acabam por resultar na morte
das doentes.

RRP1, 30-10-2007
 
Cancro da mama aumenta 20% em dez anos

DIANA MENDES

Os estilos de vida, em que se enquadram o consumo de tabaco ou o sedentarismo, a toma da pílula e o aumento da esperança de vida são algumas razões que estão a justificar o aumento da incidência do cancro da mama entre as portuguesas. Um aumento que os especialistas em oncologia afirmam rondar os 20% nos últimos dez anos (mais 600 casos por cada ano).

O diagnóstico é aterrador e tem atingido mulheres famosas como Simone de Oliveira ou Fernanda Serrano, que segunda-feira assumiu publicamente sofrer de cancro da mama. Este cancro é o mais fatal entre as mulheres , apesar de ser um dos que tem maior taxa de sobrevivência, "acima de 70%, 80%", diz Jorge Espírito Santo, presidente do colégio de oncologia da Ordem dos Médicos. "Conseguimos detectar o cancro mais cedo e tratá-lo melhor. Apesar de ainda não termos rastreios organizados, as mulheres estão cada vez mais informadas."

Segundo o relatório Global Cancer Facts & Figures, foram diagnosticados 1,3 milhões de novos casos da doença em 2007. O cancro acabou por ser fatal para 464 854 mulheres. Em Portugal, não há dados consistentes, mas Vítor Veloso, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, calcula que haja "4000 novos casos por ano e 1700 mortes anuais.

Jorge Espírito Santo refere que a doença afecta cada vez mais portuguesas, tendo "aumentado cerca de 20% em apenas dez anos", uma percentagem que Vítor Veloso corrobora. "Há muitas razões para isso, como o envelhecimento, a entrada em menopausa, o consumo de tabaco e até os elevados níveis de estrogénios relacionados com a toma da pílula. Hoje, sabe-se que 30% a 40% das mulheres a tomam", sublinha Jorge Espírito Santo.

A alimentação, sedentarismo, consumo de álcool ou o excesso de peso são outros factores de risco. E são estes, os que se enquadram nos estilos de vida, que Vítor Veloso considera responsáveis por "70% dos cancros da mama. O papel da história familiar ou da hereditariedade é muito reduzido", assegura. "As mulheres têm uma responsabilidade muito grande devido aos seus hábitos", frisa. Estes factores estão também na origem do aparecimento da doença em mulheres cada vez mais jovens. No entanto, a detecção precoce dos carcinomas também justifica o facto, diz Jorge Espírito Santo, acrescentando que o diagnóstico é mais comum entre os 40 e os 60.

Factores característicos da modernidade, como a pílula, a gravidez tardia ou a terapêutica hormonal de substituição (na menopausa) parecem ter um elevado peso na determinação da doença. A amamentação, pelo contrário, é um factor de protecção.

Rastreio nacional em dois anos

Se é verdade que uma em cada 12 mulheres irá desenvolver um cancro da mama, é preciso lembrar que a sobrevivência é cada vez maior e que são cada vez mais os casos em que o diagnóstico é feito precocemente: "Detectamos cada vez mais casos em estádios iniciais - cerca de 50% do total - o que é promissor. Quando houver um rastreio populacional bem implantado, poderemos reduzir a mortalidade em 30%, diz Vítor Veloso. Os benefícios dos rastreios não serão totalmente visíveis antes de um prazo de dez anos. Agora, apenas a região Centro tem um programa enraizado. Vítor Veloso, espera que, "em dois anos, o programa esteja implementado a Norte e Sul. "A Liga ficará responsável pelo programa a Norte."

DN, 30-4-2008
 
Fernanda Serrano assume doença e diz-se confiante no tratamento

Depois de ter confessado o que para a generalidade das mulheres constitui o pior dos seus medos, a actriz Fernanda Serrano remeteu-se ao silêncio e à calma junto da família. Agora, "não há que ter medo", disse, ontem, ao DN, Simone de Oliveira, também ela vítima e vitoriosa da doença, e solidária com a jovem actriz.

"A única solução é ir, fazer os diagnósticos [para detectar antecipadamente a doença]", defendeu Simone de Oliveira, que insistiu: "Há que acreditar, temos extraordinários médicos, enfermeiros", apesar de "a atenção dada à saúde no nosso país ser muito pouca" e "as unidades de rastreio não serem mais".

"Deixem-na em paz. O mais importante nesta altura é ter paz", reivindicou ainda, deixando um conselho sentido à colega: "Força, força, força e acreditar, acreditar, acreditar!"

Algo que parece não faltar a Fernanda Serrano, ao ter assumido de forma directa ter cancro da mama. "Eu, Fernanda Serrano, venho por este meio e em nome próprio, informar que me foi diagnosticado no passado mês de Fevereiro um nódulo no peito, que veio posteriormente a revelar-se um tumor maligno."

Mas a confissão continua: "Depois de já ter sido submetida a uma intervenção cirúrgica e de o mesmo ter sido removido de imediato, encontro--me em fase de recuperação." Para logo anunciar que se encontra "tranquila e muito confiante no tratamento" que iniciou. "Nesta fase, agradeço que o apoio de todos se traduza no respeito pelo silêncio e calma que eu e toda a minha família necessitamos e defendemos", acrescenta. E, reservando para a sua intimidade a evolução da sua saúde e agradecendo a omissão de quaisquer especulações, declara a convicção: "Quero apenas partilhar que estou segura de que sairei vitoriosa de mais esta batalha. Em breve retornarei aos meus projectos profissionais, quer na televisão quer no teatro. Esta é uma doença que afecta muitas mulheres por todo o mundo, às quais expresso a minha solidariedade. Continuarei a sorrir." E fecha o comunicado com um "Até breve".

Longe de imaginar que tal lhe podia acontecer, Fernanda Serrano deu corpo, em 2004, em Queridas Feras (TVI), à personagem Mónica Rodrigues , uma arquitecta que sofreu de cancro da mama. Chegou a rapar o cabeça para obter mais realismo.

A mesma actriz, casada com o apresentador Pedro Miguel Ramos, de quem tem dois filhos (um rapaz e uma menina com apenas quatro meses), foi várias vezes rosto de campanhas de sensibilização, como foi o caso O Cancro da Mama no Alvo da Moda (2006).

DN, 30-4-2008
 
Dois terços das doentes desconhecem novas terapias

CARLA AGUIAR

Cancro da mama. Maioria só reconhece quimioterapia e radiologia

Campanha de divulgação começa este mês para combater desinformação

O desconhecimento sobre o cancro da mama é esmagador, mesmo entre as mulheres que dele são vítimas. Nove em cada dez mulheres afectadas pela doença não sabem que existem vários tipos de cancro da mama, que exigem abordagens distintas, conclui um estudo promovido pelos laboratórios Roche e pela Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama.

Outra conclusão reveladora do inquérito, realizado junto de 200 mulheres que vivem com a doença, é o facto de a maioria mostrar desconhecimento sobre os tratamentos mais recentes, tendendo a nomear apenas os tratamentos tradicionais como a quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. Só 34% das inquiridas mostrou reconhecer as terapias mais recentes e dirigidas ao tumor, como os anticorpos monoclonais, e, mesmo assim, só depois de mencionados directamente pelos entrevistadores.

"É surpreendente descobrir que mesmo entre as mulheres afectadas pela doença, onde se poderia supor um nível mais elevado de informação, há tanto desconhecimento nomeadamente sobre as novas terapias", disse ao DN Vitor Cavaco, sociólogo da Spirituc, que realizou o estudo. Para aquele investigador, as respostas destas mulheres, obtidas nas consultas externas de oncologia de vários hospitais do país, "parecem ainda revelar que existe um diálogo pouco activo entre médico e doente e com muita pouca implicação das mulheres na escolha das abordagens terapêuticas".

A generalidade das mulheres entrevistadas gostaria de ter acesso a mais informações sobre a doença, nomeadamente sobre as probabilidades de cura, tratamentos disponíveis , bem como sobre os locais ideais para esclarecer as dúvidas.

É precisamente para agir sobre estas lacunas de informação que a Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama (APAMCM) anunciou ontem o lançamento da campanha "Pense Cor-de-Rosa", com início este mês, que visa sensibilizar as mulheres em geral para a doença. A campanha, que se desenrolará até final do ano, terá como madrinha a apresentadora Fátima Lopes. Para Outubro está previsto um simpósio, na Universidade Católica, sobre o HPV, o colo do útero e a vulva.

DN, 4-6-2008
 
Cancro da mama é mais mortífero para o homem

PATRÍCIA JESUS

Tumor da mama também afecta os homens. Embora apenas 1% dos doentes seja do sexo masculino, um estudo científico italiano diz que o diagnóstico é muitas vezes tardio, o que obriga a tratamentos mais agressivos e com piores resultados

Nódulos no peito dos homens devem ser investigados

O cancro da mama nos homens é diagnosticado demasiado tarde, quando a doença já atingiu uma fase avançada, o que dificulta o tratamento. Esta é a principal conclusão de um estudo apresentado ontem na conferência da Sociedade Europeia de Oncologia, em Lugano, Suíça.

Apesar de a maior parte dos doentes com cancro na mama serem do sexo feminino, a doença também atinge os homens: a percentagem de doentes masculinos é de 1%. Em Portugal, morrem cerca de duas dezenas de homens com cancro da mama por ano - em 2005, foram 19 ; no ano anterior 16; em 2003, 26. As vítimas têm geralmente mais de 65 anos.

O presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, Jorge Espírito Santo, diz que este estudo confirma o que aqueles que trabalham na área já sabem. "É verdade que o cancro da mama nos homens é detectado mais tardiamente e um diagnóstico tardio tem sempre consequências negativas: obriga a terapêuticas mais agressivas e os resultados são piores", explica. Ou seja, apesar da taxa de sobrevivência dos homens ser idêntica à das mulheres quando a doença é descoberta no mesmo grau de evolução, como nos homens é geralmente diagnosticada mais tarde, a taxa de sobrevivência é "menor", diz Jorge Espírito Santo.

Na investigação liderada pela italiana Marina Garassino, os homens tinham uma média de 62 anos - embora o mais jovem tivesse apenas 38. O estudo acompanhou 146 homens a quem foi diagnosticado cancro da mama entre 1990 e 2007 e descobriu que a doença já tinha atingido um estado avançado quando foi descoberta. Em metade dos casos já tinha atingido os nódulos linfáticos, o que significa que a probabilidade de se espalhar a outras partes do corpo é maior e, consequentemente, o prognóstico é pior.

"Quando um homem nota que tem um alto no peito, não pensa que pode ter cancro da mama. E muitas vezes o seu próprio médico também não", diz Marina Garassino. Para o oncologista Eduardo Bruno da Costa, a ausência de um rastreio organizado da doença no homem explica a diferença relativamente às mulheres, mais sensibilizadas.

No entanto, a investigadora italiana acredita que, se for tratado no início, e como é altamente receptivo ao tratamento com hormonas, o prognóstico pode até ser mais favorável do que para as mulheres.

Diferenças

Quanto às características dos tumores, os investigadores descobriram que 73% eram "hormono-dependentes", ou seja, o seu crescimento era influenciado tanto pelo estrogénio como pela progesterona (duas hormonas femininas) - "uma percentagem mais elevada do que nas mulheres".

No estudo, cinco anos depois, a taxa de sobrevivência era de 80% para os homens em que a doença tinha sido detectada numa fase mais precoce e de quase metade para aqueles que tinham sido diagnosticados mais tarde.

"O cancro da mama nos homens é uma doença rara e pouco conhecida. É tratado da mesma forma que nas mulheres, embora o nosso estudo sugira que tem características histológicas diferentes", explica. "Uma melhor compreensão da doença pode dar-nos pistas sobre como tratar estes doentes com terapias mais modernas, personalizadas", conclui.

Eduardo Bruno da Costa salienta que, sendo uma doença rara, a maior parte dos estudo são feitos com poucos doentes e, por isso, "têm uma reserva implícita".

Para evitar a detecção tardia, a investigadora alerta para a importância de considerar os nódulos no peito suspeitos e recorrer de imediato ao médico.

DN, 7-7-2008
 
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