09 outubro, 2007

 

"Che" Guevara

40 anos de...ilusão, fraude...

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Cubanos evocam os 40 anos da morte de "Che" Guevara

O 40.º aniversário da morte do guerrilheiro de origem argentina Ernesto "Che" Guevara na selva boliviana foi ontem assinalado na cidade cubana de Santa Clara (centro), onde repousam os seus restos mortais.

A cerimónia, conduzida pelo presidente interino Raul Castro, começou de manhã na Praça da Revolução que leva o nome de Ernesto "Che" Guevara, nascido a 14 de Julho de 1928, na Argentina, e morto a 9 de Outubro de 1967, na Bolívia.

Guevara, médico de formação, conheceu Fidel Castro em 1956 no México e aderiu imediatamente à guerrilha, acabando por se tornar cidadão cubano com a queda da ditadura na ilha. Inicialmente nomeado presidente do Banco Nacional e, depois, ministro da Indústria, movido pela ideia de disseminar a revolução pela América Latina foi para a Bolívia em 1966.

A 8 de Outubro de 1967 estava cercado pelo exército boliviano, que o capturou em Churo (centro) e o levou para uma escola na aldeia de La Higuera, onde seria assassinado no dia 9. Curiosamente, o soldado que matou Guevara foi notícia na semana passada tinha recuperado a visão graças à "Operação Milagre", um programa de médicos cubanos que percorrem a América Latina atendendo gratuitamente pessoas com cataratas.

Na Praça da Revolução de Santa Clara, com mais de 17.500 metros quadrados, "Che" está eternizado numa escultura de bronze com 30 metros de altura e 20 toneladas de peso, que o mostra como é conhecido cabelo comprido e despenteado, boina, barba, uniforme e espingarda às costas. Esta é a imagem que, em Maio de 1960, capturou o fotógrafo cubano Alberto Díaz, aliás Korda, reproduzida em todo o mundo em t-shirts, coletes, lenços, calendários, porta-chaves e até mostradores de relógios.

JN, 9-10-2007
 
Médicos cubanos salvam homem que matou Che

SUSANA SALVADOR

O nome de Che Guevara é reconhecido mundialmente, mas o do homem que matou há 40 anos o guerrilheiro cubano-argentino tinha caído no esquecimento. Esta semana, Mario Terán voltou para a ribalta, após se descobrir que recuperou a sua visão graças aos médicos cubanos. O soldado boliviano, que sofria de cataratas, foi mais um dos milhares de pacientes sul-americanos a beneficiar do programa "Operação Milagre".

"Mario Terán, um homem educado na ideia de matar que volta a ver graças ao médicos seguidores das ideias da sua vítima", escreveu este fim-de-semana o jornal oficial do Partido Comunista Cubano, Granma. "Ancião, poderá voltar a apreciar as cores do céu e da selva, desfrutar do sorriso dos seus netos e assistir a jogos de futebol", acrescenta.

O antigo sargento foi operado em Santa Cruz, a segunda maior cidade da Bolívia, a algumas centenas de quilómetros de La Higuera, onde, a 9 de Outubro de 1967, matou Che Guevara - detido na véspera.

No centro oftalmológico, onde as fotos do guerrilheiro adornam as paredes, os médicos nem queriam acreditar. "Ficámos indignados. O homem não se apresentou propriamente como o assassino do Che", disse à AFP Margarita Andreu, a directora. Diariamente, são atendidas pelos médicos cubanos cem pessoas.

Segundo os registos, há três referências a Mario Terán e os médicos ignoram qual destas se refere ao antigo soldado. A história só foi conhecida após o filho ter publicado no jornal boliviano El Deber um agradecimento aos médicos cubanos, que operaram gratuitamente o pai. Depois dos acontecimentos daquele 9 de Outubro, o sargento continuou a sua carreira militar até se reformar.

Apesar da reacção, Margarita Andreu jurou à AFP que teria operado Mario Terán mesmo se soubesse a sua identidade: "É o nosso dever, a nossa obrigação. Além disso, o Che voltou a ganhar outro combate."

Esse era precisamente o título do artigo no Granma. O jornal dizia que apesar de recuperar a visão "nunca será capaz de ver a diferença entre as ideias que o levaram a assassinar um homem a sangue frio e as deste homem, que ordenava aos médicos da sua guerrilha que atendessem de forma igual aos companheiros de armas e os soldados inimigos feridos".

Cuba está a assinalar os 40 anos da morte de Che, cujos restos mortais foram encontrados em 1997 e enterrados em Santa Clara.|- S.S.

DN, 3-10-2007
 
CHE, SIEMPRE

FERNANDO MADAÍL

Chemania. A 9 de Outubro de 1967, cumprem-se terça-feira 40 anos, um sargento do exército boliviano matava, em La Higuera, Che Guevara. A expressão que Korda tinha fixado sete anos antes, sem suspeitar que aquela iria ser a foto do século XX, seria transformada por Fitzpatrick num ícone eterno da juventude

CHE, SIEMPRE

"De poster em poster a tua imagem paira na sociedade de consumo / Como o Cristo em sangue paira no alheamento ordenado das igrejas." Os versos de Sophia de Mello Breyner Andresen são uma síntese perfeita do ícone maior do século XX. Numa leitura cínica, até se podia dizer que o capitalismo comercializou o comunismo.

A imagem do negativo que Alberto Korda (1928-2001) captou com a sua leica, a 5 de Março de 1960, durante o funeral de 136 cubanos vítimas da explosão, no porto de Havana, do barco La Coubre, cheio de explosivos para os opositores ao regime castrista, esteve sete anos no esquecimento. O fotógrafo reenquadrou o fotograma de Che Guevara - na altura com 31 anos e aquela barba desleixada que prejudicaria a indústria de lâminas -, de onde retirou as folhas de palmeira e um perfil desnecessário. Fez uma cópia para si e pendurou-a na parede do seu estúdio.

Quando o famoso editor italiano Giangiacomo Feltrinelli - que já tinha publicado o manuscrito do Doutor Jivago, esse romance de Pasternack proscrito por Estaline, e O Trópico de Câncer, o livro então maldito de Henry Miller -, depois de conseguir, através de Régis Debray, o intelectual mais amigo de Cuba, o Diário da Bolívia de Guevara, foi a Cuba procurar imagens do Che, então ainda vivo. Nesse Verão de 1967, entra no estúdio do fotógrafo cubano, que lhe diz ser aquela a melhor imagem que tem do guerrilheiro. O editor pede--lhe duas provas, regressa a Itália e faz um poster a anunciar a estreia mundial do livro, colocando um copyright da sua livraria no canto do cartaz e ignorando o nome de Korda. Ninguém suspeitaria ainda que aquela viria a ser considerada "a mais famosa foto do mundo".

Meses depois do desaparecimento do símbolo da luta anticapitalista, abatido por um sargento do exército boliviano em La Higuera (onde tem agora estátua e se tornou adorado como um santo popular), no dia 9 de Outubro de 1967, a imagem de Che expandia-se com a rapidez com que ele gostaria de ter exportado a revolução comunista.

Em 1968 - ainda havia ecos dos provos de Amesterdão, enquanto os soixante-huitards de Paris proclamavam "a imaginação ao poder" e os hippies de S. Francisco o "make love not war" -, Jim Fitzpatrick, um artista irlandês radicado nos Estados Unidos que se dedicava sobretudo às pinturas em torno da mitologia céltica (é também autor de capas de discos dos Thin Lizzy e de Sinéad O'Connor), fazia uma gravura com base na foto de Korda em várias versões: a preto e branco, a negro e vermelho, com estrela encarnada. Mesmo se restam dúvidas sobre a hipótese de a imagem lhe ter sido fornecida por Sartre - o filósofo que definiria Che como "o ser humano mais completo da nossa época" -, Fitzpatrick imortalizava também o seu nome na História.

Daí até se tornar um dos emblemas do Maio de 68, em Paris - onde se gritava, em jeito de slogan, "Le Che est vivant !" ( 'Che vive !') -, e ícone das manifestações contra a guerra do Vietname foi um instante. Depois, aquela imagem passou a multiplicar-se em T-shirts e pins, notas e selos, maços de cigarros e latas de cerveja, matrioskas e biquinis, publicidade a vodka e a automóveis, com o rosto do Mickey ou de Aznar.

A chemania nunca mais parou. Da poesia - Sena e Torga, Eugénio e Fiama, Ramos Rosa e Alegre, para só citar alguns, poucos, portugueses - ao cinema - apesar da imagem estereotipada de Che em A Cortina Rasgada, de Hitchcock, o filme mais importante é Diários de Che Guevara, de Walter Salles.

Na música, então, mesmo se toda a gente começa logo a trautear Hasta Siempre Comandante, a canção de Carlos Puebla com inúmeras versões (de Joan Baez a Nathalie Cardone, do rock ao rap), há quase centena e meia de composições dedicadas ao argentino que se tornou herói nacional de Cuba. É natural que alguns dos músicos que aproveitaram Che para as suas letras tenham sido Víctor Jara, Quilapayún, Yupanqui, Pablo Milanés, Silvio Rodríguez. E, no entanto, o seu nome aparece nos temas mais imprevistos: em Indian Girl Mick Jagger canta "Mr. Gringo, my father he ain't no Che Guevara"; Panic In Detroit, de David Bowie, começa com "he looked a lot like Che Guevara"; em Left To My Own Devices, dos Pet Shop Boys, ouve-se "Che Guevara and Debussy to a disco beat". Sem esquecer que a capa de American Life, de Madonna, é inspirada na foto de Korda e que a gravura de Fitzpatrick surge em Bombtrack, o single de estreia dos Rage Against the Machine.

Aparentemente, Andy Warhol, o artista plástico que tanta atenção dedicava à cultura de massas, tinha de fazer com Che o mesmo que fez com Marilyn e Mao. O seu colaborador dilecto, Gerard Malanga, então na Europa e percebendo o potencial negócio, antecipou-se, mas quando percebeu que o galerista de Roma, onde ia mostrar uma serigrafia de Che alegadamente criada pelo seu amigo, pretendia confirmar a autoria da obra, telefonou para a Factory e pediu a Warhol para a assumir.

Desde então nunca mais parou a criatividade dos artistas sobre a imagem de Korda, de fotógrafos como Annie Leibowitz ou Martin Parr a pintores como Alfredo Rostgaard ou Vik Muniz - sem esquecer Pedro Meyer, que criou uma nota de cinco dólares com Che no lugar de Lincoln. E, nos últimos anos, tem percorrido mundo a exposição Revolution & Commerce: The Legacy of Korda's Portrait of Che Guevara, cujo catálogo se intitula Che Guevara: Revolutionary & Icon.

Actualmente, o emblema das FARC colombianas e dos zapatistas mexicanos já é tão reconhecível que se percebe a ironia de Matthew Diffee, que publicou, na revista The New Yorker, um Che com uma T-shirt do Bart Simpson. No fundo, se o pugilista Mike Tyson e o futebolista Maradona têm o corpo tatuado com a imagem de Korda/Fitzpatrick, para as novíssimas gerações talvez ainda continuem a fazer sentido os versos de Sophia: "Em frente do teu rosto / Medita o adolescente à noite no seu quarto / Quando procura emergir de um mundo que apodrece."

DN, 6-10-2007
 
O OUTRO LADO DO MITO

SUSANA SALVADOR

O carrasco por detrás do herói, ícone e até santo
"Disparei uma bala de calibre 32 contra o hemisfério direito do seu cérebro que saiu pela têmpora esquerda. Ele gemeu por uns momentos e depois morreu." Esta é a fria descrição feita por Ernesto Guevara do momento em que executou Eutimio Guerra, um camponês que servia de guia aos "barbudos" na Sierra Maestra e que se revelou um traidor. É o outro lado do revolucionário que ficou esquecido atrás da imagem de herói de Che, que começou a nascer no dia da sua morte, há 40 anos, em La Higuera, na Bolívia.

The Hidden Face of Che (A Face Escondida de Che), escrita pelo exilado cubano Jacobo Machover, é a mais recente biografia do médico cubano-argentino que se juntou a Fidel Castro no México, chegou a Cuba no iate Granma e após três anos de guerrilha nas montanhas cubanas, entrou vencedor em Havana.

No livro, destaca-se o papel de Che e o seu envolvimento na execução dos "traidores" e dos "contra-revolucionários", nomeadamente na prisão de La Cabaña onde em seis meses, diz o autor, foram executados 180 prisioneiros após julgamentos sumários. "Ele subia a um muro e deitava-se de costas a fumar um charuto enquanto assistia às execuções", escreve Machover, citando um dos antigos camaradas de Che, Daniel Alarcón Ramirez.

"Atacar uma figura quase lendária não é uma tarefa fácil", disse o autor ao The Sunday Times. "Ele tem tantos defensores. Eles forjaram o culto de um herói intocável", acrescenta, apontando, antes de mais, o dedo aos "intelectuais" franceses que visitaram Havana nos primeiros anos do regime.

Mas os seus carrascos acabaram também por ser aqueles que potenciaram o mito. Depois de capturado a 8 de Outubro de 1967 na quebrada do Churo, após 11 meses de guerrilha na Bolívia, Che Guevara foi executado um dia depois. Além da célebre fotografia de Alberto Korda, tirada em 1960, as imagens do seu cadáver do boliviano Freddy Alborta, a lembrar as de um Cristo barroco, também serviram para o imortalizar. Depois de o exporem à curiosidade mundial, os seus executores cortaram-lhe as mãos - para dificultar a identificação - e enterraram-no em segredo. O corpo só seria descoberto três décadas depois.

Tendo sido morto aos 39 anos, Che também escapou à decadência física, que agora vemos em Fidel Castro (dois anos mais velho), e à decadência política daquilo em que acreditava e que culminaria na queda do muro de Berlim e da União Soviética. Na realidade, a vida do Che esteve marcada pelas derrotas. "Como médico, nunca exerceu a profissão. Como ministro e embaixador, não conseguiu o que queria. Como guerrilheiro, foi eficiente apenas a matar por causas sem futuro", disse à revista brasileira Veja o historiador cubano Jaime Suchlicki.

Santo Che?

Após a morte de Che instalou-se na Bolívia "uma espécie de culto, de um novo santo que não figura no calendário da Igreja - Santo Ernesto de La Higuera", escreveu Pierre Kalfon na biografia Che - Ernesto Guevara, uma lenda do século. "Reza a tradição que aqueles que morreram de morte trágica têm o poder de realizar os desejos e fazer milagres", acrescenta. Este culto ainda se mantém vivo. "Para eles, ele é como outro santo qualquer", disse o padre Agustin, da paróquia de Valleverde ao The Observer: "Não posso fazer nada."

DN, 9-10-2007
 
TARADOS & MANÍACOS

Alberto Gonçalves
sociólogo
albertog@netcabo.pt

Não esperava que as minhas triviais considerações sobre "Che" Guevara, na semana passada, suscitassem tamanha fúria. Além de uma série de e-mails a proporem-me o tratamento que "El Comandante" aplicava aos adversários, Vítor Dias, uma sumidade do PCP, chamou-me no seu blogue "simpatizante de assassinos". Vindo do sr. Dias, o qualificativo não é um mero elogio: é a glória. Mesmo que o sr. Dias não especifique os "assassinos" com quem eu "simpatizo", imagino que se refira a George W. Bush, ocasionalmente aqui evocado sem a gosma insultuosa que a esquerda exige. Por acaso, nunca achei Bush exactamente "simpático": é só o líder democraticamente eleito de um país próspero, progressista e bastante mais livre que 99% das nações da Terra. Ou seja, tudo o que o sr. Dias detesta.

Conforme se afere do seu brilhante currículo, o sr. Dias prefere a companhia dos que tomam o poder à força para iluminar, igualmente à força, as massas brutas. Lenine, Estaline, Pol Pot e Kim Il Sung são nomes que surgem de repente. Por azar, nos tempos que correm, tornou-se um bocadinho complicado elogiar tais vultos em público, sob pena de descrédito. As travessuras de Estaline, Mao ou até Fidel foram já demasiado divulgadas para que os seus fiéis pratiquem o respectivo culto com total à-vontade. Sobra-lhes o "Che".

O "Che" apenas se distingue das figuras acima pela eventual rejeição da "institucionalidade" pós-revolucionária. Fidel, por exemplo, contentou-se com o poder e vem exercendo a repressão necessária à manutenção do poder. É plausível que Guevara, um perfeito psicopata, aborrecesse racionalismos do género e qualquer ordem que dificultasse o seu único desígnio: matar. Apesar disso, ou se calhar por isso, o carniceiro das t-shirts beneficia há décadas de uma imprensa compreensiva, que relativiza os seus inúmeros crimes e legitima a adoração em seu redor. Para a esquerda autêntica, incluindo para os comunistas "ortodoxos" que em 1967 divergiam do "Che" por razões "estratégicas", essa adoração constitui a catarse e o alívio que lhes resta. Hoje, é através do louvor do "Che" que manifestam sem risco a sua repulsa pelas sociedades abertas, normalmente dissimulada numa tolerância fingida e cansativa.

Claro que, a julgar pela verborreia alusiva às comemorações (no meu caso literais) da morte do sujeito, as referências ao sorriso do "Che", ao olhar do "Che", ao romantismo do "Che", à juventude do "Che" e à ternura do "Che" também insinuam uma atracção sexual mal resolvida, mas em sonhos eróticos não me meto. Na cama, cada um escolhe as taras ou os tarados que entende.

DN, 14-10-2007
 
Cabelos de Che leiloados por cem mil dólares

CADI FERNANDES

Da mesma forma que muitas mães guardam as primeiras madeixas dos cabelos dos filhos, também Gustavo Villoldo, um antigo agente secreto cubano, a soldo da CIA, cortou e guardou, até hoje, amostras capilares de Ernesto "Che" Guevara.

Não por dedicação ou carinho, longe disso, antes para provar aos EUA que o revolucionário argentino tinha mesmo sido morto. E "Gustavo Mãos de Tesoura" estava lá para prová- -lo. A "mercadoria" macabra foi leiloada, na quinta-feira à noite, em Dallas, Texas, Estados Unidos.

Quem deu mais? O livreiro americano Bill Butler, dono da Butler & Sons Books, pagou cem mil dólares por uma mecha de cabelo, não mais do que isso, porque, confessaria aos jornalistas, é coleccionador de objectos dos anos 60 e porque "Che foi dos maiores revolucionários do século XX".

Os despojos do crime, perpetrado a 9 de Outubro de 1967, na Bolívia, incluem ainda fotografias, registos de impressões digitais (que Villoldo, aliás "Benton Mizones" recolheu antes de cortarem as mãos ao supliciado), uma "máscara da morte" (pedaço de gesso marcado pelo seu rosto) e documentos. Em La Higuera, a assistir à execução de Che por militares bolivianos, com a cumplicidade da CIA, estava outro operacional da diáspora cubana na América, Félix Rodríguez, conhecido pelo pseudónimo "Félix Ramos", que lhe ficaria com o Rolex. Ambos tinham recebido treino da secreta.

O corpo do Che seria enterrado depois em Vallegrande, sendo descoberto só em Junho de 1997. A viúva, Aleida March, de 71 anos, já exprimiu indignação perante este leilão macabro.

Ao mesmo tempo, o Arquivo Nacional de Segurança americano divulgou uma série de documentos secretos sobre aquele dia trágico, bEm como os antecedentes e os subsequentes. Esses documentos, a que o DN teve acesso, são: Briefing de Félix Rodríguez à CIA (3/6/1975), Confirmação Oficial da Morte de Che Guevara (18/10/1967), Memorandos da Casa Branca (de 23 de Junho a 14 de Outubro de 1967), Informação da CIA (9/10/1967).

Num dos documentos, o Memorando da Casa Branca, de 11 de Outubro de 1967, o agente da CIA Walt Rostow revelava ao Presidente Lyndon Johnson: "Estamos 99% seguros de que Che Guevara morreu." Dois dias antes, por sinal, como confirmaria Bogotá ao Departamento de Estado.

DN, 27-10-2007
 
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