18 novembro, 2007

 

18 de Novembro


Dia mundial em memória das vítimas da estrada



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Associação acusa Governo de solução à pressa

A distribuição de postais e colocação de mupis assinalam dia 18 as comemorações do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, disse Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M).

"Quem mata também não esquece" é a legenda dos mupis e dos postais que vão ser distribuídos e afixados nos concelhos de Lisboa, Montijo, Évora e Vila Real, embora as comemorações oficiais do Dia da Memória decorram no Montijo, acrescentou. "Chamar a atenção para a sinistralidade rodoviária, que mais do que um autêntico cancro é uma tragédia, e cujos números não têm vindo a diminuir ao contrário do que as entidades oficiais querem fazer crer" é, segundo Manuel João Ramos, o objectivo das comemorações.

"Até ao acidente da A23 este Governo não fez rigorosamente nada para inverter os números da sinistralidade rodoviária", disse Manuel João Ramos, sublinhando que "à última hora, o Ministério da Administração Interna (MAI) deu ordens a todos os governos civis para assinalarem a efeméride". Esta norma do MAI é, contudo, do desconhecimento da Estrada Viva - Liga contra oTrauma, que congrega um conjunto de organizações que promovem a segurança rodoviária, sublinhou o elemento da ACA-M.

Manuel João Ramos criticou ainda o Ministério da Administração Interna por continuar a ter na sua dependência a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, alegando que esta devia depender do Conselho de Ministros. Porque, frisou, envolve vários ministérios como o dos Transportes e Comunicações, Educação, Saúde, Administração Interna, Trabalho e Solidariedade Social e o da Justiça. "A sinistralidade rodoviária mais do que um cancro é uma tragédia" e um fenómeno transversal, alegou.

DN, 12-11-2007
 
Combater acidentes rodoviários com rosas e estrelas

ROBERTO DORES

Com rosas e estrelas lá vai apelando à paz nas estradas do distrito de Setúbal. A tarefa é árdua, mas Eurídice Pereira tinha de começar por algum lado. Optou pela sedução junto dos automobilistas, mesmo daqueles que acabam de ser multados. E no duro. Por excesso de velocidade, álcool a mais ou falta de habilitação legal. Para todos eles houve uma rosa branca ou uma estrela de Natal. Para quê? Para que não se esqueçam desse dia...

Mas porquê rosas brancas e estrelas de Natal distribuídas no espaço de apenas 15 dias em vários pontos negros do distrito? O DN ouviu a governadora civil de Setúbal: "O modo que eu arranjei para me aproximar das pessoas teve de ser afectivo. A rosa branca e a estrela transmitem paz e possibilitaram--me ganhar espaço para transmitir a minha mensagem. É urgente, os números de mortos são dramáticos. Já vamos em 79."

Eurídice Pereira fez questão de "picar" alguns automobilistas - mesmo um florista que acabara de pagar uma coima de 300 euros. Conduzia a 112 quilómetros/hora numa zona de Setúbal. O limite só autoriza 50. Como se compreende, este condutor não estava muito bem-humorado. Mesmo assim, a governadora chegou-se à frente, de rosa branca em punho e sorriso aberto. Falando, claro, de segurança. Ou da falta dela.

"Pretendo apelar a que aquilo não venha a repetir-se. É um dia que as pessoas não esquecerão." A abordagem tem resultado, mesmo a entrada num autocarro, repleto de passageiros, em plena ponte Vasco da Gama. Eurídice ergueu a voz e falou para todos. No final, pediu para não se esquecerem do cinto de segurança. "Vi todas as pessoas a colocarem-no. Não porque alguém lhes estava a puxar as orelhas, mas porque perceberam a mensagem. É aí que queremos chegar."

A causa de que a governadora civil fala passa por ajudar o distrito de Setúbal a descer os degraus da sinistralidade rodoviária: "Estamos em quinto lugar, mas queremos ser os últimos. Há muito trabalho, eu sei, mas pelo sonho é que vamos, como dizia Sebastião da Gama."

Foi assim que se dirigiu a um indivíduo que acabava de ser detido por conduzir sem carta. "Não lhe toquei no assunto da habilitação legal, apenas lhe falei de segurança rodoviária e o indivíduo ficou envergonhado. Acho que se eu for agressiva, as pessoas também o serão comigo. O resto é civismo e esse nós aprendemos todos os dias", alerta, deixando implícito um recado lá para casa. Sobretudo para os pais.

"Uma criança bem acondicionada na sua cadeirinha e um cinto bem colocado são bons exemplos. Mas há mais ideias. Por que é que os pais não brincam com os miúdos a fingir que estão a conduzir? Por que não lhes ensinam os sinais de trânsito? Estariam a dar-lhes matéria- -prima para serem bons automobilistas e, já agora, bons peões", conclui a governadora civil.

DN, 17-11-2007
 
Renovação da carta obrigatória aos 50 anos

Os condutores de automóveis ligeiros que completem 50 ou 60 anos a partir de 2008 têm de renovar a carta independentemente da data de validade do documento, segundo novas regras em vigor a partir de Janeiro.

Os limites de idade para a renovação das cartas foram alterados em 2005, tendo sido introduzidos, no caso dos condutores de veículos ligeiros e motociclos, dois novos escalões etários: 50 e 60 anos. Na prática, para estes condutores, a primeira renovação, que actualmente se faz aos 65 anos, passa a fazer-se 15 anos mais cedo, tendo sido ainda introduzida a obrigatoriedade de uma segunda renovação 10 anos depois.

Mantém-se também a obrigação de revalidar a carta aos 65 e aos 70 anos e, posteriormente, de dois em dois anos. No caso dos veículos pesados de mercadorias, a revalidação da carta faz-se a partir aos 40 anos, de cinco em cinco anos até aos 65 e posteriormente de dois em dois anos.

Os condutores dos veículos pesados de passageiros devem renovar o título também aos 40 anos e de cinco em cinco anos até aos 60, não havendo renovações a partir dessa idade. A partir de Janeiro, os condutores devem ignorar a data de validade que consta na respectiva carta de condução e passar a guiar-se pelos novos escalões etários definidos.

Apesar de contempladas na legislação há cerca de dois anos, as novas regras são, segundo Carlos Costa, do serviço de documentação do Automóvel Clube de Portugal (ACP), desconhecidas da generalidade dos condutores. Os pedidos de renovação da carta, acompanhados de atestado médico, devem ser apresentados nos seis meses anteriores à data em que são atingidas as idades limite.

Para informar os condutores, a partir do segundo trimestre de 2008 o Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT) - que herdou da antiga Direcção-Geral de Viação responsabilidades nesta área - vai enviar cartas aos condutores, alertando-os para o novo prazo limite para a revalidação.

O IMTT esclarece, no entanto, que caso os condutores deixem passar o prazo de renovação da carta têm até dois anos para o fazer, sem necessidade de provas de exame. "Passado esse prazo, têm a possibilidade de se autopropor e efectuar uma prova de aptidão e de comportamento (prova prática), o que é condição necessária para a revalidação da carta de condução", adianta o IMTT, desmentindo informação que circula on-line e que diz que os condutores têm de fazer novo exame de Código se deixarem passar dois anos sobre a data de renovação. Os novos prazos visam um controlo mais rigoroso das aptidões físicas e psíquicas dos condutores.

DN, 17-11-2007
 
Operação Memória faz sete detidos e 22 mil euros em multas

ANA MAFALDA INÁCIO

Sete detenções e mais de 22 mil euros em multas. Este o balanço da Operação Stop Memória levada a cabo pela Divisão de Trânsito (DT) do Comando da PSP de Lisboa, na sexta-feira à noite. O objectivo era reforçar a fiscalização no que toca à condução sob o efeito do álcool e ao uso dos cintos de segurança, bem como a outros comportamentos que possam pôr em perigo a circulação rodoviária, já que hoje se assinala o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, explicou ao DN o oficial de dia da DT.

No entanto, o maior número de infracções detectadas foi mesmo por excesso de álcool, 18 muito graves e 29 graves, o que correspondeu às sete detenções, seis homens e uma mulher, e a mais de 16 mil euros em multas. Durante mais de três horas, foram testados ao álcool 506 condu- tores, destes 103 eram mulheres, das quais nove registavam taxas acima dos 0,5 g/l no sangue. Um dos detidos não só tinha uma taxa de alcoolemia elevada como conduzia sem carta uma viatura que não tinha também seguro nem inspecção. Os restantes seis mil euros do total de infracçõesreportavam-se a situações de falta de documentação, inspecções, seguro, coletes, cintos de segurança e alteração de características de viaturas.

Nas ruas da capital estiveram mais de 50 agentes de várias esquadras da DT, 14 viaturas e 12 motas, que controlaram o trânsito em cinco locais estratégicos, junto a zonas de animação nocturna, como Bairro Alto, Cais do Sodré e Restauradores.

Esta não foi a única operação na cidade nem no País. O Dia em Memória das Vítimas da Estrada também foi assinalado pela polícia em Aveiro, onde 70 agentes fiscalizaram 700 viaturas, o que resultou em cinco detenções e 106 autos de contra-ordenação por infracções rodoviárias, 12 das quais por condução sob a influência do álcool. A operação, que incidiu nas zonas de Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Ovar, foi desencadeada a pedido do gabinete coordenador de segurança distrital do Governo Civil. "Serviu para demonstrar às pessoas o cuidado que devem ter com a condução e que por vezes tendem a descurar", alertou o comissário Loureiro, do comando da PSP.
com JÚLIO ALMEIDA, Aveiro

DN, 18-11-2007
 
MAI associa-se ao Dia da Memória

2007/11/15 | 15:45

Dia Mundial lembra as 756 mortes nas estradas portuguesas, este ano

O Ministério da Administração Interna associa-se às comemorações do Dia Mundial em Memória das Vítimas das Estradas e vai promover, domingo, acções nos 18 distritos do país, através dos Governos Civis, anunciou hoje o MAI.

O Dia da Memória alerta para a sinistralidade rodoviária, que este ano já fez, até 11 de Novembro, 756 vítimas mortais, mais 46 do que em igual período de 2006, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ASNR), escreve a Lusa.

Durante o mesmo período, registaram-se 2.690 feridos graves (menos 339 do que em período homólogo de 2006) e 36.544 feridos ligeiros (mais 1.232).

Segundo dados da ANSR, entre 2002 e 2006 morreram nas estradas portuguesas 5.904 pessoas. Este número de mortos não inclui os muitos feridos graves que depois acabam por morrer nos hospitais.

No âmbito das comemorações, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, vai inaugurar a Escola de Trânsito de Lagoa e o secretário de Estado da Protecção Civil, Ascenso Simões, participa na homenagem nacional às vítimas da estrada em Santarém.

Distribuição de medidores de alcoolémia junto de locais de diversão nocturna, um programa de sensibilização em transportes públicos, ateliers com escolas do ensino básico, distribuição de material alusivo à segurança rodoviária, visitas aos locais onde ocorreram acidentes e acções de sensibilização dirigidas aos automobilistas são algumas das actividades que assinalam a data, segundo o Ministério da Administração Interna (MAI).

Em Castelo Branco será celebrada uma missa e realizado um concerto na Sé Catedral em homenagem às vítimas do recente acidente na A23 perto de Castelo Branco (envolvendo um autocarro e um veículo ligeiro) e serão lançados balões pretos com os nomes das 16 vítimas mortais e balões brancos com frases de crianças.

A data também será assinalada pela Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, que irá distribuir postais e colocar «mupis», com a legenda «Quem mata também não esquece», nos concelhos de Lisboa, Montijo, Évora e Vila Real, embora as comemorações oficiais do Dia decorram no Montijo, adiantou o presidente da organização, Manuel João Ramos.

«A sinistralidade rodoviária, mais do que um cancro, é uma tragédia», disse o presidente da ACA-M, sublinhando que «enquanto os Governos não entenderem a sinistralidade como um fenómeno transversal a vários sectores da sociedade nunca atacarão o problema de frente».

A ACA-M congratula-se por o Governo se associar às comemorações do Dia da Memória, mas lembra que esta data deve ser entendida «como um momento de evocação da dor e sofrimento pessoal e colectivo e não tanto como um pretexto para promover propaganda governamental, por mais bem intencionada que ela seja».

PD
 
2007 bate recorde de mortes em acidentes na estrada

Céu Neves

Custódia Silva, 50 anos, não prega olho na noite de domingo e madrugada de segunda. O marido e o filho estão em viagem para Espanha, onde trabalham na construção civil. Agora estão em Málaga e a viagem é de 15 em 15 dias. Nem sempre telefonam quando chegam. E nem sempre consegue ligação quando lhes telefona. "São muitas horas. Só o meu filho e outro é que conduzem. Tenho medo de que tenham um acidente", diz. Não é só um pressentimento. A realidade mostra que morrem muitos portugueses nas estradas espanholas e que o número de mortes aumentou em 2007.

Uma carrinha despistou-se a semana passada em Alcañides, Zamora, quando viajava para Portugal. Os nove portugueses a bordo ficaram feridos, quatro dos quais com gravidade. Em Janeiro, quatro portugueses morreram num acidente em Vallodolid quando regressavam a casa.

"Fazem jornadas de 14 horas e regressam semanalmente a Portugal, sem descansarem o suficiente. As estatísticas indicam que a maior parte dos acidentes in-intinere [deslocação de casa para o trabalho e vice-versa] de portugueses ocorrem às segundas de madrugada e durante a noite de sexta-feira", diz Dámaris Sanz, da Comissão de Obreros de Andaluzia.

Estão cansados, muitos são inexperientes na condução e circulam a alta velocidade. O DN tentou acompanhar uma carrinha e desistiu quando atingiu os ponteiros do conta-quilómetros atingiram os 150 Km/hora.

Os sindicatos negociaram com as empresas para que os operários portugueses fizessem mais uma hora durante a semana para só trabalhar na manhã de sexta-feira. A regra está longe de ser alargada a todo o sector, onde circulam angariadores que alimentam a economia paralela. E é difícil interromper a tarefa quando se trabalha à hora, ao metro (assentar tijolo, rebocar paredes), ao quilómetro (colocar alcatrão) ou ao quilo (quantidade de ferro para fazer uma viga).

Ocorrem, também, muitos acidentes laborais. Dos que envolvem portugueses só se sabe quando há vítimas mortais. O mais grave ocorreu há dois anos, quando morreram seis operários na construção da plataforma de um viaduto da via rápida do Mediterrâneo, em Granada. Cinco eram portugueses.

DN, 23-2-2008
 
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