23 novembro, 2007

 

23 de Novembro


Dia da Floresta Autóctone


"O Dia da Floresta Autóctone foi estabelecido para promover a divulgação da importância da conservação das florestas naturais, apresentando-se simultaneamente como um dia mais adaptado às condições climatéricas de Portugal e Espanha para se proceder à sementeira ou plantação de árvores, alternativo ao Dia Mundial da Floresta, 21 de Março, que foi criado inicialmente para os países do Norte da Europa. A plantação de árvores na Primavera em Portugal apresenta frequentemente um baixo sucesso associado ao aumento das temperaturas e redução das chuvas que se faz sentir com a proximidade do Verão.Cerca de 38% do território continental português é constituído por área florestal, representando uma mais valia efectiva na conservação da Natureza e da biodiversidade, na produção de oxigénio, na fixação de gases com efeito de estufa (dióxido de carbono), protecção do solo e manutenção do regime hídrico.A participação e colaboração de todos é fundamental para que a nossa floresta autóctone esteja cada vez mais protegida. E todos poderemos contribuir para a preservação e expansão das nossas espécies indígenas, bastará que cada um de nós recolha algumas sementes, faça-as germinar e plante num terreno das imediações para que a floresta portuguesa retome cada vez mais o lugar que já ocupou no passado e constitua um espaço de salvaguarda da nossa biodiversidade.No dia da Floresta Autóctone faça a diferença e se tem um terreno aproveite este fim-de-semana e plante uma árvore, mas de uma espécie autóctone, bem adaptada às condições climáticas e de solo.Onde Plantar?Se o local sofre alagamentos, por exemplo, a espécie a escolher deverá estar bem adaptada a estas condições, como é o caso do Vimieiro-branco (Salix alba).Deve-se considerar se no local em questão não será preferível dar as condições para a regeneração natural, sem grandes intervenções humanas, pois dependendo da situação a natureza encarrega-se de regenerar a área e definir quais as espécies mais adequadas para a ocupar.Que espécies escolher?Autóctones vs ExóticasNão plante no dia da árvore, ou em qualquer outro dia, acácias (Acacia spp.), ailantos(Ailanthus altissima), falsas acácias (Robinia pseudoacácia), Hakea sericea, Pitosporum undulatum (ver decreto-lei n.º 565/99, de 21 de Dezembro, Anexo I – espécies introduzidas em Portugal Continental e Invasoras). Estas espécies são reconhecidas como espécies exóticas de elevado potencial invasor, substituindo rapidamente as espécies nativas ou, como no caso do eucalipto, alterando o regime hídrico do solo.Opte antes por um carvalho alvarinho (Quercus robur), um sobreiro (Quercus suber), ou um azevinho (Ilex aquifolium), ou ainda um medronheiro (Arbutus unedo), e, porque não, um azereiro (Prunus lusitanica), ou tantas outras espécies autóctones, escolhendo sempre a mais bem adaptada às condições de solo e clima do local onde pensa plantar.Na altura de plantar uma árvore deverá ter alguns cuidados ¸ • Optar por uma espécie autóctone, ou seja, da região ou pelo menos do país, pois a invasão biológica por espécies exóticas é a segunda maior causa de perda de biodiversidade em todo o mundo.• Verificar se o local onde se está a plantar não irá interferir com linhas eléctricas ou de telefone, nem com as instalações de águas e esgotos.• Não plantar muito próximo de casas ou muros, para que não tenha problemas de humidade (por vezes basta optar por espécies de folha caduca, dependendo da exposição solar), nem das raízes interferirem com as estruturas já construídas.Esperamos que todos saibam reconhecer o valor das florestas naturais de Portugal para que as futuras gerações ainda as possam conhecer e usufruir delas."

Boletim da Quercus - ANCN n.° 84 de 23-11-2007


Portaria n.º 118-A/2009. D.R. n.º 20, Suplemento, Série I de 2009-01-29

Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas

Aprova o Regulamento de Enquadramento e Apoio às Organizações de Produtores Florestais

Comments:
NOVAS REGRAS PARA CLASSIFICAR ÁRVORES

MARINA ALMEIDA

Nem só de monumentos de pedra e cal se faz o património do País. As árvores são seres vivos extraordinários e há centenas de exemplares classificados de interesse público em todo o País. O DN fez o ponto da situação e foi conhecer as histórias de algumas delas
Interesse público para as que fizeram parte da História

A Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) está a preparar novas regras para a classificação das árvores de interesse público, que passam por classificar todas as árvores centenárias, todas as "que pela sua forma ou estrutura criem admiração a quem as contempla" e "todas aquelas árvores em que se faça prova documental que estão associadas a factos históricos relevantes".

Os critérios de classificação aplicados actualmente foram definidos em 1938 (Decreto-Lei n.º 28468, de 15 de Fevereiro) e privilegiam o porte - dimensões do tronco, da copa e da altura da árvore -, a idade e a raridade dos exemplares.

Em Portugal estão classificadas 377 árvores isoladas e 68 arvoredos. Estão por todo o País. No centro das cidades, das aldeias, em jardins públicos ou em terrenos particulares. Apesar do porte de muitas árvores classificadas de interesse público - há quem lhes chame árvore monumento ou monumento vivo -, passam despercebidas aos olhos de muitos, até porque a maioria não está identificada.

Mas há casos em que estes seres majestosos quase conseguem fazer parar o trânsito. É o caso do centenário plátano de Portalegre - a mais antiga árvore classificada de interesse público portuguesa, registada a 28 de Agosto de 1938. Há cerca de um mês foi alvo de trabalhos de manutenção, feitos pelos serviços de arboricultura da Fundação Serralves, para recolocar os 18 suportes de borracha que suportam os enormes ramos. Há 170 anos plantado no Rossio de Portalegre, este plátano não pára de crescer e "ameaça" invadir as faixas de rodagem daquela praça muito movimentada. A vereadora do Ambiente da Câmara de Portalegre, Ana Manteiga, garantia na altura que "a autarquia está atenta" ao crescimento da árvore e manifestou uma "forte preocupação" em limitar o crescimento dos troncos da árvore para as faixas de rodagem. "É preciso excluir situações de um veículo pesado bater numa pernada e levar metade da árvore e, de dessa forma, causar a morte a alguém", disse.

DN, 6-7-2008
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?