25 novembro, 2007

 

24 de Novembro


Dia Nacional da Cultura Científica


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Festival Europeu de Ciência e Dia Nacional da Cultura Científica

Construir um holograma, entrar num vulcão... cientistas mostraram que a ciência é de todos

25.11.2007 - 16h31 Romana Borja-Santos

Entrar num vulcão, construir um holograma, assistir a peças de teatro onde o riso é provocado por experiências químicas, ser detective num local de crime, levar para casa uma pulseira com códigos genéticos e, entre outras coisas, conhecer o clima espacial a partir de um autocarro.

Comunicar ciência, torná-la próxima das pessoas, levá-la às escolas, mostrar como se aplica e deixar cada um experimentá-la individualmente foram os principais objectivos do projecto Wonders (Welcome to Observations, News & Demonstrations of European Research and Science) que juntou mais de 35 instituições de 25 países em Lisboa, no Dia Nacional da Cultura Científica.

Ao longo de todo o ano os trabalhos expostos este fim-de-semana circularam pelos diferentes países participantes, numa iniciativa a que se chamou “Carrossel da Ciência”, um verdadeiro intercâmbio do saber. Agora, pela primeira vez, juntaram-se todos os projectos numa mostra única.

Portugal, um país tecnológico

Peter Rebernik, secretário-geral da Euscea (European Science Events Association), coordenadora do Wonders, explicou ao PÚBLICO que o projecto é muito importante pois “mostra como se faz” e “liga mais a ciência ao público”.

O investigador disse, também, que Portugal é um dos países mais desenvolvidos nestas matérias, o que em muito se deve à Ciência Viva (Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica), membro do projecto e uma das poucas organizações europeias que junta vários ramos da ciência e tecnologia, o que “não acontece noutros países onde as universidades trabalham de forma demasiado isolada”, sublinhou.

Esta ideia é corroborada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, que defendeu que “se deve batalhar por uma cultura de proximidade”, já que “a ciência não se pode mostrar como se fosse um papel” e deve ser adaptada às diferentes idades. O ministro exemplificou: “Enquanto até aos 15 anos muitas vezes chega mostrar como se faz e é necessária uma maior expressividade corporal, depois destas idades é importante debater as questões, o porquê das coisas”.

Quanto ao futuro do país, Mariano Gago não tem dúvidas que passa por estas áreas, mas observou: “Não podemos pensar em termos de potencialidades, mas sim agarrar as oportunidades que surgem”.

Às quase três mil pessoas que ontem estiveram presentes no evento foi dada a oportunidade de contactar com cientistas de diferentes países e de perceber que são pessoas normais unidas por uma mesma paixão que é alimentada por um espírito curioso.

O projecto português

Portugal esteve representado por uma equipa do Departamento de Física da Universidade de Aveiro, que desenvolveu vários ateliers onde as pessoas puderam “construir os seus próprios hologramas e experimentar esta área da óptica com materiais simples de arranjar e que não custam mais do que 50 cêntimos”, como explicou ao PUBLICO.PT Pedro Pombo, investigador na universidade.

A Universidade do Porto também marcou presença no encontro com o Laboratório de Tecnologia Subaquática do Instituto de Sistemas e Robótica, que mostrou uma vasta gama veículos submarinos, importante nomeadamente na inspecção de barragens e pontes.

Uma das actividades que surpreendeu os mais novos vem de Madrid e os resultados são da responsabilidade de alunos de uma escola secundária. “O objectivo é reciclar material tecnológico”, informou Francisco Gallego, coordenador do projecto, e com “material obsoleto criar aparelhos mecânicos”. Ratos de computador, peças de impressoras, discos e telemóveis são apenas algumas das bases utilizadas, que podem dar origem a um comando de televisão, a um elevador ou a um modelo alternativo de carro telecomandado.

No entanto, muitas outras actividades como a associação da física ao tango, a utilização da matemática para cobrir superfícies, encontrar o parceiro através do olfacto ou descodificar os sons dos sapos, e perceber que estes também mudam a sua “língua” de acordo com o país, fizeram com que miúdos e graúdos passassem um dia no mínimo diferente, um dia em que os laboratórios abriram as suas portas para revelar muitos segredos.

A tarde terminou com uma entrega de prémios às actividades mais originais e apreciadas. O júri, constituído por alguns dos melhores investigadores internacionais, entregou o prémio “Engagement & Ciência Viva” à Estónia, pelo seu trabalho sobre a gravidade que prende os humanos à terra. O galardão “Science communication for the newest science” distinguiu os investigadores portugueses da Universidade de Aveiro, pelas imagens a 3D feitas com hologramas. O prémio para a “Most innovative ideas for science communication” ficou para a Noruega, pelo original código de ADN criado com gomas. O público pôde também, ao longo do dia de ontem, votar as actividades que mais gostou. A actividade italiana que permitia descobrir a ciência nas histórias de super-heróis foi a mais elogiada.

O dia de ontem deixou especialmente orgulhosa a equipa portuguesa organizadora do evento, dado que comemorava também o Dia Nacional da Cultura Cientifica, instituído como homenagem a Rómulo de Carvalho, cientista, professor, pedagogo e poeta português, cujo trabalho se aproveitou para divulgar.

Público
 
comentários 6 a 8 de um total de 8

27.11.2007 - 09h38 - Naseificado, Chaves, Portugal
Quem faz comentários destes simplesmente não pode, ou seja de certeza que não sabe do que está a falar! Utilizar um evento desta nobreza, que é a divulgação cientifica, a ciência para todos, para criticar o governo já parece mais criticar por criticar do que outra coisa. Só quem não esteve lá é que não pode comprovar a beleza do evento, sim...porque quem escreve assim nem sequer se dá ao trabalho de ir ver com os próprios olhos com medo de se calhar ter gostado e depois não ter coragem de criticar! Cumprimentos Ass: Um interessado e independente

25.11.2007 - 21h04 - brotero, Lisboa
Era bom que não fizessemos apenas de "faz de conta em ciência" e que as verbas que vão para as universidades americanas fossem para as universidades públicas portuguesas. Já agora talvez o povo português gostasse de saber quanto é que o ministério do ministro Gago paga pela utilização do edifício do Ciência Viva na EXPO. Talvez não achasse tão divertido fazer ciência para europeu ver....

25.11.2007 - 18h04 - Fernão Mendes Pinto, Pragal-Almada
holograma de Portugal, ou seja pura ficção, seria podermos andar à noite em total segurança, assim como conduzir nas estradas sem chico-espertos a transpirar falta de civismo por todos os poros. Seria ver os corruptos, da política e desporto, encarcerados para sempre em prisões de alta segurança . E o mesmo com os pedófilos a serem castrados


comentários 1 a 5 de um total de 8
02.12.2007 - 20h06 - Naseificado, Chaves, Portugal
Será que dar a conhecer nova ciência a uma população tão carente de conhecimento é show off? Além disso não sei se os participantes (25 países com apenas uma equipa portuguesa) estariam a pensar nesse tipo de coisas quando falaram com as crianças, adolescentes e idosos que foram lá para conhecer algo novo. O entusiasmo que os participantes punham na exposição, era por gosto naquilo que faziam. Tenho a certeza que lá ninguém estava a pensar em números. Quem olha para algo e só vê números, ou é político puro, ou tem aquele espírito crítico que faz este país seja um dos mais burocráticos e empatas da Europa. Quando vêm alguma coisa bem feita ficam com inveja mesmo não sabendo pormenores, nem tendo conhecimento de causa dos factos. O artigo deste jornal era apenas para dar a conhecer um acontecimento que tem de tudo menos intenções políticas, mas alguem tinha de as dar. Não é senhor Brotero. É o pais que temos...

28.11.2007 - 10h24 - Brotero, Lisboa
Caro João, se a ciência não pode servir fins políticos, também a política não se pode servir da ciência. Infelizmente é o que tem estado a suceder no nossso torrãozinho de açúcar. Em relação à verba paga pelo ministério do ministro Mariano Gago pelo edíficio da EXPO, é de facto a que o nosso colega do forum refere (2,5 milhões de euros anuais), o que ronda os 210 mil euros mensais. De facto, isto dá para muita pipeta e outro material para os alunos usarem, mas provavelmente não dá para show-offs mediáticos.

27.11.2007 - 23h44 - Anónimo, Lisboa
Dois milhões e quinhentos mil euros por ano, durante 17 anos, se a memória não me falha. É quanto custou, custa e custará o Pavilhão do Conhecimento, um edifício tão mau para museu que nem dá para acreditar...

27.11.2007 - 23h16 - Anónimo, Lisboa
Caro Brotero, eu quero saber quanto é que paga o Marino Gago pelo edifício Ciência Viva na Expo. Pois quero confrontar essa verba com os miseros 200 euros que eu recebo anualmente para pipetas, buretas e o restante material de vidro do laboratório.

27.11.2007 - 22h18 - Joao, Braga
Não misturem ciência com politica... A ciência não pode servir fins politicos!

Público
 
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