11 novembro, 2007

 

Campanha objectivos de desenvolvimento do milénio


Para acabar de vez com a pobreza?

Veja o estado actual desta e das outras acções:

http://www.mdgmonitor.org/

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=265519&idselect=9&idCanal=9&p=200

Comments:
ONU, Google e Cisco
acompanham pobreza on-line

As Nações Unidas juntaram-se às empresas tecnológicas
Google e Cisco para criar um site onde se pode acompanhar
a evolução da campanha Objectivos de Desenvolvimento
do Milénio. Deste programa constam oito medidas, com o
objectivo de reduzir a pobreza extrema até 2015.
O site pode ser consultado desde esta manhã em
www.mdgmonitor.org e foi apresentado à imprensa pelo próprio
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pelos representantes
das duas empresas e pelo responsável do programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
No portal pode encontrar informação actualizada da ONU
sobre os 130 países em desenvolvimento e que são os principais
beneficiados da campanha.
Através do serviço Google Earth, os utilizadores podem
“visitar” esses países, com recurso a imagens tridimensionais,
conhecendo os progressos em cada um dos oito pontos
dos Objectivos do Milénio.
A ideia passa por levar a sociedade civil a acompanhar a
situação caso a caso, pressionando os governos a aumentar as
ajudas financeiras aos países mais pobres do mundo.

RRP1, 2-11-2007
 
Anuários Regionais mostram
um país repleto de disparidades

Os Anuários Estatísticos do Instituto Nacional de Estatística
(INE), divulgados na última semana, revelam um significativo
fosso entre as regiões mais ricas e as mais pobres de
Portugal.
A riqueza no nosso país continua a concentrar-se sobretudo
em Lisboa. A capital contribuiu com cerca de 37% para o Produto
Interno Bruto de 2004, ou seja, cerca de 53 mil milhões
de euros.
Esta zona congrega dois milhões e seiscentas mil pessoas, o
que representa um quarto da população nacional, sendo a
Amadora, o concelho com maior densidade populacional.
Segue-se a região Norte, com uma quota de 25%, e o Alentejo,
que contribuiu com 19% para a riqueza do país.
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita português foi, em
2004, de 13,7 milhares de euros.
Apenas seis regiões, das 30 sub-regiões portuguesas, apresentavam
um PIB per capita superior à média nacional: a da
Grande Lisboa destaca-se com mais 66,5%, seguida da Madeira
e do Alentejo Litoral com mais 24,4% cada.
O Tâmega e Pinhal Interior Norte, no Centro do país, revelam
o pior desempenho, sendo que o Interior Norte e Centro do
Continente concentravam os valores menos significativos.
O PIB per capita da Grande Lisboa correspondia ao triplo do
valor registado no Tâmega.

Diferenças salariais

Em Portugal, o ganho médio mensal de um trabalhador por
conta de outrem era, em 2005, de 907 euros. Contudo, a
remuneração variava substancialmente com a qualificação
média. Os trabalhadores com apenas o primeiro ciclo do Ensino
Básico ficavam-se por uma média de 578 euros mensais
(apenas 64% da remuneração média global) enquanto os
licenciados conseguiam um salário médio pouco abaixo dos
dois mil euros, ou seja, mais do dobro da média global.
Mas as médias nacionais escondem enormes disparidades
regionais para todos os níveis de habilitação. Em Mondim de
Basto na sub-região do Tâmega, uma das mais pobres do
país, o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de
outrem ficava-se pouco acima dos 500 euros, ou seja, em
escassos 58% da média nacional. Nesse município, mesmo um
licenciado ganhava em média apenas 886 euros por mês, o
que significa apenas mais 91 euros do que o salário médio
nacional de um assalariado com apenas o nono ano de escolaridade.
A licenciatura em Mondim de Basto, aparentemente, não
compensa. Entre os residentes, que não chegam a nove mil,
os poucos que são licenciados chegam a ganhar menos em
média do que os bacharéis.
Em Sines, verifica-se cenário idêntico, embora aí quer uns
quer outros ganham bastante acima da média nacional, com
os trabalhadores bacharelados a atingirem em média um
salário superior em 73% à média para trabalhadores com as
mesmas habilitações, enquanto o salário dos licenciados se
fica 16% acima da respectiva média nacional. Algumas indústrias
fixadas na região podem explicar estas diferenças.
Quase tão mal pagos quanto os assalariados de Mondim de
Basto estão os trabalhadores de Barrancos, no Baixo Alentejo,
seja qual for a sua qualificação.

Disparidades também na esperança de vida

As disparidades regionais são também patentes na diferença
dos valores da "esperança média de vida à nascença".
Em Portugal, ela era, em 2006, de 78 anos e meio, compatível
com a presença do país entre os primeiros 30 lugares no
ranking da ONU sobre o desenvolvimento humano, onde este
índice assume grande importância como indicador indirecto do sistema de saúde.
Mas as diferenças regionais são evidentes. Na região da Grande
Lisboa, a esperança média de vida à nascença sobe para
quase 80 anos, o que significa mais um ano e quatro meses
do que a média geral. Este bom resultado é partilhado r
regiões como Entre-Douro e Vouga, onde apenas residem 286
mil pessoas.
Azar pode ser encarado o facto de nascer na Beira Interior,
onde hoje já apenas se concentram escassos 74 mil habitantes
e onde a esperança de vida à nascença se situa dez anos
abaixo da média nacional, nuns escassos 68 anos e meio.
O mesmo é verificável na Região da Serra da Estrela ou da
Cova da Beira, onde a esperança de vida à nascença também
não consegue superar os 70 anos. Estes valores dificilmente
se encontram em países com alto desenvolvimento humano
e, pelo contrário, são mesmo típicos de países como a Turquia,
Cabo Verde ou Bielorrússia, onde o desenvolvimento
humano é apenas considerado "médio".

RRP1, 21-1-2008
 
Falhas na saúde matam dez milhões no mundo

ABEL COELHO DE MORAIS

Mais de dez milhões de mulheres e crianças morrem anualmente no mundo por causas que, em geral, poderiam ser evitadas, sendo a maioria das vítimas provenientes da África subsariana.

Estes números resultam da análise a 68 países considerados prioritários no âmbito dos Objectivos do Milénio contida no relatório Contagem Decrescente para 2015: Sobrevivência das mães, recém-nascidos e crianças menores de cinco anos, ontem divulgado. O conjunto dos países mencionados no relatório é responsável, anualmente, por 97% das mortes de mães e de menores de cinco anos.

O documento começa hoje a ser discutido num encontro na Cidade do Cabo, África do Sul, promovido pela União Inter-Parlamentar, que agrupa representantes de mais de 140 parlamentos nacionais, e que contará com a participação de especialistas nas áreas abordadas em Contagem Decrescente para 2015.

Registando um crescimento nas contribuições dos países dadores e também um maior envolvimento de ONG a operarem nas áreas contempladas no relatório, este constata que, apesar disso, não se verificou uma melhoria geral reflectindo o incremento da ajuda internacional.

Segundo o documento - que terá novo ponto da situação em 2010 ou 2011 - apenas 16 daqueles países registaram avanço significativo em 2006 na redução da mortalidade de menores de cinco anos em dois terços até 2015.

Destes países, o Peru foi o que registou melhor resultado, passando de 78 mortos em mil, em 1990, para 25 em mil, em 2006. Em comparação, a taxa de mortalidade infantil em Portugal, no mesmo ano, foi de 3,3 em mil.

Por outro lado, 12 países registaram um agravamento do mesmo indicador, com aumento da mortalidade infantil desde 1990.

No segundo Objectivo do Milénio analisado no relatório - a mortalidade materna, isto é, a morte de uma grávida resultante de causa directa ou indirecta da gravidez -, a China apresenta melhoria significativa, com a Serra Leoa e o Afeganistão a exibirem valores extremamente elevados. Nesta área, registe-se que Angola e Guiné-Bissau surgem também com valores elevados. A maioria dos países com piores resultados passaram ou estão a passar por situações de guerra aberta ou grave crise política com paralisia ou inexistência funcional das instituições básicas do Estado e do Governo.

Constatando a falha na concretização dos quarto e quinto Objectivos do Milénio, o relatório contém uma nota optimista, sugerindo que o melhor e mais completo conhecimento das realidades nacionais, irá contribuir para a definição de estratégias mais adequadas, quer da parte dos Governos de cada país quer das entidades internacionais.

DN, 17-4-2008
 
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