18 dezembro, 2007

 

18 de Dezembro


Dia internacional dos migrantes


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Nacionalidade atribuída a seis mil com a nova lei

CÉU NEVES
JOSÉ CARLOS CARVALHO

Seis mil imigrantes obtiveram a nacionalidade portuguesa este ano, um número que é já quatro vezes superior à média dos anos anteriores. É a consequência da nova lei da nacionalidade que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro e que tem já 25 mil processos abertos até Outubro deste ano.

A informação foi avançada pelo alto-comissário para a Imigração e Diálogo Cultural, Rui Marques, ontem, na apresentação de um estudo da OCDE, "Integração dos Imigrantes no Mercado de trabalho em Portugal". E um dos problemas detectados é a dificuldade dos filhos dos imigrantes em se integrarem no sistema de ensino nacional, começando logo pela sua sub-representação na educação pré-escolar.

Rui Marques entende que a aquisição da nacionalidade portuguesa contribui para uma maior integração da 2ª geração, já que a nova lei tornou mais fácil a naturalização, sobretudo para quem nasce em Portugal. E muitos dos novos portugueses são menores. "A questão da nacionalidade cria condições para uma maior igualdade formal, o que não é pouca coisa. No limite máximo do ensino básico, todas as crianças que nascem em Portugal são portuguesas", disse.

Mercado laboral

Os imigrantes têm uma maior taxa de actividade que os nacionais, mas também são os mais atingidos pelo desemprego. Outro dos problemas é desadequação dos empregos às habilitações de uns (é o caso de 80% dos imigrantes da Europa de Leste) e a falta de qualificação e formação de outros (em especial, entre os caboverdianos). Além de que os estrangeiros ganham entre dez a vinte por cento menos que a média dos nacionais, "que já de si possuem salários baixos", salientaram Martine Durand, Thomas Liebig e George Lemaitre, os especialistas da OCDE responsáveis pelo estudo. Mas este é um quadro que se repete nos outros países em que fizeram o mesmo tipo de análise: Austrália, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha e Suécia.

Para alterar a situação, os técnicos recomendam a agilização e harmonização no reconhecimento das habilitações, a aposta no ensino da língua portuguesa e uma maior fiscalização para combater a imigração ilegal e a economia formal.

DN, 28-11-2007
 
Estudo revela novas realidades

Um estudo sobre o estilo de vida dos residentes
estrangeiros em Portugal revela que há muitos a regressar ao
seu país de origem e que o Algarve já não é o destino de eleição
dos que vêm.
Numa análise aos últimos 20 anos, 2007 foi o ano em que um
maior número de estrangeiros optou por deixar Portugal para
voltar a residir no seu país de origem.
O estudo, cujas conclusões são apresentadas esta terça-feira,
foi realizado pela publicação "The Portugal News".
“Este ano é o ano em que o estrangeiro deixa sobretudo o
Algarve e vai para o seu país”, revela Paul Luckman, daquela
publicação, adiantando que as razões para o regresso não
estão relacionadas com Portugal, mas com “questões pessoais”.
“Estamos a verificar uma mudança no tipo de pessoas e nas
razões por que vêm para Portugal”, diz ainda.
O mesmo estudo mostra que grande parte dos estrangeiros a
residir no nosso país adquiriu, no último ano, um carro de
luxo, “mas quando perguntamos qual o supermercado que
mais utiliza não é o que se está à espera”.

RRP1, 12-1-2008
 
Quinze ilegais morrem ao largo da costa espanhola

SUSANA SALVADOR

Pela segunda vez numa semana, uma embarcação com imigrantes clandestinos oriunda do Norte de África foi detectada pelas autoridades espanholas. A bordo seguiam 33 pessoas que estavam à deriva há sete dias, tendo contado como foram lançados ao mar os corpos dos companheiros mortos
Nove crianças com idades entre os 12 meses e os quatro anos encontram-se entre as vítimas de mais uma tragédia ao largo das costas espanholas. A lancha que os pais pensavam ir tornar realidade o sonho do eldorado, acabou por tornar-se num pesadelo, à medida que os menores e outros cinco imigrantes ilegais africanos iam morrendo e os seus corpos eram lançados ao Mediterrâneo. Quando as autoridades espanholas detectaram a embarcação, havia ainda uma mulher morta no meio dos clandestinos, que estariam à deriva há sete dias, sem água nem comida.

"Onde está o meu filho?", gritava uma das mães que sobreviveu à travessia desde o norte de África e que ontem de madrugada foi levada para Almeria, Andaluzia'. A maioria dos 33 sobreviventes nem conseguia aguentar-se nas pernas, nem articular uma palavra, e muitas das mulheres não se lembravam do que tinha acontecido, em choque, tendo até esquecido o facto de que tinham sido mães, segundo os relatos feitos pelos media espanhóis.

"Vinham muito mal. Algumas começaram a dar-se conta de que os seus bebés não estavam com elas", relatou o coordenador da Cruz Vermelha de Almería, Fran Vicente, segundo o El Mundo ainda a tremer com toda a situação.

Entre os sobreviventes há 13 mulheres - três estavam grávidas, mas uma acabaria por sofrer um aborto - e apenas um bebé, com menos de um ano de idade. O menino está internado no hospital de Torrecárdenas em estado muito grave, pois apresentava, à chegada, graves queimaduras de pele, febre elevada e problemas de respiração. Outras três pessoas estão entre a vida e a morte.

Os clandestinos, oriundos da Nigéria, Gâmbia, Quénia, Camarões e Senegal, estão a receber apoio psicológico. A embarcação em que seguiam, com pouco mais de seis metros de comprimento, terá partido de Alhucemas, em Marrocos, há cinco ou sete dias (consoante as fontes).

Na quarta-feira à tarde, as autoridades espanholas receberam um alerta de que a patera (como são conhecidos estes barcos em Espanha) se encontrava "em situação difícil". Aparentemente, estavam à deriva há vários dias, após uma avaria no único motor. Mas só ao início da noite foi possível conhecer a posição exacta , graças à tripulação do veleiro Telefónica Negro, que enviou as coordenadas precisas.

Este foi o segundo drama do género em menos de uma semana. Na segunda-feira, as autoridades espanholas resgataram das águas 23 imigrantes ilegais nigerianos, que tinham partido de Marrocos no domingo. A mesma sorte não tiveram outros 14 clandestinos - nove homens, quatro mulheres e um bebé - que morreram afogados quando a forte ondulação virou a lancha em que todos seguiam, a quase 100 km de Motril, Granada.

A embarcação, de seis metros de comprimento e um motor de 25 cavalos de potência, tinha sido avistada por um barco de pescadores, que forneceu as coordenadas às autoridades. Por volta das 03.00 da manhã, a lancha de salvamento marítimo chegou ao local mas, quando se preparava para lançar o cabo e prender a embarcação com os 37 ilegais, esta virou-se.

Até ao início da tarde de terça-feira as autoridades efectuaram buscas na zona, mas acabaram por desistir, sem qualquer esperança de encontrar mais pessoas com vida. Cinco clandestinos receberam entretanto tratamento hospital, sendo que apenas uma mulher, grávida, continuava internada.

DN, 11-7-2008
 
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