04 dezembro, 2007

 

4 de Dezembro


Dia nacional da pessoa com esclerose múltipla




http://pt.wikipedia.org/wiki/Esclerose_m%C3%BAltipla

http://www.anem.org.pt/

http://www.spem.org/

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Medicamento elimina esclerose em ratos

É preciso esperar alguns anos até se ter a certeza da eficácia do medicamento

Cientistas norte-americanos produziram um novo medicamento que conseguiu eliminar a esclerose múltipla em ratos. Segundo um estudo publicado na segunda-feira na revista Anais da Academia Nacional Americana das Ciências (em português), citada pela agência France Presse, este medicamento estimula o desenvolvimento de células T - um tipo de glóbulos brancos que intervêm na defesa natural do organismo. Este é um aspecto central nas doenças auto-imunes, onde se insere a esclerose múltipla, que provocam uma reacção de defesa anormal do sistema imunitário de um indivíduo, desencadeando a destruição das suas próprias células ou tecidos.

"Sabemos que o medicamento gera linhas de células T que permitem regular as enfermidades auto-imunes e que essa mesma linha de células suprime três diferentes doenças auto-imunes nos ratos", disse o principal autor do estudo, Jack Strominger, da Universidade de Harvard. "[Este medicamento] é igualmente eficaz em muitas outras doenças auto-imunes nos ratos". É isto que leva os cientistas a acreditar que o novo medicamento poderá ter resultados positivos noutras doenças similares.

Apesar dos bons resultados e do optimismo reinante, Strominger avisa que ainda é cedo para se concluir que os doentes terão um novo medicamento. Actualmente, os médicos utilizam a Copaxone nas pessoas que sofrem de esclerose múltipla. "Não sei se este medicamento vai substituir a Copaxone, mas há certamente um tratamento de segunda ou terceira geração dentro dessa categoria", disse o cientista, citado pela agência noticiosa francesa.

Dado que a prevalência desta doença é de 45 em cada 100 mil habitantes, estima-se que, em Portugal, haja cerca de cinco mil pessoas com esclerose múltipla. A enfermidade revela-se geralmente na adolescência e juventude e afecta sobretudo mulheres. Ainda sem cura, esta doença vai afectando progressivamente o sistema nervoso central e tem sintomas muito diversos, que se manifestam por surtos, com perda de força muscular, do equilíbrio, da locomoção ou mesmo da visão, que deixam um rasto de lesões detectáveis através de ressonância magnética. -M.E.

DN, 26-3-2008
 
DAS TESES DE DOUTORAMENTO À BOA VONTADE DOS CLÍNICOS

José Grilo
médico neurologista presidente do GEEM

A investigação médica em Portugal envolve muito trabalho dos chamados grupos de estudo e o de esclerose múltipla (GEEM) não foge à regra. Compreende profissionais de saúde, interessados na divulgação das doenças da mielina, incentiva a investigação clínica e laboratorial no campo das patologias que afectam o sistema nervoso central e promove actividades educacionais e culturais relacionadas com a área.

Portugal não se afasta do resto dos países no que diz respeito à investigação. Esta é feita pelos centros com laboratórios vocacionados para tal e, muitas vezes, em conjugação com grandes núcleos internacionais, debruçando-se, sobretudo, no refinamento das terapêuticas e na vigilância das mesmas para os doentes com esclerose múltipla (EM). A nível nacional, aproveitam-se do ímpeto que trazem a este tipo de actividades os trabalhos de teses de doutoramento e da boa vontade dos clínicos que lutam entre o cumprimento das agendas nos hospitais e o gosto em estudar para melhor servir os doentes.

Mas falta fazer um grande estudo de investigação nacional a nível epidemiológico, aguardando-se novos desenvolvimentos para os próximos dois anos, ao qual o GEEM não quer estar alheio. No decorrer da primeira de duas reuniões anuais do GEEM, que decorreu recentemente em Aveiro, alertou-se para a falta deste tipo de projectos. A sessão, subordinada ao título Compreender a Esclerose Múltipla, invocou todos os mecanismos fisiopatológicos subjacentes à doença para explicar a diversidade de apresentação clínica da mesma. Houve lugar à apresentação de casos clínicos de alguns centros do País, com a preocupação de uniformizar procedimentos para o diagnóstico e tratamento da EM. Foram propostos novos estímulos à investigação científica. Como presidente do GEEM, sinto-me obrigado a deixar legado nesta matéria, através da atribuição de bolsas de estudo e no esforço para que Portugal acerte o passo com os países da Europa na prescrição de medicamentos com base em guidelines científicas. Isso significa encontrar a melhor relação benefício/custo para que se possa ter medicação adaptada a cada doente e se consiga equidade nas terapêuticas.

O tratamento deste tipo de doenças é muito dispendioso, o que obriga a grandes esforços das administrações hospitalares, pois os medicamentos são dispensados gratuitamente através dos mesmos. O doente está isento de taxas moderadoras nos cuidados de saúde e aos cônjuges são dadas facilidades de deslocação de emprego (caso do funcionário público) para assim haver uma melhor assistência no seu ambiente familiar.

Na última década deram-se passos importantes no diagnóstico e tratamento desta e de outras doenças que afectam a mielina, atrasando a evolução e adiando as incapacidades físicas e intelectual. Mas muito falta percorrer para encontrar a explicação total e tratamentos eficazes da doença chamada esclerose múltipla. Só depois pode a comunidade científica cruzar os braços.

DN, 2-8-2008
 
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