29 janeiro, 2008

 

Competitividade

Que lugar?

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Portugal é 40.º no 'ranking' da competitividade

Portugal deve apostar mais na sofisticação dos seus negócios e na inovação para melhorar a sua performance na economia global. Estas foram duas das ideias defendidas ontem pelos oradores nacionais e estrangeiros que participaram no debate organizado pelo Fórum de Administradores de Empresas, e que tinham como tema "Portugal no Mundo Global". Dois factores que terão contribuído para que Portugal tenha ficado em 40.º lugar no ranking da competitividade 2007-2008 do World Economic Forum, ou seja muito abaixo de países como a Espanha (em 29.º) ou mesma da Estónia, segundo Irene Mia, economista sénior daquela organização mundial.

Para Carlos Zorrinho, coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico, os três grandes desafios para o País são a organização, a criação de redes internas fortes, o que implica cooperação, e a inovação, o que também se traduz em maior investimento das empresas na investigação. "Não temos redes internas à altura das redes externas que críamos", afirmou aquele responsável. Assim, na sua opinião, se o país "falhar" neste mundo global é culpa sua e de mais ninguém, porque está perfeitamente integrado a nível externo e até tem um posicionamento estratégico que lhe é favorável. "O que precisamos é de dar dimensão ao que fazemos. Por isso, apelo para a mobilização e cooperação", sublinhou.

Irene Mia aponta outros aspectos a melhorar, entre eles, a estabilidade macroeconómica e a eficiência do mercado de trabalho.

DN, 29-11-2007
 
O MAIOR DOS DESEQUILÍBRIOS

António Perez Metelo
Redactor principal

Mal começa a economia a levantar um pouco a cabeça, logo vem à tona a maior debilidade, que ela carrega de forma persistente: o ser incapaz de produzir os bens e serviços suficientes para satisfazer as necessidades de consumo das famílias e de investimento das empresas em Portugal. Crescer mais significa, assim, endividar-nos mais perante o estrangeiro, que nos fornece a diferença entre exportações e importações, que não somos capazes de produzir nós próprios. Essa diferença espelha-se em valores enormes: em 2006, o défice comercial cifrou-se em 7,8% do PIB (igual a 12 100 milhões de euros), com um saldo positivo de 3300 milhões nos serviços (graças, sobretudo, ao turismo) e um saldo negativo de 15 400 nas mercadorias.

O problema de fundo desta situação é que ela não é pontual, nem se deve a um mau desempenho momentâneo explicável por uma conjuntura adversa. Ela tem, pelo contrário, vindo a acentuar-se de há uma década a esta parte, e traduz a falta de competitividade da oferta de bens nacionais em mercado global aberto. Em 1997, ao compararmos os activos de empresas e investidores nacionais lá fora com os dos estrangeiros em Portugal, já se registava um défice equivalente a 23% do PIB. O que traduzia um maior investimento directo estrangeiro. Mas, em termos de dívidas, o saldo era nulo. Passados 10 anos, os investimentos cruzados cresceram nos dois sentidos, o saldo negativo mantém-se nos 23% do PIB, mas a dívida externa cresceu de zero para 87 700 milhões de euros (56,5% do PIB de 2006).

Parar e inverter esta tendência de fundo só é possível com uma crescente capacidade de acrescentar valor por hora trabalhada, isto é, com um aumento generalizado da produtividade. Ele traduzir-se-á em aumento da produção, satisfazendo em maior grau o mercado interno e expandindo as exportações (sobretudo, de bens) a ritmo superior ao das importações. O resultado é o da redução gradual do défice comercial externo.

Mas essa evolução já não pode basear-se na produção dos bens exportáveis tradicionais, que perdem peso ano a ano, no conjunto das mercadorias produzidas para o estrangeiro. O que falta é uma transformação no tipo de produtos com maior conteúdo tecnológico e mais alto valor unitário. O que acontece a pouco e pouco: em 2001, 44,5% das exportações apresentavam uma baixa intensidade tecnológica; 13,5%, média baixa; 30,4%, média alta; e 11,5%, alto conteúdo tecnológico. Em 2007, os valores são 35,4%, 21,7%, 31,3% e 11,6%. Os têxteis mais simples perdem peso, avançam as máquinas eléctricas e os carros, mas os ganhos em alta tecnologia são ainda marginais. Terá de ser na aceleração desta tendência que as empresas abertas ao mercado global vão ter de concentrar os esforços.

DN, 30-11-2007
 
Portugal sobe no ranking

Portugal é o sétimo país com maior progresso relativom na inovação, segundo o ranking europeu EIS
(European Innovation Scoreboard), da Comissão Europeia, hoje divulgado, estando, agora, em 30º lugar.
Portugal subiu um lugar no ranking global, integrando o grupo de países em “catching up".
A edição de 2007 do estudo integrou 37 países: os 27 Estados-
membros da União, mais a Suíça, Islândia, Noruega, Croácia, Turquia, Estados Unidos, Israel, Canadá, Japão e Austrália.
Portugal era 28º há um ano, mas a entrada de três novos países para a tabela, com pontuações
superiores, o nosso país passou ao 30 º lugar. Sem estes novos concorrentes, ocuparia este ano o 27º.
"Este é mais um ranking em que Portugal, embora parta de uma posição muito baixa, melhora a sua posição relativa", destaca o coordenador do Plano Tecnológico, Carlos Zorrinho, para quem estes dado é "encorajador para Portugal",
uma vez que representa "um incentivo para o Governo continuar a investir na Ciência e Tecnologia e racionalizar o sistema de apoio público à inovação".

RRP1, 14-2-2008
 
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