04 fevereiro, 2008

 

Contra o stress laboral


Licença sabática


http://osha.europa.eu/

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=25001&op=all
http://www.destak.pt/artigos.php?art=7705

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=276496&idselect=10&idCanal=10&p=200

Comments:
Casos de stress laboral
estão a aumentar

Um relatório do Observatório Europeu dos Riscos OER) diz que o stress profissional vai ser a principal doença laboral dentro de dez anos.
A imprevisibilidade de horários e sobrecarga de tarefas lideram
a lista de pressões que já afecta 22% dos trabalhadores da UE e provoca entre 50% e 60% das faltas ao trabalho, de acordo com dados publicados em 2005.
O stress laboral é mesmo a segunda doença mais frequente relacionada com o trabalho, sendo ultrapassada apenas pelas doenças músculo-esqueléticas, diz o OER.
Entre os principais riscos psicossociais emergentes, baseado
em inquéritos realizados entre 2003e 2004, estão os contratos precários no âmbito de um mercado de trabalho instável;
as novas formas de contrato; o sentimento de insegurança no
emprego; os horários longos e a intensificação do trabalho;
as exigências emocionais; e a difícil conciliação entre a vida
profissional e a vida privada.
Entre os efeitos destaca-se o stress, a depressão, a ansiedade,
o isolamento social, a tensão e a hostilidade.
As profissões mais expostas ao stress são as ligadas à saúde,
educação, emergência e segurança, atendimento ao grande público e mercados financeiros.
Estima-se que só em 2002, o custo económico anual do stress
profissional, na UE a 15, tenha sido de 20 mil milhões de euros.

RRP, 4-2-2008
 
Os riscos do trabalho

(07-12-2007)

No seu último relatório, o Observatório de Riscos avança com as novas ameaças emergentes mais susceptíveis de afectar os trabalhadores no seu emprego.

Maribela Freitas

Agricultores, trabalhadores do sector da saúde e as pessoas ligadas a indústrias em desenvolvimento, como, por exemplo, o tratamento de resíduos, são os profissionais mais susceptíveis de serem afectados pelas novas ameaças biológicas no local de trabalho. Esta é a conclusão apresentada pelo último relatório do Observatório Europeu de Riscos (OER).

Criado em 2005, o OER está integrado na Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho (AESST) e tem por objectivo identificar riscos novos e emergentes, bem como promover acções preventivas nos respectivos sectores de actividade. No seu novo relatório identifica os riscos biológicos emergentes mais susceptíveis de afectar os trabalhadores da União Europeia (EU), especialmente as actividades já citadas. As doenças transmissíveis, como a síndrome respiratória aguda grave, a gripe das aves ou o dengue, são motivos de preocupação crescente. Apesar da legislação europeia existente, os conhecimentos são ainda escassos em muitos locais de trabalho e os riscos biológicos são avaliados e prevenidos de forma deficiente. Para o OER, a solução para o problema passa por uma abordagem global e multidisciplinar que englobe a segurança e saúde no trabalho, a saúde pública, a protecção do ambiente e a segurança alimentar.

Jukka Takala, director da AESST, explica que “os riscos biológicos são subestimados com frequência, apesar de poderem ser muito nocivos para os trabalhadores da UE em quase todos os sectores”. Há então que identificar os perigos logo que surgem, analisar as suas consequências e preparar políticas para minimizar a sua propagação.

Dados do observatório apontam para a morte em todo o mundo de 320 mil trabalhadores vítimas de doenças transmissíveis causadas por vírus, bactérias, insectos ou animais. Só a UE regista cinco mil destas vítimas. As mulheres são as mais afectadas, porque ocupam postos com maior nível de exposição. O relatório acrescenta que a maior parte desses riscos está relacionada com novos agentes patogénicos contagiosos como a síndrome respiratória aguda grave, a gripe das aves, o ébola e alguns reemergentes, tal como a cólera e a febre amarela.

“Dada a velocidade e o volume de tráfego do comércio internacional, estas substâncias podem propagar-se por todo o mundo em poucas horas e dar início a novas pandemias”, acrescenta o OER. Uma vez que muitas destas doenças se transmitem dos animais para os humanos, os trabalhadores que lidam com gado estão mais expostos.

Outros agentes patogénicos, como os da tuberculose, tornaram-se resistentes aos medicamentos conhecidos e podem dar lugar a infecções entre os profissionais de saúde. Em novas indústrias como a do tratamento dos resíduos os trabalhadores entram em contacto com uma grande variedade de microorganismos e componentes orgânicos transportados pelo ar. Os bolores podem disseminar-se em qualquer local de trabalho com deficiente manutenção do ar condicionado e provocar asmas e alergias.

Expresso
 
Governo abre guerra às licenças sabáticas nas universidades

CARLA AGUIAR

As licenças sabáticas dos professores poderão ter os dias contados nas universidades que assinarem contratos de saneamento financeiro nos termos definidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. As universidades de Évora e Trás-os-Montes, por exemplo, já revogaram, em Janeiro, as autorizações de licenças sabáticas que iam ter início no segundo semestre, justificando a decisão com os termos do plano de saneamento financeiro.

Essa é uma das razões que levou ontem o presidente do Conselho de Reitores, Fernando Seabra Santos, a considerar que as soluções propostas pelo ministério representam uma "interferência excessiva do Governo" na autonomia de gestão financeira das universidades. E a afirmar que "não se justifica, porque os problemas "decorrem em larguíssima medida da diminuição brutal dos financiamentos transferidos anualmente para as universidades". Seabra Santos lembra que os financiamentos diminuíram cerca de 14% em percentagem do PIB, o que "não parece uma boa evolução quando é preciso aumentar as habilitações".

Para poderem beneficiar de um contrato de financiamento por dois anos, o ministério propõe, em ofício enviado às instituições, além da restrição às licenças sabáticas, o cancelamento de concursos para admissão de docentes, a não renovação dos contratos a outros professores ou mesmo o aumento de propinas.

Ouvido pelo DN, o ex-presidente do Conselho de Reitores Adriano Pimpão também considera aquele ofício "demasiado abusivo". Porque "querer limitar as licenças sabáticas é contraditório com a exigência de renovação e actualização do corpo docente das universidades", diz. "Uma coisa é sugerir que não se substituam os docentes em licença por novos, mas sim por professores dos quadros, outra é tentar limitar as licenças, que fazem parte das exigências académicas de investigação", considera o ex-reitor da Universidade do Algarve.

Adriano Pimpão diz estar convencido de que o contrato financeiro proposto pelo Governo pode ser uma "armadilha" para as universidades, pois vão começar a cortar despesas, mas alerta que os financiamentos podem demorar a chegar.

DN, 6-2-2008
 
'Stress' domina doenças profissionais em 2020

CARLA AGUIAR

Contrato precário e ritmo intensificado são riscos sérios

O stress profissional vai ser, dentro de dez anos, a principal origem de doenças laborais, destronando a liderança actual das doenças músculo-esqueléticas, prevê o Observatório Europeu dos Riscos. No primeiro relatório daquele organismo, dedicado aos riscos psicossociais do trabalho, conclui-se que as mudanças que estão a atravessar o mundo laboral - desde as tecnológicas, à precarização dos contratos, passando pela redução de trabalhadores e intensificação dos ritmos - vão resultar no aumento do número de pessoas afectadas por doenças relacionadas com o stress. O que poderá originar uma "grave deterioração da saúde mental e física dos trabalhadores".

Actualmente, o stress é já considerado o segundo problema de saúde relacionado com o trabalho mais comum na Europa, afectando 22% dos trabalhadores na União Europeia, de acordo com dados de 2005. E está na origem de metade dos dias de trabalho perdidos por faltas.

Embora não existam em Portugal estudos que analisem o impacto do stress profissional na população activa, mas apenas de índole sectorial, o dirigente da Autoridade para as Condições do Trabalho, Luís Lopes disse ao DN que "toda a evidência, mesmo sem estudos, coloca-nos ao nível dos restantes países europeus". Luís Lopes admite mesmo que o nível de crescimento dos contratos precários e a manutenção dos baixos salários podem deixar alguns dos trabalhadores portugueses numa situação mais desfavorecida face aos seus pares da UE.

Numa escala de zero a seis, os contratos precários são justamente o principal factor de stress, com uma pontuação de 4,56. Com um emprego mal remunerado e de baixa qualidade, os trabalhadores precários tendem ainda a efectuar os trabalhos mais perigosos. Segue-se o trabalho em sectores particularmente vulneráveis à globalização e ao risco de deslocalizações, e as novas formas de contratos de trabalho. A meio da tabela está o envelhecimento, pois quanto maior a idade e a falta de formação sobre os novos processos de produção, maior o desajustamento psicosocial. A intensificação dos ritmos de trabalho surge logo a seguir enquanto factor de risco, associado à quantidade crescente de informação a tratar devido às novas tecnologias de comunicação, mas também o aumento das exigências sobre um número cada vez menor de trabalhadores.

As exigências emocionais elevadas, como a violência e intimidação, e que estão sinalizadas com quatro pontos, suscitam, segundo o relatório, cada vez mais preocupações. Na mesma posição está também a dificuldade de conciliar a vida familiar e profissional, uma vez que os horários de trabalho longos e inflexíveis criam dificuldades adicionais, sobretudo, às mulheres.

As profissões nos ramos da saúde, educação, emergência e segurança, atendimento ao grande público, mercados financeiros, mas também em novos sectores comos os call centers, são das mais expostas ao stress. A receita da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho é monitorizar e melhorar o ambiente de trabalho a nível psicossocial.

DN, 3-2-2008
 
Portugueses são os mais stressados da Europa

CÉU NEVES

Maria Odete Almeida foi obrigada a deixar de trabalhar para cuidar das filhas. Mas isto foi há 30 anos. Hoje desloca-se todos os dias do Barreiro para Alfragide para tomar conta dos netos. A minha filha é bancária e tem "uma grande pressão no trabalho", explica. O genro está sempre em stress enquanto ela não chega. E ela faz as duas horas de viagem da sua casa para a da filha numa correria. Não são os únicos portugueses a sentir tanta dificuldade em conciliar a vida familiar com a profissional. Segundo um estudo europeu, os portugueses são os que sentem mais stress e são as mulheres que mais se queixam.

A média europeia do índice de stress trabalho-família é de 1,88. Os portugueses registam o valor mais elevado (1,96) e com alguma distância dos espanhóis (1,91) e dos britânicos (1,90).Mas são as mulheres que revelam os níveis de ansiedade mais altos nesta relação (2,11), quando a média geral é de 1,93.

As portuguesas, sobretudo as que têm filhos pequenos, trabalham muitas horas no emprego e em casa e sentem-se injustiçadas pela importância que a sociedade lhes atribui. Estas são algumas das conclusões do livro Família e Género em Portugal e na Europa, que se insere no Internacional Social Survey, realizado em 2002/2003 em Portugal, Alemanha, Grã-Bretanha, Suécia, República Checa, Espanha e França. É de sublinhar que Portugal tem as taxas mais elevadas de actividade feminina, sobretudo entre as que têm filhos com menos de seis anos.

Odete tem 54 anos e diz perceber bem a dificuldade que as portuguesas têm em trabalhar e "constituir" família. "Hoje é mais difícil do que no meu tempo. O trabalho é mais exigente e há menos apoios familiares", explica. Ela era ajudante técnica de farmácia e quando regressou à vida activa foi trabalhar no laboratório de uma fábrica, tinha a filha mais nova nove anos. Hoje uma tem dois filhos, de dois anos e dez meses, a outra tem um bebé de seis meses.

As classes sociais sentem o stress da mesma maneira, existindo até uma diferenciação consoante o género.

As mulheres operárias e da agricultura são as que sentem mais pressão na família e no trabalho. No caso dos homens, são os trabalhadores independentes e as chefias os mais stressados.

"As operárias e agrícolas trabalham mais horas, têm baixos rendimentos e ocupam mais tempo com as tarefas domésticas.

No caso dos homens, tem a ver sobretudo com as muitas horas que passam no emprego", explica Maria das Dores Guerreiro, uma das autoras do estudo.Aquela situação também acontece porque a partilha de tarefas domésticas é desigual.

Portugal e a Espanha são os países que apresentam uma maior disparidade entre o trabalho despendido pela mulher e pelo homem em casa, com 25, 5 horas semanais da mulher contra seis do homem no caso português.

DN, 8-3-2008
 
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