13 março, 2008

 

13 de Março


Dia mundial do rim


http://pt.wikipedia.org/wiki/Rim

http://www.ekha.eu/

http://www.spnefro.pt/

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Porto sem lista de espera para transplante de rim

JOANA DE BELÉM

Pais dizem que "não custa nada" dar rim aos filhos com insuficiência

Sentado numa cadeira do seu quarto no Hospital de Crianças Maria Pia (HCMP), no Porto, Ivo nem queria acreditar quando viu Vítor Baía entrar pela porta adentro. Na qualidade de presidente da Fundação que ostenta o seu nome, o antigo guarda-redes esteve ontem naquela unidade para homenagear pais e mães que doaram um rim aos filhos com insuficiência renal terminal e, no final, calcorreou os corredores da instituição para uma pequena conversa com Igor, 9 anos, que "pediu muito" para ver o ex-jogador.

"Dois heróis e uma heroína", como os chamou Baía, permitiram que os filhos pudessem ter uma vida melhor. De todos, só Elisa ainda não pode sorrir completamente. O marido, Germano Leite, doou um rim ao filho mais novo, Helder Leite, de 16 anos, mas este não era o único a necessitar de um transplante daquele órgão. O mais velho, Nelson, de 21 anos, também sofre de insuficiência renal e, apesar de o pai ser compatível com ambos, tiveram de optar por um. "Foi uma decisão difícil de tomar porque os dois precisavam de um rim, mas o Nelson decidiu que o irmão precisava mais por estar num estado mais avançado", contou Elisa ao DN.

Esta mãe é portadora da síndrome de Alport, uma doença rara hereditária que pode afectar vários órgãos e, nos seus dois filhos, a quem a transmitiu, afectou os rins. Helder já não tem as dores musculares nem os problemas de alimentação que ainda afectam o irmão. O pai andou "quatro meses a fazer exames" para saber se era compatível e, mal soube que sim, não pensou duas vezes. "Para mim podia fazer a operação logo no dia seguinte", contou Germano, acrescentando que o pior é mesmo o pós-operatório.

Mas ontem, Dia Mundial do Rim, estiveram mais heróis no hospital Maria Pia. Maria Couto tem sete filhos e não hesitou em doar um rim a Helder, 16 anos. A operação "ainda custa, mas a mim não custou nada", diz, envergonhada com o aparato que rodeou a visita de Vítor Baía. A verdade é que, após a cirurgia, Maria ainda voltou a ser internada mais 17 dias por causa de uma infecção. Mas mãe é mãe e não se cansa de dizer: "Não custou nada."

Elói Pereira, director do serviço de nefrologia pediátrica do HCMP, explicou que praticamente não há crianças em lista de espera para receber um transplante e que, no ano passado, dos oito efectuados três resultaram de um dador vivo - a unidade tem um protocolo com o Hospital de Santo António para a realização de transplantes e, desde 1985, já foram efectuados mais de 100.

"O panorama da insuficiência renal terminal é um problema de saúde pública em todo o mundo, cuja taxa de incidência é cada vez maior", por isso Elói Pereira considera fundamental "alertar para a necessidade de prevenir, diagnosticar e tratar a doença renal crónica". Em Portugal, um em cada dez pessoas sofre de doença renal crónica, números "extremamente preocupantes" e uma realidade que "consome uma fatia pesada do orçamento do Ministério da Saúde, adianta ainda o médico do Maria Pia.

DN, 14-3-2008
 
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