07 março, 2008

 

Os mais


ricos


http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=280771&idselect=11&idCanal=11&p=200

http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=D0E4B30C-F3E8-4FDB-BCEE-4BEF424F29FD&channelid=00000181-0000-0000-0000-000000000181

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QUANDO SER RICO É PIOR QUE POBRE

Ferreira Fernandes

Encontraram Heath Ledger (o actor do filme O Segredo de Brokeback Mountain) inanimado no seu apartamento, em Nova Iorque. A porteira telefonou para uma amiga dele, em Los Angeles. Distância entre Nova Iorque e Los Angeles: 4 mil kms. A actriz, por sua vez, telefonou para uns seguranças de Nova Iorque. Já vamos em 8 mil kms. Eu sei que os telefonemas atravessam quilómetros rapidamente, mas entre esses telefonemas algum tempo se perdeu: a ambulância do 911 (o correspondente americano do nosso 112) chegou depois dos seguranças. O que levou estes a terem aviso antecipado, em detrimento da saúde de um homem em agonia, encerra um drama que não é das pessoas comuns. Mas é das pessoas famosas. Elas, ao lado de badalados privilégios, têm este contra: para lutar contra a curiosidade que os cerca, esquece-se, por vezes, o essencial. Qualquer pobre diabo seria mais rapidamente socorrido que o famoso actor. Há aqui uma qualquer lição que me escapa, mas há.

DN, 28-1-2008
 
Ricos e pobres

Graça Franco

Numa década, o fosso entre ricos e pobres quase duplicou
em Portugal.
Os dados divulgados, esta semana, pelo INE confirmam o
que já se temia: há dez anos o rendimento dos 10% mais
ricos era praticamente cinco vezes superior ao dos 10%
mais pobres. Agora, esse fosso passou para nove vezes
mais.
É verdade que as disparidades aumentaram também na
generalidade dos países da OCDE. Os ganhos da
“globalização” e do progresso tecnológico não se repartem
igualmente entre as várias classes sociais. Os mais educados,
quase sempre mais ricos, são os que mais beneficiam
da internacionalização das economias, enquanto os mais
prejudicados se encontram no fim da tabela.
São poucos os países que conseguiram travar o alargamento
do fosso entre ricos e pobres. Devíamos aprender com o
seu exemplo.
Portugal está no extremo oposto. A baixa qualificação de
boa parte da população tornou o seu empobrecimento
relativo quase fatal.
O fosso entre os mais ricos e a “classe média” também
cresceu fortemente. Ou seja: embora a classe média se
tenha também afastado dos mais pobres, acabou por ver o
seu padrão de vida e consumo cada vez mais distante da
classe superior. O que pode explicar o endividamento
galopante e quase compulsivo de uma boa fatia da população.
Numa sociedade tão desigual, quebra-se facilmente a coesão
social e sobem as tensões. Tensões que explicam a
explosão de violência urbana em cidades como o Rio de
Janeiro. Porto e Lisboa caminham para aí…
Por isso, é urgente recuperar o valor social da solidariedade.
Uma riqueza excessiva é a vários títulos imoral.

RRP1, 2-4-2008
 
Número de ricos em Portugal sobe em plena crise económica

PEDRO FERREIRA ESTEVES

11 600 portugueses com mais de um milhão de dólares

Milionários crescem 6% em todo o mundo, com impulso dos emergentes

Em plena crise económica e financeira, o número de portugueses com mais de um milhão de dólares (642 mil euros) passou de 11 400 para 11 600. Um crescimento que está abaixo da subida média mundial (+6%) e que é inferior ao aumento de 4% registado em Espanha (para um total de 164 000).

Estes dados foram ontem divulgados pela Merrill Lynch e Cap Gemini no Relatório sobre Riqueza Mundial de 2007 e têm em conta os patrimónios financeiros individuais, excluíndo os investimentos imobiliários e as aplicações financeiras em off shores (paraísos fiscais).

Ricos sobem 6% no mundo

O número de milionários - indíviduos com fortunas superiores a um milhão de dólares - aumentou em 6%, durante 2007, em todo o mundo. No final do ano passado, existiam 10,1 milhões de milionários, tendo a esta riqueza acumulada crescido 9,4% para os 40,7 biliões de dólares. O número de "super-ricos" - fortunas superiores a 30 milhões de dólares - subiu, por seu turno, em 8,8% para os 103 320.

Esta evolução foi dominada pelos mercados emergentes, tendo os milionários na Índia aumentado em 22,7%, na China em 20,3% e no Brasil em 19,1%. Uma consequência do crescimento registado nas respectivas bolsas. A capitalização bolsista do mercado indiano disparou em 118% durante 2007, uma evolução superada pela subida de 291% na China. A Bolsa de São Paulo subiu 93%.

Os mercados emergentes aproveitaram, assim, a divergência de comportamentos nas economias desenvolvidas. Tendo em conta apenas a Europa, nos países ocidentais o número de milionários subiu apenas 3%, ao passo que na Europa de Leste cresceu 14,3%. Nos EUA, o número de ricos cresceu 4,2%, abaixo dos 9,2% de 2006.

Crise não trava milionários

Embora a economia global esteja a passar por um período difícil, em especial nos países desenvolvidos, - com o aumento dos custos dos bens petrolíferos, bens alimentares, restrições ao crédito e "bolha" no imobiliário -, os dados compilados pela Merrill Lynch e Cap Gemini indicam que o número de milionários em todo o mundo deverá continuar a subir nos próximos anos. A riqueza acumulada por estes indíviduos deverá atingir os 59,1 biliões de dólares em 2012, um crescimento anual de 7,7%.

Fortunas protegidas

Apesar de manterem padrões de consumo muito superiores ao resto das populações, os milionários mundiais estão a tomar precauções para combater a actual crise económica mundial. Depois de terem acumulado a maior parte das suas fortunas no início do ano passado - antes da crise financeira iniciada no imobiliário dos EUA -, as fortunas superiores a um milhão de dólares transferiram o seu dinheiro para títulos de dívida, depósitos e activos monetários (+9% face a 2006 para 44% do total das carteiras).

Os investimentos em energias renováveis dispararam, por seu turno, 41% desde 2005.

DN, 25-6-2008
 
GRANDES FAMÍLIAS 'PERDEM' 7,5 MIL MILHÕES

ANA SUSPIRO

As participações das principais famílias e empresários portugueses na Bolsa de Lisboa desvalorizaram cerca de 7,5 mil milhões de euros desde o início do ano. O Estado tem perdas potenciais de 1900 milhões

Crise penaliza dez dos maiores donos da Bolsa nacional

No final de uma das piores semanas da Bolsa nacional este ano, os dez empresários e famílias portuguesas que controlam algumas das maiores empresas da Bolsa acumulam já desde o início do ano uma perda potencial de cerca de 7,5 mil milhões de euros.

Este valor, que só representaria um prejuízo real se os activos em causa fossem vendidos agora, reflecte a desvalorização verificada desde o início deste ano até ontem nas participações destes accionista em algumas das maiores empresas nacionais. Sonae, Galp Energia, EDP, Brisa, Cimpor, BCP, BES, Mota-Engil, Jerónimo Martins, Teixeira Duarte, Soares da Costa, Portugal Telecom, Zon Multimedia, Portucel, Semapa, registam todas elas quebras relevantes no valor das cotações desde o início do ano.

Em alguns casos, a derrapagem começou já em 2007, por problemas internos como o caso do BCP, mas sobretudo por causa da crise internacional que há quase um ano está a castigar os mercados financeiros. Noutros casos, como a Jerónimo Martins, as quedas são mais recentes, mas reflectem também a conjuntura internacional e o abrandamento da economia nacional. Na Jerónimo Martins, a posição superior a 50% da empresa da família Soares dos Santos desvalorizou-se mais de 200 milhões de euros, desde o início do ano. Se juntarmos as posições do Estado à lista das participações detidas por privados, as perdas potenciais quase chegam aos 10 mil milhões de euros. O Estado, via Parpública e a Caixa Geral de Depósitos, continua a ser o maior dono da Bolsa nacional, sobretudo por causa das empresas em privatização na energia: Galp, EDP e REN.

Considerados os dois homens mais ricos de Portugal pela revista Forbes, Américo Amorim e Belmiro de Azevedo estão entre os mais penalizados pela derrocada bolsista. Ambos registam perdas potenciais superiores a mil milhões de euros, face ao valor dos activos no final de 2007. Mas é o patrão da Sonae quem lidera as desvalorizações. A Bolsa de Lisboa já perdeu este ano cerca de 42 mil milhões de euros em capitalização. -COM P.F.E

DN, 27-6-2008
 
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