04 abril, 2008

 

4 de Abril


Dia Internacional de Alerta às Minas Terrestres e Assistência à Desminagem




http://pt.wikipedia.org/wiki/Mina_terrestre


http://www.icbl.org/

http://www.landmines.org/


http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/080402_missminasterrestres.htm

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O desgosto dos 'paisas' que fugiram das minas

SUSANA SALVADOR, em San Francisco

"Desmobilize-se já e receba uma bonificação por material de guerra entregue e informação sobre os sequestrados." Centenas de panfletos pretos, com uma mensagem simples e a fotografia de um guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), são lançados do helicóptero militar que sobrevoa as montanhas de San Francisco de Antioquia, lembrando que a guerrilha não é uma coisa do passado. Apesar disso, hoje é dia de festa e o povo saiu à rua para cumprimentar os visitantes - os que tornaram possível que esta "terra de bosques, sonhos e esperança" fosse a escolhida pelo exército para o seu segundo programa de desminagem humanitária.

A Colômbia é o primeiro país do mundo em número de novas vítimas das minas antipessoais, um flagelo que afectou 874 pessoas em 2007, segundo os dados ainda provisórios do Programa Presidencial de Acção Integral contra Minas Antipessoais (PAICMA). "Às vezes, quando fazemos uma reunião de vítimas, aparece o dobro ou triplo das pessoas que estão no sistema", disse ao DN o director do programa, Andrés Dávila.

Segundo as estatísticas, 65% das vítimas são militares, havendo dez municípios no país em que a situação é crítica: "Temos pela frente 10, 15, 20 anos de trabalho." Para já, são seis meses para desbloquear quatro quilómetros de caminhos desde San Isidro, palmo a palmo, bem como limpar casas e até escolas, permitindo o regresso de 70 famílias. Ao mesmo tempo, prosseguem os programas de educação de risco.

"Não lhe vou mentir, foi uma cobra. Era tão má que tiveram que me amputar a perna ou morria", conta um homem sentado na primeira fila da cerimónia oficial. Não foi uma vítima das minas nem teve de abandonar a sua casa, mas Delio, algumas cadeiras ao lado, foi. As suas marcas não são contudo visíveis. "Por causa do conflito armado tive que sair de casa e as minas impedem-me de trabalhar as terras", diz este paisa (diminutivo de paisano, como são conhecidos os habitantes da região de Antioquia), de 55 anos.

"O nosso pesadelo começou em 2003, quando tivemos de deixar as nossas casas", conta Aníbal Vásquez, que dá voz no palco montado no pátio da escola de San Francisco, à história de tantos vizinhos seus. "Não foi pelas minas, mas pelo medo de ser apanhado no fogo cruzado entre o exército e a guerrilha", esclarece. Três meses depois puderam regressar; por pouco tempo.

A situação deteriorou-se em finais de 2004, quando começaram a surgir as primeiras minas nos caminhos. "O maior desgosto é deixar as terras e tudo o que tínhamos conseguido com o esforço de uma vida", diz, para logo deixar o passado e concentrar-se no futuro: "Hoje, iniciamos um período de tranquilidade, esperança e confiança."

Para os organismos envolvidos na desminagem, a dificuldade é saber qual será o próximo município. Há que garantir que o dinheiro gasto não é desperdiçado com a recolocação de novas minas pela guerrilha.

DN, 7-2-2008
 
Concurso escolhe a mais bela entre amputadas por causa das minas

RICARDO BORDALO e NISA MENDES

Maria Teresa Jacob, 18 anos, Margarida José, 32, Albertina Rosa, 37, têm em comum a nacionalidade angolana, serem mulheres e um passado: uma mina amputou-lhes o corpo e condicionou a vida delas para sempre.

E são todas concorrentes ao título de "Miss Sobrevivente de Minas" que vai decorrer hoje em Luanda. Contam com a vitória como instrumento para melhorar a vida, abandonar a ideia de serem meras sobreviventes e lutar contra a discriminação, que, como conta Maria Teresa, a de Benguela, "muitas vezes é mais fatal" do que os engenhos explosivos.

Hoje, no Hotel Trópico, em Luanda, local onde ficam muitos dos dirigentes mundiais que visitam Angola, as 10 "misses", das 18 províncias angolanas, esperam ganhar uma prótese - esse é o prémio do concurso - e também convencer o mundo a apoiar todos os que lutam "contra a discriminação".

As 10 mulheres vão subir ao palco mostrando o "glamour" que as escondidas minas terrestres "não conseguiram apagar", como lembrou Maria Teresa Jacob. Aos 18 anos, a estudar na 10ª classe, vê, assim, "cumprir um sonho que não sabia que tinha", o de se passear num concurso de beleza, mesmo quando falava "com as amigas de beleza e moda", paixão antiga.

O inimigo "traiçoeiro e invisível" apareceu no caminho de Maria Teresa quando ela tinha sete anos, em Kalekembe, Huila, durante um passeio com a avó. Ficou sem uma perna, mas não deixou de "caminhar" para "ir construindo a vida", mesmo que "tenha sido muito difícil manter a escola".

O grande problema de Maria Teresa é poder sustentar a sua ambição de continuar a estudar e lança para a conversa com a "a maka (problema) do dinheiro", porque é disso que se trata, quando não existem outros apoios, para poder "ir fazendo" o tal caminho.

Maria Teresa é, apesar de tudo, uma privilegiada, tendo em conta que das 10 "misses" é a única que conseguiu chegar "longe" na escola. "É muito triste reparar que muitas destas pessoas" - apontando para as outras nove concorrentes - "nem sequer foram à escola ou então não passaram da segunda classe por causa disto". E "isto" são as pernas e os corpos amputados.

Margarida José é lacónica quando confrontada com questões sobre o futuro: "Ainda não melhorou nada na minha vida" a condição de "miss mina". Mas deixa cair para o fim da frase"ainda!", palavra que dita solta em Angola pressupõe uma expectativa de que algo mude em breve. Margarida tinha 20 anos quando, a caminho da lavra, na província do Zaire, norte de Angola, viu a perna esquerda estilhaçada por uma mina. "Caí de manhã cedo, cheguei ao hospital à noite."

Para os dias vindouros, não quer muito. Alguma independência para si e para a sua filha de 14 anos. Para isso, espera que a participação neste concurso lhe permita angariar apoios para uma ideia antiga. "Quero poder criar uma cantina no Zaire onde as pessoas possam ir comer. Que possam ter a certeza de que têm uma refeição antes de poderem pensar em soluções para as suas vidas". Eventuais apoios? "Espero que o governo provincial me apoie, apoiando também todos os outros necessitados."

Albertina Rosa repete uma história de vida tão trágica quanto as outras. Albertina ficou sem o seu membro esquerdo inferior em 1995, quando a viatura em que viajava accionou uma mina. "Saía da casa dos meus pais, na comuna do Lucapa, para o Dundo (capital da província) quando... pummm." Na altura tinha 24 anos. "Senti-me muito mal depois do acidente, não conseguia imaginar como iria ser a minha vida depois daquilo", disse.

Mas este sentimento, segundo Albertina, passou e a esperança voltou quando em 1997 surgiu a possibilidade de ir a Luanda colocar uma prótese. "Antes eu andava de muletas e era tudo muito difícil, mas depois com a prótese passei a encarar a minha vida com mais facilidade", frisou. Depois de terem sido escolhidas nas suas provínicias esperam agora ser eleitas a nível nacional. E ganhar a prótese que lhes mudará a vida.

DN, 2-4-2008
 
CONCURSO DE MISS ESPERANÇA

Ferreira Fernandes

Um dia, conduziram-me a um hospital de savana, no Leste angolano. Havia guerra civil e eu viajava com um dos lados, num camião militar. Enfermeiros pobres e dedicados mostraram- -me gente sem uma perna. Não havia sem duas pernas. As minas antipessoal têm doses cirúrgicas: levam uma perna, não mais. Não é por economia, é por eficiência. Sem as duas pernas, a vítima não sai da cubata. Já um perneta passeia-se e lembra o que as minas querem que seja lembrado: há que ter medo! Quando voltei ao camião, reparei que ele levava uma camada de caixas de minas. Nenhum dos lados da guerra civil era inocente. Hoje, em Luanda, há um concurso de Miss Sobrevivente de Minas. O prémio para a vencedora é a mais sofisticada das próteses. Remeto o leitor para a reportagem na pág. 30. Uma das candidatas, perguntada se a vida lhe trouxe algo de bom, respondeu: "Ainda." A palavra é angolana. Resume o não ter mas a certeza de que "ainda" vai ter. Foi esta palavra que ganhou a guerra civil angolana.

DN, 2-4-2008
 
Um sorriso e uma muleta para combater as minas terrestres

RICARDO BORDALO

Um sorriso e uma muleta são um conjunto difícil de encontrar numa passadeira vermelha, mas Luanda assistiu na noite de quarta-feira a alguns momentos em que parecia que um não fazia sentido sem a outra. Teria que ser uma ocasião especial e que as portadoras das muletas tivessem razões de sobra para sorrir.

Aconteceu na disputa do concurso Miss Sobrevivente de Minas 2008 de Angola, um dos países mais afectados por estes instrumentos de morte e estropiamento, onde as estimativas mais recentes dizem haver mais de oito milhões de minas.

Augusta Úrica, 31 anos, em representação da província de Luanda, foi a vencedora do concurso de beleza organizado pela Comissão Nacional Interministerial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), no Cine-Tropical, na capital.

Após receber a faixa e a tiara de rainha, Augusta destacou a ajuda a quem sofre de amputações e a quem vive na rua como o seu grande objectivo. "Gostava de poder ajudar as pessoas que estão na rua a pedir esmola. Criar condições para que pudessem ter uma vida normal", disse.

Num país onde a guerra terminou formalmente em Abril de 2002, morreram no ano passado 46 pessoas e 80 ficaram feridas por causa das minas. Das cerca de 80 mil vítimas, 40% são do sexo feminino.

A ideia do concurso foi do artista norueguês Morten Traavik, que em 2005 organizou o primeiro evento do género em Angola. Por dificuldades logísticas, apenas dez concorrentes estiveram presentes desta vez e não 18, uma por cada província angolana. Na festa de quarta-feira, onde esteve a primeira dama, Ana Paula dos Santos, a actual Miss Angola, Lesliana Pereira, em conversa com a Lusa, prometeu "reinar" em conjunto com a "sobrevivente" Augusta Úrica.

Oriunda de uma das províncias mais afectadas pelo flagelo das minas terrestres, o Zaire, norte de Angola, Lesliana Pereira disse ter "uma forte consciência" do problema e prometeu "insistir na luta contra a discriminação" a que as mulheres amputadas por minas no país ainda são sujeitas, "porque a vida é muito mais que os problemas que apresenta".

Neste concurso, mesmo que a organização tenha insistido que todas eram vencedoras só pela presença, três das candidatas foram mais vencedoras que as outras. Augusta ganhou 2500 dólares (cerca de 1600 euros), um conjunto de electrodomésticos e um fim-de-semana num hotel de Luanda. A primeira dama de honor, Lucrécia João (da província do Kwanza-Sul), recebeu 1500 dólares (956 euros) e a segunda, Margarida José (Zaire), 1200 dólares (764 euros), tendo ambas recebido ainda os mesmos bens que a vencedora.

Bastava olhar para as concorrentes que desfilaram sempre em trajes compridos, tradicionais ou em vestido de noite, para perceber que não se tratava de um concurso normal de beleza. Não houve passagem pela passadeira em fato de banho como é comum nos "outros" concursos de beleza.

DN, 4-4-2008
 
ONU precisa de 7,5 milhões
para “limpar” três países

As Nações Unidas avaliam em 7,5 milhões de euros - 11,8 milhões de dólares – o valor necessário, este ano, para os trabalhos de erradicação das minas terrestres em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Para sensibilizar a opinião pública mundial, o Dia Internacional
do tema é assinalado em pelo menos 15 países.
Os casos mais complicados, segundo o último relatório do Serviço das Nações Unidas para Acção contra as Minas, registam-se em províncias angolanas como o Cuando-Cubango,
onde cerca de 400 mil pessoas vivem em zonas afectadas, e
Moxico, onde se registam mais acidentes do género em Angola.
"Angola é considerado um dos países mais minados de África,
resultado de 30 anos de guerra civil", que terminou apenas
há seis anos, refere o relatório divulgado no final de 2007,
que estima em 8,36 milhões de dólares o envelope necessário
ao financiamento dos trabalhos.
Só neste país, foram identificadas quase duas mil comunidades,
em 18 províncias de Cabinda a Luanda e ao Namibe, afectadas pelo problema das minas.
O número de vítimas situa-se entre 300 e 400 anualmente, cerca de 5% o total mundial (6.000) no ano passado.
Na Guiné-Bissau, as origens do problema confundem-se com as da Guerra Colonial (1963) e foi agravado pela guerra civil
(1998-1999) e pelo conflito de Casamança, no sul do Senegal,
havendo a acrescentar a maior contaminação de solos em
áreas agrícolas.
Em 2006, registaram-se 18 acidentes com minas e outro tipo
de engenhos explosivos em Moçambique, que causaram 35
vítimas, das quais 19 mortais - 8 homens, uma mulher e dez crianças.
Nos últimos três anos, um programa em que participou a ONG britânica HALO Trust (MIFD) permitiu "a limpeza de todas as áreas minadas conhecidas nas quatro províncias do norte", cerca de 51% do território moçambicano.
De 26 mil em 1997, o número de vítimas de acidentes do género caiu para seis mil, segundo os últimos dados das Nações Unidas - uma redução de 75%.
Ainda assim, os trabalhos em curso em todo o mundo implicam um esforço financeiro de cerca de 400 milhões de dólares, segundo as Nações Unidas.

RRP1, 4-4-2008
 
Testemunhos de quem sofre

As empresas que produziram as minas são as mesmas que agora são contratadas para fazer a desminagem. A crítica é de uma vítima das minas em Angola, neste Dia Internacional Anti-minas.
O Padre José Castro Oliveira, missionário espiritano que esteve
em Angola entre 1960 e 1982, diz que é uma vergonha da nossa época. Tudo aconteceu no Huambo quando este missionário foi chamado a fazer um funeral.
A Renascença foi ao terreno e falou com o pároco de Xinguá,
na diocese do Bié, o Padre Agostinho Ribeiro Loureiro. Este
sacerdote foi também vítima das minas, corria o ano de 1987 e tudo aconteceu no Huambo.
Também o Padre Tony Neves, um missionário português com larga experiência em Angola, classifica a forma como os governos lidam com a problemática das minas como uma
hipocrisia e uma demagogia e denuncia a contradição que existe entre as intenções dos discursos políticos e a prática no terreno.

Fundação "Pro Dignitate" denuncia falta de acção

Pouco ou nada tem sido feito para acabar com o perigo das minas, uma arma por demais utilizada em todos os conflitos e que deixa marcas também em tempos de paz. A denúncia é da presidente da fundação "Pro Dignitate".
Em entrevista à Renascença, Maria Barroso reconhece que, nesta altura, em termos práticos, os resultados são quase nulos, resta apenas alertar e sensibilizar e acrescenta que os mesmos que fabricam minas são os que vão depois fazer a desminagem.

RRP1, 9-4-2008
 
Miss Sobrevivente das Minas só quer trabalho como electricista

RICARDO BORDALO, Luanda

Augusta Úrica perdeu o pé ao pisar uma mina quando ia buscar água durante a batalha do Cuíto

Para se chegar à casa da nova Miss Sobrevivente de Minas 2008 angolana, no Morro Bento, periferia de Luanda, atravessam-se caminhos estreitos em terra batida por entre casas de construção precária, poças de água estagnada e lama.

Entra-se em casa de Augusta Úrica, 31 anos, e o que se deixou para trás empalidece ainda mais quando se olha para as paredes da pequena sala de estar. Ali brilham várias fotografias recentes com a miss a ser coroada pela primeira dama de Angola, Ana Paula dos Santos. A 2 de Abril, Augusta Úrica, em representação de Luanda, ganhou o concurso de Miss Sobrevivente de Minas 2008, organizado pela Comissão Nacional Interministerial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH).O direito a participar "conquistou-o" em 1992, quando uma mina lhe decepou o pé direito na cidade de Cuíto, província do Bié, ao buscar água.

Naquela que ficou conhecida como uma das mais violentas batalhas da longa guerra angolana, a batalha pela cidade do Cuíto, Augusta Úrica não perdeu apenas o pé direito. "Perdi também o meu pai e dois irmãos - dos cinco que tinha - quando um engenho explosivo caiu no quintal" da casa da família, contou à Lusa. A ela, valeu, num momento paradoxal que só as histórias de guerra permitem, a explosão ter acontecido no meio de intensa troca de tiros entre as forças governamentais e os militares da UNITA que procuravam tomar a cidade. Foi "salva" por soldados afectos ao MPLA, poder em Luanda, que a levaram para o hospital.

Quatro anos depois, viajou para Luanda, pela mão de uma ONG, sendo acolhida no Lar Kuzola, que, nas últimas três décadas, serve de casa a milhares de crianças abandonadas, órfãs da guerra e da sorte.

Ali ficou dos 16 aos 30 anos. Mas depois, a direcção do Lar Kuzola - dirigida por irmãs da Igreja Católica, tutelado pelo Ministério da Assistência e Reinserção Social (MINARS) e financiado por uma petrolífera francesa - decidiu que chegara a hora de deixar a "casa".

Ficou lá a trabalhar como vigilante e foi viver para casa de uma "mãe" que, por gostar dela, a albergou. Augusta não se queixa da sorte, porque, como foi dizendo à agência Lusa, no Kuzola encontrou "um lar e uma família".

Ali, as crianças são "manos", as funcionárias e funcionários são "mães" e "pais" e os que chegam de fora são "tios". Por isso, Augusta é a "mana Queta". No Cuíto, mana Queta tem a família biológica, que visita "uma vez por ano" e com quem fala ao telefone sempre que pode. E foi pelo telefone que com eles fez a festa depois de ter recebido a tiara de miss.

E o que quer para o futuro quem tem este passado? Os 4500 dólares, o fogão, o frigorífico e um conjunto de bens de conforto que ganhou no concurso vão servir para "começar a vida" de "mulher independente", desde logo para comprar um terreno onde pensa construir a sua casa.

"Mana Queta" acabou a 12.ª classe, vertente profissional, sendo hoje técnica de electricidade. "Gostava de encontrar um trabalho onde pudesse exercer a profissão", electricista. "A minha deficiência não me impede de ser boa profissional."

Isto é o que quer "mana Queta". Mas a Miss Sobrevivente de Minas também tem planos. Um dos primeiros passos que espera dar como rainha de beleza é, juntamente com Legeliana Pereira, a Miss Angola que se prepara para disputar o título de Miss Universo, realizar actividades de sensibilização para o problema das minas e de apoio à reintegração das vítimas. (...)

Apesar de milhares de hectares já limpos de minas, no vasto território angolano, sair de casa, para os campos ou para ir buscar água, ainda pode significar a morte ou o estropiamento. "Se não posso levantar minas, posso, pelo menos, ajudar as pessoas a perceber que esse perigo existe. E posso ainda lembrar que, para muitas pessoas, a explosão que lhes levou os membros continua a fazer-se ouvir na discriminação e na pobreza" a que a mina as condenou, acrescentou Augusta Úrica. - Jornalista da Lusa

DN, 12-4-2008
 
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