14 maio, 2008

 

14 de Maio


Dia Internacional do Clima




http://pt.wikipedia.org/wiki/Clima

Comments:
Segundo ano com menos chuva de sempre

Foi um dos Outonos mais secos de que há memória e o pior deste século. Mas, no ano passado, o Verão foi também dos mais chuvosos de sempre e teve até direito a um fenómeno anormal: não houve ondas de calor, algo que tem ocorrido em quase todos os últimos anos.

A falta de precipitação nos meses húmidos, de Outubro a Março, e a sua concentração durante o Verão mostram que já não há variabilidade intra-anual como havia antigamente. Ou seja, que já não podemos contar com a regularidade e alternância dos meses secos e dos meses húmidos.

A pouca precipitação no Outono é uma tendência que se vem acentuando nos últimos 20 e 30 anos no nosso território, afirma o presidente do Instituto de Meteorologia (IM). No ano passado, a quantidade total de chuva foi muito inferior à média considerada normal, aferida de 1961 a 1990, tendo um pior registo do que este acontecido apenas uma vez. Ano mais seco do que o de 2007 só mesmo o de 2005, quando todo o território mergulhou numa seca severíssima e que custou ao País milhões de euros de prejuízos, principalmente na agricultura. Pelo contrário, no total, o Verão foi o mais chuvoso deste século.

No final de Dezembro do ano passado, a situação apresentava-se também preocupante e não augurava boas perspectivas para este ano. Apesar de decorridos três meses do período húmido - Outubro, Novembro e Dezembro - 99% do território encontrava-se já em situação de escassez. A seca moderada afectava 52% do País; a severa, 10%; e a fraca, 37% do território. O problema levou a alguns sinais de preocupação das autoridades, mas não chegaram a ser tomadas medidas de restrição e a situação melhorou um pouco no início de 2008.

Quanto à temperatura, os registos pautaram-se no ano passado pelo excesso. A temperatura média foi de 15,30 graus, ou seja, 0,3 graus acima do valor normal considerado como a base para as comparações. Mas, no Verão, o calor foi muito menor do que o habitual, situando-se no mais baixo desde 1990.

Pelo contrário, no frio, também se bateram recordes. No dia 19 de Novembro registava-se algo inédito neste mês: sentiam-se 10,9 graus negativos em Mirandela, um extremo absoluto na temperatura mínima. Em Bragança, as baixas temperaturas também fizeram história: no mesmo dia de Novembro, o termómetro desceu aos 8,5 graus negativos, ultrapassando o anterior menor valor registado em 1941 com 5,5 graus negativos. R. C.

DN, 17-3-2008
 
2007, O PIOR DE DOIS EXTREMOS CLIMÁTICOS

RITA CARVALHO

O mais seco dos últimos cinco anos e o sexto de seca consecutiva na Austrália. No México, foi o ano das piores inundações de sempre. Em Moscovo, foi aquele em que as temperaturas subiram pela primeira vez aos 30 graus num dia de Maio. 2007 foi assim: mostrou o que de pior pode acontecer quando os fenómenos climáticos se extremam. Portugal não fugiu a este (aparente) desgoverno do clima: por cá sentimos o impacto da seca nos meses de Inverno e da chuva intensa nos de Verão. Isto é prova suficiente de que o clima já está a mudar como prevêem os cientistas?

Adérito Serrão, presidente do Instituto de Meteorologia, reconhece as reticências de alguns meteorologistas em assumir que há mudanças no clima. Até porque, por definição, o clima possui sempre alguma variabilidade intrínseca e só se deve falar em mudanças climáticas quando estão em causa alterações manifestadas ao longo de várias décadas. "Tendemos a ser muito conservadores e apontamos sempre como explicação para o que acontece a variabilidade do clima", afirma ao DN. Mas é preciso mudar o discurso, admite. "A realidade está a obrigar-nos a isso, pois já estamos para além da mudança climática."

Até porque as "evidências" - é a palavra utiliza- da - parecem indiscutíveis: "sobreaquecimento em relação ao passado; tendência dos fenómenos extremos registada nos últimos 30 anos; recorrência cada vez maior destes fenómenos". Um exemplo: ondas de calor como a que vivemos em 2003, dizem os modelos, só deveriam ocorrer uma vez em 500 anos. Agora os modelos dão uma recorrência muito maior.

Se 2007 encerra a segunda década mais quente de que há registo (1998-2007), a primeira foi a década anterior. O ano passado foi ainda aquele em que o gelo do Árctico atingiu o mínimo histórico: só num ano perdeu uma superfície duas vezes igual a Espanha.

Essa tendência é apontada nos cenários do Painel Intergovernamental das Alterações Climáticas, grupo de peritos que traçou os impactos da evolução do aquecimento global. E mais fenómenos extremos, como o aumento da temperatura, das ondas de calor, das secas e dos incêndios e, por outro lado, episódios de chuva mais intensos e devastadores.

A responsabilidade do homem neste agravamento dos fenómenos climáticos é apontada pelo painel como uma causa altamente provável. Sobre isto, Adérito Serrão diz haver já "consenso científico". Por isso, mais do que discutir o que vai acontecer e como se pode evitar o que aí vem, há que trabalhar ao nível da adaptação, para que episódios extremos como as recentes cheias de Lisboa, não façam estragos tão devastadores. A nível técnico, há que aperfeiçoar os sistemas de monitorização (cheias ou secas, por exemplo) e de alerta para avisar atempadamente as populações. A nível psicológico, diz Adérito Serrão, "temos de habituar-nos a viver com normalidade dentro da anormalidade que nos espera".

DN, 17-3-2008
 
Verão mais quente dos últimos 25 anos

PEDRO VILELA MARQUES

Previsão. Meses de Verão vão ter 0,5 graus Celsius acima da média

Meteorologistas prevêem três meses com pouca precipitação

As previsões meteorológicas para os meses de Junho, Julho e Agosto em Portugal continental apontam para menos chuva e temperaturas ligeiramente acima da média, atendendo aos últimos 25 anos, segundo dados do Instituto de Meteorologia (IM).

O presidente do IM, Adérito Serrão, advertiu que esta previsão a três meses é "probabilística", não sendo possível datar "episódios extremos" nem saber a sua duração.

Os modelos meteorológicos disponíveis hoje para os três meses de Verão apontam para a possibilidade de temperaturas mais elevadas em cerca de 0,5 graus Celsius acima da média.

A subida de temperatura deverá ser registada mais a Centro e Sul de Portugal continental. "Os modelos indicam que poderão ocorrer temperaturas mais elevadas que o normal, mas não é possível saber quando vão ocorrer ou qual o seu período de duração", sublinhou Adérito Serrão.

Quanto à precipitação, a previsão probabilística indica que o período destes três meses será mais seco do que a média dos últimos 25 anos. Neste caso, a região norte será onde se poderá registar o Verão mais seco.

O ano passado, a temperatura média em Junho foi de 18,78 graus Celsius, em Julho de 21,58 graus e em Agosto de 21,77 graus.

Em 30 anos, entre 1971 e 2000, a média da temperatura média diária de Junho foi de 19,43 graus Celsius, em Julho de 22,17 graus e em Agosto de 22,15 graus.

A previsão a médio prazo fornecida segunda-feira pelo Instituto de Meteorologia para Junho, Julho e Agosto refere um aumento ligeiro da temperatura e um Verão mais seco. Esta comparação tem por base os últimos 25 anos.

Apesar de o mês de Maio ter sido mais chuvoso do que o habitual, já em finais Abril Portugal continental viveu uma vaga de calor pouco habitual para aquela época do ano. Na altura, cidades como Braga ou Santarém atingiram os 30 graus, enquanto o resto do País não ficou muito abaixo dessa temperatura.

DN, 4-6-2008
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?