21 maio, 2008

 

20 de Maio


E a Expo já foi há 10 anos!




http://www.parquedasnacoes.pt/pt/expo98/

http://www.pbase.com/diasdosreis/expo

http://www.rr.pt./PopUpMedia.Aspx?&FileTypeId=3&FileId=427069&contentid=247769

http://www.parquedasnacoes.pt/
http://www.parqueexpo.pt/vPT/Pages/homepage.aspx?pub=true

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A Expo 98 e o orgulho de ser português

A Expo 98 acrescentou uma forte imagem de modernidade a Portugal, até aí apenas do fado, das velhas com buço vestidas de preto sentadas à soleira das portas e em que as pessoas andavam de burro. Por culpa da Expo, o País entrou na moda. Em 1998, Lisboa foi visitada por 1,6 milhões de turistas. O ano passado esse número foi mais do que duplicado. Em 2007, recebeu 3,8 milhões de forasteiros - e um número recorde de oito milhões de dormidas.

No momento em que se celebram dez anos sobre a exposição internacional de Lisboa, os portugueses devem orgulhar-se de si próprios quando olham para as fotografias que documentam o lametável estado de degradação dos 330 hectares onde está agora o Parque das Nações . O cemitério dos contentores, os terrenos baldios, a lixeira a céu aberto, as instalações da Galp com vista para o matadouro deram lugar a um bairro moderno, onde coabitam 20 mil pessoas e um centro de negócios, servido por magníficas peças de arquitectura, como a Gare de Oriente, e pelo Pavilhão Atlântico, que colocou Lisboa na rota dos grandes concertos e acontecimentos desportivos internacionais.

Os enormes sucessos da Expo 98 e o Euro 2004 como que obrigam Portugal a entrar na corrida pela organização do Mundial 2018. Contrariando o crónico pessimismo dos velhos do Restelo, a exposição de Lisboa abriu na data prevista, foi um êxito assinalável, esconjurou o espectro de o recinto se tornar um elefante branco como sucedera com a ilha da Cartuxa (Expo 92 de Sevilha) e funcionou como uma formidável campanha de imagem de Portugal no estrangeiro.

É um enorme desafio que o País deve aproveitar, capitalizando a capacidade de organização demonstrada no Euro 2004 para voltar a mostrar Portugal ao Mundo em 2018. Face a uma poderosa candidatura ibérica, a FIFA pouca margem de manobra terá para não dar o Mundial à Rússia ou à Inglaterra. Até porque Portugal já tem os estádios, os hotéis e uma invejável rede de auto-estradas. E dentro de dez anos terá ainda também o TGV a ligar Lisboa a Madrid e ao Porto, e um novo aeroporto em Alcochete.

DN, 17-5-2008
 
OS PRIMEIROS A CHEGAR AO ORIENTE

KÁTIA CATULO

Nos terrenos onde a capital despejava o lixo, o Exército depositava sucata e as indústrias petrolíferas mantinham os seus armazéns, nasceu a Expo'98. A última exposição mundial do século XX deu lugar a uma megaurbanização planeada de raiz na zona oriental de Lisboa. Hoje, no Parque das Nações, vivem 20 mil habitantes e estão construídos quase seis mil apartamentos. O DN falou com os primeiros a descobrir o Oriente: chegaram há dez anos e, da sua janela, viram crescer a 'cidade', que pretende ser modelo para as outras mas onde já começaram a surgir as primeiras imperfeições
Maria Fernandes abriu a janela e descobriu três novos edifícios frente ao seu prédio. "O tempo passou a voar e, sem me dar conta, o meu bairro transformou-se numa grande cidade", desabafa a moradora que, em Outubro de 1998, saiu de Loures para viver no primeiro condomínio de habitação do Parque das Nações. Ao longo da última década, a zona oriental de Lisboa cresceu depressa - viu nascer quase seis mil apartamentos e chegar aos 20 mil residentes. Não resta muito mais espaço para a urbanização que ocupou o lugar da Exposição Mundial de Lisboa.

O edificado e a população estão à beira de atingir os limites máximos propostos no plano traçado pela Parque Expo, que prevê ainda a construção de 455 fogos e outros 1382 que vão ficar concluídos em breve. Mas nem é necessário um grande esforço de memória para encontrar o primeiro prédio que desencadeou a explosão urbanística na parte Oriental da capital.

Na rua Ilha dos Amores, o lote 4.39 tem hoje inquilinos em todos os pisos, mas José Rodrigues Moreno foi o primeiro a ali chegar. No dia 30 de Abril de 1998, arrumou as malas na bagageira do carro e deixou com a mulher e os dois filhos a sua casa na Portela, em Loures. A viagem demorou menos de cinco minutos, mas quando a família Moreno entrou no condomínio, o maior projecto de urbanização de sempre saiu do papel e deu lugar ao Parque das Nações.

Durante os cinco meses seguintes, José e a sua família foram os únicos habitantes de um bairro edificado de raiz na zona oriental de Lisboa: "Ser o primeiro a morar numa 'cidade' apontada como modelo para todas as outras foi uma experiência muito solitária", conta o bancário de 60 anos. Sem vizinhos, lojas ou cafés, o morador teve como únicos companheiros os operários que calcetaram passeios, colocaram iluminação nas ruas e plantaram árvores dia e noite para concluírem as obras poucas horas antes da Expo'98 ser inaugurada.

Só no dia 22 de Maio, chegaram os primeiros hóspedes. Japoneses, indianos, árabes, timorenses, australianos, senegaleses ocuparam os condomínios da rua que, há dez anos, serviram para alojar as delegações de centenas de países representados na Expo'98. "Durante os quatro meses que durou o evento, tive a sensação de viver numa espécie de Torre de Babel, no meio de tantas raças e línguas diferentes." E até finais de Setembro, o seu bairro foi também o mais seguro em todo o país com polícias e seguranças privados em "cada esquina".

No final da Exposição, cada um dos convidados fez as malas e partiu para o seu país. José voltou a ficar sozinho e, durante um mês, viveu num bairro fantasma: "Tinha de ir a Moscavide para fazer quase tudo, desde levantar o correio no posto dos CTT, despejar o lixo doméstico ou ir às compras." Nem tudo ficava fora de mão. A farmácia de Teresa Esteves abriu em Junho de 1998 para servir os visitantes da Expo'98 e, mais tarde, a família Moreno: "Tive de aguardar alguns meses para ganhar os meus primeiros clientes fixos", recorda a proprietária da Farmácia Parque das Nações, no Jardim dos Jacarandás.

Foi necessário também esperar até Outubro para se conhecer finalmente a primeira vizinha. Maria Fernandes instalou-se no último piso do lote 4 com o marido e os dois filhos: "Terá sido mais ou menos por essa altura que o recinto da Expo passou a designar-se Parque das Nações." Os primeiros meses foram os mais difíceis porque, ao contrário do que imaginou, o novo bairro não passava afinal de meia centena de hectares com outra meia centena de prédios vazios: "Parecia que vivia num deserto ao pé do rio, mas o que mais me fazia confusão era o silêncio das ruas."

O que vale, conta Maria Fernandes, é que, "em menos de nada", o Parque das Nações transformou-se "numa cidade". No início de 1999, Vasco Alves saiu de Bucelas com a sua família e veio viver para o edifício ao lado do seu. Nesse mesmo ano, chegaram também outros moradores vindos de Benfica, Portela, Moscavide, Sintra e ainda Lucília Santos, que deixou a cidade de Toronto, no Canadá, para abrir uma casa de plantas e flores frente ao lote 4.39. Poucos meses antes de entrar no novo milénio, o Parque das Nações já tinha a esquadra da PSP, ao lado do lote 4.39, a Escola Básica Integrada Vasco da Gama, a meio da Rua Ilha dos Amores ou o centro comercial Vasco da Gama, que ocupou a entrada principal da Expo'98.

A urbanização expandiu-se para Sul, atraiu mais de cem empresas nacionais e internacionais e ainda hoje seduz todos os meses dois milhões de visitantes que elegem o mais recente bairro de Lisboa para gozar as suas horas de lazer. O Parque das Nações é, de noite ou de dia, um espaço de diversão para a Área Metropolitana de Lisboa e até para a Península de Setúbal. Dez anos depois do fecho da Expo'98, os outros centros de lazer da capital têm agora de competir com os jardins, os relvados, o Oceanário, as esplanadas, o centro comercial, ou os bares e discotecas da zona Oriental.

Sempre que há uma nesga de sol, carrinhas e automóveis atafulhados de bicicletas, patins, papás, netos, avós e bichos de estimação chegam de Sintra, da Amadora, de Odivelas, do Montijo ou de Alcochete à procura de um lugar junto ao rio. Elsa Santos Ferreira, mora em Belas (Sintra) e deixou de levar o filho de nove anos ao Parque do Monsanto, ou ao Estádio Nacional; Ana Jeremias, que vive em Rio de Mouro (Sintra), e Inácia Rodrigues, moradora no Bairro Madre Deus (Lisboa), já não se encontram com tanta frequência no Jardim Zoológico ou em Belém; Susana e Artur Guedes passaram a morar em Alchochete em 2003 e, desde essa data, "não há um sábado ou então um domingo" que o casal não esteja zona Oriental de Lisboa.

O Parque das Nações é um vício para muita gente que já nem se lembra sequer para onde ia antes da Expo'98. "Vir aqui é um hábito tão antigo que quase nem me recordo dos outros locais que costumava frequentar ", confessa, entre risos, Aníbal Fonseca, bancário de 36 anos.

DN, 17-5-2008
 
Expo'98 não passou por aqui

A Expo'98 não passou pelo Pátio do Colégio e o Pátio do Colégio não passou pela Expo'98. No antigo Palácio Marquês de Abrantes, na parte velha da freguesia de Marvila, nenhum dos 12 moradores visitou a Exposição Mundial de Lisboa. "Tinha o meu marido doente e não arranjei tempo para lá ir", explica Isilda Dias. É a única que consegue encontrar uma justificação. Todos os outros encolhem os ombros, como se não houvesse um motivo especial para "sair de casa e meter-se na confusão", confessa Maria Augusto.

Nas vilas operárias do Beato contam-se também pelos dedos os habitantes que conheceram o Pavilhão da Realidade Virtual, assistiram aos espectáculos na Praça Sony ou viajaram de teleférico. Cada um deles mora a menos de cinco quilómetros de distância do Parque das Nações, mas o intervalo que os separa da Expo'98 ainda hoje se mantém. Pertencer à zona oriental de Lisboa de pouco valeu, há dez anos, quando o Estado investiu milhões na reabilitação urbanística da zona envolvente.

Os residentes de Marvila ou do Beato ainda acreditaram no início que a última exposição mundial do século XX iria mudar as suas vidas. "Há coisa de 10 ou 12 anos estiveram aqui uns engenheiros e uns arquitectos que entram nas nossas casas, tiraram notas e foram-se embora", recorda Isilda Dias. Os "senhores doutores" também passaram pela Vila Dias, na freguesia do Beato, recorda Hilda Quadrado e chegaram até a notificar o proprietário para fazer obras no seu bairro.

Nunca mais voltaram ao Pátio do Colégio ou à Vilas Dias e os moradores continuaram até hoje a viver em casas que se desfragmentam todos os dias. Isilda, Maria Augusto ou Hilda Quadrado vão apontando na memória as doenças que as suas habitações foram ganhando na última década. Os soalhos apodreceram aos poucos, os tectos vergaram com a humidade, as paredes escureceram com as infiltrações.

Há "muitos anos" que os moradores de Marvila ou do Beato desistiram portanto de esperar que os efeitos da Expo'98 na zona oriental passasse também pelos seus bairros. Nos últimos meses porém voltaram a acreditar que a mudança afinal estar não está assim tão longe: "Pode ser que seja agora, com a nova travessia do Tejo", diz Hilda Quadrado.

A nova ponte entre Chelas e Barreiro e também o TGV são agora as mais recentes esperanças dos residentes e autarcas das duas freguesias. "É evidente que os novos empreendimentos vão trazer mais investimento para esta zona que já conheceu muitos projectos que foram engavetados", desabafa Hugo Pereira, presidente da Junta do Beato.

O projecto para a zona ribeirinha oriental é um desses exemplos. O objectivo passava por construir uma nova catedral na Matinha e um bairro de 500 habitações de luxo nos Jardins Braço de Prata, mas continua à espera de um plano de urbanização.

Passados oito anos e quatro executivos municipais, o Plano de Urbanização da Zona Ribeirinha Oriental (PUZRO), que abrange uma área de cinco quilómetros entre Santa Apolónia e a fronteira dos municípios de Lisboa e Loures ainda não saiu do papel, apesar de ser considerado um dos mais importantes projectos urbanísticos de Lisboa pós-Expo'98.|- K.C.

DN, 17-5-2008
 
Espólio do Conhecimento dos Mares foi parar ao lixo

SUSANA LEITÃO

Do espólio do Pavilhão do Conhecimento dos Mares, vendido à Câmara Municipal de Aveiro, pouco resta senão o mapa mundi. Com o arrastar dos anos também o cavername de um navio feito de madeira que simbolizava a evolução do transporte marítimo acabou por se deteriorar completamente e o destino foi "o lixo", admitiu ao DN fonte da autarquia. Curiosamente, em 2003, o executivo que na altura presidia à autarquia assegurava não ter dificuldades na preservação do cavername (de madeira) de forma a que a peça resistisse "às condições adversas".

O problema durante a última década, segundo explica, foi o tamanho "gigantesco" da instalação e o facto de a mesma não poder ser exposta ao ar livre devido ao material de que era feita. Hoje, resta o mural que representa o mundo, e que, apesar "de precisar de ser também restaurado" pois sempre foi guardado em condições que não as perfeitas, poderá ser visto "em breve".

"Estamos a estudar dois locais onde poderá ser colocado. Ou num pavilhão de exposições ou num edifício que está para ser construído ainda." O submersível, a "tartaruga de Bushnell", foi emprestada à Fábrica da Ciência Viva, em Aveiro.

O espaço na Expo, sem o espólio original, tem hoje o nome de Conhecimento-Ciência Viva e integra a Rede de Centros Ciência Viva , sendo o pólo dinamizador e centro de recursos dessa mesma rede. O seu principal objectivo é o estímulo do conhecimento científico e a difusão da cultura científica e tecnológica.

Para o lixo foi também o mítico ecrã da Praça Sony, que a tantos concertos e noites animadas resistiu. Na altura do Mundial de Futebol, a autarquia da Amadora manifestou interesse em instalar a tela no complexo municipal do Monte da Galega. Mas o presidente da Câmara da Amadora, Joaquim Raposo, acabou por deixar cair a ideia e a Administração do Parque das Nações acabou por vender o equipamento... a uma empresa de reciclagem para ser destruído.

O único sobrevivente, na capital, às memórias de uma exposição internacional é o pavilhão de Macau, dos mais célebres e visitados da Expo 98. O pavilhão foi comprado pela autarquia de Loures por 100 mil euros.

Dez anos depois, a fachada - uma réplica da Igreja de S. Paulo - vai servir de entrada para um novo complexo no Parque da Cidade e tem data de inauguração agendada para 26 de Julho. "A fachada teve de ser toda reconstruída [através de moldes] para poder ser permanente já que era feita de materiais recicláveis", explicou ao DN o vereador do Urbanismo da autarquia, João Pedro Domingues.

O edifício que vai ostentar a fachada do Pavilhão de Macau estará dividido em quatro grandes espaços: uma galeria municipal, apelidada de Vieira da Silva, um espaço de serviços como o turismo e jovens, um salão de chá e um espaço lúdico.

O salão de chá dará continuidade à tradição que deu origem ao pavilhão, na Expo. Para quem não se recorda do Pavilhão de Macau pode fazê-lo através de uma visita virtual no site www.fundacaocasamacau.pt.

DN, 19-5-2008
 
Parque das Nações já deu mais de cem milhões a Lisboa e Loures

PAULA SANCHEZ

Autarquias só recebem dos residentes e não fazem investimentos

Em oito anos, as câmaras de Lisboa e de Loures encaixaram para cima de 50 milhões de euros com o Parque das Nações, um local onde nunca plantaram uma árvore, taparam um buraco ou, muito menos, fizeram qualquer espécie de investimento.

O valor estimado pela Associação de Comerciantes e Moradores do Parque das Nações (ACMPN) refere-se apenas ao imposto municipal sobre imóveis (IMI), pago pelos proprietários dos cinco a seis mil fogos já ocupados, de 2000 a 2008.

De fora deste valor ficam os muitos milhões resultantes do imposto municipal sobre transacções de imóveis (IMT), das licenças de construção e de habitação, do imposto de veículos e dos impostos sobre as empresas, que também entraram nas tesourarias dos dois municípios que dividem o Parque das Nações. Valores que facilmente atingem os cem milhões de euros.

Face à expectativa de criação, ainda este ano, da Sociedade Tripartida (Parque Expo e câmaras de Lisboa e de Loures), que irão gerir transitoriamente o imenso bairro, a associação de moradores e comerciantes resolveu fazer um compasso de espera antes de recorrer à resolução do assunto nos tribunais.

"É melhor que nada", afirma o presidente José Moreno, realçando que os residentes no Parque das Nações estão cerceados dos seus direitos políticos, porque apesar de contribuírem com os seus impostos para a melhoria do espaço público não tem uma entidade a quem pedir responsabilidades. Por exemplo, não sabem a quem pedir explicações sobre a falta de estabelecimentos de ensino (só há uma escola), de um centro de saúde, da confusão da sinalética rodoviária e até da fraca mobilidade ao nível dos transportes públicos. Como curiosidade refira-se que ninguém pode ser autuado no Parque das Nações por desrespeito pela sinalização vertical, porque a sinalética não passou pelo crivo dos municípios e não está homologada.

Dez anos depois do final da Exposição Mundial de Lisboa, e oito anos após caducar a autorização legislativa que conferiu à Parque Expo poderes especiais de urbanização da zona ribeirinha entre Cabo Ruivo e a Foz do rio Trancão, o Parque das Nações permanece sem controlo político-administrativo, porque as duas câmaras ainda não assumiram a gestão do espaço urbano, pagando as respectivas mais valias à Parque Expo. Com dois terços do território, o município de Lisboa assinou o protocolo com a Parque Expo, no qual assume a gestão urbano do espaço a partir de 2010, mas sem dinheiro para pagar os 155 milhões de euros (em 18 anos) pela transferência, o processo voltou à estaca zero.

Loures sempre recusou assumir a sua fatia territorial do Parque das Nações, defendendo uma sociedade tripartida. É do lado de Sacavém e Moscavide (Loures) que se nota actualmente a maior pressão da construção civil e onde o abastecimento de água à população ainda é garantido pela Parque Expo, sendo um dos mais caros do País.

DN, 20-5-2008
 
Inovação urbanística foi oportunidade perdida


Da Expo-98 não resultou em nenhum novo modelo de
cidade para Portugal, ao contrário do que era inicialmente
pretendido.
A opinião é expressa à Renascença pela socióloga Luísa
Schmidt, para quem, neste ponto, a grande exposição
lisboeta foi uma oportunidade perdida.
“Toda a área da despoluição, da mobilidade, da gestão
da água, da gestão energética, a ideia do espaço respirar,
dos quarteirões, da vista sobre o rio” estavam,
segundo Luísa Schmidt, previstos no primeiro plano.
O seu autor, Nuno Portas, acabou, contudo, por sair do
projecto e, assim, “como tudo o que acontece em Portugal,
foi preciso apressar e fazer as coisas para amanhã,
e não se acautelaram os objectivos essenciais”.
O resultado é que a exposição acabou por trazer, segundo
Luísa Schmidt, pouco de novo: “No fundo, reproduziu
aí um certo modelo. Exceptuando a zona do
recinto, acho que aquilo não tem muito de inovador”.
No momento em que se assinala uma década sobre a
Expo, a Renascença transmite amanhã, dia 21, a sua
manhã informativa a partir da Estação do Oriente.
O Presidente da Câmara de Lisboa e o Ministro do Ambiente
e das Cidades são os convidados especiais dessa
emissão.

RRP1, 20-5-2008
 
O ÚLTIMO CAPÍTULO DA EXPOSIÇÃO DE 98

Mário Bettencourt Resendes
provedor@dn.pt

O provedor tinha já dado o assunto por encerrado, mas o leitor Manuel Freire não se conformou. Fez bem, uma vez que a sua argumentação encontrava suporte em informação oficial. É ainda a polémica sobre se a Exposição de Lisboa, em 1998, tinha, ou não, sido a última "exposição mundial" do século XX.

Tudo começou como uma mensagem de Manuel Freire, a contestar a citada afirmação, que constava numa peça do DN evocativa do décimo aniversário da mostra. O provedor transcreveu e tomou como correcta a interpretação de Freire. No entanto, um outro leitor, Abílio Barbosa, dirigiu-se posteriormente ao provedor, defendendo a exactidão do que tinha sido escrito no jornal. Ancorado numa declaração que solicitou a António Mega Ferreira, o "pai" da Expo'98, e que ia no mesmo sentido, o provedor procedeu, na última coluna, à "correcção da correcção".

Manuel Freire decidiu não se ficar e escreveu o texto que ao lado se transcreve. A pedido do provedor, António Mega Ferreira dispôs-se a elaborar um esclarecimento pormenorizado, com um de-senvolvido enquadramento histórico, também publicado nesta página.

Admite-se que esta polémica está longe de ser um tema de primeira importância, mas é, por certo, uma daquelas dúvidas que são capazes de animar uma discussão, sobretudo entre quem aprecia o rigor. Percebe-se ainda, pela leitura dos textos que aqui se inserem, que a matéria se presta a equívocos, também alimentados pela forma como os chamados "sites oficiais" a reportam.

O provedor considera que, com o que hoje se publica, os leitores têm à disposição todos os elementos necessários a um completo esclarecimento do assunto. E, por isso, desta vez, está mesmo encerrado.

DN, 21-6-2008
 
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