25 maio, 2008

 

25 de Maio


Dia Nacional do Folclore




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Dona Rosa espalha o seu perfume pela Europa

O jornal escocês The Scotsman, na sua edição online de ontem, chamava-lhe "um conto de fadas". Nós poderíamos chamar-lhe "um canto de fados". Dona Rosa, figura das ruas de Lisboa nascida no Porto em 1957, invisual desde os quatro anos, viveu a maior parte da sua vida a vender cautelas e a pedir dinheiro aos transeuntes. Um deles, inevitavelmente estrangeiro (afinal, não é esse o nosso fado?), viu nela o que os outros nunca (ou)viram. E, hoje, Dona Rosa, andando pelo mundo, como o comprova a impressionante digressão internacional que tem este mês (consulte-se a página www.myspace.com/rosadona), continua a sentir-se e a dizer-se nossa...

Foi na mendicidade que Rosa Francelina Dias Martins, irmã de sete, viu a luz pela primeira vez, não imaginando que, quatro anos mais tarde, um forte ataque de meningite havia de lha tirar e, pelo caminho, deixar a sua mãe paralisada. A deficiência deu-lhe, porém, acesso ao que de outro modo não aspiraria: estudos. Até perto dos 20 anos, frequentou escolas especiais, primeiro em Lisboa, depois no Porto, à medida que, sem a família poder ajudá-la, ia aprendendo a safar-se sozinha.

Acabaria por fixar-se em Lisboa, a exercer uma das poucas funções a que os cegos tinham "direito": vender cautelas na rua. E a pedir. E a cantar, ignorada pelo bulício da cidade mas apreciada pelos deserdados da vida, cujos corações a sua voz ia aquecendo. Veio deles, aliás, após alguém lhe ter roubado o maço de cautelas, o incentivo para fazer do canto sobrevivência.

Foi o que fez durante 20 anos, entoando êxitos antigos da canção popular. Assim um dia, outro e outro, até ao dia em que André Heller, artista multimedia austríaco, a ouviu. Anos mais tarde, dirigindo uma produção televisiva sobre vozes espirituais do mundo, enviou a Lisboa quem a "capturasse".

Essa foi a acendalha. Com olhos internacionais em cima, o fogo que toda a vida ardeu dentro de Dona Rosa passou a ver-se. A Jaro, editora alemã, não perdeu tempo e já lhe lançou três discos: Histórias da Rua (2000), Segredos (2003) e Alma Livre (2007). Este mês, Alemanha e Reino Unido vê-la-ão bastante. Os amigos da rua, idem. Nós, os outros, só na Gulbenkian, dia 29.|- M.C.

DN, 23-3-2008
 
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